O churrasco continuou. Mas era um filme mudo para mim.
Eu estava sentada na espreguiçadeira, o gelo do meu copo derretendo, o gosto da minha vingança misturado com o da porra do Cadu na minha garganta. Ricardo, meu marido, ria alto de uma piada do Matheus, completamente alheio à bomba-relógio sexual que acabara de ser detonada e remontada no seu próprio sítio.
Cadu. O desgraçado. O Rei.
Ele voltou a tocar. Mas ele não me olhou mais com ódio. Ele me olhava com... posse. O sorriso dele era lento, satisfeito. Ele me puniu. Ele me pegou. E depois... ele me confessou. "Eu tô doido por você, patroa."
Ele me fodeu como um animal, e depois me amou como um rei. E eu, com a buceta pulsando e o cu em chamas, sabia que estava irrevogavelmente, fudidamente, perdida. Eu era dele.
Quando o sol começou a se pôr, a banda parou. O "serviço profissional" tinha acabado.
Ricardo, bêbado, foi abraçá-los, pedindo a chave do Pix, e mandando ate um dinheiro a mais para eles, claro que Cadu aceitou com uma seriedade de empresário. "Voltem sempre, mestres! Vocês são foda!"
"A gente que agradece, Doutor Ricardo," Cadu disse. Ele colocou os óculos escuros. E antes de se virar, seus olhos encontraram os meus. Ele não disse nada. Ele não precisava. O recado estava dado. Eu sou seu dono.
Matheus se despediu de Helen com um aperto de mão profissional, mas eu vi. Eu vi o dedo dele roçar a palma da mão dela. Minha irmã estava com o rosto vermelho, o shortinho branco dela agora com uma suspeita mancha de grama no traseiro. A "Tia Vadia" tinha aproveitado o intervalo.
Gisele, a arquiteta de toda a minha desgraça e do meu prazer, foi a última a ir na van, com a banda. "Té segunda, patroa! A senhora desculpa qualquer coisa!"
O sorriso dela era o de Satanás.
A semana seguinte foi... diferente. Eu estava nas nuvens. Eu estava flutuando.
Cada dor no meu corpo era uma lembrança deliciosa. Eu sentava na cadeira do meu escritório na loja e sentia a pontada no meu cu, e meus joelhos ficavam fracos. Eu ouvia samba no rádio e minha buceta ficava encharcada.
As palavras do Cadu ecoavam na minha cabeça. "Eu nunca fiquei assim por mulher nenhuma." "...você é diferente."
Eu estava adorando aquela história. Ser desejada daquele jeito, por um homem daquele... calibre. Um rei. Um homem que me puniu e depois se declarou.
Mas tinha um problema. O problema era eu.
Eu sou a Luana. Eu sou a "Dona Luana", a "Mamãe Puta", a "Puta do Rei". Eu sou tudo isso. Mas, acima de tudo, eu sou... insaciável.
Eu adoro o Cadu. Adoro o Coronel. Adoro os meus garotos. Adoro o perigo do Damião e do Robson. Mas eu nunca, nunca, estou satisfeita com um só. Eu gosto de provar outras bocas. Outros corpos. Outras pegadas. Meu tesão não tem dono. Ele só tem... sócios.
E a minha nova sócia principal... era a Gisele.
Nossa relação tinha mudado. Ela não era mais minha empregada. Quer dizer, ela era. Mas ela era minha cúmplice. Minha confidente. Minha "fada madrinha da putaria".
A gente não se falava só em casa. O nosso WhatsApp bombava.
Eu (22:15): Gi, o Coronel me deixou toda marcada.
Gisele (22:16): KKKKKKK patroa, esse aí gosta! Mas não chega nem aos pés do Cadu, né? O morro INTEIRO ouviu o recado do churrasco. O senhor tá com moral de chefe.
Eu (22:18): Ele quase me matou na despensa, sua vaca! Você armou!
Gisele (22:18): A senhora tava precisando de um aperto, Dona Luana. E me agradeceu depois, que eu vi sua cara.
Ela sabia de tudo. E ela guardava meus segredos. E eu... eu confiava nela mais do que na minha própria irmã. Mas eu não sabia o segredo dela.
Até aquela quinta-feira.
Ricardo estava viajando de novo. Uma viagem de trabalho de dois dias. Gisele estava "agarrada" no serviço, fazendo uma limpeza pesada no meu closet.
Era fim de tarde. Eu tinha acabado de receber um pacote. Uma compra online.
Eu estava animada. "Gi! Gi! Chega aqui!"
Ela saiu do closet, limpando a mão no avental, o rosto profissional. "Sim, Dona Luana?"
"Para de 'Dona Luana', porra," eu ri, abrindo a caixa. "Olha isso."
Era um conjunto de lingerie. Mas não era um conjunto. Era uma arma de destruição em massa. Renda preta, pura, transparente. Um sutiã que mal cobria os mamilos. Uma calcinha fio dental que era só umas tiras, e uma cinta-liga de couro falso.
"Puta que pariu, patroa," Gisele assobiou. "Isso aí... isso aí é pra matar quem? O Cadu ou o Coronel?"
"É pra mim," eu disse, rindo. "Me ajuda aqui."
Eu fui para o meu quarto, que era o meu palco. E eu vesti.
Demorou uns minutos para ajeitar todas as tiras, prender as meias 7/8. Eu me olhei no espelho. Eu era a definição de uma puta de luxo.
"Gi! Entra!"
Ela entrou, parou na porta do quarto, e o queixo dela caiu. Literalmente.
Eu estava parada, de frente para ela, só com aquela armadura de renda preta. Meus seios brancos, os mamilos duros, apertados pela renda. A buceta, aparada, visível através do tecido transparente.
"E aí?" eu disse, dando uma voltinha. "Como estou?"
Gisele não respondeu. Ela engoliu em seco. Os olhos dela, que eram sempre tão alegres ou cúmplices, agora estavam... escuros. Famintos.
"Patroa..." ela sussurrou. A voz dela falhou. "Dona Luana... pelo amor de Deus."
"Que foi? Tá feio?"
"Feio?" ela riu, um riso nervoso, sem ar. "Patroa... a senhora... a senhora é uma covardia. A senhora é a mulher mais... Puta que pariu. A senhora é linda demais."
O elogio dela me pegou. Não foi o "tá gostosa" de um homem. Foi... devoção.
Ela deu um passo para dentro do quarto. "O Cadu... o Coronel... os meninos... eles não te merecem."
"Ah, é? E quem merece, Gi?" eu provoquei, rindo, me virando para o espelho de novo.
Eu não a vi se aproximar.
Eu só senti.
A mão dela. Quente. No meu ombro nu. Os dedos dela traçaram a alça da cinta-liga, descendo pela minha coluna. Eu congelei.
"Gi...?"
Eu me virei. E ela estava ali. Perto. Perto demais. O cheiro dela era de amaciante e... perfume. Um perfume doce.
Ela levantou a mão, lentamente, e tocou meu rosto. Eu nunca tinha sido tocada assim. Com aquela delicadeza. A ponta dos dedos dela, quentes, traçaram minha bochecha.
"A senhora me pergunta o que eu acho..." ela sussurrou, os olhos fixos na minha boca. "Eu acho... que eu nunca vi nada tão perfeito. E eu acho..."
O polegar dela tocou meu lábio inferior.
"... que eu tô cansada de só arrumar a bagunça dos outros."
Eu não tive tempo de reagir.
Gisele me beijou.
A boca dela era macia. E o beijo não foi bruto como o do Cadu, ou sujo como o do Robson. Foi... preciso. E faminto. A língua dela, ágil, pediu passagem, e eu dei. O gosto dela era de... menta. Doce.
Eu, que achava que já tinha provado de tudo, estava sendo beijada pela minha empregada. E eu estava amando.
Eu gemi, e minhas mãos, por instinto, foram para o cabelo dela.
Ela quebrou o beijo, ofegante. Nossas testas coladas.
"Gisele... você..."
"Eu sou bi, patroa," ela disse, como se confessasse um crime. "E eu venho limpando o seu gozo e o gozo deles dos seus lençóis há meses. Eu venho ouvindo suas histórias... e eu venho sonhando com isso."
"Com...?"
"Com o gosto," ela disse.
E antes que eu pudesse falar, ela se ajoelhou.
Ali. No meu tapete persa. A minha empregada, de uniforme, se ajoelhou na minha frente.
"Gi... o que você..."
"Shhh," ela disse, olhando para cima, para a minha buceta transparente na renda. "Os homens... eles são burros, patroa. Eles são fortes. Eles te arrombam. Eles te batem."
Ela levou as mãos à minha calcinha de renda. E ela a rasgou. Com uma delicadeza, ela rasgou o tecido fino.
"Mas eles não sabem... adorar. Eles não sabem onde... tocar."
E ela me chupou.
Eu gritei.
Eu juro por Deus, eu gritei. Eu agarrei os lençóis da minha cama.
Os homens... Cadu, Damião, Robson... eles me comiam. Era com fome, com brutalidade. A boca deles era mais uma ferramenta para me fuder.
Mas a Gisele...
Ela não me chupou. Ela me cultuou.
A língua dela. Meu Deus, a língua dela. Não era como a de um homem. Era ágil. Era precisa. Era um bisturi de prazer. Ela não foi direto no meu clitóris, me dando choque. Não.
Ela lambeu a minha virilha. Ela beijou o interior da minha coxa. Ela me fez esperar. E quando eu estava louca, rebolando, pedindo... "Gi, por favor..."
Ela atacou.
Ela me chupou de um jeito que eu não sabia que existia. A língua dela era rápida, em círculos, e depois lenta e funda. E ela usava os dedos. Ela enfiou dois dedos dentro de mim, me abrindo, enquanto a língua trabalhava sem parar.
Eu não estava sendo fodida. Eu estava sendo... desvendada.
"EU VOU GOZAR! GI! EU VOU!"
"GOZA PRA MIM, DONA LUANA! GOZA NA MINHA BOCA!"
Eu explodi. Um orgasmo que não foi um grito, foi um choro. Meu corpo inteiro convulsionou. Eu caí de costas na cama, tremendo, as pernas abertas.
Eu estava exausta. Pronta para sair.
Mas ela não parou.
Eu senti a boca dela de novo. Na minha buceta exausta.
"Gi... para... eu não aguento mais..."
"Aguenta," ela disse, a voz abafada contra a minha pele. "A senhora acha que o Cadu te fodeu? A senhora não sabe o que é uma foda de verdade."
Ela continuou. Ela não me deixou respirar. Ela me chupou, ela me lambeu, ela me mordiscou. E o meu corpo, que eu achava que estava morto, começou a acordar de novo.
Um calor. Uma pontada.
"Não... não pode ser..."
"Pode," ela riu.
E eu senti. A segunda onda. Mais forte. Mais quente. Vindo de um lugar mais fundo.
"GISELE!"
Eu gozei de novo. E de novo. E de novo. Eu não sabia que meu corpo era capaz daquilo. Eu não estava tendo um orgasmo. Eu estava em orgasmo. Eu estava chorando, rindo, gritando.
Quando eu finalmente apaguei, eu era uma poça de suor e gozo no meu lençol de mil fios.
Gisele se levantou. O rosto dela... o batom borrado, meu gozo brilhando na boca dela. Ela parecia vitoriosa.
Ela me olhou, deitada, destruída.
Ela pegou o lençol sujo, me olhou nos olhos, e deu o sorriso mais cúmplice e diabólico da minha vida.
"O chão da despensa, o Cadu suja," ela disse, me olhando nos olhos. "Mas o lençol da patroa... quem limpa, e quem suja... sou eu.”