Sexo com condutor da minha VTR

Um conto erótico de E.leffa
Categoria: Heterossexual
Contém 1080 palavras
Data: 14/11/2025 15:08:53
Última revisão: 14/11/2025 15:18:27
Assuntos: Heterossexual

A chuva caía grossa e constante sobre a base, transformando o pátio em poças irregulares que espelhavam a luz cinzenta da manhã. Era fim de semana, e, por algum descuido administrativo ou coincidência conveniente do destino, apenas duas pessoas tinham sido escaladas para aquele plantão diurno: Edina e Rafael.

Rafael era um dos condutores mais reservados da base. Casado, pai de dois filhos, conhecido pela disciplina exemplar. Um homem que todos consideravam “blindado” às distrações. E talvez por isso mesmo Edina tivesse tanto interesse nele.

Ela gostava dos que resistiam.

A chuva batendo no telhado criava um ritmo quase hipnótico, preenchendo os silêncios que, em dias normais, seriam compartilhados com mais cinco ou seis colegas. Mas ali, apenas os dois, a base parecia maior, mais vazia, mais íntima — e mais perigosa.

Edina chegou à sala de descanso com uma xícara de café nas mãos.

— Parece que o mundo inteiro resolveu desabar hoje — disse ela, observando pela janela o aguaceiro que caía sem pausa.

Rafael estava sentado ajeitando alguns papéis da última ocorrência. Levantou o olhar por um instante, apenas o necessário.

— É. Vai ser um plantão parado.

Edina sorriu.

Plantões parados eram sua especialidade. Quanto menos barulho, mais espaço havia para o jogo.

Ela caminhou até a mesa com a tranquilidade calculada de sempre. O som leve dos passos dela parecia competir com a chuva.

— Você sempre esteve tão focado nos seus afazeres, Rafael… — disse ela, apoiando-se na mesa com expressão curiosa. — Até quando não há nada pra fazer.

— É o trabalho — respondeu ele, desviando naturalmente o olhar, como se não percebesse que aquilo só aumentava a curiosidade dela.

Ela o estudou por alguns segundos. Gostava da postura dele. Gostava do silêncio dele. Homens quietos sempre tinham muito guardado por dentro.

— O trabalho não preenche tudo — murmurou Edina, mexendo lentamente o café, o cheiro forte se espalhando no ar. — Às vezes sobra espaço na cabeça, sabe? Aquele espaço que a gente tenta ignorar.

Rafael franziu a testa, ainda sem encará-la diretamente.

— Não sei se concordo.

— Claro que sabe — disse Edina, com um sorriso pequeno, mas firme. — Todo mundo pensa no que não deveria quando o dia fica silencioso demais.

Ela não estava perguntando. Estava afirmando — como quem já havia entendido mais do que ele mostrava.

Rafael respirou fundo.

O barulho da chuva aumentou.

A base ficou ainda mais isolada, quase desconectada do resto do mundo.

Edina deu alguns passos lentos até o armário de suprimentos, abrindo a porta como se isso fosse parte da conversa.

Pegou uma manta — a sala estava fria com a chuva — e a colocou sobre si, de forma sutil, elegante. O movimento atraiu os olhos dele por apenas meio segundo… mas ela percebeu.

Edina sempre percebia.

— Está com frio? — perguntou Rafael, tentando manter o natural.

— Um pouco — respondeu ela. — Ou talvez seja só esse clima… um dia chuvoso tem um poder estranho sobre as pessoas. Deixa todo mundo mais… sensível.

Ele desviou o olhar para o rádio, desligado há horas, esperando uma ocorrência que não viria tão cedo.

— Eu não sou muito de sensibilidade — disse Rafael.

Edina riu baixo.

— Não é mesmo? Que curioso… — Ela aproximou-se sem pressa, até ficar a um metro dele. — Posso te contar uma coisa?

Rafael engoliu seco.

— Pode.

Ela inclinou a cabeça, observando-o como se estivesse estudando as rachaduras invisíveis do autocontrole dele.

— Você é o único daqui que não tenta me impressionar — disse ela. — E isso te torna o mais interessante de todos.

Ele finalmente ergueu o olhar. A expressão não era raiva, nem desconforto — era confusão.

— Edina… você sabe que eu sou casado.

— Sei — respondeu ela, sem desviar os olhos. — Justamente por isso eu disse que você é interessante. Os casados sempre são mais cautelosos. E cautela me fascina.

Rafael respirou fundo, como se buscasse dentro de si alguma resposta racional para aquilo.

— Eu não quero entrar nesse tipo de conversa.

— Já entrou — disse Edina com suavidade, quase como um carinho que não existiu. — Só de reagir assim, você já está dentro dela.

Ele se levantou, talvez para demonstrar firmeza, talvez para colocar distância. Mas ela deu um passo para o lado, abrindo passagem — e o olhar dele cruzou com o dela por tempo demais.

A chuva continuava pesada. Quase não havia som além dela e das respirações tensas no ambiente.

Edina caminhou até a ambulância estacionada no pátio coberto. Rafael hesitou, mas acabou seguindo. A porta da viatura estava aberta, o interior mais escuro, iluminado apenas pela claridade cinzenta do lado de fora.

Ela entrou primeiro.

— Preciso conferir uma coisa no equipamento — disse, sabendo que ele iria atrás.

E ele foi.

Dentro da ambulância, o espaço era menor, mais fechado, mais íntimo. Rafael colocou as luvas para fingir foco profissional, mas Edina sabia que ele não sabia nem o que estava procurando.

— Está nervoso? — perguntou ela, quase no ouvido dele, mas mantendo a distância exata para que nada se tornasse explícito.

— Não — mentiu ele.

— Está sim. Eu sinto — disse ela, passando a mão pelo próprio braço num gesto casual que parecia muito mais provocação do que proteção contra o frio. — Não precisa ter medo de mim, Rafael.

Ele virou de costas, tentando respirar melhor.

— Não tenho medo. Só não quero ultrapassar limites.

Edina apoiou-se na maca, com o olhar firme, intenso.

— Limites só existem para quem quer impor barreiras — disse ela em voz baixa. — E você está lutando contra algo que nem começou.

Ele fechou os olhos por um instante, tentando se recompor.

— Você… gosta de fazer isso, né? — perguntou ele finalmente. — De mexer com as pessoas.

Ela sorriu. Um sorriso cheio de verdade.

— Gosto de entender o que elas escondem.

— E o que você acha que eu escondo?

Edina aproximou-se devagar. Não o tocou. Nunca tocava primeiro. Era esse o jogo.

— Que você sente mais do que admite — respondeu ela. — E que está tentando proteger isso como se fosse perigoso. Mas a verdade, Rafael… é que o perigo não sou eu. É o que você sente quando fica sozinho comigo.

A chuva batia forte no teto.

A base estava vazia.

O mundo parecia reduzido ao espaço de uma ambulância.

Edina recuou devagar, com elegância, dando a ele a chance de respirar.

— Não se preocupa — disse ela, saindo da viatura. — Eu sei exatamente até onde ir.

Mas o olhar que ela lançou antes de atravessar o pátio deixava claro:

Ela iria voltar.

Ela iria testar.

E ele iria sentir.

Porque a tempestade lá fora não era nada comparada à que ela deixava dentro dos homens que tentavam resistir.

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