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Às 00:50h em ponto, meu celular tocou.
- Diga Del - era o marido da Cris irmã de minha esposa.
Imaginei logo o pior, incêndio, assalto, batida de carro, doença, desastre. Àquela hora eu ainda estava na oficina adiantando serviços atrasados: na cabeça da minha mulher eu demorava assim porque estava fodendo.
Quem me dera!
Sem uma pessoa no administrativo e no financeiro da empresa, eu é que me fodia todo dia!
Tinha acabado de jogar a embalagem da pizza que havia comido na lata de lixo, quando o celular tocou.
- Cara, o carro morreu aqui no meio do nada, será que podia dar um socorro?
Por reflexo olhei para os dois lados da rua, não havia mais ninguém no comércio a não ser os caramelos revirando o lixo.
- Vai precisar de mais de uma pessoa? Foi grave? - perguntei imaginando algum acidente prevendo dor de cabeça.
Del suspirou do outro lado falando de maneira mais arrastada e baixa:
- Julião, preciso que seja tu cara, você vai entender quando estiver aqui. Sei que estou extrapolando mas... Não fala com a Margá por favor... Acho que foi alguma coisa com o motor só não identifiquei.
Respirei fundo, catei umas ferramentas que não estavam na picape e segui o GPS. Todo macho da cidade conhecia aqueles lados: comeu alguma puta e ficou preso na estrada.
Era mais afastado, onde ficavam as pousadas e os motéis que no final das contas em uma cidade como a nossa dava no mesmo. Mas Del vivia com a esposa e a enteada a mais de vinte quilômetros, na cidade vizinha e a não ser que estivesse pegando alguma mulher das redondezas, era estranho.
O carro devia ter morrido durante o retorno.
Ele piscou com os faróis da Oroch, e fui estacionando.
Ao manobrar no acostamento e saltar do carro, Del veio em minha direção, apertou minha mão e ombro, apontou para o veículo mais abaixo. Tínhamos mais ou menos a mesma idade, ele 42, e eu completaria 43 no final daquele ano.
Del era galego como dizem, branco, olhos verdes, alto e robusto. Boa pinta.
O capô estava para cima, e uma música pop vinha de dentro do veículo.
- Boa noite... - falei por reflexo.
O rosto que apareceu pelo vidro do para-brisas me tirou um pouco do eixo. Era a enteada do Del, sobrinha da minha esposa, filha da esposa dele, eu o olhei, olhei para ela, e uma tensão criou-se entre nós.
Mas Laila tinha dezoito anos. Eu sabia porque três anos depois do seu nascimento, nasceu meu primeiro filho, o Rafael, então relaxei o maxilar e sorri olhando para o veículo.
- Era isso então - falei.
Del coçou a barba por fazer e brincou com uma típica tirada safada das suas:
- Isso aí meu chapa é viciada em leite na goela - e gargalhou vendo que tinha me feito rir mais - acostumei ela mal.
O problema no Oroch era fácil de resolver e não levou mais do que quinze minutos ainda assim porque ficamos de conversinha. Houve um momento que a Lailinha desceu do carro dizendo que precisava mijar. Linda, novinha, o corpinho no ponto!
- Mas vieram parar aqui? - falei.
Ele coçou a cabeça:
- Fogo meu camarada, pegamos um motel ali embaixo, e quando estávamos voltando, o carro morreu. Tenho horas aqui tentando ajuda.
Realmente o posto mais próximo ficava a uns bons quilômetros quase dentro da cidade.
- Vocês são loucos - eu falei com uma pontinha de inveja do meu amigo. - Mas está feito. Cuidado e juízo da próxima.
Acenei para a safadinha iluminada pela lanterna do celular e o farol. Laila acenou de volta.
Antes de me virar e seguir para meu carro, emendei:
- Tenho um apartamento fechado - falei para Del - se quiserem dormir por lá...
Del abriu um sorriso de orelha a orelha "uma mão lava a outra" pensei.
Voltei a picape, eu estava com essa chave do apartamento no porta luvas, tinha comprado o apartamento a pouco tempo de segunda mão como parte da quitação de umas dividas na oficina. Mas de vez em quando eu levava mulher para lá, e por isso havia um colchão de casal no chão e um ventilador de mesa e uma geladeira " para que mais?".
Ele percebeu minha ruga de duvida porque a Cris, sua esposa aembora enfermeira podia estranhar a falta da filha e do marido ao mesmo tempo:
- Laila inventa que vai dormir em uma amiga - ele sorriu safado - e eu fiquei preso na estrada. Compreendeu? Amanhã cedo deixo a chave na oficina.
Era incrível! Eles com certeza já tinham feito isso antes. O esquema ali era antigo. Mas o sono já estava encostando e a uma hora daquela Margá devia estar ansiosa dentro de casa.
Como prometido, por volta das sete e quarenta da manhã seguinte, Del mandou mensagem avisando que deixou a chave na oficina. Eu respondi com um joinha mas logo a comichão apareceu. Minha vontade era questionar sobre aquele caso com a Lailinha, fui no instagram da moça, e suas fotos me deixaram ainda mais interessado.
Mas os dias foram se acumulando, trabalho e mais trabalho, alguns meses correram, até que cheguei em casa num final de uma sexta-feira, pronto para sair novamente para bater um baba com a galera. Quando Margá pergunta:
- Lembra da Laila filha da Cris?
- Que tem? - respondi amarrando a chuteira.
- Passou para administração na estadual daqui - disse orgulhosa - mas não tem onde ficar ofereci nossa casa.
Eu a encarei bem sem acreditar que tinha mesmo feito isso sem me consultar antes. Logo em seguida desarmei os ombros e disse que estava tudo bem só me preocupava com a privacidade dos meninos e da própria Laila.
"Até que seria uma boa aquele rabinho rebolando para cima e para baixo por aqui..." pensei comigo.
A conversa esfriou aí mas não morreu não, ainda no futebol, entre uma partida e outra me passou uma ideia pela cabeça.
Assim que cheguei em casa me fiz de ofendido com a Margá e a vinda da sobrinha dela para nossa casa mas ofereci como benevolência da minha parte um apartamento que estava vazio, onde a menina poderia ficar o tempo que precisasse.
- Mas no inicio Julio, ela vai ficar aqui com a gente, que apartamento é esse? As casas do centro estão todas alugadas que apartamento é esse que eu não sei.
- É um que comprei faz pouco tempo. Não quer também não se fala mais nisso.
- Calma homem...
No dia seguinte, um sábado, chega mensagem do Del: "Cuide bem da minha bezerrinha hein!", respondi com um emogi de sobrancelhas erguidas.
O padrasto de Lailinha porém tinha mais coisa a dizer e o fez sem reservas: "Julião, essa princesa é uma joia rapaz, você vai ver mas não se esqueça dos amigos hein? Olha lá, eu empresto mas não dou."
Fiquei um pouco aborrecido com as insinuações, "espera aí quem disse que eu tentaria alguma coisa?", apesar de estar ardendo de vontade de comer. Não respondi nada.
A ressaca estava foda mesmo com óculos escuros short folgado e cueca velha estava foda e ainda teria trabalho na segunda. Os meninos davam de pinote na piscina do clube enquanto eu e uns amigos assistíamos um jogo morno no telão do restaurante.
Margá ficou em casa sofrendo da sinusite crônica. O remédio topava ela de um jeito que tinha força para levantar no dia seguinte.
Eu saia com os meninos Rafa e Peo para evitar que eles vissem a mãe naquele estado. Mas gostava de ficar folgado sem me preocupar com nada os meninos sabiam se virar e conheciam bem o clube. Então eu podia ficar na minha, sem aborrecimento no final da tarde, a gente retornava.
Não naquele domingo.
Túlio, trinta e sete anos, pardo, barriga de cerveja, barba feita e cabelo em dias, começou, erguendo o chope olhou para a área da piscina.
Tulio cuidava de um par de mulheres aparentemente jovens, deviam ter no máximo vinte e dois, uma morena com uma bela raba, e outra loira perfeita, peitão, bundão e o rostinho de traços finos.
- Conhece? - ele quis saber.
Eu neguei não sabia mesmo a morena tinha feição conhecida mas a loira eu tinha certa, nunca tinha visto antes. Tulio encheu outro copo para si mesmo enquanto o meu ainda estava na metade.
- Linda são, - eu emendei.
Geraldo sentou-se ao nosso lado com um prato imenso. Gordo, quase sem pescoço podia ser contratado como dublê do Tony Ramos de tanto cabelo que tinha.
- Servidos? - e riu.
Eu indiquei o par na piscina e o Tulio não me deixou no escuro.
- Universitárias, - e cortou um bife suculento - fazem enfermagem na estadual.
Geraldo ergueu as sobrancelhas e varou a piscina com os olhos. Marcelo que cantava a atendente do caixa, vinha num passo manso e sentou-se na cadeira na frente do Geraldo.
- Estão falando nas putas né?
Eu fingi contrariedade com a palavra que meu amigo usou mas percebi também que pelo visto, eu e o Geraldo éramos os únicos a não conhecer aquelas universitárias.
- Já comeu? - Tulio perguntou. - Eu estava falando delas mesmo.
- São profissionais - Marcelo disse - e o melhor fazem porque gostam, eu chamei de putas porque no final dá na mesma mas elas não cobram nem um centavo.
- Estão zoando? - falei voltando a olhá-las bem.
Tulio confirmou:
- Eu dei carona para a galega, - sorriu ao se lembrar - sem brincadeira, recebi uma bela de uma mamada.
Marcelo incentivou:
- Comigo foi mais sério, fiquei uns finais de semana variando entre uma e outra. Nunca teve beijo mas posso garantir que boquinhas de veludo.
Com toda aquela conversa, não demorou para as meninas virem até nossa mesa, o próprio Túlio convidou. Minha ressaca passou na mesma hora.
- Rapaz vocês são problema - Geraldo disse mas todo esparramado - se Juci sabe de uma porra dessas.
Marcelo levantou para receber as meninas que nos cumprimentaram com beijinho no rosto.
- O sol me queimou inteira - disse a loira, Paula - olha para isso Jessica...
Ela puxou o fio da parte de baixo do biquini.
- Paulinha, vamos na fazendo depois daqui? - Marcelo convidou. - O clima lá está bem mais fresco do que quando você foi das outras vezes.
Ela sorriu sem dizer se aceitava ou não.
- Tenho prova, - disse Jéssica - se não eu aceitava esse convite. Vai Paula, aproveita.
Jéssica olhou para mim alisando meu antebraço, disse:
- Eu te conheço, - falou - você é o mecânico da Nisinha, minha amiga, ela fala muito em você...
Eu olhei bem naqueles olhos castanhos dela.
- Verdade? Nisinha, grande amiga, a tempos não vejo. Mas fala bem espero?
Nisso começamos uma conversa que mais parecia um bando de carcarás brigando pela carne fresca. No final, Marcelo e eu levamos a melhor, Tulio ficou de levar as crianças para casa, e eu me dispus a levar Jéssica para casa. A mulher era facinha, e uma delicia.
Ela entrou no carro e ao me sentar passou a mão na minha coxa.
- Eu não disse lá na mesa mas Nisinha contou que seu apelido é Julio Caralhão...
Eu gargalhei arreganhando mais as pernas e manobrando para fora do clube.
- E eu sempre quis conferir, - ela disse - você deixa?
Parece brincadeira de tão fácil né não?
Mas a safada caiu de boca mesmo, engoliu meu pau com gosto, mamou gostoso por metade do caminho, sem frescura, paramos no acostamento, a safada encapou meu caralho, e montou. Fodemos ali mesmo. Com o dia já se tornando noite. A xana tão macia quanto a boca. Ela montava bem mas eu estava a dias sem foder e queria meter com força então a deitei no banco do passageiro e fodi a safada com gosto a tempos a Hiluxy não balançava tanta! Jéssica era uma delicia os peitos com mamilos escuros, a vagina lisinha mas bem inchada, "essa cavala era acostumada a montar e ser montada". Mas quando gozei a primeira pessoa que veio na minha cabeça foi a Lailinha!
Assim que Jéssica desceu do carro na porta de casa, meu celular tocou. Na tela o nome "Cris", transmissão de pensamento falei comigo mesmo colocando no viva-voz.
- Meu querido, - Cris me tratava assim - teria como indicar alguém que pudesse fazer a mudança da minha Laila? Os fretes estão um horror de caros, o Delmiro viajou e só volta no final do mês...
Era a minha oportunidade inicial de impressionar a novinha.
- Minha cunhada, tenho um cliente por esses lados, posso trazer a minha sobrinha e o que ela tiver para trazer, o carro é grande.