Cicatrizes - 9

Um conto erótico de Fernando
Categoria: Heterossexual
Contém 3823 palavras
Data: 10/11/2025 17:58:56

Era a sombra tomando forma. A ameaça caiu como uma bomba no meio daquele sábado maravilhoso. Não precisava de foto ou identificação pra saber quem era. Era o monstro no fundo do armário, a sombra perniciosa que atrapalhava nossa vida, Jorge estava de volta e dessa vez ele ia vir com tudo. Respirei fundo, perdendo imediatamente a ereção que minha mulher deixou e me olhando no espelho. Sabia que aquele seria o fôlego antes do mergulho e não ia arruinar o fim de semana pra ela. Quanto mais tempo eu pudesse afastá-la da merda menção de Jorge, eu faria. Lavei o rosto e voltei pra piscina.

Saí do banheiro com minha melhor cara, tentando disfarçar o incômodo e deu certo. Ninguém havia percebido. Com exceção de... Duda. Vivian dançava animadamente com Lívia e estava mais solta e muito feliz. Acredito eu que por causa da bebida era linda quando dançava. Seu corpo fazia curvas precisas e por estar de biquíni a coisa pra beirava a inocência, ora beirava o erótico. Eu verdadeiramente não me importava. Tanto Mário quanto Felipe olhavam mas era um olhar divertido, existia desejo mas era mais um negócio tipo admiração, saca? Eles ergueram os copos assim que me viram saindo da casa.

Eu não a vi chegando. Senti seu cheiro e um frio correu minha espinha. Não era perigo ou temor. Era algo que causava constantemente a Vivian quando a observava. Algo que ela fazia a mim quando me encarava mordendo os lábios. Era excitação. Me assustei e procurei de onde. Até ver Duda sentada em uma mesa me observando. Pela primeira vez na vida, me senti como uma lebre sendo observada por um falcão. Ela deu uma bebericada em seu mojito e me chamou com um dedo. E eu fui.

Vocês devem entender que essa mulher é uma força da natureza. A presença dela podia ser ao mesmo tempo uma dádiva e uma maldição. E naquele momento, era a pior delas. Ela olhava diretamente nos meus olhos e eu me sentia acuado, desconfortável e isso arranca um delicioso porém jocoso riso.

-- fiquei calmo... Eu não mordo. Só quando vejo algo que quero. – disse com um sorriso enigmático e enquanto colocava o canudo na boca e se recostava na cadeira.

Não sei dizer se foi por impressão minha ou maldade dela, mas a forma como ela colocou o canudo nos lábios me fez engolir em seco e sentir meu coração pular uma batida. Pequenas gotas de água desciam pelo seu corpo de maneira convidativa, desenhando sua silhueta, gozando de seus curvas.

-- de-desculpe. – como Felipe conseguia falar de igual pra igual com aquela mulher?

-- não peça desculpas. Aproveite o fim de semana sim, fim de semana decidi que ficarão aqui. Deixe que a tempestade que se aproxima aguarde. – ela disse com um sorriso que aqueceu meu coração.

Não sei o que ela sabia ou o que pretendia mas de alguma forma, o ordenamento dela me libertou daquele peso que trazia do banheiro. Me senti estranhamente revigorado. A encarei com curiosidade, tentando entender o que fiz ou o que revelei que a fez perceber a minha situação. Sinceramente, eu não ia ficar regorjitando aquilo na minha mente. Resolvi relaxar e esperar que o fim de semana acabasse e só aí começaria a por meu plano pra fuder aquele desgraçado em prática.

-- agora pegue sua mulher e vão tomar um banho. Há um quarto pra vocês. Logo chegarão roupas pra você e ela. – eu não consegui falar nada apenas concordei com a cabeça, voltando a realidade, e levantei meio atrapalhado. Mas que diabos aconteceu aqui?

Chamei Vivian, que dançava animadamente com Lívia. Ela se aproximou de mim e enlaçou meu pescoço, me beijando. Fazia tempos que não via minha mulher beber assim. Ela não estava bêbada mas seus olhos já possuíam aquele brilho ébrio de quem já está no pico da felicidade e desinibição causado pelo álcool. Eu sorri pra ela assim que nossos lábios se separaram.

-- vamos tomar banho, amor... Vamos – ela não me deixou terminar e fez um muxoxo.

-- já tá na hora de ir embora? – fazia um biquinho lindo, como uma criança mimada. E era eu a mimava e a mimo muito. Isso é indiscutível e inquestionável.

-- não. Vamos ficar até domingo a noite. Duda pediu que ficássemos aqui por esse fim de semana. Curtiu a festinha e quer prolongá-la. – enquanto a segurava pela cintura ela arregalava os olhos com uma feliz surpresa.

-- aí, que gostoso!!! Mas não trouxemos roupas pra isso!!

-- não se preocupe com isso, gata. – a voz quente e aveludada de Duda capturou a atenção de Vivian e lhe causando um arrepio – fernando tem o corpo parecido com o do meu homem – podia jurar que a vi mordendo o lábio – e você tem um lindo e delicioso corpinho parecido com o de Livia. Pode deixar que a gente ajeita vocês... – ela riu tomando mais uma talagada do mojito.

Senti o corpo da minha mulher teso. Não precisava enfiar a mão nela pra saber que estava molhada. Tanto quanto no banheiro ou até mais. Ela me pegou pela mão e foi me arrastando pra dentro da casa.

-- obrigado, Duda. Vamos tomar banho e vamos aguardar as roupas. Vou aproveitar pra descansar um pouquinho... – sua voz era um melaço de malícia e luxúria e não passou despercebida por nossa anfitriã.

-- sim... Esse descanso vai te dar energia pra noite. – tive a impressão de sentir a mesma malícia na voz de Duda.

Sei que ela quase me arrastou. Passamos pela área dos pequenos onde Clea nos indicou o quarto de hóspedes. Vivian quase me arrastava e eu ria da urgência dela. A casa era realmente linda mas tudo que conseguia focar era no rebolado da minha mulher em direção ao quarto. Aquele bikininho sumindo entre o vale de sua bunda fazia meu pau dar pequenos solavancos. Assim que entramos no quarto, ela passou e eu fechei a porta. E ela veio com fome, me beijando e pressionando o corpo dela contra o meu, me espremendo contra a porta.

Seu corpo tava em brasa. Em parte pelo sol, em parte pelo tesão. A puxei pra mim pela bunda e ela arfou enquanto me beijava. Fui a arrastando até a cama, onde ela girou comigo e me empurrou, me fazendo cair sentado. Desamarrou minha sunga com pressa e veio se sentar no meu colo, fazendo meu pau entrar de uma vez. Ela se impalou no meu pau e se eu não a tivesse beijado, seu grito teria sido ouvido por todos. Ela começou a rebolar freneticamente.

-- safado!!! Acha que não percebi as olhadas da Duda pra você?! Acha que não vi o jeito que você a olha?! Ahhhnnn – um braço passou por trás do meu pescoço me puxando pro pescoço dela. Ela gemia e quando falava isso, sua buceta me espremia com voracidade.

Ela me pegou com força pelo queixo e continuou cavalgando com força e rapidez.

-- ela pode desejar mas esse pau é só meu, você ouviu? – ela me olhava com um tesão ensandecido. Lambia minha boca de forma erótica e podia sentir o gosto de frutas vermelhas e alcool.

-- tá com ciúme, é? Acha que eu não vi também você rebolando esse rabo gostoso toda provocante? Dançando e sensualizando com a Lívia? Eu-não-divido! – passei uma mão pelas suas costas, puxando seu cabelo e mordendo seu queixo. Nesse instante, eu, que estava passivo, soco apenas uma vez e com força.

Sinto as pernas de Vivian me apertarem e o os músculos das coxas retesarem. Seu gemido é alto mas ela morde os lábios pra contê-lo. E seu gozo vem. Com força, como uma tempestade, um gozo tomado dela. O prazer dela se prolonga enquanto beijo seu pescoço e continuo com movimentos mais suaves esperando que ela se recupere.

Após alguns minutos ela me olha com aqueles olhos lindos embebidos em desejo e luxúria. Ela volta a rebolar no meu colo, acompanhando o meu movimento.

-- você é meu, seu filho da puta!!! Você é esse pau gostoso são só meus!! Não ligo que olhe mas quero que diga!! Diga que é só meu!!! – as reboladas se intensificando novamente e ela recomeçando a arfar.

-- você é minha princesa!!! Minha deusa!!! E eu sou só seu!!! Ohhhh – fazia força pra não gozar. Nosso sexo sempre foi muito bom mas quando fazíamos ele com força era algo de outro mundo. Eu já tinha abdicado de fazer isso com ela depois da situação do sofá mas ela tava provocando muito.

-- isso!!!! ISSO!!! – ela tava pronta gozar de novo e eu queria novamente arrancar seu orgasmo, deixá-la com as pernas bambas.

Eu segurei-a pela cintura e a joguei na cama sem tirar meu pau de dentro. Ergui suas pernas deixando seus joelhos ao lado de sua cabeça. Ela entendeu na hora e enlaçou meu pescoço. Meti e meti com força, até o fundo. Ela mordeu meu peito pra não gritar e eu sentia aquela bucetinha me apertar e serirrigar ainda mais. Tirei quase até sair todo e enterrei novamente. Ela se tremia toda enquanto sentia seus sucos escorrendo pelas suas pernas e pelo meu saco.

-- diz pra mim quem é seu dono, putinha? – eu sussurrava rindo enquanto os olhos dela reviraram pelo orgasmo – diz quem é que come você depois daqueles homens te desejarem, quem é o dono do teu tesão!! Diz pra mim!

Coloquei a mão em seu pescoço dando meu polegar pra ela chupar e fui prontamente atendido. Chupava como se fosse meu pau e o fazia enquanto eu empurrava e tirava lentamente meu pau daquela buceta ensopada. Conforme o corpo dela foi reagindo com ela rebolando e chupando meu dedo com mais afinco, comecei a bombar com firmeza. Ela arranhava meu peito e minhas costas pra não gemer.

Sai da cama e a fiz ficar de joelhos na beirada, de costas pra mim, de frente pro mar e pra janela. Beijava suas costas enquanto e apertava sua cintura com força. “Espero que seja um vestido fechado” pensei e sorri maliciosamente.a outra mão passei para frente apertando seus seios com força e beliscando os biquinhos. Ela gemia e rebolava no meu pau. Fui beijar seu pescoço enquanto ela besuntava meu pau naquele mel maravilhoso que escorria em profusão.

-- quem é teu dono, putinha? – sussurrava no seu ouvido, largando seus seios e pondo a mão em seu pescoço.

-- é você, Nando... Ahohh!!! É você, Nando!! Você é meu dono!!! Me fode, amor... Deixa sua princesinha gozar mais... – falava manhosa.

Depois do meu pau todo melado dos sucos delas puxei e comecei a apontar naquele cuzinho apertado. Adorava fuder o cu da minha mulher mas raramente tomava a iniciativa. Seu da minha potência e deixava por conta dela a decisão mas não naquele dia. Quando apontei ela gemeu mais alto e começou a rebolar.

-- aihn, meu dono quer comer o cuzinho safado da princesinha dele, é? Só porque ela ficou de olho naqueles dois machos lá embaixo? – falava provocativa mente enquanto a cabeça já passava pelo anel e ela gemia.

-- não provoca, putinha... Minha vontade é te mandar lá embaixo com o rabo cheio de porra pra eles sentirem meu cheiro e saberem a quem você pertence! – falei empurrando um pouco mais.

Ela fez uma carinha de dor mas logo tava jogando o rabo conta mim, forçando ainda mais a entrada.

-- ahh!! Eu andando entre eles com o cuzinho cheio da sua porra!! Eu quero!! Quero mostrar praquelas duas onde você me marca!! Que esse leite quente e grosso é só meu e dos meus buraquinhos!! Ohhhh! – gemeu quando encostou as costas no meu peito e se deu conta que aquele bumbunzinho delicioso tinha engolido todo meu pau.

-- agora me fode, amor!! Fode sua putinha!! Dá leite no cuzinho dela!!! – dizia rebolando e esfregando o clitóris.

O pedido soou como ordem. Comecei a socar com força enquanto estava o corpo dela contra o meu. Minhas mãos apertavam novamente sua cintura e em seu pescoço. Socava com força e sentia aquele cuzinho se expandir com casa bombada. Ela buscou o lençol pra morder e não gritar e eu socava com força até o talo. Vivian começou a gozar novamente e dessa vez foi estupendo. Sua buceta começou a soltar jatos e mais jatos de um líquido viscoso e que molhou toda a cama. Com o gozo dela e aquela massagem que seu cuzinho me fazia, gozei. E gozei muito. Como a muito não gozava.

Caímos deitados de lado na cama. Ela ainda com o bikini e eu nunca, com meu pai ainda enterrado nela. Respirávamos com dificuldade mas satisfeitos. Suavamos muito. Assim que meu pau saiu de dentro dela ela ajeitou o bikini, prendendo todo meu leite dentro dela. Ela levantou correndo da cama, me deu um beijo e saiu. Eu fiquei abismado. Depois de uns 5 minutos ela volta, de short. Subindo em mim e me beijando com cara de sapeca.

-- pronto. Agora elas sabem o cheiro da tua puta no cio completamente cheia e satisfeita! – riu.

-- eu te amo, garota maluca!! – ri e a beijei.

Tomamos um gostoso e demorado banho. Cheio de sacanagem mas sem a objetividade de mais cedo. Conversávamos sobre os casais enquanto nós beijávamos e trocávamos carícias. Ela começou no ponto mais complicado:

-- Duda é uma mulher interessante. A princípio eu fiquei com ciúme dela. Ela é linda! Gostosa... Posuda... E te olha como quem quer te devorar. – dizia Vivian com o rosto ruborizado.

-- e acha que eu não vi Felipe olhando fixamente pra vocês duas? Ele e Mario! Mas vi que apesar de terem ficado excitados, foram respeitosos tanto não elogiando e muito menos tocando em você. – fiz cara de puto mas ela viu que era brincadeira e abanou a mão como se tivesse mais coisa a dizer.

-- mas quando ela me olhou... Senti uma quentura no ventre... Minha pele se arrepiou. Não sei o que aquela mulher tem mas é diferente... Ela me olha como se visse todas as minhas cicatrizes e toda a história por trás delas... – disse enquanto eu a ensaboada.

-- isso te incomoda? – isso era importante.

-- é desconfortável... Quer dizer, não me incomoda mas parece sempre que estou nua sob o olhar dela... – terminava a reflexão.

A virei, segurando sua cintura. Duda tinha alguns trejeitos estranhos e excitantes mas ela nunca foi ou será meu foco.

-- isso porque você não reparou na outra... – disse sério.

-- na lívia? – perguntou curiosa.

-- ela tá me olhando com fome desde que cheguei. Me deixou muito tarado. – falava olhando em seus olhos.

-- ah é? – respondeu meio enfezada

-- ela me deixou maluco!!! Mas quando eu empurrei ela pro banheiro e ela enfiou a mão melada na minha boca, eu quase gozei sem nem me tocar!! – disse já rindo.

-- quem é essa piranha que eu vou matar ela!!! – falava entrando na brincadeira e me dando aquele sorriso lindo.

Ficamos namorando no chuveiro por um tempo até escutar o bater na porta. Eram duda e Lívia, cada uma com um embrulho na mão. Lívia usava uma bata bem soltinha azul royal de linho adornada com um cinto de ouro bem fininho enrolado na cintura, marcando sua ótima forma. E duda usava um vestido de frente única verde e pouco acima das coxas. Ambas muito bonitas e muito sensuais.

-- esse é pra minha parceira de dança!! Acho que vai ficar lindo nela!! – disse Lívia empolgada.

-- e esse é pra você. – disse Duda, com um olhar e um sorriso sacana ao passar o pacote.

Somente aí percebi que estava apenas enrolado na toalha, com o peito molhado e de frente para as esposas do meu chefe e a amiga dela. Me esconder depois daquilo seria pior do que ficar parado, então apenas estufei o peito e agradeci.

-- obrigado, meninas. Já vamos descer.

Elas riram e foram embora mas não sem antes perceber os olhos penetrantes de Duda sobre mim.

Rapidamente nós arrumamos e descemos. E como esperado pelas meninas, estávamos elegantes embora casuais. A mim, me deram uma bermuda branca com um blusão verde e minha mulher estava com uma sainha e um top de alcinha azul escuro. As marcas vermelhas dos meus dedos ainda podiam ser vistas em sua cintura e isso acordou minha libido. Desci abraçado com ela e os casais bateram palmas zombando mas também apreciando.

-- que casalzão da porra! – disse Mario enquanto ria.

-- eles são tão lindinhos juntos!! – apreciou Lívia.

Duda e Felipe apenas se entrelolharam e sorriram.

-- eu tinha planejado um passeio pela cidade mas Duda tinha outros planos. Vamos a praia.

Olhei para Vivian sem entender mas os segui de mãos dados a minha esposa. Andamos por uns 20 ou 30 minutos até que pude ver as tendas armadas e as tochas além da fogueira. Haviam três lindas tendas erguidas na areia e uma maior no centro. Eram todas cobertas com um pano pesado que pouco reagia aos golpes de vento vindo do mar. As tochas posicionadas estrategicamente deixavam o espaço iluminado e a fogueira no interior do círculo irradiava calor, deixando todo o ambiente agradável. Conforme chegamos perto, percebi que haviam algumas comidas na tenda maior, junto com duas caixas de som que embalaram o início da noite com uma música agradável e relaxante. Foi maravilhoso. E muito sensual.

A certa hora todos os casais se recolheram e foi uma bela sinfonia de uivos. Dessa vez, fizemos um amor muito gostoso ao som do mar. A bucetinha e o cuzinho de Vivian estavam muito detonados mas fizemos e lá gozou sobre mim enquanto nós beijávamos e dormiu em meu peito. A coloquei deitada do meu lado e a cobri com os milhares de panos que estavam lá dentro. Não consegui dormir. Quando o barulho do dia cessou, minha ansiedade atacou e só conseguia pensar na mensagem de Jorge. Mesmo prometendo que não ia pensar nisso, perder minha família me afligia. Saí da tenda e fui pra próximo da água. Ver e ouvir o mar sempre me ajudou a organizar meus pensamentos.

Estava sentado viajando em meus planos. Não o queria morto. Não queria isso na minha consciência mas certamente daria um apavoro e com sorte, ele nunca mais perseguiria minha mulher e filhos. De repente, sinto uma mão macia tocando minhas costas nuas. Uma mão quente, curiosa, que caminha com esmero com dois dedos até meu ombro esquerdo. Sinto meu corto aquecer mas não era o calor da fogueira. Era aquele calor que acende no púbis, pensei por um minuto que fosse Vivian mas o perfume que senti misturado a maresia me deixou tenso.

-- o que pode tirar o sono de um homem que tem tudo? – a voz de Duda corta a noite como uma lâmina. Ela se senta do meu lado enrolada em uma coberta e percebo que está apenas de calcinha e seus seios apontados pelo lençol.

-- de-desculpe. Achei qu-que não estava fazendo barulho. – olhei imediatamente para frente a fim de evitar seu corpo e seu olhar.

Ela riu de mim e sentou-se ao meu lado. Sua mão em minha perna, arranhando levemente minha coxa com a ponta das unhas. Sentia seu halito quente próximo a minha orelha.

-- o que um homem que tem tudo pode querer? – ela sussurra próximo a mim.

Meu corpo reagia a ela. Que poder tinha aquela mulher. De rabo de olho podia ver o colo desnudo. Sua pele reluzia pela luz das chamas baixas da fogueira. O cabelo voava dando a toda beleza dela, um ar sobrenatural. Ela era linda e tinha certeza que Felipe era muito feliz por possuí-la mas o que era isso? Por que disso? Ainda sim, sacudi a cabeça não era isso que eu queria. Olhei pra minha tenda e Vivian dormia serenamente, linda, plena. E ela tinha seus próprios poderes. Ela lutava todo dia pra se levantar após sua tragédia pessoal.; seu sorriso era sempre um bálsamo pras pessoas que a cercavam; a presença dela me dava paz; seu coração era puro e ela era realmente boa. Esse era o tipo de poder que eu apreciava.

Coloquei uma mão sobre a mão de Duda e a tirei delicadamente de minha coxa.

-- eu não sei qual o seu jogo, Duda, mas não vai funcionar. Você é uma mulher quase irresistível. Mas onde você quase conseguiu, ela... – olhava pra Vivian com amor – teve êxito e não existe mulher que seja capaz de me seduzir como a minha faz.

Duda ficou me encarando por alguns segundos e de repente abre um lindo sorriso. Dessa vez, um de verdade, despido de malícia um daqueles jogos que vem fazendo desde a Manhattan Tower.

-- haha... Desculpe mas eu não resisto a quebrar a moralidade de um homem que se diz tão distante de todos. Confesso que no momento que vi seus olhos brilhando quando falou dela, eu quis perturbar o seu juízo!! Só porque eu posso!

Eu olhava confuso e incrédulo para ela. Parecia outra mulher. Ainda poderosa mas uma pessoa mais real. Sorri ao perceber que ela era apenas alguém que gostava de atiçar vaidades e depois desteuí-las.

-- ainda sim, a pergunta é válida... Você tem tudo, Fernando, o que tanto te aflige? – perguntou novamente curiosa.

-- essa história não é minha, Duda. Não sou eu que devo contá-la. – disse olhando prós meus pés enfiados na areia.

-- então me conte a parte que te cabe. – ela falou com simplicidade e com simplicidade eu percebi que essa história já era minha.

Respirei fundo. Seria a primeira vez que falaria a respeito dos meus temores.

-- uma situação passada tem ameaçado minha família... Isso tá me deixando insone.

-- seja lá o que for, nós podemos ajudar. – ela disse enquanto alisava minha nuca. E dessa vez não senti aquela confusão de coisas. Parecia só... Alento.

-- Felipe pediu que fosse até o escritório na segunda... - disse relaxando.

-- então pare de sofrer. Deixe os problemas de amanhã para amanhã. Você tem uma linda mulher e um lindo filho e estão em um lugar paradisíaco... Se o Felipe te chamou, ele resolverá. Confia no meu homem. – ouvir aquilo me deu a certeza de que eles se amavam. Não pelo que ela falou de seu marido mas a segurança e principalmente a revelação de como ela o enxergava.

Sorri. Ficamos mais tempo ali até que nos recolhemos. O resto do fim de semana eu relaxei e Duda parecia mais com uma conselheira e menos com alguém que quisesse me comer. Porém morri de rir com Vivian passando pela mesma situação. Fomos embora no domingo a tarde. O silêncio da casa foi o bastante para nós trazer a realidade. Em especial a mim. Esquecendo o final de semana maravilhoso que desfrutamos. Nandinho dormia no meu colo e fui colocar meu filho no berço. Quando volto a sala, minha esposa está chorando copiosamente na frente de um envelope. Me aproximei e vi os sucessivos golpes.

Era o envelope de um conhecido laboratório de diagnósticos. Estava endereçado a Vivian. Possuía o nome do meu filho e um bilhete daquele crápula:

“ Vivian, eu não quero mais meu filho sendo criado por esse zé ninguém. Eu quero você de volta como antes. Com amor, Jorge”

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Comentários

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Psicopata. A pergunta é, como ele conseguiu material genético para fazer o exame de paternidade???

Mudando um pouco, a Duda disfarçou bem, mas ela é do riscado, gosta de uma festinha diferente, só tá dando tempo ao tempo, ou viu que não seria a vibe do casal Vivian e Fernando.

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O Fernando não quer a morte do crápula mas é inevitável que isso aconteça. Do jeito que ele é passivo, calmo , acha que algumas coisas podem ser resolvidas fugindo delas então só vai usar sua carta na manga ( O Pai) quando acontecer alguma coisa ruim com sua esposa novamente

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Infelizmente esse tipo de cara obcecado nunca vai parar sem o Nando lidar com o problema. E precisa ser de um jeito que o Jorge entenda o recado.

Porque agora ele já descobriu onde o casal mora.

E demonstrou estar totalmente fora da realidade, “Quero você de volta”, “Meu filho.”, “Esse zé ninguém.”, Jorge é literalmente um cara perigoso.

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Ta na hora de resolver o problema Jorge que tanto aflige o casal

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Estranho, ela disse que tinha certeza que o filho seria do Nando

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Eu discordo. Uma mulher violada de uma maneira que jamais vamos entender e carregando uma criança... Creio que SE for filho dessa criatura (não dá pra chamar de outra forma) ela com certeza negaria com todas as forças em seu íntimo mais profundo.

Fora isso temos a possibilidade de ser um teste falso (o que combinaria com um lunático desses)

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Ela não disse isso. Ela disse: “Não dá para ter certeza.”

Ele disse que assumiria assim mesmo. Por que seria dele e ponto.

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Achei a cena exata….

“arrancando uma risada dela – eu quero essa vida. Eu me vejo muito feliz com ela... E com NOSSO filho.

Ela rapidamente me olha nos olhos. Algo como surpresa mas boa perpassa seus olhos claros.

-- Nando, não tem como saber! Eu não que- - mais uma vez a interrompi.

-- e nem eu. Não preciso saber. Me basta saber que é seu e será criado por nós dois a semelhança de como você e Julia foram criadas: com muito amor e parceria. E confiança.”

Ela nunca disse que era do Nando.

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