Deitamos de costas para o chão.
Eu ouvia o meu coração vindo na altura da garganta.
- Fica de olho na porta… - João disse.
Ele segurou a minha mão e a colocou por dentro do seu short, no inicio, tentei retirar, puxar de volta como se tivesse tocado em uma panela quente.
- Mas João… - reclamei virando pra olhar para ele sem o enxergar direito agora por causa da falta de luz.
- Olha para lá, - ele mandou. - Bia pode aparecer a qualquer momento.
Eu deixei-me guiar pelas palavras e gestos dele, o João tinha o dom fascinante de afirmar o que queria como se essa fosse a verdade absoluta de todos.
E para falar a mais sincera verdade, os pelinhos do meu corpo estavam eriçados, eu sentia a umidade entre os pelos dele, o elástico da cueca apertando as costas da minha mão.
- Acho que está vindo alguém… - eu sussurrei sem me virar sentindo as bochechas quentes.
João tirou a mão de cima da minha e disse suave:
- Isso… presta atenção hein…
Eu mesmo comecei a sentir meu próprio pinto ficando eriçado e meio dolorido de uma forma que só havia visto antes quando estava muito apertado para fazer xixi. Enquanto segurava o que parecia ser um dedo engordando na minha mão, mordi os lábios.
O cheiro doce das coisas da nossa tia havia dado lugar a um novo cheiro para mim completamente diferente.
Meu primo colocou a mão por dentro da minha camisa e foi subindo até o meu mamilo, assustei.
- Olha para lá, se nos pegam a culpa é sua… - repetiu ele.
Eu obedeci.
Entregando-me a sensação do dedo grosso que ele tinha entre as pernas meio melecado. Minhas bochechas ardiam e os dedos do João apertaram meu mamilo, uma onda de calor desceu por meu corpo parando próximo a meu umbigo.
- Ai… - murmurei entre dentes.
A essa altura eu mesmo acreditava que tinha um talo duro entre as pernas esticando o tecido do short.
Eu sentia o João arfando de leve ao meu lado, e fui repedindo o gesto dele no meu mamilo, e apertei o pinto dele, movendo desajeitadamente.
João espalmou a mão no meu peito e foi descendo até minha barriga, apenas com esse movimento senti um estremecimento entre as pernas.
- Ai… - repeti.
João inclinou a cabeça para meu ombro, seus lábios colados na minha orelha.
Sua voz próxima. Eu retorcia os dedos dos pés e senti o pinto do meu primo inchar e uma coisa molhada descer pela ligação entre meu polegar e o dedo indicador.
Tudo aconteceu em questão de instantes mas pareciam horas.
João arfava e eu também, sentindo a mesma umidade entre as coxas que sentia na minha mão, um medo súbito de que havíamos feito alguma merda que podia nós levar para debaixo de uma chuva de chineladas ou coisa pior, me invadiu.
- Melhor a gente voltar para lá…
Eu disse e fui me arrastando para fora sem dar tempo de olhar para a mão melecada e para a marca no formato de bola na costura do meu short.
Não havia ninguém no corredor quando corri para o banheiro fui metendo a mão debaixo do jato da torneira na pia.
“E agora se mamãe ver essa sujeira?”
Senti lágrimas enchendo meus olhos mas logo lavei a mão e lembrei de tirar a cueca e limpar meu pinto no papel higiênico mas a gosma que saiu dele parecia uma cola, pedaços do papel higiênico grudou no meu pinto.
"Ai se mamãe me pega agora..."
Fiz algo pela primeira vez que voltaria a fazer em outras ocasiões na vida, dessa vez parecia que estava assaltando um banco de tão nervoso que eu estava, peguei um pouco de água com a concha da mão e lavei meu pinto.
Eu me encostava inteiro a pia, ficando nas pontas dos pés.
Cobri a mancha no short com a barra da camiseta, e ao sair do banheiro voltei para a algazarra.
- Olha ele ali… - disse meu pai.
Ele estava em pé o que julguei ser sinal de que já íamos embora.
Bia, Lari, Michel e Alex, seguravam nacos de carne assada e o cheiro de cerveja e o samba tocando no quintal, senti um constrangimento, uma vergonha que estava me dando dor de barriga.
- Filho vem comer! - meu pai chamou da churrasqueira.
Eu procurei o João e o achei próximo ao tanque, se molhando com uma mangueira.
- Estou sem fome… - respondi mas a música estava alta.
No mesmo instante lembrei de minutos antes no quarto, e achei que todo mundo estava percebendo...
João sorria se inclinando para orelha do Rafa nosso primo mais velho, por um momento tive medo de que estivesse dizendo algo sobre mim. Meu estômago revirou.
Caminhei até mamãe, e choraminguei:
- Estou com dor de barriga! - gritei.
Eu sabia que ela morria de medo de passar vexame no meio da família porque uma vez eu entupi o vaso sanitário e ela teve que desentupir.
- Mas será possível? - disse nervosa.
Mas imediatamente nos despedimos para ir embora. Eu estava no volvo, e vi o João olhando para nosso carro e desviei para olhar para o outro lado.
Meu celular vibrou no meu bolso.
“Domingo que vem vou estar aqui na casa da vó…” ele me mandou por SMS.
Minhas bochechas arderam e a sensação da minha pele nua em contato com o tactel pareceu aguçar alguma coisa dentro de mim.