Valentia ficou muito feliz quando lhe mostrei as cópias dos documentos do imóvel. Ela se emocionou ao ler os papéis e, ao me devolver, me deu um abraço apertado. Disse que seria eternamente grata pelo que eu tinha feito por ela. Eu disse que tinha certeza de que ela faria o mesmo por mim, pois conhecia seu coração enorme. Ela perguntou quanto eu havia pago pelo imóvel e eu respondi.
Val— Amor, não sei como, mas vou te pagar centavo por centavo se você não quiser ser minha sócia.
Nora— Estive pensando sobre essa sociedade logo depois que Milena me deixou os documentos aqui, e tenho interesse sim. Eu amo aquele lugar, tem tudo a ver comigo. Seria legal ter algo para fazer além de pintar. Mas, se você realmente quiser, não quero que se sinta obrigada só porque eu comprei o imóvel. Se preferir continuar como a única dona, eu te alugo pelo mesmo preço que você pagava antes.
Val— Amor, eu quero muito ter você como sócia. Você pode me ajudar muito lá. Para mim, podemos abrir essa sociedade agora mesmo.
Nora— Tudo bem, mas tem uma condição.
Val— Qual? Demitir a Donna?
Nora— Até que seria uma boa ideia, mas não é isso. Nunca te colocaria contra a parede assim. É que eu quero que a divisão seja; 40% para mim, e você fica com 60%. Se você aceitar, eu topo.
Val— Por que não ser meio a meio? Seria mais justo.
Nora— Na verdade, não seria. A galeria, que pertence a você, tem um valor maior do que o imóvel. Então, o justo é que eu tenha uma porcentagem menor. Além disso, assim você não perde o comando; você sempre terá a última palavra. Você lutou muito para realizar o sonho da Isabel, então não seria justo eu chegar agora e ficar com a metade de tudo. E não vamos mudar nada; a galeria continuará no seu nome e o imóvel no meu.
Val— Acho que entendi. Você está pensando no futuro, não é?
Nora— Sim, amor. Mas, por favor, não me entenda mal. Não sabemos o que vai acontecer no futuro. Quero muito ficar com você o resto da vida e acredito que isso vai acontecer, mas se, por algum motivo, nosso amor acabar, podemos encerrar a sociedade e cada uma fica com o que é por direito, seu.
Val— Só me promete que, se algum dia terminarmos a sociedade, você não vai me expulsar do imóvel.
Nora— Nunca faria isso. Se terminarmos, eu te alugo o imóvel, prometo. Mas farei de tudo para que essa sociedade nunca acabe e que nosso amor dure o suficiente para vivermos juntas pelo resto da vida.
Val— Obrigada, amor! Eu te amo muito e farei de tudo para que seja exatamente assim. Não quero te perder nunca.
Valentina me beijou com carinho, um beijo suave e cheio de afeto. Quando se afastou, olhou nos meus olhos, mas seu olhar estava diferente, mais intenso. Logo, ela voltou a me beijar com mais vontade, sua língua invadindo minha boca enquanto suas mãos puxavam meu corpo para mais perto. Quando percebi, ela já estava beijando meu pescoço e uma de suas mãos apertava meus seios. De repente, ela se afastou e se levantou. Ficou de pé na minha frente e foi tirando seu blazer, sua camisa social, levantou a saia até a cintura e por fim, tirou sua calcinha. Eu fiquei ali, admirando aquela mulher maravilhosa se despindo diante de mim.
Ela se ajoelhou no sofá, com um joelho de casa lado das minhas coxas. Voltou a me beijar, segurou o meu pulso e o levou até entre suas pernas. Comecei a acariciar sua intimidade, ela gemeu dentro da minha boca e mordeu os meus lábios. Eu já sentia sua umidade em meus dedos, então comecei a massagear seu clitóris. Ela envolveu seus braços em torno do meu pescoço, levantou um pouco seu tronco e puxou meu rosto em direção aos seus seios. Comecei a sugar seus mamilos, brincando com minha língua ao redor deles. Os movimentos do seu quadril aumentou e deslizei dois dedos para dentro de sua intimidade, totalmente úmida. Ela gemeu alto e comecei um movimento de vai e vem com meus dedos.
Ela soltou um pouco do peso do corpo, prendendo minha mão entre suas pernas. Seus movimentos ficaram mais intensos e meus dedos entravam e saíam, enquanto seu clitóris deslizava na palma da minha mão. Minha boca chupava seus seios, revezando entre um e outro. Seus gemidos estavam descontrolados e seu corpo se movia intensamente sobre o meu colo. Senti sua intimidade se contrair em meus dedos, acompanhada dos primeiros tremores do seu corpo. Ela me abraçou com mais força e eu ouvia seus gemidos roucos no meu ouvido. Seu corpo teve espasmos fortes e seus líquidos escorriam pelos meus dedos. Seu orgasmo foi longo e ela ficou o tempo todo agarrada a mim. Eu ouviasua respiração pesada e sentia as batidas do seu coração contra meu peito.
Assim que ela se recuperou, soltou nosso abraço e me deu um beijo gostoso. Agora, um sorriso lindo iluminava seu rosto. Sua alegria parecia ter voltado, e se ela estava feliz, eu também estava.
Depois de um tempo, ela saiu do meu colo e se ajoelhou sobre o tapete, entre minhas pernas. Deslizou suas mãos por baixo do meu vestido e puxou minha calcinha. Levantei um pouco o corpo do sofá para facilitar. Ela segurou minhas coxas e puxou meu corpo para frente. Meus quadris estavam fora do sofá e, com o movimento, meu vestido subiu, expondo minha intimidade. Ela não perdeu tempo e começou a me chupar de forma deliciosa. Sua língua explorava minha intimidade com maestria. Eu só conseguia gemer e pedir mais. Ela fixou a boca sobre meu clitóris e senti seus dedos me penetrando. Sua língua e lábios brincavam com meu clitóris enquanto seus dedos aumentavam a velocidade. Eu gemia descontroladamente, meu corpo se contorcendo de prazer. Meu orgasmo chegou forte e intenso. Mais uma vez, ela me levava aos céus com sua boca deliciosa e seus dedos atrevidos.
Após aquela sessão de sexo inesperado, convidei-a para tomarmos um banho, e assim fizemos. Depois do banho, preparamos um jantar e fomos direto para a cama, conversar e planejar nossos próximos passos. Valentina estava focada em preparar tudo para a exposição. Eu estava intrigada com tudo que aconteceu e queria muito descobrir quem fez meu amor chorar. Eu ainda não sabia por onde começar, mas descobrir quem era a outra pessoa interessada no imóvel parecia ser a chave. Porém, não fazia ideia de como encontrar essa pessoa.
Dormimos cedo naquela noite. Com a paz de volta, o sono perdido nas noites anteriores resolveu aparecer. No dia seguinte, antes de Valentina ir trabalhar, pedi que não comentasse com ninguém sobre a sociedade, pelo menos por enquanto. Como decidimos que não precisaríamos de contrato ou documentos e que nossa palavra era suficiente, não achei necessário contar a ninguém, além de Orlando e Alexia, que com certeza estavam preocupados com o futuro da galeria. Valentina concordou, mas disse que não via a hora de eu voltar a trabalhar na galeria. Eu respondi que provavelmente logo faria isso, já que o trabalho estava finalizado.
Passei o resto do dia em casa, já que era sábado e não tinha aulas nem trabalho. Aproveitei para dar uma geral no sótão, pois logo teria pessoas lá olhando os quadros para autentificá-los. Valentina disse que provavelmente voltaria às quinze horas, mas tentaria voltar antes. Mesmo se ela conseguisse, provavelmente só voltaria bem depois do almoço, então teria muito tempo livre para fazer a faxina.
Terminei a faxina antes do almoço e depois fiquei no sofá da sala, tentando pensar em como descobrir quem delatou Valentina. Mas não tive grandes ideias e até perdi a noção do tempo. Fui tirada dos meus pensamentos pelo som do interfone. Levantei e fui ver quem era. Quando olhei na tela, vi uma senhora de cabelos brancos e muito bem vestida. Ela parecia sozinha, então decidi ir atender no portão.
Abri a porta e fui até o portão. Assim que abri, a mulher pareceu levar um pequeno susto, como se esperasse ver outra pessoa, provavelmente Valentina.
Nora— Boa tarde, no que posso ser útil?
Srª— Boa tarde. Aqui é a casa da Valentina?
Nora— Sim, isso mesmo. A senhora precisava falar com ela?
Srª— Sim, tenho um assunto urgente para tratar com ela. Ela se encontra?
Nora— Não, ela está no trabalho, mas deve chegar por volta das 15 horas.
Srª— Eu pensei que ela já estaria em casa nesse horário.
Nora— Não, ela trabalha quase o dia todo aos sábados. A senhora quer entrar e aguardar ou deixar algum recado?
Srª— Sinceramente, não sei o que fazer. Faltam mais de uma hora para ela voltar e não sei quando terei outra chance de voltar aqui. Acho que deixar um recado não resolveria, já que não tem como ela me encontrar.
Nora— Porque não entra? Posso servir um café ou um chá e fazer companhia até ela chegar.
Srª— Acho que vou aceitar seu convite. Não posso perder essa chance de falar com ela.
Abri o portão e dei passagem para a senhora. Seguimos para a casa e ela olhava em todas as direções durante o trajeto, prestando atenção em tudo.
Assim que entramos, pedi que ela se sentasse e perguntei se queria um chá ou um café. Ela preferiu um copo d'água, e fui à cozinha buscar. Na cozinha, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Valentina avisando que ela tinha visita e eu não sabia quem era. Pedi que ela acessasse a câmera da sala pelo celular para ver quem era. Assim que enviei a mensagem, enchi um copo com água e voltei. Quando cheguei à sala, vi que a mulher fazia o mesmo que no trajeto até a casa: olhava para cada canto. Eu estava muito curiosa em saber quem era ela.
Eu entreguei o copo de água, que ela agradeceu, e perguntou se eu era amiga da Valentina. Respondi que era a namorada dela. A senhora não pareceu se assustar, mas notei uma expressão triste em seu rosto. Perguntou há quanto tempo estávamos namorando e eu disse que era pouco tempo. Ela parecia interessada e quis saber como conheci Valentina. Eu expliquei que foi na galeria, onde trabalhei há algum tempo. Depois que saí, nos reencontramos e percebemos que tínhamos muito em comum, e eventualmente começamos a namorar.
Enquanto falava, percebi que ela estava atenta, sem piscar. Perguntou minha idade, de qual família eu era e, por um momento, eu quase perguntei se ela era a mãe de Valentina, mas sabia que já havia falecido. Falei minha idade e que minha família era do litoral paulista, e que só eu morava em São Paulo. Ela perguntou se morava com Valentina e respondi que sim. Perguntou há quanto tempo e eu disse que há quase um ano, que vim para fazer um trabalho e, mesmo antes do namoro, eu já morava com ela.
Aquelas informações parecia mexer com ela. Ela parecia ter descoberto algo importante e estava prestes a perguntar algo, mas se calou. Eu a incentivei a perguntar o que quisesse, que eu não teria problemas em responder, desde que pudesse. Vi seu rosto se iluminar, mas ela hesitou, talvez não tivesse coragem ou não soubesse se poderia perguntar. Ela acabou dizendo que provavelmente estava sendo muito intrometida por fazer tantas perguntas. Respondi que sou uma pessoa curiosa e à entendia, e não achei que ela estava sendo intrometida.
Aquela senhora era um mistério para mim. Porém uma mensagem de Valentina me esclareceu muita coisa; agora tudo fazia sentido. O fato dela estar olhando cada canto, me enchendo de perguntas e principalmente sua presença ali. Mas eu ainda não sabia exatamente o que ela queria. Resolvi perguntar se ela queria conhecer a casa, assim mataríamos o tempo até Valentina chegar. Ela aceitou na hora, e eu já imaginava que ela aceitaria, já que parecia bem interessada em conhecer tudo.
Primeiro, levei-a até a copa e a cozinha. Ela prestava atenção em tudo e perguntou o que havia atrás da porta no fundo da cozinha. Eu não vi necessidade de mentir e disse que era onde ficava o computador com o monitor das câmeras de segurança da casa. Ela apenas respondeu que entendia, provavelmente em sua casa tinha algo parecido.
Chamei-a para conhecer o restante e mostrei meu quarto. Eu não dormia mais ali, mas era onde deixava minhas coisas. Depois, mostrei o quarto de Valentina e, por fim, levei-a ao escritório dela. Ali, eu saberia qual era o objetivo daquela mulher ao visitar Valentina.
Assim que entramos no escritório, vi algo que ficará marcado para sempre na minha memória. Aquela visita com certeza impactaria a vida de duas pessoas, e para ser sincera, impactaria a minha também.
Continua…
Criação; Forrest_Gump
Revisão; Whisper
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