2 - Lucas e Marina: A Aceitação Relutante dos pais

Um conto erótico de Irmão que não resiste
Categoria: Heterossexual
Contém 671 palavras
Data: 25/11/2025 00:24:31

Dias depois do primeiro flagra, Helena não conseguia dormir. Passava pelos corredores à noite, parava na porta dos quartos, escutava.

O silêncio era pior que qualquer barulho.Numa quinta-feira, depois do jantar, ela chamou Roberto pro quintal. Sentaram nos bancos de madeira, cerveja na mão, e ela desabou: -Eu vi de novo, Roberto, terça, entrei no quarto do Lucas e… eles estavam juntos. De novo.

Roberto ficou pálido.

-Você tem certeza.

- Eu vi o nosso filho encima da nossa filha, Roberto. Tenho certeza.

Ele passou a mão no rosto, respirou fundo.E o que você quer fazer? -Eu queria gritar, queria mandar um embora, queria esquecer… mas não consigo. São nossos filhos. Eu não aguento a ideia de perder nenhum dos dois.

Roberto ficou calado um tempo longo. Depois disse, voz firme: -Então a gente vai ter que aprender a conviver com isso… mas com regras claras. Eu não vou ser o pai que finge que não vê e deixa rolar bagunça. Se é pra aceitar, vai ser do meu jeito.

Na sexta-feira seguinte, Helena e Roberto combinaram de dormir na casa de amigos como eram acostumados a fazer há tempos. Só que, na metade da noite, os amigos ligaram: o filho deles passou mal, a casa virou hospital improvisado. Eles voltaram pra casa em silêncio, sem avisar ninguém, entraram pela porta dos fundos e ouviram tudo outra vez. Dessa vez não entraram no quarto. Ficaram no corredor, parados, ouvindo Marina cavalgar o irmão, ouvindo os gemidos, os -eu te amo sussurrados. Desceram de volta, sentaram na cozinha no escuro.

Na manhã de sábado, antes de Lucas e Marina acordarem, Helena preparou o café. Quando os dois desceram, ainda de pijama, sentaram-se à mesa sem saber o que esperar.

Roberto foi o primeiro a falar, voz calma mas inegociável: -Sentem. A gente sabe de tudo. Vamos conversar. -Voltamos ontem mais cedo. Vimos e ouvimos tudo de novo. Marina ficou branca. Lucas abriu a boca, mas não saiu som. Roberto continuou: -Eu e a mãe de vocês conversamos a noite. A gente decidiu que não vai mandar ninguém embora por enquanto. Não vai ter escândalo. Vocês já são adultos mas a casa é nossa, e vocês moram aqui. Roberto continuou, olhando fixo nos olhos dos dois: Tem que respeitar nossas regras, ouçam bem:

Só acontece quando a gente não estiver em casa ou quando estivermos dormindo com a porta trancada.

Nenhum barulho que a gente possa ouvir. Nenhum.

Nunca, em hipótese alguma, isso sai dessa casa. Se vazar, acabou na hora.

Vocês mantêm a vida normal lá fora: faculdade, trabalho, amigos. Porque se isso aqui virar o centro da vida de vocês, vai corroer tudo. Vai virar veneno. Vai acabar com a cabeça de vocês, com o futuro de vocês, com tudo que ainda podem ter. E quando isso acontecer (porque uma hora acontece), eu já avisei. Não vou ter pena, não vou consertar. A responsabilidade é de vocês.

Se algum dia essas regras forem quebradas, eu mesmo acabo com isso de um jeito que vocês não vão gostar. -Entenderam?

Lucas e Marina assentiram, sem conseguir olhar nos olhos dos pais. Helena, voz mais suave, completou: -Eu não vou fingir que entendo ou que aprovo. Mas eu amo vocês dois mais do que qualquer coisa. Então a gente vai aprender a viver com isso. Só peço que sejam cuidadosos… e felizes, do jeito de vocês. Roberto finalizou, levantando da mesa: -Pronto. Assunto encerrado. Agora vão tomar café e arrumar essa casa. E a partir de hoje, quando a gente sair, a gente avisa se pode voltar mais cedo ou não. Sem surpresas. Ele saiu da cozinha primeiro. Helena deu um beijo na testa de cada um, como fazia quando eram crianças, e foi atrás do marido. Lucas e Marina ficaram ali, sozinhos à mesa, olhando um pro outro.

Um sorriso pequeno, quase aliviado, nasceu nos dois rostos. A partir daquele dia, eram tecnicamente namorados.

Os pais saíam, avisavam se podiam voltar ou não.

E Lucas e Marina, pela primeira vez, tinham permissão.

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