Nahual

Um conto erótico de Edwin Bittencourt
Categoria: Heterossexual
Contém 2732 palavras
Data: 24/11/2025 18:48:17

Um indivíduo está adormecido e, de repente, acorda no meio da grama. Ao levantar, contempla a visão primaveril à sua volta e o som do vento e dos pássaros, que lhe trazia uma sensação de paz. No centro de sua visão havia uma casa de taipa. Ele caminhou em direção a ela guiado por um cheiro familiar: cheiro suave de fogão a lenha e um cheiro forte de tempero. Essa casa e o cheiro fazem ele sentir um sentimento de nostalgia.

Ao entrar na casa, ele encontra a figura de uma anciã em um vestido florido e com um lenço cinza em sua cabeça. Ela aparentava ter uma idade bem avançada. Estava em frente a um fogão de lenha. A anciã o recebe com um sorriso, dizendo:

— Você chegou cedo, meu filho... Sente-se!

Ele se sente estranho ao se sentir pequeno em frente à anciã, e ele a identifica como sua avó, e antes de se sentar ele chega perto dela, pega sua mão e a beija, dizendo:

— Bença, vó!

A senhora coloca a sua mão atrás da cabeça do menino, a puxando para um beijo em sua testa, e o olha em seus olhos e diz:

— Pode sentar, meu filho!

Ele sente algo estranho; ela parece sua avó, mas tem algo em sua ‘silhueta’, a energia que ela passa de algo que atraía a sua curiosidade, mas que traz um certo temor. Ela parecia sua vó, sentia ser, mas, ao mesmo tempo, não. Ele se senta em uma cadeira em uma mesa de madeira naquela cozinha e a observa mexendo nas panelas e pergunta:

— Vó... Você é mesmo minha vovó?

Ela ri para ele e responde:

— Sou aquilo que seu coração reconhece antes de sua mente aceitar!

Sentiu algo profundo dentro dele, mas ele não conseguia trazer à sua mente de forma cognoscível. O que ele conseguiu trazer somente foi:

— Não sei por quê, sinto saudade de você... Tanta saudade!

— Essa sua saudade é o amor voltando de volta para casa, meu filho.

Ela, após falar, entregou um prato de comida. Era pirão d’água. Ele adorava o cheiro. Começou a bater em seus olhos uma emoção. Ao colocar a comida na boca e sentir o gosto, as portas se abriram para essa emoção sair. Mas logo chamou a atenção um som de miado. Um gato entra pela porta, vai até seus pés e sobe no seu colo, ronronando.

— Frajola? O que você tá fazendo aqui?!

Ele o acariciava enquanto ronronava, e o gato levantava a cabeça para receber carinho abaixo do queixo.

— Meu filho, venha aqui! — a senhora chamava.

A anciã chama, sentada em uma cadeira de madeira ao lado da porta, mas ele sente que ela chamou o gato, e não ele. O Frajola logo se levanta e anda em direção a ela. Ele se deita em seu colo, onde ela faz um carinho nele. Logo ele olha para seus olhos, levanta em seu colo e ela abaixa para falar algo em seu ouvido, apontando para trás de mim.

Olho para trás e vejo uma parede, cheia de marcas. Vejo o gato indo até lá. Ele apoia as patas em um espaço da parede e começa a arranhá-la.

— Vó... O que ele tá fazendo?

— Ele está deixando sua marca ali… Logo será você.

— O quê? Não entendi!

O gato depois volta para o colo da anciã e se deita. O neto olha, mas volta a olhar para a parede e levanta em direção a ela, mas escuta um miado que toca algo dentro dele, e ele começa a chorar de novo. Ele vira para sua avó, mas o gato não está mais lá.

— Vó… Onde ele foi?

— Voltou para onde veio. Não chore, meu amor! Deite-se um pouco… Tem uma rede lá fora para você deitar. A vovó vai pegar lenha lá fora, tá bem?

— Tá! Mas… você não quer ajuda, vovó?!

A avó sorri e diz:

— Não… Você precisa descansar.

Estava pronto para responder, insistindo, mas ao olhar nos olhos da avó ele sentiu que tinha que aceitar.

Ele vai para fora e deita na rede. Ao deitar e fechar os olhos para descansar, aparece uma luz em cima dele. Ele olha para cima, mas a luz é cegante, e vê passando o rosto de um oriental que projetava essa luz de suas mãos. Escutou vozes de cima dessa luz:

— Os olhos estão abertos… — voz feminina.

— Dois, três… — outra voz feminina.

— Ele rejeitou o respirador! — voz masculina.

— Ele tava deitado e calmo! — voz aflita e angustiada feminina.

— Quero que apliquem 4 mg de Ativan. — voz masculina.

— Ele continua rejeitando! — voz feminina.

— Carlos! Meu filhinho! Pelo amor de Deus! — voz feminina desesperada.

— Vamos saiam! É melhor que vocês não vejam… — voz masculina.

O neto acorda no susto após isso e cai da rede. Escutou risadas do que parecia ser uma garota. Ela estava carregando lenha em seus braços. Ele pergunta:

— Onde ela tá?

— Você tá procurando alguém? — ela pergunta dando um sorriso.

— Minha vó. Ela tava por aqui agora pouco.

— Mas ela tá aqui ainda! — ela diz e solta uma risada — Por que você não levanta?

Ele se levanta, mas sente que está um pouco maior. Ao olhar para ela novamente, ele repara como a moça é linda. Vestida com um vestido florido e com o cabelo amarrado em um rabo de cavalo. O vestido expunha suas pernas, e andava descalça. Ela tinha uma aura de pureza em sua silhueta, mas sentia aquele mistério e a ansiedade de sua avó. Ela lembrava…

— Você parece minha irmã.

— Mas sou sua irmã! — ela ri.

— Como assim? Não entendendo!

— Seu coração entende…

A garota deixa a lenha na frente da porta. Logo após, ela tira seu vestido e fica nua. Ela o encara, sorrindo para ele. Ele sente uma pulsão de desejo dentro de si. Na hora em que ele sentiu isso, ela ficou ruborizada e saiu correndo pelo campo para dentro da floresta. O irmão pega seu vestido e o cheira. O odor do vestido era inebriante e o deixou com uma pulsão de excitação, o que o fez correr atrás dela mata adentro com o vestido nas mãos.

Correndo um pouco, escuta o som de água corrente; ele se guia por esse som. Ao se aproximar do pé de uma cachoeira, encontra a garota em pé, jogando água em seu corpo de costas. Quando ela se agachou e ficou de quatro para pegar água, ele pôde ver suas partes de baixo expostas.

— O que você tá olhando? — ela falou, rindo.

Ficou com vergonha do que ela disse. A menina largou a água em suas mãos e se sentou à beira da água.

— Fica assim não, bichinho! Eu te amo! Não tenha vergonha!

Ele se sentiu melhor depois do que ela falou. Ela abriu as pernas, o provocando. A visão o chocava de tanta beleza e sensualidade. Sentiu que devia se despir. Ficando nu, foi em sua direção, novamente de pau duro. Quando estava quase chegando perto, ela levanta em um impulso de correr para dentro da água em gargalhadas. Isso o atiça, e ele corre e a agarra por trás, mas os dois caem dentro da água.

Os dois voltam para cima, nadando. Ele agarrou o corpo de sua irmã, onde os peitos apertavam seu rosto. Peitos médios e macios. Ele logo os abocanhou, mas a garota o afundou pela cabeça de novo em risadas, onde ele foi para baixo, deslizando pelo corpo dela até sua buceta. Voltando sua cabeça para fora da água de novo, ele ri olhando para o rosto de sua irmã. Ela o abraça, e ele sente o calor e a maciez do corpo dela. Os dois encaram o rosto um do outro, olham nos olhos um do outro. Ele quer se perder dentro daquela garota. A garota o faz sentir-se muito amado e desejado.

Ele a beija intensamente. Desamarra seu cabelo, soltando-o. Agarra seu corpo embaixo da água, onde sente a pulsão e rigidez dele entre suas pernas, a desejando. Sua mão agarra sua bunda com força. Cheirava e alisava seus lábios em seu pescoço. Ele quer fazer amor com ela ali mesmo!

Ela sente que ele queria enfiar seu pau nela. O mergulha de novo e sai nadando para fora do pé da cachoeira. O garoto, ao emergir novamente, escutou vozes vindo de cima.

— Lembro de você pequenininho, todo alegre, correndo para os meus braços… Puxa vida! Você vai ficar bem, Carlinhos! Eles disseram! Todo mundo sabe que você é forte… Como um cavalo! Você vai voltar para mim, né, meu amor?.. Sua família e seus amigos te amam!.. Sabe quando disse para você que… era melhor você ter morrido… Quando você quis sair da igreja?… Lembra quando jogou isso na minha cara… Foi algo horrível para dizer para o meu bebê… Foi um pecado isso que disse... Você vai voltar para cá, né?… Eu amo você! — voz triste e chorosa de uma mulher.

Ao escutar isso, ele sente um sentimento de angústia. Mas logo vê a garota com o vestido nas mãos correndo para dentro da floresta. Sai para fora e corre para pegar suas roupas para vesti-las de novo.

Ele corre atrás, mas não a encontra. Ao chegar ao campo, onde tem a visão de sua casa, ele vê uma mulher arrumando a ombreira do vestido florido dela. Ela tinha cabelos volumosos que iam até seus pés. Seus seios eram enormes e tinha um quadril largo. O vestido ficava bem justo em seu corpo, onde ficava sobressalente uma barriguinha, e a ombreira também destacava seus braços gordinhos. Tinha a aparência de uma mulher madura. Ela se agachou para pegar a lenha em frente à porta da casa. O vestido era curto e, ao ela se abaixar, ele conseguia ver o que ela tinha debaixo daquele vestido. Ao levantar e ajeitar o vestido, ela disse:

— Em vez de ficar aí me olhando, pegue o resto da lenha! Já está anoitecendo. Vai ficar frio!

Foi ajudar, atendendo ao pedido dela. Ela lembrava a garota que estava com ele ao pé da cachoeira.

— Você viu uma menina vindo da floresta, moça? E uma senhora? Ela não chegou?

— Elas estão aqui!

— Cadê? Eu não as vejo!

— O seu coração as vê aqui!

Ele a mediu da cabeça aos pés e a olhou nos olhos. Tinha a mesma aura da avó, mas também de forma diferente, tinha mais mistério e algo muito mais magnético que a sua irmã. De repente, ele, em um impulso, pergunta:

— Mãe? Você é minha mãe?

— Sim… Sou quem te trouxe a esse lugar!

— Quê? Como assim?

— Eu sou a forma para te guiar para o que vem agora… Agora chega de papo e pegue a lenha e traga para dentro!

Ao ver seus braços pegando a lenha ao agachar, podia vê-los mais peludos e fortes. Levantando de novo, ele parecia um pouco mais alto.

Entrando na casa com a lenha, a mãe o via de baixo para cima agora, com um sorriso. O filho, ao sentir o toque da mãe em seu braço, teve um arrepio. Ele a via como sua mãe, mas como mulher ao mesmo tempo; ele começou a desejá-la muito. Sentia o seu perfume! Teve um ímpeto de a pegar pela sua cintura, envolvendo-a em seu corpo. Mas ele logo se afasta, sentindo vergonha e culpa:

— Não se sinta com vergonha, culpa, ou lute contra o que você sente. Aqui, neste lugar, não se segue as mesmas regras do Tonal.

— Eu não entendo o que está acontecendo nesse lugar e comigo… Mas quando eu olho para você algo mexe dentro de mim… Sinto várias coisas, inclusive medo!

— Onde você estava, você aprendeu a nomear. Aqui, no Nagual, você aprende a ver.

— Posso... te abraçar?

Ele a abraça. Nisso, ela coloca as mãos por baixo de sua camisa, em suas costas. O filho sente calor, vertigem, uma sensação de cair para dentro de si. Algo está fervendo dentro de si! Ela diz para ele:

— Você confunde o chamado… No Nagual, tudo atrai, tudo assusta, tudo transforma.

Ele se afasta, trêmulo.

— Você está lembrando da parte que perdeu quando entrou no Tonal. Agora estou te chamando de volta.

Ele tenta falar, mas a voz falha.

— Eu… Sinto que te conheço… Mas ao mesmo tempo não…

— Conhece. Mas não com palavras… Agora deixe seu nome naquela parede.

Ela apontou para a parede onde o gato tinha arranhado antes de sumir.

— Onde o gato arranhou antes?

— Isso! Faça como o gato e deixe seu nome.

— Mas ele não deixou o nome dele, e sim um arranhão!

— Todo ser que cruza o nagual precisa deixar sua marca. Faça como o gato e deixe seu nome aqui.

— Não lembro qual é o meu nome… Estou com medo… — ele hesita.

— Seu nome não é uma palavra, é um gesto.

Com os dedos tremendo, ele encosta as unhas no barro da parede. A superfície é macia, como se o barro estivesse vivo. Ele pressiona e arranha, deixando sua marca.

Quando termina, dá um passo para trás. Ao focalizar sua atenção na parede, algo muda. Ela parece se esticar ao infinito. Ele sente a presença em todas as marcas, como se tivesse incontáveis pessoas o encarando. É como se as marcas respirassem e pulsassem. Uma vibração discreta, um sussurro sem som.

Ele recua ainda mais, tremendo.

— Que loucura! Tive a sensação que… tem gente nessa parede. Como se cada marca… fosse alguém.

— Porque são! Cada risco é alguém que deixou o peso do Tonal para trás.

— E a minha marca?

A mulher se aproxima dele com um abraço. Ela o encara, olhando com seu rosto colado em seu peito. Ele sente o calor do corpo dela, o perfume doce. Ela lhe responde:

— Venha! Tenho um lugar te esperando.

Tem algo hipnótico nela. Ela passa os dedos abrindo os botões de sua camisa. Coloca as mãos em seus peitos, acariciando os pelos do peito, subindo até o pescoço. O toque é leve... mas percorre o corpo inteiro em um arrepio de excitação.

Ela pega em sua mão e o conduz para o quarto. Ela diz:

— Esse quarto já estava pronto desde quando você nasceu!

A mulher o despiu, começando pela sua camisa. Ela desce com as mãos, deslizando pelo seu peito até a sua cintura, puxando a calça para baixo junto com sua cueca. Ela encara sua masculinidade. Desliza suas mãos macias pela sua perna, onde essa masculinidade cresce, apontando aos céus na frente do rosto dela.

As suas mãos tocam esse totem, e ela levanta com a outra, subindo e acariciando das pernas até seu pescoço, atrás de sua nuca, colando o corpo dela no dele. Ele fecha os olhos em êxtase e, ao abrir, ela já estava nua. Sentindo a pele dela em seu corpo, o calor dos seios dela contra ele.

Ela o solta e sobe em cima da cama. Ela abre bem as pernas, coloca as mãos repousando em sua virilha e diz:

— Vem! Vem para o lugar de onde você veio… Quero sentir você dentro do meu ventre, meu filho!

Ele pula em cima dela com esse chamado. Ele penetra o mistério revelado e exposto a ele. Sentia muito prazer ao penetrá-la; cada vez que ele se aprofundava nela, estava mais perto de um êxtase que nunca sentiu... Algo sem igual! Sentia-se abraçado e amado. Sentia que estava perto de se amalgamar com sua mãe em um prazer sem igual.

— Derrame-se todo na mamãe, meu filhinho! Vou ficar muito feliz em receber você todinho em mim!

Estava prestes a gozar em um êxtase estupendo… Até que escuta vozes o chamando:

— Nós te amamos, meu filho! — uma voz como a da mãe em sua frente o chamava ao longe.

— Não nos deixe, irmão! — escuta a voz da garota que estava mais cedo.

A mãe à sua frente fala:

— Vamos, filho!

— Estou com medo, mãe!

— Não tem por que ter medo, você tá quase lá… Eu sinto você pulsar, sinto que você quer!

Ele estava se entregando novamente ao momento… Quando estava quase na exaltação, um abraço do êxtase absoluto, como se tudo se apagasse à sua vista, ele escuta:

— Não vai, Carlinhos, por favor! — escuta novamente no ar, uma voz como a de sua mãe em sua frente.

LUZ. Som de algo apitando ficando cada vez mais alto e nítido o som.

— Por favor, irmão! Não nos abandone! Nós amamos você!

— Filho!.. Os olhos dele estão abrindo!

— Minha nossa senhora, obrigado! Meu irmão… Obrigado!

FIM

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Foto de perfil genéricaEdwin BittencourtContos: 25Seguidores: 22Seguindo: 12Mensagem Sou um autista amante do erotismo. Amo todas as formas de arte, mas acima de tudo amo as mulheres. Gosto de histórias sexuais mais leves. Gosto de tornar o erotismo algo lúdico, longe do drama e da tragédia. Não que eu não goste de algum drama, mas este não pode sobressair e transformar o erotismo em algo trágico.

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