Rebuceteio, um termo da comunidade lésbica que se tornou normal no mundo LGBTQIA+, veja é a ideia básica de que em um círculo Queer delimitado por um ambiente ou grupo de convívio, todo mundo já pegou todo mundo, é inevitável, principalmente em lugares como faculdade, ou cidades pequenas.
Meu nome é Dani, eu sou uma pessoa Queer, gosto de ser tratada no feminino, mantenho um visual bastante andrógeno e recentemente comecei a fazer o tratamento com hormônios, eu sou uma garota bastante feliz, quem me conhece de outros contos sabe que eu sempre fui uma menina, mesmo antes de tudo isso.
Sou uma indiazinha de cabelos cacheados, os olhos e cabelos negros, bem escuros sendo um charme a pele clara, mas com facilidade de se bronzear no sol, ficando com um tom que deixa obvio minha ascendência indígena, além dos olhos puxadinhos.
Olhos puxadinhos que sempre me fizeram ser confundida com oriental e as vezes preciso explicar que não sou…
Eu estava na faculdade, quem leu meu último conto, sabe como saí brigada com meus pais de casa, ao mesmo tempo que eu senti isso, que eu fiquei chateada, me considerei traída, eu também estava me sentindo livre para ser quem eu quero, quem eu nasci para ser.
Claro, com pouco mais de um ano de faculdade, no 3° semestre eu já conhecia toda a comunidade lgbt, saíamos juntos, íamos para as mesmas festas, fazíamos as nossas festas, uma pessoa em especial me encantava, Teodoro, aquele cara era lindo, alto, magro mas em forma, ele era… Fascinante.
Na primeira festa que estávamos juntos, ele já se soltou comigo, o beijo aconteceu tão naturalmente, que eu nem sei como explicar o que aconteceu, as conversas viam fácil, a amizade mais fácil ainda, eu que sempre tive uma amizade meio flerte com meus amigos, héteros, agora tinha uma amizade flerte aberto com o amigo bi.
Teodoro era legal, era gentil, a gente se ajudava nos trabalhos, ele me ajudava não sofrer muito bullying, quando eu ficava assustada pela postura de alguém, porque isso sempre acontece, quando você é muito delicada, as pessoas, as vezes tendem a querer se impor, algo que minha vida toda já me acostumei, para quem leu meus textos….
Mas no geral, a gente só ficava de vez em quando, Téo, preferia garotas e eu sempre tinha algum esquema nas festas, as vezes olhava ele com as meninas escolhidas e ficava vendo a distância, enquanto esperava minha oportunidade, ele sempre era tão, bonito e tão interessante enquanto flertava.
Geralmente ele me puxava para conversar, sempre pedia conselho sobre as meninas, principalmente quando ele estava super interessado, mas tinha uma específica que ele nunca conseguia chegar nela, Beatriz, uma mulher linda, uma morena jambo, ela era inteligente e atrevida.
Beatriz era minha melhor amiga, ela era perfeita em tudo, me ajudava com várias coisas, me ajudou a entender melhor maquiagem, me ajudou a me maquiar, escolher roupas, eu amava passar muito muito tempo com ela, porque ela gostava de coisas muito parecidas com as que eu gosto.
Logo ele me pediu para ajudar… Bia também estava passando por problemas, ia ser bom para ela, porque ela realmente, estava querendo ter alguém… Embora, eu estivesse desconfiada, que o que ela queria era outra garota.
Ele queria muito ficar com ela, eu comecei a conversar com ela sobre o assunto, fiz minha parte de amiga de ambos, havia uma festa na casa de um amigo em comum, um apartamento, no dia da festa estávamos todos lá, eu sentia meus dois melhores amigos, se aproximando, estava fumando um cigarro com um copo de um drink super doce na mão.
A festa estava divertida, mas meu par havia faltado e de repente me vi pensando no César, me vi pensando no meu passado, eu olhei pela janela e sorri, fui dançar, mas isso também não estava realmente dando conta, eu sentia algo estranho naquela noite, algo não se encaixava.
Mas olhei e vi os dois conversando, Bia e Téo, os dois conversando rindo e se tocando, ria e um toque, a intimidade, naquele momento, me deixou sei lá, bateu uma bad, resolvi sair, lembro de alguém da festa me perguntar, onde eu ia e eu disse algo como, “Preciso respirar.”, apontei para o teto e saí, olhei para o elevador e apertei para subir, fui direto lá para cima.
Eu cheguei lá, acendi um cigarro olhando para o mar de luzes da cidade sentindo as lágrimas escorrendo no meu rosto, sem entender, estava me sentindo super sozinha, sei lá, sabe quando tudo bate errado, quando o mundo parece estranho e você não sabe explicar, quando você não consegue entender o que dói.
Era como eu me sentia, era como eu estava olhando aquelas luzes, quando escuto o Téo atrás de mim.
“Dani tudo bem?”, eu olho para ele e faço que sim com a cabeça, limpando as lágrimas, eu estava usando um shortinho curtinho e folgado de tecido ultraleve, uma camiseta, toda de preto para a festa de halloween e ele de jeans justo e uma blusa leve de mangas cumpridas e gola alta, parecia um vampiro de cinema.
“Porque está chorando Dani? Posso ajudar?”, faço que não com a cabeça, nem eu sabia o que doía como ia explicar para ele, “Sei lá Téo, realmente não sei.”, ele tenta mudar o assunto para me animar possivelmente, “Você sabia que a Bia só gosta de mulher…”, eu olho para ele por alguns segundos.
“Não mais desconfiava.”, ele faz que positivo com a cabeça e acende o cigarro, “Pois é, me surpreendeu, uma gata, uma pena.”, “Ela está no direito dela Téo, nem todo mundo fica em cima do muro.”, “Porra que porrada Dani não precisa ser assim também.”, eu dou risada, enxugando as lágrimas.
“Não falei mentira.”, ele fica um pouquinho incomodado, mas aceita que eu não estou de bom humor, eu respiro fundo acendo outro cigarro, ele sorri de novo, seu sorriso é tão lindo, “Sabe quem puxou assunto comigo?”, eu olho curiosa, “A Estela de outro dia.”, eu sinto algo como um incêndio dentro de mim. “Téo eu vou embora.”, jogo o cigarro do outro lado do prédio e sai andando caminhando rápido.
Entrei no elevador, com novas lágrimas surgindo ele tenta me alcançar falar alguma coisa não escuto, o elevador já chega no andar da festa, eu entro rápido as pessoas estranham, eu estou pegando minhas coisas quando ele chega, tão rápido, que ele não esperou o elevador, ele desceu 5 andares voando pelas escadas.
“Dani o que está acontecendo?’, ele tenta me segurar o pulso eu não deixo, “Nada Teo, eu estou bem…”, ele olha para mim meio desconsertado, “Poxa Teo, eu só ia te pedir um conselho, não sabia que você estava tão sensível.”, eu paro, pego uma bebida no balcão, tentando me conter. “Você sempre me ajuda maninha, porque você enten…” ele não termina porque eu grito.
“EU TE AMO PORRA!!!”, sinto que não consigo conter as próximas lágrimas… “Eu te ajudo porque te amo.”, aquilo era uma surpresa até para mim, eu não tinha reparado isso até ver ele com a Bia, ele para olhando para mim, por um tempo, olhando nos meus olhos, aí ele sorri e se aproxima.
Eu baixo a cabeça, não queria ter gritado, ele me puxa pelo pulso, para fora, para sentarmos nas escadas, ele me senta e se senta do meu lado, me oferece um lencinho de papel e depois um copo de bebida enquanto me vê chorando, esperando do meu lado, me dando carinho.
“Porque guardou isso sozinha?”, “Eu não sei, ficar com você é uma coisa, mas namorar com você, não sei se é o que quer, você só fala comigo de mulheres e…”, ele me silencia colocando o indicador nos meus lábios cor-de-rosa, assim como as minhas unhas, a indiazinha de shortinho e blusinha com uma sandália de salto.
“Você não pode se machucar assim só porque gosta de alguém.”, eu viro minha bebida, já esperando a inevitável rejeição , “Mas podemos tentar, eu adoraria ser seu namorado.”, eu olho para ele com os olhos brilhando arregalados, nem consigo conter meu sorriso, muito menos as lágrimas agora que estou feliz.
“Mas…”, eu tento e ele sorri, “Sem mas senhorita, você deveria ter me dito antes, não deveria ter machucado seu coração só para me agradar.”, “Mas você parecia feliz.”, a resposta dele me quebra, “E agora me sinto culpado.”, “Não por favor não sinta. Eu não quero que você se sinta mal por minha ca….”, não termino a frase porque sou beijada, ele segura minhas mãos para me impedir de me afastar.
Me rendo beijando sua boca com carinho e urgência.
Me entrego ao beijo e logo já estou sorrindo, “Dani.”, ele não termina não precisa, levantamos e voltamos para a festa como namorados, não sabia se ia dar certo, não sabia se funcionaria, não sabia quanto tempo duraria, mas quando chegamos na festa ele me puxou para a pista.
Dançando, ele me pôs para dançar para ele, era um funk que estava tocando então sorri sacana, dançando para ele, quase esfregando meu corpo no dele, ele sabe as regras, não encostar, só curtir, enquanto eu rebolava para ele, sentava direitinho para meu namorado, procurando os olhos dele, procurando e encontrando seu olhar de apreciação e incentivo.
No final ele me agarrou com força por trás, até escuto uma piadinha de um dos meninos amigos, “Vão para o quarto.”, ele segura minha mão sem deixar eu descruzar os pulsos e morde minha orelha de leve me arrancando um suspiro de prazer, antes de sussurrar no meu ouvido, “Que seja eterno enquanto durar amor.”... E eu respondo, “Que seja eterno enquanto durar meu amor.”...
No final essa tinha sito minha maior prova de amor para ele, estar lá, até ele olhar para trás…
========= ......FIM...... ========
É isso povo, por favor votem, comentem, mesmo que seja para me xingar. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Sim eu sei não teve sexo hoje, faz parte, estou mais romântica no momento, a série que estou escrevendo mexeu um pouquinho comigo e não quero colocar sexo em todos os contos, espero que ainda assim, apesar do defeito vocês gostem. :P
Amo vocês.
