MAGNÓLIA (II)

Um conto erótico de ClaudioNewgromont
Categoria: Heterossexual
Contém 828 palavras
Data: 23/11/2025 18:50:19
Assuntos: Heterossexual

Diz-se – e não há de ser sem razão – que a roupa define o que a pessoa representa ser naquele instante. Assim, não há múltiplas representações quando se está sem roupa. Magnólia, que chegou a mim como a tiazona simpática, feliz, a mãezona bondosa, enfiada em suas roupas retas e compridas, e que a mim parecia mesmo assexuada, foi aos poucos se me revelando diferente, à medida que as peças de roupa diminuíam sobre o corpo.

Quando, na tarde da sexta-feira, ela me aparece na varanda, onde eu dormitava embalado pela deliciosa rede, ela me aparece unicamente com o short folgado do baby-doll, meu próprio corpo inteiro reagiu de desejo: era agora uma mulher madura, mostrando-se uma Vênus insinuante, sensual – mas não premeditadamente, com naturalidade.

Pediu espaço e sentou-se na rede em que eu estava, e enquanto se acomodava, a perna larga do short de seda mostrou-me estar sem calcinha. Eu não sabia mais como disfarçar meu tesão, e resolvi deixar minha rola se manifestar livremente em sua rigidez, já que ela parecia também não ligar para meu membro teso.

Assim ficamos, arrumados na rede, um para cada lado, conversando assuntos diversos, uns puxando os outros, até que uma nesga de sol atravessou a folhagem da árvore em frente e se arrojou exatamente sobre seu rosto. Magnólia fazia insistentes movimentos com a cabeça, para se livrar do incômodo provocado pela réstia de luz, sem muito sucesso. Então, sem qualquer sinal de insinuação, remexeu-se e veio para o meu lado da rede, nossos corpos imprensados um ao outro e a cabeça dela sobre meu peito, a rigidez da minha rola roçando a lateral de suas nádegas, totalmente expostas pela suavidade do tecido e os movimentos naquele exíguo espaço.

Eu me sentia um adolescente, junto do meu amor platônico. Experimentava o sangue feito lava vulcânica nas veias, ouvindo-a dissertar sobre a luz solar, e sabendo que eu nada conseguiria falar sem tremer a voz e entregar minha ansiedade. Eu pensava não ser mais capaz de sentir essas coisas, depois de tanto tempo rodado pela vida. A experiência, entretanto, avisou-me que atingíramos a fronteira do platonismo – óbvio estava que nossos corpos ardiam-se um pelo outro.

Assim, quando o silêncio se fez, mortos os assuntos tratados, ela levantou os olhos para os meus e o tempo parou naquele mútuo olhar, mais eloquente do que qualquer ode de amor. Magnólia arqueou-se levemente e nossos lábios se encontraram. Represa rompida, nada mais nem ninguém a continha. Nossas bocas de devoravam, nossas línguas se misturavam, nossos corpos queimavam-se na fricção dos movimentos cadenciados. Magnólia girou o corpo sobre o meu e senti seus seios esmagarem-se contra meu corpo. A ânsia que tomava conta de nós naquele momento não tem como descrever nem narrar. Nossas mãos multiplicavam-se, sedentas de carinho. Senti, em determinado momento, minha rocha roçando o alagado de Magnólia e um movimento mais incisivo levando-a para dentro da caverna encharcada daquela mulher.

Já fizeram amor numa rede? Eu nunca, até então. É algo inusitado. Ao mesmo tempo em que o grosso tecido parece agasalhar os corpos, na movimentação algo sem controle da foda, é preciso tomar cuidado para não perdermos o equilíbrio (e como se pode cobrar qualquer equilíbrio num momento de tão intenso furacão?). Torcer também para os punhos não cederem e os corpos virem ao chão. Essas coisas passavam num átimo em minha mente em tumulto, até que, entre gemidos gradativamente mais altos, gozamos intensamente, quase ao mesmo tempo.

A agitação das batidas cardíacas, o ofegante da respiração entrecortada, o calor de nossos corpos agarrados foi criando um clima de paz inédito. Não havia culpa nem arrependimento. Havia paz apenas. Magnólia repousava a cabeça sobre meu peito, de olhos fechados, enquanto a rede de leve se balançava, ainda pela inércia da energia dos movimentos de há pouco.

– Sabíamos que iria dar nisso, não? – A voz de Magnólia estava rouca, mas carregada de diversão.

– Não sei exatamente a partir de que momento, mas, sim, meu corpo passou a desejar o seu loucamente, e eu já não sabia como isso poderia se dar. – Fui honesto na resposta.

Magnólia me surpreendeu:

– Soube que queria você em mim na primeira olhada que dei para sua rola desnuda. E não falei antes porque ainda estava organizando meus pensamentos sobre a naturalidade do nudismo sem sexo; eu queria me mostrar madura e disfarçar meu desejo o quanto pudesse. Você me pareceu tão na sua, tão respeitoso, que me intimidou.

Eu a ouvia atentamente:

– Até que decidi experimentar a gradativa nudez. Além de me dar segurança, sabia que isso o provocaria ao limite o seu respeito. Dois coelhos, uma cajadada.

Que mulher extraordinária! Como alguém inteligente, perspicaz é tão atraente, tem tanto tesão!!! Eu já me sentia completamente enredado (trocadalho dum carilho!) por aquele corpo, aqueles seios e coxas, aquela buceta, aquela bunda, mas principalmente por aquele cérebro. Não falamos mais muito, e o embalo discreto da rede fez-nos dormir um sobre o outro, bafejados pela brisa suave da tarde...

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