Capítulo 3 - Vestiário

Um conto erótico de Michel Ress
Categoria: Gay
Contém 2597 palavras
Data: 23/11/2025 18:20:36
Assuntos: Amigo, Amor, conto, Gay, Pai, romance

Depois de ficar vários minutos mergulhando e brincando como uma criança feliz por ver o mar, como sempre fazia quando íamos à praia, Higor parecia completamente à vontade.

Voltamos para casa. Assim que chegamos, ele correu na frente, abriu a geladeira e pegou outra cerveja, virando de uma vez só.

— Meu filho, devagar. — Kaio o alertou.

— Relaxa, pai. Bebe uma com a gente.

Higor abriu novamente a geladeira, pegou mais duas latas e nos entregou.

O calor estava intenso, e eu realmente sentia sede. A cerveja gelada caiu bem, amenizando o calor e o sal ainda grudado na pele. Kaio, ao contrário de nós, bebia com calma, em goles espaçados.

Pouco depois, Higor foi para o quarto tomar banho, e ficamos só eu e Kaio.

Fomos para a varanda da casa e nos sentamos para observar o resto do pôr do sol, em silêncio.

Quando abri os olhos, senti que alguém me observava.

Virei o rosto e vi Kaio me olhando.

— É relaxante, não é? — ele disse, com um tom de voz leve, mas carregado de saudade. — Faz anos que não venho aqui.

Eu sabia bem o motivo. As férias que passávamos juntos, quando a esposa dele ainda era viva, eram sempre cheias de risadas e histórias. Até meus pais, que raramente saíam de casa, adoravam vir pra cá e aproveitar aqueles momentos em família.

Fiquei sem saber o que dizer. Apesar de ter acompanhado de perto o luto deles, era a primeira vez que eu via Kaio falar sobre isso — e comigo, ainda por cima. Talvez ele sempre me visse como um garoto, alguém jovem demais pra dividir esse tipo de sentimento.

Mas eu sempre o admirei. Achava impressionante a força dele pra lidar com tudo aquilo, ainda mais com o Higor passando por uma fase tão complicada na época.

— Olha — comecei, com um pouco de hesitação —, eu nunca perdi alguém, então talvez soe arrogante eu dizer isso... Mas sei que não é fácil pra ninguém. Mesmo assim, acho que a gente precisa seguir em frente. Você mesmo me disse há pouco pra aproveitar mais a vida... Então, talvez esteja na hora de seguir o próprio conselho.

Ele me encarou por alguns segundos em silêncio, depois abaixou a cabeça. Por um momento, temi ter falado demais. Mas então ele ergueu o olhar e abriu um sorriso leve, sincero.

— Porra, você cresceu mesmo, hein? — Kaio riu. — Nem parece aquele moleque que jogava bola com o meu filho e, quando caía, vinha correndo chorando pedindo colo pra mamãe.

Ele riu alto, e eu apenas franzi a testa, sério.

— Doía, tá? — rebati. — E seu filho não era nenhum santo. Ele me empurrava de propósito.

Kaio gargalhou, balançando a cabeça.

— Você era bem maior que ele, mas sempre me surpreendeu uma coisa... — ele comentou, pensativo. — Você nunca dedava o Higor pra ninguém. Todo mundo sabia que ele fazia essas malandragens, mas, no fim, você ainda defendia o danado.

Fiquei sem jeito, porque era verdade. O Higor, quando jogava, parecia planejar cada empurrão com precisão — um verdadeiro estrategista do caos.

— Ele sempre foi genioso. — comentei, rindo.

— E como. — Kaio respondeu, tomando mais um gole de cerveja.

Percebi que a minha já tinha acabado.

— Bom, vou tomar um banho. Acho que o Higor já terminou o dele. — falei, me levantando.

— Nem se preocupa. Você sabe que ele até dorme no chuveiro. Ainda bem que eu posso pagar a conta de água. — Kaio brincou.

Suspirei, lembrando das vezes que precisei avisar o Higor com uma hora de antecedência só pra ele não se atrasar.

— Usa o meu banheiro. — disse ele, apontando com o queixo.

— Não precisa, eu espero a donzela sair do banho.

— Sério, vai lá. Essa casa tem dois banheiros por algum motivo.

Fiquei um pouco sem graça. Nunca tinha usado o banheiro do quarto dele, nem mesmo na casa da cidade. Era estranho, quase íntimo demais.

— Vai logo, Lipe. — insistiu, rindo. — Eu também tô grudado de areia e daqui a pouco quero tomar o meu.

Dei de ombros, peguei minha mala ainda parada na entrada da casa e segui para o quarto dele.

O ambiente era simples, como o resto da casa, mas havia algo ali... um certo peso. Talvez fosse só o fato de eu nunca ter estado naquele cômodo antes.

Peguei minhas coisas toalha, shampoo e fui direto para o banheiro.

Assim que entrei, fiquei parado por um instante. Havia uma banheira enorme, e por um momento tive vontade de encher e ficar ali por horas, só relaxando. Mas logo me controlei e fui para o chuveiro.

A água quente caiu sobre mim, e a sensação era indescritível. Agora eu entendia por que o Higor demorava tanto: aquele banho era mesmo uma delícia.

Acho que fiquei tempo demais. Me apressei, desliguei o chuveiro, me enxuguei e enrolei a toalha na cintura.

Foi só então que percebi que tinha esquecido de pegar minhas roupas.

Saí do banheiro e fui até a mala. Peguei um short qualquer e uma cueca, sem pensar muito. Tirei a toalha pra me secar melhor... e foi nesse instante que a porta se abriu.

Kaio entrou.

— Opa, rapaz... achei que já tivesse terminado. — disse, surpreso, mas com um sorriso divertido.

Na hora, senti o rosto queimar. Peguei a toalha e me cobri rápido. E o pior: eu estava de costas pra porta.

Kaio soltou uma risada.

— Desculpa, mas relaxa. — ele brincou. — Já vi coisa pior, e, convenhamos... também tenho um igual ao seu.

Ele ainda ria, enquanto eu continuava sem saber onde enfiar a cara.

Respirei fundo, tentando disfarçar o constrangimento.

— Só deixa eu pegar o meu short e já te deixo em paz. — disse ele, indo até a cômoda.

Quando passou pela porta, olhou pra mim de novo, com aquele sorriso debochado.

— Olha só... cresceu mesmo, hein? — brincou, antes de sair rindo.

Eu revirei os olhos e mostrei o dedo do meio.

Mas, por dentro, estava em chamas. Nunca tinha ficado tão sem graça na vida.

Não era vergonha de estar nu em vestiário nunca foi problema, mas com ele... era diferente. Senti-me literalmente exposto. Me troquei o mais rápido possível, vai que ele voltasse. Sai do quarto e ele estava de conversa fiada com o filho.

— Pai, seguinte — Higor começou, já com aquele jeito de quem vinha com plano pronto. — Amanhã minha namorada vai vir pra cá, e vai trazer uma amiga. Então eu e o Lipe queríamos um pouco de privacidade. Que tal o senhor dar uma volta, ir pra praia, sei lá... ver se encontra alguma mulher bonita por aí?

Soltei uma risada, e os dois me olharam. Kaio virou-se de novo pro filho, cruzando os braços.

— Deixa eu ver se entendi... você quer usar a minha casa de motel e ainda quer que eu saia pra deixar isso acontecer? — perguntou, com aquela calma ameaçadora de pai.

Higor engoliu seco.

— Ah, pai... não é bem assim, é só pra gente... —

— Sei, sei — Kaio o interrompeu. — Até parece que eu não sei o que acontece quando você traz as meninas pra casa. Sua sorte é que meu sono é pesado e eu não preciso ouvir suas putarias.

Eu me esforcei pra não rir, mas foi impossível.

— Tu tem que aprender a se virar, moleque. — continuou Kaio, agora sério. — Quer namorar, namora. Quer aproveitar, aproveita. Mas não vai transformar minha casa em cabaré, entendeu?

— Pai... por favor! — Higor insistiu, já meio desesperado.

Kaio suspirou, balançando a cabeça.

— Tá bom. — disse, por fim. — Eu dou uma volta amanhã. Tenho umas coisas pra resolver na cidade mesmo. Mas vou te dar só algumas horas. Quando eu voltar, quero essa casa em ordem, e sem nenhuma bagunça ou nojeira à vista.

Ele me olhou de lado, como se o aviso fosse pra mim também.

— Ei, eu não tenho nada a ver com isso, hein! — me defendi, levantando as mãos.

Kaio riu, deu um gole na cerveja e levantou-se.

— Vou tomar meu banho. Amanhã vocês que se virem.

Ele saiu, e eu e Higor caímos na risada.

— Você é doido, cara. — falei. — Pedir isso pra ele, assim, na cara dura?

— Ah, mas ele vai sair, quer apostar? — Higor respondeu, confiante. — Ele finge que é bravo, mas no fundo é de boa.

— De boa até certo ponto — retruquei, lembrando do olhar que Kaio tinha me lançado antes de subir pro quarto.

— Relaxa, Lipe. Amanhã vai ser tranquilo. A Priscila vem, e a Verônica também. — disse ele com um sorriso travesso.

— A Verônica? — arqueei a sobrancelha. E suspirei, me sentir um pouco frustado, principalmente por ser ela, mas tudo bem.

— Ela mesma. E olha que ela tá doida pra te pegar, hein.

Balancei a cabeça, rindo.

—Para mim e para metade da faculdade.

Falei brincando, mas a frase saiu mais verdadeira do que eu esperava. Higor riu, achando que era só piada. Eu ri junto, mas por dentro, um pensamento começou a se formar — o tipo de lembrança que a gente evita, mas que insiste em voltar quando o silêncio cai.

E foi aí que me peguei pensando em Fabiano.

Eu sempre fui um cara que se sentia diferente, mesmo sem entender direito o porquê. Disfarçava bem, talvez até demais.

Nunca aceitei muito bem essa ideia de ser "diferente", e confesso que, por muito tempo, tive preconceito até comigo mesmo. Achava que ser homem significava seguir um roteiro namorar, casar, ter filhos e qualquer desvio disso era errado.

Comecei a namorar cedo a Rafaela. Tinha bastante tesão nela e isso me aliviou muito, então eu me convenci que só gostava de mulheres, logo ia casar e ter filho, família tradicional brasileira.

Só que aí, nada é como a gente quer.

Faço curso de arquitetura, e na faculdade conheci o Fabiano. E é claro que o Fabiano era um puta Deus grego, não aqueles modelos gostoso, sarado, e padrão.

Mas aqueles que tem presença, cara de safado, jeito de moleque comedor. Tirando que era divertido e a atração da turma.

Não demorou muito para que eu e o Fabiano nos tornássemos amigos.

Eu nunca fui antissocial — sempre gostei de conversar, fazer amizade e conviver com gente diferente. O Higor estudava Direito em outra faculdade; a gente continuava muito próximo, claro, mas eu também tinha meu próprio círculo.

Foi em um desses grupos que ele acabou conhecendo a Rafaela. E, como em qualquer clichê que se preze, foi amor à primeira vista — ou pelo menos parecia ser. Desde então, os dois viraram aquele casal grudento que todo mundo conhece: as brincadeiras, as fotos juntos, o "meu amor pra cá" e "meu amor pra lá".

Eu ria, achava engraçado. E, no fundo, ficava feliz por ele. Mas mal sabia que, enquanto o Higor vivia um romance, o meu coração começava a se confundir de um jeito que eu nunca tinha sentido antes.

Voltando... o Fabiano era o máximo.

Eu ansiava por falar com ele o tempo todo — nos intervalos, nas aulas e até fora da faculdade. Era como se minha rotina girasse em torno das nossas conversas. E, aos poucos, isso começou a me preocupar, porque eu não entendia aquele desejo quase constante de estar perto dele.

Ele, por outro lado, era tão tranquilo que provavelmente nem percebia o quanto eu ficava inquieto com sua presença. Já o Higor, que me conhecia bem, começou a notar. Às vezes fazia piada, dizia que estava com ciúmes do "meu novo melhor amigo". Eu fingia rir, mas por dentro ficava meio desconfortável, sem saber explicar o que realmente sentia.

Com o tempo, essa confusão começou a me consumir. Eu me pegava pensando nele em momentos aleatórios, lembrando de coisas bobas que ele dizia. Tentei ignorar, empurrar o sentimento pra longe, mas quanto mais lutava, mais ele crescia.

O ponto de virada aconteceu num dia em que jogamos uma pelada com a turma da faculdade. Depois do jogo, todo mundo ficou pra tomar uma cerveja num barzinho ao lado do campo. A conversa foi animada, cheia de risadas e provocações de pós-jogo. Mas, quando percebi, os outros já tinham ido embora. Só eu e o Fabiano tínhamos ficado — conversando, rindo e bebendo como se o resto do mundo tivesse sumido.

Quando a cerveja acabou, fomos juntos pro vestiário, e ali, naquele silêncio depois da bagunça, alguma coisa dentro de mim começou a mudar.

Formo e ele começou a tirar a roupa na minha frente. Lembro que era tão natural para ele que estava falando alguma coisa, acho que era até fofoca de um colega nosso que foi traído pela namorada.

Mas eu lembro da conversa e não do conteúdo dela, por que a única coisa que via era ele na minha mente fazendo um strip teaser para mim.

Ai que corpo ele tinha, o peito peludo, abdômen não trincado, mas em forma, braços enormes, peitoral largo e farto.

Fiquei muito excitado e me sentei em um banco para não mostrar minha ereção.

Ele percebeu isso e perguntou.

—Ué macho, não vai tomar banho, não? —Ele estava só de cueca, só faltava essa peça para eu pirar ali.

—Eu já vou sim. —Foi automático, mas não podia me levantar agora e muito menos ficar sem roupa.

—Cara, ontem foi uma delícia. Peguei uma gostosa... cara, fudi ela a noite toda, to com a rola ralada. —Ele fala isso e tira a cueca.

Filha da puta.

-Quase que ela quebra meu brinquedo. -Ele balançou seu pau, que era bem grande e grosso por ainda está mole.

Eu tive que olhar para outro lado e falei.

—Para de frescura e vai logo tomar seu banho, porra. —Falei sem entregar muita coisa.

Ele deu risada.

—Ué Lipe, não to entendendo. Espera aí. —Ele veio até mim e em um impulso colocou a mão na minha rola.

—Filha da puta, tá de caceta dura. —Ele começou a rir alto.

—Tira a mão, desgraça. —Afastei sua mão.

—Deve tá num tesao desgraçado, a mulher não tá comparecendo não? —Ela estava sim, adorava transar com a minha namorada, mas esse cara não imaginava que eu estava duro assim por causa dele.

—Vou tomar banho logo e quando sair tu bate punheta então. —Ele saiu de perto e foi tomar seu banho.

Respirei fundo e me levantei, tinha que me acalmar. Ia pegar mal se ele falasse para todos da turma que eu estava de pau duro tomando banho com ele.

Ele prometeu o que falou e logo saiu, eu já estava mais calma e mole agora e comecei a me despir. Fiquei pelado e quando me virei para pegar minha toalha, alguém me agarrava por trás e me sussurra no meu ouvido.

—Você não me engana, sei que você ficou duro assim por que me viu pelado. —Sua voz era rouca e provocante, sentir seu hálito perto de mim sua boca pertinho da minha orelha e sua barba fazendo cócegas no meu pescoço.

Estava mole antes já tinha voltado a ficar duro. Ele tirou uma das mão na minha cintura, abaixou e foi até meu pau.

—Confirmado, sabia! —Ele se sentiu o vencedor

—Sai porra, tu é louco em achar isso. —Eu conseguir me afastar dele e ficar uns metros de distancia, mas não pude ir para mais longe que tinha uma parede atrás de mim.

—Olha, Lipe. Não tenho problema com isso, só de olhar sua bundinha lisinha assim e te tocar também acontece isso comigo. —Nessa hora ele aponta para seu pau, e puta que pariu, estava duro como rocha, apontado para cima e era quase do tamanho no meu, só que mais grosso e cabeçudo.

—Se quiser podemos brincar um pouco, ninguém mas vai entrar aqui depois desse hora... vamos?

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