17. O carro

Da série Eu sou novinho
Um conto erótico de Mateus
Categoria: Gay
Contém 3147 palavras
Data: 03/11/2025 04:03:36

O carro

Tomei um senhor banho antes de sair de casa. Foi uma loucura, sei lá o que me deu, se era coragem o que eu não tinha, naquele momento eu teria como derrubar os Estados Unidos sozinho, peguei a chave do carro de meu tio, carteira eu já tinha, coragem não, ele falou que era só avisar e pegar, não deixei de avisar eram duas e meia da manhã e deixei um recado no WhatsApp dele e fui, descalço, de short e camiseta, peguei o carro e fui. Melhor, na verdade, liguei o carro e passei uns dez minutos tomando coragem e fui, rápido a cinquenta por hora e muitas vezes reduzindo para trinta ou menos, uma vergonha, uma vergonha.

Cheguei a casa de Bosco e Tião, fiquei um belo tempo recobrando a coragem que me fez chegar até ali, chorei pra caramba e então telefonei, Joel atendeu assustado, perguntou se eu estava bem e eu disse a verdade, não, perguntou com quem eu estava, sozinho, onde, na frente da casa onde ele estava, a janela abriu e ele me viu dentro do carro, desligou e fechou a janela, ele vinha lindo com uma calça de pijama mega fodida de velha, descalço, bate no vidro do carro e eu abro, eu estava morto de cansaço e tristeza, ele perguntou se eu queria dizer alguma coisa, queria, queria pedir desculpas, eu o deixei na UTI, machuquei o coração dele de verdade e metaforicamente também, eu fui um animal, e tive medo de voltar a perder o controle perto dele novamente, que eu queria ter estado com ele todos esses dias, mas estava cansado demais para lidar com ele, quando eu estava lidando com o medo de ser rejeitado, de perder o controle novamente, de me ver de manhã no espelho e sentir essa vergonha.

Joel não disse nada, só pegou minha mão e colocou no seu joelho e colocou a sua por cima e ficou segurando mais firme e soltando, eu o olhava, mas ele não me olhava, ele disse que Hélio, foi visitá-lo no hospital, ficou calado enquanto era ofendido em voz baixa, depois foi novamente e levou os pais, o apresentou como um amigo que apanhou na rua por homofobia, “Os pais dele são agricultores aposentados, os filhos os sustentam, seis filhos, ‘só Helinho é assim diferente, o mais carinhoso’, eles ficaram comigo o domingo inteiro, quando Tião chegou, Hélio trocou de lugar com ele, número máximo de visitas, Tião me deu um beijo na testa e cumprimentou os pais de Hélio. Eu me senti roubando seu direito de ter isso novamente pais que se importam contigo. No final ele disse que ia me ajudar a ficar em paz contigo, ‘Mãe, o pior é que tudo aconteceu no dia que ele brigou com o namorado sem motivo e terminaram, não melhora porque a saudade não deixa, lembra de um bonitinho que eu estava a fim e que deixou claro desde o começo que eu não tinha a menor chance…’, o pai dele disse que ele havia perdido, mas pelo menos eu era um rapaz bonito e educado, pior que perder para um… um merdinha. Me senti um merdinha sem você.”

Ele me olha e eu tive certeza, ele e eu era para nunca mais. “Vamos combinar que quando brigarmos novamente a gente quebra a casa, mas não se machuca mais, pode ser? E no caso de você me derrubar, você para de me bater pode ser?”, e ele me beijou, e me fez prometer que eu ia ensiná-lo a bater, me beija, eu queria morder a pele do pescoço dele e sentir o gosto do suor, da saliva, do esperma, eu queria sentir os braços dele ao meu redor e o peso dele sobre mim, e olhar aquele sorriso que ainda não vi, eu pedi desculpas, eu estava mais calmo depois de tocar no cabelo dele e sentir os lábios grossos de pele fina em minha boca. Mas eu necessitava pedir perdão, falar do quanto sentia culpa, vergonha e raiva de mim mesmo.

Ele não me interrompeu, ele algumas vezes não conseguiu me encarar e olhou pra frente bem rapidamente. Eu estava mais calmo, menos angustiado, mas com mais vergonha, mais de uma certa certeza que ele ia fazer comigo o que fiz com o boçal do Fernando. Quando terminei de falar, ele me chamou de idiota, disse que ia me levar para conhecer um restaurante no quintal de uma sehora que… “Hélio te comeu, Joel?”, ele me olhou sério e a gente riu, ele disse que era a única coisa que podia acontecer, já que… “Eu meti em você, Joel, quem aquele idiota pensa que é para não ficar de quatro quando eu pedir?”, ele não acreditou que eu fodi a bunda de Hélio, a gente estava agora zoando por termos ambos trepado com o pivô de nossa briga.

Eu peguei no pescoço dele e o puxei para mim, eu o beijei, disse que a gente ia precisar de mais tempo do que eu acreditava para fazer isso, mas eu ainda estava certo de que ele é o homem de minha vida, que eu queria pedi-lo em casamento, ele demorou a responder, mas o sorriso estava lá, de malvado a compreensivo, tantas coisas se podiam ler naquele sorriso, “Eu caso com você apenas para não decepcionar tio Caio, sabe o Caio, agora está todo mundo chamando ele de tio Caio, menos Tião que o chama de senhor e não tem coragem de olhar no rosto dele. Janeiro, acho que a gente pode casar em janeiro.”, então ele desce do carro e vai para o banco de trás e eu fico de olho nele que desce a calça e a cueca e me chama para cair de boca.

Digo que posso fazer isso, mas dessa vez ele vai ter de me chamar de maridinho, o domingo começava a amanhecer e ele me chamava de maridinho, nunca mais o ouvir se referir a mim como veadinho, eu até pedi algumas vezes, mas ele se recusou, eu era o maridinho dele, eu coloquei o pau dele na boca, a cabeça avermelhada de sua pica, ele disse que eu era o melhor mamador do universo, o mais guloso, ele me dizia isso me prendendo em seu pau e fazendo que a saliva que eu produzia escorresse até deixar seus testículos lavados, então ele manda eu sentar no colo dele, de frente para ele.

E eu sentei, dei meu cuzinho dentro do carro em uma rua residencial, na frente da casa de nossos amigos enquanto o domingo amanhecia, cavalguei gostoso, ele me chamando de amor, dizendo que nunca mais iria largar de mim, que eu estava fodido, era ele e ninguém mais que iria ter todo meu amor, e nem demorou quase nada e ele gozou, e assim que eu senti ele me leitando por dentro foi minha vez de gozar também, ele limpou o excesso de minha porra com a mão, disse que adora esse amargor, ele mandou eu descer, assim que entramos na casa de Bosco, Tião nos surpreende e sorri, diz que a gente ia esperar ele fazer xixi antes de liberar o banheiro. Dessa vez Bosco estava mais prudente e não quis comprometer todo o seu orçamento, estavam vivendo modesta e dignamente.

Bosco dormia e a gente tomou um banho rápido, a cueca de meu marido era grande demais pra mim, Tião nos cumprimentou na saída, ficou triste de a gente não ficar para o café; meu marido, com quem ainda não sou casado, disse que ele não fizesse almoço, a gente ia comemorar juntos, (spoiler, Bosco e ele não foram, tinham de fazer a comida da semana e descansar um pouco, verdade seja dita, estavam trabalhando muito e a noite Tião estava estudando para fazer supletivo do ensino médio, era uma rotina pesada).

Chegamos ao apartamento de meu tio e era ele quem estava fazendo o café da manhã, tio Caio deu um grito para tio Galvão vir ver quem havia chegado, “Mateus, meu filho, você tem de ter um mínimo de decência, esse desqualificado na minha casa!”, tio Galvão falou enquanto agarrava Joel, que felicidade, ver meus tios metendo beijo no rosto de meu marido era fenomenal, depois da crise ou um pouco antes muito naturalmente foi parando de haver sexo entre a turma mais velha e a mais nova e, por mim, isso era um erro que precisava ser remediado. Mas não ainda.

Do meu quarto surgem Hélio e Murilo, “Sério, Mateus, a gente precisa ter uma conversa, depois.”, tio Caio nunca viu tanta putaria assim e assim que a gente ficou sozinho ele deu uma brigada feia em mim, colocou pra lascar no meu ouvido. Mereci, nem todo motel estava como minha cama naquele fim de semana. Hélio e Joel se abraçaram com muita alegria e a origem da amizade precisou ser explicada, mas só depois, eu ainda tive a falta de vergonha e extrapolei quando pedi a meu tio para usar o banheiro da suíte dele, porque Murilo estava usando o banheiro da casa, ele revirou os olhos, com mais falta de noção ainda eu devolvi a chave do carro, “Porra, Mateus, assim fica complicado eu te ajudar”, “Nem tente, tio Galvão, eu mereço ficar de castigo, fazendo ou deixando de fazer o que vocês decidirem, mas meu marido e meu melhor amigo estão felizes, valeu a pena.”

Valeu super a pena, tomamos café ocupando a mesa toda, eu não vi a reconciliação de Murilo e Joel, e de certo modo, não era para ninguém ver, Joel o puxou pela mão e ambos foram para meu quarto, ficaram lá um bom tempo e depois voltaram, “Hélio, acho bom você tratar muito bem esse rapaz, ele é um sujeito melhor que eu ou que você, você tem sorte, caso contrário, Hélio, Hélio, Hélio, meu marido… Hélio, imagina o que ele pode fazer quando ele estiver coberto de razão, Hélio, Hélio…”, “Joel, para de frescura, Hélio e eu…”, “Estamos namorando. Né!? Eu espero estar namorando, ontem me empolguei e falei de você pra meus pais e porra, eu realmente espero não estar errado, porque eles iam me matar me sufocando com abraços e bons conselhos.” O beijo deles era lindo e como me fazia bem.

Joel perguntou o que a gente podia fazer, além de sexo pra comemorar, era o momento, eu disse que se fosse para comemorar com sexo eu queria fazer com meus tios e Murilo e Hélio, e tio Nelson e tio Renato também. Hélio solta um caralho muito alto, a gente não se aguenta e ri de como ele ficou vermelho, eu havia dito que minha família era muito liberal, muito amorosa e muito apegada, mas ele não acreditou.

Claro que aconteceu, todos nós juntos na mesma sala, dividindo beijos e toques e só, sexo mesmo foram só entre os casais, tio Nelson é muito tímido em grupo e Hélio era puro nervosismo e animação, mas foi divertido, eu acho que gosto tanto daquele momento em que todo mundo fica nu transitando pela casa, mexendo no celular, arrumando o sofá, lavando uns copos, a gente sendo feliz e se beijando. Tio Renato, me pegou por trás e disse que tentou me fazer não ir atrás de Fernando, ele estava bem, mas agora ficava mandando mensagens sem parar, “Eu não sou psicólogo e mesmo que fosse, não seria o dele”, ele esfregou o pau cansado da surra que deu na minha bunda, disse que estava com saudade de pegar um novinho, depois disse que na verdade detesta novinhos, mas estava com saudade de mim, Joel observava tudo sem expressão no rosto, meu sangue desapareceu, ele se aproximou e eu não podia perder Joel uma segunda vez, não, não.

“Tio Renato, quando chegar junto, diz que me ama, que vão gravar para eu bater uma vendo a fodelança de vocês, diz que quer dar pra ele, ele gosta de dar para um caralho, mas gosta de ver o macho rebolando no pau dele e pedindo mais. Chega no ouvido desse puto e diz que tem um baita tesão em mim”, tio Renato fez o que Joel disse e meu pau deu sinal de vida na hora, meu cu piscou como se fosse pular da bunda, “Isso me excita, é lógico que vai deixar meu marido pirado. Falando sério, eu sabia que você tinha outro na cabeça, ainda bem que Fernando vai ser feliz lá no quinto dos infernos, longe de nós dois, sem eu ter de matar aquele boiola, filho da puta.”

Sim, eu notei. O ciúme de Joel não era sem motivo, errei, erramos, eu contei a todos na frente de Joel, olhado para ele a minha foda com Fernando, a boa, a que eu ouvi ele falar sobre gostar de mim, de ter apanhado do namorado, minha preocupação, tio Caio diz que não existe segredo com ninguém que não seja do casal, uma coisa que qualquer pessoa diga a ele em segredo iria ser dividido com tio Galvão, conversamos até termos vontade de foder novamente, dessa vez os quatro mais velhos comeram os quatro mais novos, a gente tinha muita vontade de fazer Hélio virar putinha e esse era o momento, e eu queria mesmo dar, queria muito dar, comi meu marido e Murilo também, foi uma loucura, Joel exigiu gozar dentro de Hélio, “Caralho, seu merda, você acha que eu continuo sendo o melhor amigo de Murilo?, não foi nada do que fiz ou deixei de fazer, o covarde do Mateus o roubou de mim, se eu não fizer de você meu parceiro, quem vai ser?, vira esse cu frouxo pra receber essa leitada, seu filho da puta.” Hélio riu.

Dessa vez foi a fome, uma fome desumana, pedimos pizza, começamos as rodadas de banho, pizzas chegando, gente entrando em banheiro, gente saindo de banheiro. Tio Galvão exagerou quando convidou meu namorado a dormir aquela noite comigo ali, tio Caio revirou os olhos, não gostou e disse que não gostou da ideia, eu não merecia, mas Joel merecia, “Por ele, é por Joel, ouviu, rapazinho, eu ainda estou planejando algum castigo pra você.”

Era entre oito e nove da noite, Joel ligou para Bosco, que alegria, recebemos o convite para sermos testemunhas no casamento deles, eu por Sebastião e Joel por Bosco, em julho, uma felicidade, estavam apaixonados, nem toda paixão é conturbada, todas morrem, e no lugar deixam um vazio enorme, o tamanho exato do amor que é construção.

Os outros foram saindo. arrumamos as coisas, a moça viria fazer a faxina na terça, levei meu namorado para meu quarto, parede verde oliva e enxoval bege, ele achou lindo e mais ainda com a luz amarela clara que vinha do abajur, ele estava cansado, disse que quando a gente se separou ele estava na metade de Drácula, o livro ficou comigo, ele sabia que levei todos os livros, eu o entreguei, estava na mesinha que uso quando preciso trabalhar de casa, eu havia terminado o livro, entreguei a ele, ele disse que ia recomeçar, como a gente, eu disse que não era um recomeço, era outra história, aprendi muito na ausência dele, profissionalmente, espiritualmente, aprendi a viver sem ele, a ser feliz sem ele, e eu percebi que ele também aprendeu a viver sem mim, amá-lo era uma escolha minha, não uma necessidade. Não teve sexo, mas a gente ficou nu, tocando o corpo um do outro, ele estava mais forte, mais magro, eu por outro lado estava com algo que nunca tive, umas gordurinhas, ele cheirou meu cabelo e eu quis ver a cor daquele espaço entre o cu e o saco, onde é sensível e ele me deixa morder suave, e quando a gente menos espera estávamos em um meia nove, de lado na cama, conversando, fazendo promessas e mamando rola gostoso, ele disse que sabia que eu o amava, tudo o que aconteceu foi necessário, antes ele sabia que me amava, nunca duvidou, mas achava que eu tinha duvidas não do amor dele por mim, mas do meu por ele, eu não sabia se o amava, agora eu sei; concordei e disse que não era como estar com ele ou não ter outra chance de ser feliz, era que com ele era muito mais fácil, rápido e seguro ser feliz.

Eu podia sentir o cheiro, o toque, o sabor e a presença dele, não estava tudo bem, eu estava feliz e com raiva dele e de mim, e sabia que ele sentia o mesmo, mas tínhamos tempo, eu podia brincar de por seus testículos na boca e tentar inutilmente os engolir, lamber seu cuzinho antes de ele enfiar seu pau em minha boca e empurrar sem dó, eu sei que eu o apertava, trazia, mordia chupava, ele era novamente meu, mas também tinha o cansaço e não cheguei a gozar até que esse filho da puta enfiou dois dedos na minha bunda e coçou por dentro, então eu gozei e quando gozei ele encheu minha boca com a porra dele, dessa vez eu engoli e o lambi certo de que a gente não ia tomar um banho ou nem lavar o rosto, eu queria dormir com o cheiro dele, queria mais, ele me abraçou por trás e se encaixou em mim.

De madrugada acordo com o barulho da porta, era ele voltando do banheiro, meu marido, ele se desculpa por ter me acordado, volta a ficar atrás de mim, eu pego seu pau e deslizo minha mão para cima e para baixo, digo a ele que ele prometeu a meu pai cuidar de mim, eu cuspo em meus dedos, ele me vê passando a saliva em seu pau, ele me vira de bruços e puxa meu quadril, cospe em meu cu antes de o linguar bastante, eu quero meu marido em minha cama, ele passa a boca em meu cu como se fosse outra boca, digo a ele que a gente precisa arrumar uma bocetinha pra fodermos juntos, comer boceta chupando um caralho, levar uma rola na bunda chupando xoxota, ele ri baixinho, se ajoelha pertinho e coloca só a cabecinha, empurra seu peso me fazendo deitar e deitando junto comigo, vai empurrando e dizendo que eu não tenho salvação, depois de quase uma dezena de picas agora eu queria boceta, ele me fode, porra que delícia é sentir a pica dele dentro de mim, porra, um sucesso, minha alegria, ele não tira depois de gozar, estamos de lado e o cansaço me derruba, acordamos com o despertador.

Café da manhã, meu castigo, Joel vai morar comigo, ou me levar com ele, sem namoro, dividir as despesas da casa com meus tios, a parte do castigo? Tio Caio conversa com tio Galvão, conosco não, eles mandam e a gente obedece, Joel abre o maior sorriso e de empolgado beija tio Galvão ao seu lado. Tio Caio é generoso, o castigo ia me matar.

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