Eu moro em um hotel praiano há três anos, entre colchões que rangem e cheiro de café barato. Duas semanas atrás, Valeria chegou. Mexicana, 23, pele de canela, olhos que riem antes da boca. Pediu trabalho voluntário em troca de hospedagem. Disse que precisava de “um lugar onde o tempo andasse devagar”. Ok. Eu mostrei o quarto, a cozinha, a rede na varanda. E, sem querer, mostrei o jeito como meu olhar se perdia nas suas curvas quando ela se inclinava pra pegar uma xícara.
Passeios viraram vício. Trilha do morro, praia deserta, lagoa escondida. Eu carregava a garrafa d’água, ela carregava o silêncio que às vezes pesa mais que mochila. Uma noite, entre cervejas baratas, ela confessou: “Tenho namorado, ele mora na Inglaterra, mas sinto falta de sexo. Falta de pele, sabe?” A frase ficou ali, flutuando, e eu engoli seco. Não sou de avançar sinal vermelho. Amizade é território sagrado; desejo, um bicho que mordo a língua pra não soltar.
Ontem, porém, a trilha mudou de rumo. Saímos cedo, sol ainda tímido. Caminhamos pela praia, areia grudando nas canelas, até avistarmos dois rapazes na beira da lagoa. Cavalos. Um alazão, um castanho. Os meninos eram tão jovens que nem vou dizer as idades, usavam camisetas surradas, corpos magros de quem cresceu no sol. Valeria parou. Olhou. Sorriu. “Quero cavalgar”, disse, como quem pede um copo d’água.
Eu os chamei. Eles vieram. O mais alto, magro e cabelo cacheado, desceu do cavalo e estendeu a mão. Valeria nem hesitou. “Ele é lindo”, murmurou, tão baixo que quase não ouvi. Lindo. O menino. Eu ri, sem graça, e fiquei conversando com o outro — sobre cavalos, sobre a maré, sobre qualquer coisa que não doesse. Enquanto isso, ela subiu. Atrás dele. Pernas abertas no lombo do animal, coxas apertando as dele, mãos segurando a cintura do garoto como se já fosse íntima.
Eles sumiram na curva da lagoa, onde a vegetação engole o caminho. Eu fiquei. O outro rapaz ofereceu o cavalo dele, mas eu recusei. Fiquei olhando o rastro dos cascos na areia úmida, o coração batendo em ritmo de trote.
O que ninguém viu. Lá no fim da trilha, onde a lagoa se abre num espelho d’água e o capim alto esconde tudo, Léo parou o cavalo. Valeria desceu, mas não se afastou. O garoto desmontou também, a camiseta grudada no peito suado. Ela chegou mais perto. “Você cavalga bem”, disse, voz baixa. Ele riu, passou a mão no cabelo. “Você senta bem.”
Sem mais conversa. Ela puxou a camiseta dele pra cima, revelou o abdômen liso, bronzeado, a linha de pelos que descia até o cós da bermuda. Mordeu o lábio. Ele segurou a cintura dela, apertou, puxou pra si. Beijo. Boca aberta, língua dançando, saliva misturada. Ela gemeu baixo quando ele desceu a mão, apertou a bunda dela por cima da saia curta, subiu o tecido até expor a calcinha fio-dental preta. Dedos deslizaram por baixo, encontraram o calor úmido. “Tá molhada pra caralho”, ele sussurrou.
Valeria não respondeu com palavras. Empurrou ele contra o tronco de uma árvore, ajoelhou na areia. Abriu o zíper da bermuda, tirou o pau dele — duro, grosso, cabeça vermelha brilhando de pré-gozo. Lambeu da base à ponta, devagar, olhando pra cima. Enfiou na boca, sugou, engoliu até a garganta. Léo gemeu alto, segurou o cabelo dela, fodeu a boca dela com estocadas curtas. Ela babava, engasgava, adorava.
Ele a levantou, virou de costas, tirou sua calcinha e pendurou nos arbustos. Encheu a mão na buceta dela, enfiou dois dedos. “Quer o pau, mexicana?” Ela empinou a bunda. “Mete. Mete logo.” Ele obedeceu. Entrou de uma vez, fundo, esticando ela toda. Valeria gritou, cravou as unhas na árvore. Ele socava forte, rápido, o som da carne batendo ecoando no silêncio. Ela rebolava, pedia mais, mais fundo, mais rápido. Ele segurou os quadris dela, meteu até o talo, gozou dentro, jatos quentes enchendo ela. Ela gozou junto, tremendo, as pernas moles.
Ficaram ali um minuto, ofegantes. Ela se virou, beijou ele de novo, lambeu o resto de porra do canto da boca. “Amanhã de novo?”, perguntou. Ele sorriu.
A volta. Quinze minutos. Vinte. O sol já queimava quando eles reapareceram. O cavalo vinha devagar, quase preguiçoso. Valeria estava corada, o coque meio desfeito, fios grudados na testa. Léo segurava as rédeas com uma mão; a outra descansava na coxa dela, logo acima do joelho. Ela ria. Ria alto. Quando me viu, acenou, como se nada tivesse acontecido. Desceu do cavalo com um salto leve, a saia curta subindo um segundo a mais do que o necessário. A marca dos dedos dele ainda quente na pele dela, eu juro que vi. E entre as coxas, um brilho sutil — um melado, o gozo dele escorrendo devagar.
“Foi incrível”, disse, ofegante. “O cavalo galopa tão rápido… senti ele inteiro entre minhas pernas.” Ela mordeu o lábio, olhando pro Léo, depois pra mim. “Você tinha que ver.”
Eu sorri. Sorri torto. “Da próxima, quem sabe.”
Léo desceu, agradeceu, montou de novo. Antes de ir, Valeria se aproximou dele, sussurrou algo no ouvido do garoto. Ele riu, assentiu, e partiu. Ela ficou olhando até sumir. Depois virou pra mim, os olhos brilhando de um jeito que eu nunca tinha visto.
“Ele me convidou pra voltar amanhã. Sozinha.”
Silêncio. O vento da lagoa bagunçando o cabelo dela.
“E você vai?”, perguntei, voz mais rouca do que eu queria.
Ela deu de ombros. “Talvez.”
No dia seguinte acordei cedo – cinco e meia – coração já disparado antes mesmo do sol. Ela passou pelo corredor descalçando, eu fingi dormir mas abri os olhos por entre os cílios. Vestido branco leve, quase transparente, cabelo solto agora. Desceu as escadas do hotel como quem não quer ninguém acordado. Mas eu acordei. E fui atrás. Cheguei na lagoa antes deles. Cavei-me no mato, perto daquela árvore torta. Dez minutos depois, Léo aparece – cavalo castanho, sem camisa, bermuda caindo no osso. Ela chega. Não fala. Só sobe. Atrás dele. As duas mãos na cintura dele. O cavalo começa a andar devagar. Ela rebola. Eu vejo. O vestido sobe – nada por baixo. O pau dele, eu sei, já tá duro contra a bunda dela. Eles param. Desmontam. Ele puxa o vestido pra cima, ela deixa. Ajoelha. Abre a boca. Eu vejo tudo: ele segurando o pau, ela chupando como se fosse a última foda da vida. Ele geme, ela engole, baba, engasga. Depois ele a vira. Mete. Ela empina. Geme. Geme alto. Eu fico duro, escondido, pau latejando contra o zíper. Aí ela faz aquilo: se apoia no cavalo, abre as pernas, e guia a boca do Léo pra baixo. Ele lambe. Ela goza tremendo. Ele mete de novo. Mais forte. Mais fundo. Ela pede: usa o cavalo. Ele ri, puxa a bunda dela pra perto do focinho do animal. O cavalo cheira. Lambe. Ela grita. Eu quase gozo nas calças. Léo entra de novo enquanto o cavalo lambe embaixo. Três coisas ao mesmo tempo – boca dele, pau dele, língua do cavalo. Ela treme inteira, goza outra vez, porra escorrendo pelas coxas. Ele goza dentro. Ela cai na areia. Fica lá um minuto. Levanta. Ajeita o vestido. Volta sozinha, devagar, pernas moles, cara de quem acabou de ser partida ao meio. Eu sigo, escondido. Ela não olha pra trás. Chega no hotel, entra, fecha a porta. Eu fico do lado de fora, ouvindo o chuveiro ligar. Imaginando cada gota escorrendo onde o cavalo lambeu.
Acordei com o relógio marcando sete. Ela já tinha saído – porta aberta, cama vazia. Fui atrás. Léo não apareceu. Cavalo nem sombra. Ela esperou apenas alguns minutos, chutando areia, bufando. Voltou. Devagar. Cada degrau da escada do hotel rangendo sob o peso do que não tinha rolado. No terceiro andar, Ricardo. Um outro voluntário. Grande, peludo, pau que nunca cabe direito na cueca. Idiota completo. Ele estava saindo do quarto, só de short, caneca de café na mão. Ela parou. Olhou pra baixo – o short dele marcado, o pau meio duro só de andar. Ela mordeu o lábio. Não disse nada. Ele também não. Ele largou a caneca no corrimão, abriu o zíper. Ela se ajoelhou. Direto. Sem conversa. Engoliu até a garganta, como se quisesse compensar o Léo que não veio. Ele gemeu, segurou os dois lados da cabeça dela, fodeu a boca. Ela babou, engasgou, adorou. Ele a puxou pra cima, virou contra a parede, abaixou o vestido. Nada por baixo. Esfregou sua rola grande por trás. Ela gemeu alto, ecoando no corredor. Ele socou forte, brutal, como quem sabe que ela tá molhada mas ainda quer marcar. Ela pedia mais. Mais forte. Mais fundo. Ele gozou dentro, tremendo, apertando a bunda dela. Ela gozou junto, pernas tremendo, unhas cravadas na parede. Quando ele saiu – puxando o short, rindo – ela ficou ali, de costas, porra escorrendo pela coxa. Olhou pra baixo. Me viu. Subindo devagar, escondido atrás do corrimão. Sorriu. Você viu?, perguntou, voz rouca. Vi. Ela desceu o vestido, deu meia-volta, entrou no quarto dela.