Vamos continuar, sem muitos rodeios….
Nos sábados eu costumava ficar em casa, as vezes saia com a turma, mas geralmente o programa era ficar assistindo algum filme, série, dormindo, então nesse sábado não seria diferente ainda mais com a mente ocupada, fiquei boa parte do dia na cama, levantei pegar água ou alguma porcaria para comer, mas aquilo ficava passando como uma música no repeat.
O que tinha acontecido comigo?
Fantasiando com um homem!
O que tinha de errado em mim?
E quanto mais eu pensava mais vivida ficava a fantasia em minha mente!
O desejo de repetir aquele devaneio ia aumentando, lembrava do Pedro cheirando meu pescoço para sentir o perfume.
E a sensação se misturava com a cena do vídeo do homem beijando e lambendo o pescoço dela até chegar na orelha e morder…
Eu já podia sentir a mordida no lóbulo da minha orelha e me arrepiava com a mesma intensidade daquele dia, me via naquela cena do vídeo, com o homem percorrendo o corpo da mulher com as mãos, abrindo o vestido dela, apertando o seio dela e tirando para fora do sutiã enquanto a outra mão percorria suas pernas, deslizando em cima da meia calça e ela jogando o corpo conta ele, com uma das mãos pegando no pescoço dele e a outra procurando pelo pau duro dele.
Em alguns instantes eu me via no lugar da mulher e sentia as mãos percorrendo meu corpo, me via dentro daquela lingerie, curvando meu quadril, (como se eu tivesse quadril), empinando minha bunda como se oferece para o macho em um ritual de acasalamento.
Tenho certeza que eu fazia isso, repetia os movimentos em cima da cama de olhos fechados fantasiados!
Mas na mesma velocidade a minha autocrítica puxava o freio de mão e uma repulsa tomava conta de mim e meu corpo esfriava mais rápido ainda e em um piscar de olhos meus pensamentos se inundavam de medos, receios, arrependimentos, culpa e eu virava para o lado e acabava cochilando.
Eram umas 14 horas, (estou chutando), minha tia, mesmo tendo o controle e a chave da porta, sempre toca o interfone antes de entrar, segundo ela, casa dos outros a gente nunca entra sem se anunciar, ainda mais casa de homens.
Acordei com o interfone tocando, como demorei, ela ligou no meu celular para saber se eu estava em casa.
Oi Nando!
Eu - Oi tia!
Estou aqui fora, teu pai me ligou que vai voltar só semana que vem, então vim te trazer uma comida de verdade se não tu fica comendo só besteira!
Eu - Humm que bom tia, verdade ontem comi torrada! Entra que eu já desço!
Ela entrou, comi a comida que ela trouxe e tomamos um café, fazia frio naquele dia, ficamos um bom tempo conversando assuntos aleatórios, então ela me disse;
-Vou para Porto Alegre, mas volto segunda à noite!
Eu - tá bom!
Se comporta, não apronta nada, qualquer coisa me liga que volto e se for urgente liga para o teu Tio que ele te socorre, (eles eram separados, mas se relacionavam bem, se tornaram amigos).
Eu - tá bem tia, pode deixar!
Nos despedimos e voltei a ficar sozinho, peguei mais café e fui para sala assistir TV, enquanto passava os canais, com o controle em uma mão e o celular na outra, fiz a besteira de pesquisar, (aqui vale uma nota, como disse antes, não era santo, tinha até uma vida sexual, assistia pornografia, mas dentro daquele mundo heterossexual e estamos falando de 2012, algumas coisas ainda não eram tão divulgadas ou abertas como hoje, ainda tínhamos um certo conservadorismo enrustido, vocês entenderam não é?),...
Bom, fiz a besteira, (cagada mesmo), de pesquisar, “homens que fantasiam ser mulher”, e então foi como entrar em uma nave Enterprise e acionar a dobra, um universo novo se abriu, (cross-dressing, fetiche, feminização, inversão, etc…), quando mais eu clicava mais coisas abriam, já tinha pego meu notebook, já tinha tanta coisa aberta, que achei que que fosse travar.
Quanto mais eu lia sobre, e sabem como é assuntos como esse, uma coisa leva a outra e em breve cai em sites de contos eróticos, blogs sobre cross-dressing, perfis de crossdresser em redes sociais, ainda tinha orkut em 2012, eram tantas histórias, algumas batidas outras genuínas que só serviam para atiçar aquela coisa que crescia dentro de mim.
Relatos narrando as experiências, meu primeiro salto, minha primeira calcinha, minha primeira lingerie, era tanta coisa, fotos, muitas fotos, algumas CD, (já tinha aprendido o termo crossdresser ou CD), desajeitadas, outras eram apenas garotos vestindo roupas femininas, mas algumas realmente se transformaram e nem precisava de tanta produção, bastava uma saia ou um jeans justo um salto alto e eram outras pessoas.
Longos textos detalhando o fetiche por salto alto, lingeries, meias 7/8, espartilhos, maquiagem, perucas, vestidos, roupas justas, sensuais, vinil, couro, seda, frequentemente lia frases detalhando que a masculinidade abria espaço para um lado feminino.
Entrei a noite explorando aquele universo e o que era apenas uma curiosidade literária no início, (tá bom, forcei né, mas entenderam), obviamente como disse uma coisa leva a outra e obviamente perdi a conta das vezes que fiquei excitado e acabei me masturbando durante aquele dia, mas por um tempo esqueci do meu drama e me vi sempre sendo o ativo nos inúmeros contos que li e nas fotos que vi, achando sensuais, admirando as poses e produções.
Demorou um tempo até minha mente me trair, mas aconteceu, (vocês esperando por isso não é!), vi um vídeo de uma crossdresser se montando e se produzindo e ela às vezes lembrava muito a mim mesma.
Ela certamente tinha se depilado, não tinha um único fio de cabelo nas pernas, virilha, bumbum, braços, peito, passou um óleo daqueles com perfume e começou a vestir uma lingerie preta e vermelha, com um corselet e um par de meias pretas, uma calcinha fio dental, um vestido bem feio na verdade, um cinza com branco, estilo de governanta, (talvez fosse esse o fetiche dela), calçou um salto alto já meio surrado, mas era lindo preto e ela já tinha destreza ao caminhar de salto, (algo que li em vários textos era a dificuldade em aprender a andar de salto e ao mesmo tempo o prazer envolvido), se maquiou e colocou uma peruca daquelas baratas segundo a descrição que ela narrava.
Mas, quando ela ficou em pé na frente da câmera e um espelho que ela via de corpo inteiro, ela disse “Not bad, girl!”, realmente ela tinha aquilo que falei antes, algumas pessoas só precisavam de um salto alto.
E então havia um outro vídeo dessa mesma CD com um homem, mesmo diálogo em inglês, meu pouco conhecimento do idioma conseguia compreender o que falavam.
Ele perguntava a CD se ela queria ser a mulherzinha dele, já que tinha se arrumado toda, se queria que ele a tratasse e usasse como uma, ela concordava, tentando imitar uma voz feminina, ele incentiva e perguntava a ela se estava pronta para deixar a pouco masculinidade que ainda restava nela ir embora? Novamente ela apenas concordava de forma passiva!
E ele dava ordens e ia controlando os movimentos, faça isto, faço aqui, toque, sinta sua pele sob o nylon da meia, ela que obedecia de forma submissa, não preciso nem falar, fiquei hipnotizado com aquilo e minha mente quebrou de vez.
Não demorou muito eu estava me imaginando no lugar dela, realmente minha masculinidade estava abrindo passagem para um lado meu desconhecido!
Lá estava eu na sala de casa ilumina só com a luz da TV e a tela do notebook, fantasiando comigo usando uma lingerie em cima de um salto alto enquanto um homem explorava meu corpo, dizendo que eu seria a mulher dele, que iria me transformar e que eu iria querer mais, (um misto de tudo que li e que vi durante o dia estava dando forma, tomando forma em minha mente), na minha fantasia aquele homem dizia pra mim;
-vou fazer com você…
-o que você já fez com as garotas que transou por aí!
E o homem na minha fantasia era Pedro o instrutor da auto escola, um tesão incontrolável tomava conta de mim, meu coração batia tão forte que eu ouvia, quando eu comecei a me masturbar, queria logo sentir aquela eletricidade do orgasmo percorrer meu corpo.
Foi quando literalmente uma voz em minha cabeça disse em alto e bom tom, porque imaginar que é uma garota, imaginar que está vestido como uma?
Era aquilo que eu sentia surgir e crescer dentro de mim, uma voz aguda, feminina, (pensei que estava ficando louca, sério gente!)..
Se vista como uma, disse a voz e continuou!
-Você tem o melhor acervo de roupas, lingeries, sapatos, maquiagem que uma crossdresser jamais terá à disposição!
-Se vista como uma, experimente, descubra se gosta!
-O que tem a perder?
-Vai, você está sozinho em casa…
Só quem já experimentou um frenesi assim sabe como é, literalmente uma voz imaginária toma conta e controla você!
Eu falando sozinho - é, o que tenho a perder, nada!
Eram por volta das 22 horas, levantei do sofá, desliguei a TV e o notebook, peguei as chaves dos fundos e lá fui eu, literalmente a cada passo que eu dava era como caminhar para o desconhecido e como se o Fernando ficasse para trás.
Assim que entrei no quarto, fiquei pensando em qual caixa está o que?
Novamente a voz,
-comece logo a abrir todas as caixas, você vai abrir todas mesmo!
-pensa que vamos ficar só em uma calcinha e um salto alto?
-pensa mesmo que isso vai acontecer só hoje?
Então sem pressa comecei a abrir caixa por caixa e ia separando e como ali era um quarto, havia um enorme guarda roupas fixo na parede, então sem pensar em mais nada fui organizando o que ia tirando das caixa, claro, havia uma lógica, meio furada mas havia.
Caixa por caixa, algumas coisas eu só mudei de caixa para saber onde estava, já eram passados das 2:00 da manhã, quando cheguei nos sapatos que era da minha mãe meu coração saltou pela boca, ela tinha uma verdadeira coleção deles, (muito provavelmente esse era o fetiche dela), aí veio a duvida será que servem em mim.
Foi quando peguei a caixa, (sim, todo estava nas caixa, minha mãe era organizada, foram colocados em uma caixa grande para facilitar o transporte), era um par de sapatos meia pata preto, salto enorme, pelo menos 12 ou 13 centímetros, a voz disse é esse, vamos descobrir se servem em você, minha mãe para minha sorte, calçava 38, alguns pares era até o que chamam de 38/39 e eu calçava 39, (ainda calço tá), ..
-vamos lá esperando o quê, experimente!
Disse a voz na minha cabeça, sentei na poltrona a mesma da outra noite, coloquei os sapatos no chão na minha frente, eu estava usando uma calça de abrigo com chinelos e meias, arranquei os chinelos e as meias, peguei o sapato direito e fui deslizando meu pé para dentro dele e a cada milímetro que meu pé entrava parecia que eu estava cometendo um dos pecados capitais, minha respiração ficou pesada, meu coração acelerou, até o ouvido tapou deu aquele “plimmmmm”, ali realmente eu sentia que uma parte da minha masculinidade estava se desfazendo, como se passasse por um processo químico e se transformando em outra coisa.
Eu mordia o lábio inferior, isso foi involuntário, mas era muito semelhante ao que tinha visto mulheres em filmes pornô fazendo ao verem algo que desejavam!
E então meu pé encaixou no sapato, não vou falar como foi como uma luva porque estaria mentindo, ficou justo mas era confortável o suficiente, tão confortável que calcei o outro sapato e coloquei um pé do lado do outro e fiquei olhando por alguns segundos, minha respiração era tremida e novamente a voz;
-vamos, fique em pé, como será que fica?
sem refletir sobre nada, respirei fundo e fui ficando em pé, era diferente ver o mundo de um ponto de vista mais alto afinal 13 centímetros são 13 centímetros, senti minha pernas diferentes, minhas panturrilhas, minhas coxas, pareciam diferentes, meu bumbum, era isso que uma mulher sentia então quando estava de salto altos, não resisti e passei a mão pela minha bunda, pernas, coxas, uma ereção surgiu de imediato.
Adorei isso, pensei comigo mesmo, realmente é uma sensação única diferente de tudo!
Então a voz, tente caminhar, vamos lá!
Claro que não deu certo né, perdi o equilíbrio, pendi pra lá, pra cá, voltei a sentar, então sentado, ergui a perna direita e fiquei admirando o sapato…
E a voz novamente, não vamos parar por aqui não é, que tal uma calcinha, vamos ver como fica a combinação?
A essa altura eram praticamente ordens que meu inconsciente dava e eu obedecia!
Fui até o guarda roupas que tinha começado a arrumar e peguei uma calcinha que já tinha me chamado a atenção, vermelha com a cintura alta com renda, tratei de tirar a calça do abrigo e cueca, quando passei o primeiro pé pela calcinha e ela tocou minha perna quase gozei, então passei a outra perna e conforme ela subia até minha virilha sentia o contato do tecido e não sei como descrever o que sentia.
Quando ela chegou em cima e começou a encaixar na minha bunda, virilha tentei de forma desajeitada arrumar meu pênis que sim estava duro, muito duro, mas quando a cintura da calcinha encaixou na minha, por pouca que fossem minhas curvas, aquela calcinha era magica, surgiu uma cintura modesta um quadril, mais um pouco da minha masculinidade se dissolveu ali.
E por mais louco que seja, a voz na minha cabeça disse, eu quero me ver, precisamos de um espelho!
E havia uma que estava na parte inferior, grande, que ficava no nosso corredor da casa antiga, então 45 minutos eu só de calcinha e moletom consegui levar para cima e colocar em um lugar o espelho, ficou estrategicamente em uma posição que pegava a poltrona e a ponta da cama.
Então fiquei parado olhando no espelho, tirei o moletom e fiquei só de camiseta com a calcinha…
-Então não está faltando nada?
Eu - o sapato!
-Claro querida!
Então procurei uma posição que pudesse calçar os sapatos e ficar em pé e me ver no espelho.
Assim que fiquei em pé, tenho certeza que era eu falando, o som saiu da minha boca, mas na minha cabeça era outra pessoa;
-Oie, prazer sou a Nanda!
Se restava alguma dúvida, agora era certeza, uma parte da minha masculinidade tinha deixado de existir para dar lugar a um lado feminino que nascia naquele momento, lá estava no espelho uma garota mesmo com cabelo curto e usando uma camiseta, lá estava ela, de calcinha e salto alto, como dizem hoje sensualizando, talvez pela combinação, talvez fole devaneio, alucinação minha, mas notava traços femininos em, boca, olhos, pernas, longas, talvez pelo salto, pela calcinha, mas a imagem refletida me excitava, despertava meu desejo eu queria transar com aquela garota, queria sentir o calor do corpo dela.
Então o tesão me venceu e puxei a calcinha para o lado e me masturbei e desajeitadamente quando o orgasmo se aproximou tentei gemer da forma mais feminina que consegui e foi o melhor e mais intenso orgasmo que tinha tido até aquele momento e entre passos cambaleantes do jeito que estava me joguei na cama, apenas no colchão.
Fiquei imóvel, esperando meu coração desacelerar e o sono chegou e começou a me vencer não tentei nem ir para o meu quarto, puxei qualquer coisa que achei e me cobri o que deu, lembre era uma noite fria de junho, apaguei….
Continua….
