CAPÍTULO 10: A DECISÃO PÓS-PIPA
O quarto estava quente, envolto no silêncio noturno que só nossas conversas mais íntimas quebravam. Deitados lado a lado, a perna nua de Fah roçava contra a minha, um contato familiar que, naquela noite, parecia carregado de uma nova intenção. Seus dedos desenhavam círculos lentos no meu braço, cada volta um convite para o que estava por vir.
"Amor," ela disse, sua voz era um sussurro sério, mas com um toque de doçura que só ela tinha. "Cansei de ficar. De ser só um encontro casual na vida de alguém. Quero um namorado. Alguém fixo, você sabe? Alguém com quem eu possa construir uma rotina, confiar, ter aquela tensão gostosa de quem sabe que vamos nos ver na quarta e no sábado... Alguém para construir uma história junto, mesmo que seja uma história só nossa, secreta."
Meu coração não apenas bateu forte; ele pareceu ecoar o desejo que há tanto tempo cultivávamos em nossos fetiches compartilhados. Era a materialização de um sonho a dois. Minha mão deslizou para a curva de sua cintura, puxando-a para perto até que seu corpo se moldasse ao meu. Senti o calor da sua pele através do tecido fino da camiseta.
"Seria... perfeito," respondi, minha voz um pouco mais rouca, enquanto me perdia nos seus olhos escuros, que brilhavam com expectativa no escuro. "Mais do que perfeito. Ver você assim... segura, desejada, tendo um romance. Namorando de verdade. E saber que no final do dia, você volta para casa. Volta para o nosso casamento. Para a nossa cama."
Seus lábios se curvaram num sorriso suave, um misto de alegria e alívio. "Então estamos de acordo? Vamos abrir essa porta? Um namorado fixo para mim... para nós?"
Minha resposta foi um beijo. Era um beijo diferente – não era o beijo rápido do dia a dia, nem o beijo puramente lascivo das nossas noites mais quentes. Era um beijo de promessa. De aliança. Minhas mãos percorreram suas costas, encontrando a barreira da camiseta. Puxei o tecido para cima com cuidado, revelando a pele macia e quente do seu torso, que eu conhecia tão bem, mas que naquele contexto parecia nova, repleta de potencial.
"Mais do que tudo, amor," sussurrei, meus lábios abandonando os dela para traçar uma linha de beijos molhados em direção ao seu pescoço. "Vai ser incrível para você. E para mim, saber que minha esposa está vivendo algo tão intenso... isso me deixa com um calor que só você consegue provocar."
As roupas foram descartadas sem pressa, em um ritual de descoberta mútua. Deitei-a sobre os lençóis, beijando cada centímetro revelado – a base do pescoço, a curva dos seios que se erguiam com a respiração ofegante, a suavidade da barriga. Ela arqueava o corpo sob meu toque, seus dedos se enterrando nos meus cabelos, puxando-me com uma urgência que delatava sua excitação.
Quando a penetrei, foi como voltar para casa e, ao mesmo tempo, descobrir uma nova porta em um cômodo familiar. Era o conforto do conhecido misturado com a eletricidade do novo acordo que havíamos feito. O nosso amor era a casa; o fetiche, a decoração nova e excitante.
Nos movemos juntos, começando devagar, saboreando a conexão renovada, para depois encontrarmos um ritmo mais urgente, impulsionados pela imaginação do que estava por vir. Seus gemidos, sempre tão contidos, agora eram entregues sem reservas ao quarto escuro, um presente para os meus ouvidos. Segurei seus quadris, sentindo cada movimento, cada estremecimento, como se estivesse registrando aquele momento como o início de uma nova era para nós.
Quando o clímax nos atingiu, foi como uma maré, não uma onda isolada – veio, nos envolveu e nos carregou juntos, unidos não apenas pelos corpos, mas pelo pacto de desejo e confiança que acabávamos de firmar.
Depois, deitados ofegantes e entrelaçados, ela se aconchegou no meu peito, sua perna sobre a minha. Seu corpo relaxado cheirava a nós dois, a amor e a suor.
"Vamos procurar juntos?" ela sussurrou, sua voz sonolenta e satisfeita contra meu peito.
"Claro que sim," respondi, beijando seu topo da cabeça. "Sempre juntos."
O acordo estava selado. Não era o fim de nada. Era o começo de um novo capítulo dentro do nosso forever. Um capítulo onde o amor que tínhamos era tão forte que podia abraçar o desejo mais ousado, e transformá-lo em algo seguro, intenso e profundamente nosso.