O reencontro com meu primo

Um conto erótico de Edmar Borsato
Categoria: Gay
Contém 658 palavras
Data: 08/10/2025 04:40:48

Os anos passam, as pessoas mudam, mas as lembranças permanecem.

O que vivemos na infância e na adolescência nunca se apaga

fica guardado em nós, como uma chama que insiste em arder,

lembrando o que um dia fomos e o que, no fundo, ainda somos

O tempo muda tudo, menos o que nos marcou por dentro.

As lembranças da infância e da juventude continuam vivas

sempre encontramos um jeito de revivê-las.

O tempo é mestre em transformar o que somos,

mas incapaz de apagar o que um dia nos fez sorrir.

A infância e a adolescência são raízes: crescem escondidas,

mas sustentam tudo o que somos hoje.

Anos haviam se passado. A vida seguiu seu curso, levando cada um por caminhos diferentes.

Eu passando na antiga casa nossa, onde mora minga irmã, reencontrei Chico, meu primo , meu primeiro macho, bastou vê-lo novamente, ali, com o mesmo sorriso sereno e o olhar que eu reconheceria em qualquer tempo, para algo se mover dentro de mim.

Foi um instante silencioso, desses que o corpo sente antes que a razão compreenda. As lembranças vieram como ondas suaves, carregadas de cheiros, vozes, risos antigos. Aquele passado adormecido despertava, sem pedir licença.

Falamos do presente, como quem evita o que realmente importa. Mas havia um ar suspenso entre nós — um tipo de saudade que não é apenas do outro, mas da pessoa que éramos quando tudo começou.

E, por um momento, percebi: certos encontros não pedem explicação. Eles apenas acontecem de novo, para nos lembrar que o tempo pode mudar o mundo, mas não apaga o que um dia foi verdade.

Caminhamos lado a lado, quase em silêncio.

Nos deparamos sem premeditar com o rio, que muitas vezes foi testemunha.

O som da água correndo quebrava o vazio entre as palavras que não sabíamos mais como dizer. Havia algo no ar — uma mistura de serenidade e inquietude — que fazia o tempo parecer suspenso.

O rio era o mesmo, mas nós não. Ainda assim, cada pedra, cada curva da margem parecia reconhecer nossos passos, como se o lugar guardasse em si tudo o que um dia fomos.

Os olhares se cruzavam por acaso, demorando um segundo a mais do que deveriam. E nesse breve instante, as lembranças afloravam — não como saudade do que aconteceu, mas como uma lembrança viva do que nos formou.

Ele sorriu, e o mundo pareceu caber naquele gesto simples. Nada precisou ser dito. Havia um acordo silencioso entre nós: certas memórias não se apagam, apenas aprendem a respirar dentro do tempo.

A tarde começava a se recolher, tingindo o céu de tons dourados e rosados. O riacho refletia essa luz suave, como se também guardasse o segredo do que estava acontecendo ali.

Nenhum dos dois parecia disposto a encerrar aquele instante. Caminhávamos devagar, como quem adia o fim de um sonho. Às vezes, os ombros quase se tocavam — e esse quase dizia mais do que qualquer palavra.

Havia no ar uma emoção antiga, familiar, pulsando entre silêncios e lembranças. Não era apenas nostalgia. Era o reconhecimento do mesmo impulso, da mesma curiosidade, da mesma entrega que o tempo não conseguiu apagar.

Quando ele me olhou, foi como se o passado respirasse de novo — não como algo distante, mas como uma presença viva, urgente. Nenhum de nós falou. Apenas ficamos ali, imóveis por um instante que parecia não caber no tempo.

E então, o mundo inteiro pareceu esperar o que viria depois.

Chico, se aproximou, me abraçando por trás. Já não tínhamos estrutura muscular para aventurar um revival em meio aquela natureza, propus a ele, irmos pra casa, estaríamos sozinhos mesmo.

No conforto do quarto, nos despimos, a piroca do Chico continuava linda, deliciosa, a lambi por longos minutos.

Me posicionei de quatro sobre a cama, chamando Chico para reviver o caminho que ele desbravou a 50 anos atrás.

O encaixe foi perfeito, deslizou pra dentro de mim, me arrancando um gozo imediato, ele também, me inundou o rabo de porra.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 6 estrelas.
Incentive Edmar Borsato a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários