O momento que eu tanto esperava chegou. Sabrina caminhava em minha direção completamente nua. Eu a aguardava de braços abertos e, assim que ela se aproximou de mim, nos beijamos. Era um beijo intenso, quase desesperado, repleto de desejo guardado durante nosso tempo longe uma da outra. Nossos braços apertavam nossos corpos, unindo-nos cada vez mais. Senti sua mão apertando minhas nádegas, e eu fiz o mesmo. Ela inclinou seu tronco levemente para o lado e encaixou nossas pernas. Nossos corpos se esfregavam em um ritmo intenso, enquanto nossas línguas se entrelaçavam.
Nossos toques tornavam-se cada vez mais intensos. Meu corpo ardia de desejo por ela. Levei minha mão entre nossos corpos e deslizei até encontrar sua intimidade. Ela estava muito quente, e meus dedos penetraram nela com facilidade. Sabrina gemeu em minha boca assim que meus dedos a tocaram. Comecei um movimento gostoso de vai e vem, e logo senti sua mão buscando encaixar-se entre minhas pernas. Afastei-me um pouco e ela introduziu dois dedos em mim.
Nossos movimentos eram rápidos, às vezes até brutais. O desejo dominava nossos corpos, e aquela vontade de dar e receber prazer nos movia naquele momento. Nossos gemidos quase se tornaram gritos; o beijo já não tinha ritmo, mas nossas mãos se moviam com intensidade. Sabrina afastou o rosto e começou a me olhar nos olhos, e vi seu olhar de puro desejo, era como se seu olhar me queimasse por dentro. Nossas mãos continuavam a proporcionar prazer. Nossas testas se tocaram, e permaneci assim até sentir meu orgasmo tomar conta do meu corpo. Ao mesmo tempo, senti seus líquidos escorrendo pela minha mão e dedos. Estávamos gozando juntas, e isso era o ápice para mim.
Assim que meu orgasmo acabou, senti minhas pernas fraquejarem. Acho que Sabrina sentiu o mesmo, pois tentou se apoiar em mim. Fui rápida e encostei minhas costas na parede gelada do banheiro. Se não fizesse isso, provavelmente teríamos caído no chão. Sabrina começou a rir da situação e não conseguia parar, e eu acabei rindo junto. Quando ela conseguiu controlar a risada, me deu um beijo carinhoso e disse que me amava. Eu a abracei apertado e disse que também a amava demais.
Ela segurou minhas mãos e me puxou para o balcão de pedra do lavatório, segurou minha cintura e praticamente me colocou sentada em cima do balcão. Antes que eu pudesse reclamar sobre o quão frio aquilo estava, senti sua língua passando pela minha intimidade. A reclamação virou um gemido, e depois muitos, ao sentir sua boca me devorando. Ela me chupava com vontade, e apesar do desconforto do lugar, não reclamei. Coloquei uma mão em sua cabeça e apoiei minhas costas na parede. Ela me chupava, lambia e sugava meu clitóris com muita intensidade. Eu fechei os olhos e me concentrei no prazer que aqueles toques me proporcionavam. Sua língua brincava ao redor do meu clitóris, enquanto três dedos penetravam na minha intimidade. Eu já estava delirando de desejo novamente, e meus gemidos altos denunciavam isso. Ela não parou os movimentos dos dedos e da boca até que eu explodisse em um orgasmo muito mais intenso que o primeiro.
Ela passou a língua na minha intimidade até limpar a última gota do meu néctar. Depois, encheu-me de beijos. Fiquei ali me recuperando e apreciando seus carinhos, mas logo trocamos de lugar: eu a ajudei a se sentar no balcão e a chupei com toda a dedicação, só parando quando ela gozou na minha boca.
Depois de dois orgasmos satisfatórios, tomamos banho. Assim que terminamos, fomos para a cama. Deitamos nuas; Sabrina grudadinha em mim, como se estivesse com medo de eu fugir dela durante a noite. Eu amei aquele jeito carinhoso dela; estava com muitas saudades disso.
Sabrina— Promete para mim que você vai estar ao meu lado amanhã quando eu acordar?
Fernanda— Prometo que vou estar amanhã e em todos os outros dias.
Sabrina— Obrigada, amor! Às vezes parece um sonho que estamos assim de novo.
Fernanda— Não é um sonho. Apesar de eu amar seu jeito carinhoso. Quero que você relaxe e pare de achar que eu estou te fazendo um favor por estar aqui com você, porque não é isso. Estou aqui porque eu te amo e estou tão feliz quanto você por estarmos juntas de novo. Esqueça o que passou, não fique refém de uma culpa que não é só sua.
Sabrina— Eu estou agindo como uma mulher carente, não é?
Fernanda— Está, até porque você estava, assim como eu também estava. Mas estamos juntas agora, não há motivos para agirmos assim. Vamos aproveitar nosso amor, sem medos ou culpas.
Sabrina— Você tem razão; isso pode atrapalhar. Vou procurar agir como antes, porém sem mentiras.
Fernanda— É exatamente isso que quero: minha Sabrina de volta.
Ela me apertou ainda mais e aconchegou a cabeça em meu ombro. Nada mais foi dito, e assim dormimos juntinhas, algo que não fazíamos há muito tempo.
Acordamos no dia seguinte, já quase às duas da tarde. Laís já havia mandado mensagem perguntando se nós já tínhamos acordado. Respondi a ela que acabáramos de acordar, e que elas poderiam vir que eu já ia me levantar e preparar o almoço para nós quatro. Levantei rapidamente, depois de acordar Sabrina, e fui tomar um banho rápido para me refrescar. Após vestir uma roupa mais leve da Sabrina, fui para a cozinha preparar o almoço. As meninas chegaram após meia hora, e Sabrina ficou conversando com elas na sala, adiantando o assunto com Laís. Eu estava torcendo muito para que tudo desse certo; seria muito bom para Laís e para nós. Seria ótimo ter Sabrina livre em alguns finais de semana.
Quando terminei o almoço, nos sentamos à mesa da copa para comer. Na verdade, já era quase jantar devido ao horário. Laís aceitou a proposta de Sabrina, e todas pareciam felizes com isso. Depois do almoço, Sabrina e Laís foram para a boate, e Mickaela ficou me ajudando a lavar a louça. Foi a primeira vez que ficamos só nós duas a sós, e como eu imaginei, a conversa rendeu.
Era quase impossível estar ao lado de Mickaela e não conversar. Ela era muito boa de papo, falava bastante e era bem divertida. Conversamos muito naquele dia, e ela ainda foi comigo ao meu apartamento me ajudar a fazer a mudança de volta. Depois, fomos até a casa da minha sogra buscar Sophia. Minha sogra nos convidou para entrar, e mais uma vez a conversa fluiu. Quando fomos sair, ela se aproximou de mim e me deu um abraço apertado. Ela me agradeceu, e eu sabia exatamente o motivo. Foi a primeira vez que nos abraçamos, e saí dali muito feliz.
Quando voltamos para minha casa, Mickaela disse que precisava ir para casa porque tinha que jantar com os pais e depois ir para a boate mais tarde. Agradeci pela ajuda com a mudança e por ir comigo buscar Sophia. Nos despedimos, e eu fui cuidar da minha filha, sem desgrudar dela um só minuto. Deixei para arrumar minhas coisas no domingo. Acabei demorando a dormir, pois tinha acordado tarde, mas durante a madrugada o sono me pegou enquanto trocava mensagens com Sabrina.
Não vi que horas Sabrina chegou da boate, mas quando acordei, ela dormia como um anjo ao lado da nossa filhinha, que já estava com os olhinhos abertos. Levantei e fui preparar uma mamadeira para ela. Não quis acordar Sabrina, e como Sophia não se importava se era o peito da mãe ou a mamadeira, achei melhor deixar Sabrina descansar. Passei toda a manhã curtindo minha filha; Sabrina só acordou às treze horas. Deixei Sophia com ela e fui preparar o almoço. O resto do dia passei organizando minhas coisas e trazendo as da Sabrina de volta para nosso quarto. Deu trabalho desmontar o berço e montá-lo novamente no nosso quarto, mas eu estava feliz por fazer isso. Na verdade, eu estava extremamente feliz.
Depois de arrumar tudo, fui tomar um banho para jantar. Sabrina já estava terminando a refeição. Após o jantar, fomos para a sala, sentamos no carpete e colocamos nossa filha no meio de nós enquanto assistimos a um filme. Quando terminamos, Sophia havia adormecido nos braços de Sabrina. Fomos ao quarto e a colocamos no berço. Eu estava um pouco cansada, mas não consegui resistir às investidas de Sabrina, que estava cheia de desejo. Fizemos amor de forma deliciosa, e após um banho rápido, finalmente fomos dormir; pelo menos eu, pois Sabrina provavelmente demoraria um pouco mais para pegar no sono.
Depois daquele final de semana perfeito, a rotina voltou a reinar em nossas vidas, mas uma rotina repleta de felicidade. Os meses foram passando e nossa harmonia como casal só foi crescendo. Eu e Sabrina nunca mais tivemos brigas; o tempo se encarregou de apagar as lembranças ruins. Não é que eu tenha esquecido, e provavelmente Sabrina também não, mas era algo que não era mais motivo de conversa entre nós. Tínhamos tantas coisas boas para discutir que não fazia sentido relembrar o passado. Robson, Hugo e nossa separação eram apenas lembranças que ficaram para trás, como um quadro velho e desbotado num canto de uma casa abandonada.
Nossa filha completou um ano, e fizemos uma festa enorme na casa da Marina. Sabrina gostava de exagerar nas festas, e dessa vez eu deixei que ela exagerasse à vontade. Ingrid e Joyce estavam com casamento marcado e, por incrível que pareça, Camila e Diego também. Eu sinceramente nunca levei o namoro dos dois muito a sério, mas me enganei; eles continuaram firmes e decidiram se casar. Laís e Mickaela disseram que pretendem se casar também, mas após se formarem e Mickaela conseguir um emprego. Laís não precisará procurar trabalho, pois é a nova gerente da boate e ganha um ótimo salário.
Meu trabalho continuou o mesmo, e eu ganhei um bônus enorme no último final de ano. Eu e Henrique conseguimos grandes contratos já no nosso primeiro ano à frente da empresa. O lucro da empresa no fechamento do último ano foi 20% maior que o do ano anterior. Henrique fez questão de me dar um bônus que eu sinceramente não esperava. Consegui pagar o restante das prestações da casa dos meus pais e ainda troquei de carro. Fiquei muito feliz pelo reconhecimento que ele e os outros diretores tiveram por mim.
Meus pais eram praticamente meus vizinhos agora; íamos quase todos os domingos à casa deles à tarde e pelo menos um sábado por mês jantávamos com meus sogros. Desde a visita que Solange fez ao meu apartamento, as coisas entre eu e ela evoluíram muito. Ela praticamente me adotou como sua segunda filha, e a gente passou a se dar muito bem, o que levou Sabrina a brincar que estava com ciúmes da mãe. Sérgio, como sempre, era como um segundo pai para mim. Nunca esquecerei o que ele fez por mim e por Sabrina quando começamos nosso relacionamento; sem o apoio dele, com certeza as coisas teriam sido muito mais difíceis. Marina ainda é uma presença constante em nossas vidas; as visitas trocadas nunca mudaram, e nossa amizade só cresceu com o tempo. Foi justamente por causa dela que uma ideia ganhou força na minha cabeça e foi se desenvolvendo.
Certa vez, estávamos na casa dela conversando na cozinha, enquanto os filhos brincavam no quintal. Eu comentei que era muito legal que eles se davam bem, mesmo com a diferença de idade. Ela me disse que tinha dado sorte, pois geralmente irmãos com uma diferença de idade, como eles, não conseguem se dar bem quando são mais novos, e ela até se arrependeu de ter demorado tanto a ter outro filho por causa disso, mas no fim, ela se deu sorte, porque eles se davam muito bem.
Eu não tive irmãos, e isso às vezes deixava minha vida um pouco solitária quando eu era criança. Meus pais eram pobres e não podiam me dar atenção o tempo todo devido ao trabalho e aos afazeres domésticos. Eu não queria que Sophia passasse por isso. Por mais que eu e Sabrina não fôssemos pobres como meus pais, certamente não poderíamos dar atenção a Sophia o tempo todo quando ela crescesse um pouco mais. Talvez um irmão ou irmã fosse uma boa ideia. O problema era: depois de tudo que passamos durante a gravidez de Sabrina, será que ela aceitaria ter outro filho?
Pensei nisso sozinha por alguns dias até que decidi falar com Sabrina. Eu não fazia a menor ideia de como seria a reação dela; eu sei que ela planejava ter mais de um filho antes de todos os problemas, mas agora não sabia como ela se sentiria sobre isso. Como não falamos sobre ter mais filhos, eu não sabia o que esperar. Porém, fizemos um pacto de que resolveríamos tudo conversando, e era isso que eu faria: teria uma conversa sincera com ela.
Continua...
Criação: Forrest_gump
Revisão: Whisper