Já tinham se passado de três a quatro meses desde nossa primeira transa, a nossa vontade era de poder transar todos os dias, mas não era tão fácil assim, na verdade conseguíamos somente nos fins de semana, ou poucas vezes no mês quando ela conseguia uma folga no horário da faculdade que ela fazia a noite, na verdade acabava matando aula, ela apesar de ser maior de idade, tinha muito receio de seus pais devido a educação tradicional e conservadora que eles tiveram e consequentemente transmitiram da mesma forma aos filhos.
Mas mesmo assim aproveitávamos qualquer chance, estávamos ficando melhor a cada dia, ela se soltava cada vez mais, confiava em mim para conduzir e mostrar o que poderia ou não nos dar prazer.
Ela tinha começado a tomar anticoncepcional, tomou por dois meses, mas não se adaptou, passava muito mal, teve alguns efeitos colaterais, vomitava muito entre outras pequenas coisas, a ginecologista indicou para ela parar, esperar uns dois ou três meses e tentar novamente, nesse tempo combinamos de sempre usar camisinha.
Mas acabamos nos descuidando e ficamos grávidos, foi um susto muito grande, ela ficou desesperada e eu assustado, éramos muito novos, tínhamos muitos planos e ter um filho naquele momento não fazia parte deles.
Conversamos muito, ensaiamos muito em como contar para nossos pais, principalmente para os dela, por eles serem tão conservadores.
Primeiro de tudo, decidimos nos casar, a princípio não faríamos cerimônia na igreja, somente no cartório e também precisaríamos arrumar um cantinho para morar, seria tudo bem difícil, por termos que decidir e arrumar tudo em cima da hora e com pouca grana, mas juntamos toda nossa coragem e encaramos aquele grande desafio.
Ela já estava no segundo mês de gravidez, quase entrando no terceiro, sua barriguinha já estava começando a crescer, já estava difícil de esconder, primeiro conversamos com meus pais, não foi fácil, eu levei uma baita comida de rabo, fui chamado de irresponsável e mais algumas coisas, mas no fim eles disseram que iriam nos apoiar no que fosse preciso e estivesse ao alcance deles.
Mas a parte difícil seriam meus sogros, em um domingo à tarde conseguimos sentar somente nós quatro.
Quando sentamos de frente para eles, eu tomei a frente e comecei a falar, a Marcela não conseguia olhar para os pais, ficou de cabeça baixa o tempo todo e quando comecei a falar começou a chorar.
- Sr. Paulo e Dona Rosa, eu e a Marcela queremos falar com vocês sobre um assunto bem sério e delicado, nós dois estamos namorando a um pouco mais de um ano, nós gostamos muito um do outro, e já estávamos começando a pensar em casar, estávamos começando a planejar tudo, o planejamento seria para casarmos daqui uns três anos, mas infelizmente vamos precisar adiantar bastante essa data.
Parei para respirar e já percebia o desconforto dos dois, meu sogro me olhava que nem piscava, já estava com o rosto vermelho e minha sogra já balançava a cabeça de forma negativa e ela nos perguntou o porquê de adiantar, que não estava entendendo nada, falou já com um tom de voz mais alto doque o normal.
- Olha dona Rosa, nós vamos precisar adiantar porque a Marcela está grávida, não era isso que esperávamos, mas por um descuido aconteceu, e eu vou assumir minha responsabilidade e ela também à dela, então conversamos e decidimos nos casar o mais rápido possível, já conseguimos arrumar um pequeno apartamento perto da minha casa, na verdade é uma quitinete, mas para começarmos será o ideal, assim vamos conseguir manter tudo dentro do nosso orçamento.
Meu sogro abaixou a cabeça e chorou, minha sogra deu um pulo do sofá onde estava sentada e gritando começou a falar.
- GRÁVIDA!!! COMO ASSIM GRÁVIDA??? VOCÊS DOIS FICARAM LOUCOS, não acredito nisso, como assim uma filha minha engravidar antes do casamento, que vergonha, não acredito nisso, NÃO FOI ESSA EDUCAÇÃO QUE NÓS DEMOS A VOCÊ, NÃO CRIAMOS FILHA PARA NOS DAR UM DESGOSTO TÃO GRANDE DESSE!!
Mesmo ela gritando e nos criticando muito, eu não abaixei a cabeça em nenhum momento, não a confrontei, seria pior, deixei ela falar à vontade, mas meu sogro a segurou pelo braço e pediu que se acalmasse e começou a conversar conosco.
- Filha olha pra mim por favor, a sua mãe está certa em muitas coisas, não foi essa educação que nós demos a você, nunca imaginamos que uma coisa dessa fosse acontecer, olha situação de vocês dois, os dois começando a vida e agora vem uma criança, olha a responsabilidade de vocês dois, como vão fazer com móveis e tudo mais, minha filha você sabe que não vamos ter condições de ajudar, aliás poderemos em poucas coisas, no momento não temos condições.
Nesse momento tanto eu quanto a Marcela ficamos muito surpresos com o tom que ele falava, não gritou, não xingou, não brigou, pelo contrário conversou em um tom normal, claro que falando seriamente, mas sem nos ofender, ele falava e as lágrimas escorriam no seu rosto, eu fiquei bem mal, aquilo foi muito pior do que se ele tivesse brigado comigo e com ela, mas ver um pai tão sentido daquela forma me quebrou ao meio.
Ele nos questionou de como iríamos fazer, quando pretendíamos nos casar, eu falei da nossa ideia de casar na igreja somente depois da criança nascer, mas ele foi contra, foi a única exigência que fez, foi que a filha saísse de casa casada na igreja. Claro que concordamos com ele, no fim nossa conversa foi até bem demais, minha sogra de certa forma se acalmou e não deu mais chilique.
Mas o grande problema foi mais tarde após a janta, quando minhas cunhadas e o meu cunhado estavam lá.
Quando todos estavam terminando de comer meu sogro avisou que tinha uma coisa para conversar com todos, ele contou para todos que nós dois iríamos nos casar, foi um grande espanto para todos e quando ele falou o motivo de para ser tão rápido, meu cunhado surtou. O irmão da Marcela tem a mesma idade que eu e ela é a irmã caçula, então ele se sentia no direito de me cobrar alguma coisa, sendo que nem o seu pai falou conosco daquela forma.
Ele gritou conosco, me xingou de um monte de coisa.
- Não acredito que vocês dois são tão burros dessa forma!! André, como você faz um negócio desse com minha irmã! E você sua vagabunda, como que vai se entregando a um cara que nem tem onde cair morto.
Ele gritava muitas coisas, o meu sogro o mandava calar a boca, mas ele estava descontrolado, a Marcela e suas irmãs choravam, parecia que ele iria bater nela, mas eu não deixei barato.
- Cala a boca Fábio, quem é você para falar assim comigo, eu não admito você chamar sua irmã de vagabunda, você perdeu a noção de tudo, sua irmã não é vagabunda, limpa sua boca para falar dela dessa forma, e outra coisa, você não tem moral para falar nada, vive comendo sua namoradinha no seu quarto escondido de todos e vem querer dar lição de moral em mim, afinal a sua irmã é maior de idade já trabalha, faz faculdade e tem um monte de responsabilidades e a sua namoradinha tem quantos anos mesmo? Eu me lembrei 17 anos né, se for assim ela é a vagabunda da história, não venha querer botar banca pra cima de mim não, e se eu não tenho onde cair morto, imagina você que para tudo precisa do papai.
Enquanto eu falava ele mandava eu calar a boca, mas a confusão ficou maior ainda.
- André, você é um grande de um filho da puta como que você vem falar alguma coisa da minha namorada.
Nós dois estávamos de frente um para o outro e meu primo estava no meio tentando nos separar, mas quando ele me chamou de filho da puta meu primo saiu do meio e eu dei um grande murro na boca do meu cunhado, ele caiu para trás, foi uma gritaria, uma confusão maior ainda.
- Esse murro é para você aprender a respeitar a minha mãe e também a sua irmã, se falar isso de novo eu te arrebento na porrada, te quebro inteiro, não admito você ofender minha mãe e a sua irmã.
Quando ele tentou se levantar meu primo o segurou novamente e não deixou a briga continuar.
Meu sogro me empurrava para fora e mandava ele ir para o quarto, quando eu já estava na calçada na frente da casa, pedi perdão ao meu sogro, por ter causado toda aquela confusão, mas eu não admitia que ofendessem minha mãe, podiam me xingar de qualquer coisa, mas falar da minha mãe isso eu não aceitava, ele me repreendeu pelo murro, mas disse que também não concordava com o que o filho estava fazendo, que os dois iriam conversar.
Por fim foi um desastre, fui embora de cabeça cheia e muito preocupado com a Marcela, eu estando longe da casa, o babaca iria bombardear a sua cabeça.
Quase não dormi aquela noite, eu queria ter notícias da Marcela, mas não tinha como falar com ela, somente no outro dia bem cedo ela me ligou, chorando bastante, me contou que o seu irmão deu show, que o pai teve que ser muito enérgico e praticamente trancá-lo no quarto, foi uma situação muito complicada.
- Marcela meu amor, infelizmente agora eu ainda não consigo, mas o mais rápido possível eu vou te tirar daí, você nunca mais vai precisar ouvir essas barbaridades que seu irmão disse ontem.
Ela concordou comigo, com toda aquela situação nós dois reunimos mais forças e corremos ainda mais do que o planejado para podermos casar e ela se livrar daquele inferno que o seu irmão estava fazendo em sua casa.
Nos casamos menos de dois meses depois de ter comunicado a nossa família, foi uma cerimónia simples, mas linda, a Marcela estava maravilhosa, na igreja tinham poucos convidados, somente nossos pais, familiares e poucos amigos, não iríamos fazer festa, mas dois tios que foram meus padrinhos nos deram de presente um churrasco, foi um dia inesquecível, a única coisa chata foi que o meu cunhado não foi ao casamento, deixando a Marcela muito triste, mas depois comigo conversando ela concordou que foi melhor, pelo menos assim não tivemos nenhum risco de ter alguma confusão.
A vida a dois não é fácil, nossa rotina era muito diferente e os primeiros dias foram bem complicados, ainda mais com a gravidez, que apesar de ter sido muito tranquila, as mudanças hormonais deixava a Marcela com os nervos à flor da pele, mas com o passar dos meses fomos nos habituando à nova realidade.
A chegada da nossa primeira filha estava a cada dia mais próxima, nosso apartamento era bem pequeno como já falei, era um quarto, banheiro, sala junto com a cozinha que era separada somente por um balcão, a Marcela sempre foi muito caprichosa e mesmo no aperto do nosso quarto conseguiu ajeitar o berço da nossa filha, fizemos um cantinho bem aconchegante.
A chegada de nossa filha foi um momento que ficará gravado em nossa memória para sempre, uma emoção que não cabe no peito.
As nossas prioridades se tornaram somente a neném, conforme os dias passavam nós dois, sentíamos muita vontade de transar, no último mês da gravidez, praticamente não fizemos nada, e depois com o resguardo necessário, estávamos em uma situação complicada, os dois com muita vontade, mas seguimos à risca todas as recomendações do médico.
Quando finalmente fomos liberados, ambos estávamos ansiosos, com um certo medo do que poderia acontecer, se ela sentiria dor ou algo parecido e outra preocupação seria fazemos amor com a nossa filha dormindo no berço bem próximo a cama, a Marcela disse que com a neném ali ao lado iria ficar insegura e não iria conseguir relaxar.
Comentei que poderíamos colocar ela no carrinho, e deixar próximo a porta do nosso quarto, foi assim que fizemos, quando ela já estava dormindo bem, deixamos o carinho ali perto, dessa forma conseguimos relaxar.
Nós dois já tínhamos tomado banho, os dois cheirosos e ansiosos.
Eu já estava pelado e rapidamente também tirei sua camisola, na verdade como estava amamentando as suas camisolas não tinham nada de sexy, assim como o sutiã, mas na verdade isso era o que menos importava.
Começamos a nos beijar e nos acariciar, eu beijei seu corpo todo, menos nos seios, fui descendo até suas pernas e depois subindo, quando cheguei na sua virilha ela gemia mais alto, fui tirando sua calcinha, mas ela pediu para que eu não chupar, estava com um pouco de vergonha achando que ainda estava um pouco inchada devido ao parto, coisa que na verdade era somente coisa de sua cabeça, lá embaixo estava tudo normal, linda como sempre, mas aceitei o seu pedido.
Ficamos nos beijando por um bom tempo, nos acariciando muito, fiquei um tempão passando os dedos em sua xoxotinha, devagar fui colocando a ponta de dedo médio, ela já estava começando a molhar cada vez mais, não sei precisar o tempo, mas foram longos minutos, me encaixei no meio de suas pernas, encaixei a cabecinha do pau na entradinha, fiquei esfregando, mas não penetrava, o tempo todo nos beijávamos, depois de um tempo eu percebi que ela estava bem relaxada, com isso fui penetrando bem devagar, mesmo estando muito molhada ela reclamou que estava sentindo um pouco de dor, bem devagar eu continuei, colocava um pouco e tirava, quando ela estava totalmente relaxada e entregue eu consegui colocar meu pau dentro dela.
Quando sentimos ele todo dentro nós dois soltamos um gemido alto, que maravilha era eu me sentir todo dentro dela, ainda bem devagar fui me mexendo, ela rebolava bem devagar em baixo do um corpo, nós dois estávamos com muita vontade com muito tesão, mas ela ainda não tinha relaxado cem por cento, e eu não consegui me segurar por muito tempo, com poucos minutos eu acabei queimando a largada, mas com o desejo tão grande que estava sentindo meu pau pouco amoleceu e aí sim consegui dar muito prazer a ela, que depois de vários minutos e algumas posições diferente conseguiu gozar, ela gemia alto quando o orgasmo estava chegando e quando gozou praticamente deu um grito rouco de tesão.
Nosso casamento como quase todos, foi de muitos desafios, éramos muito jovens, tivemos que abdicar de muitas coisas para mantermos nosso relacionamento e ter segurança principalmente na criação de nossa filha, apesar de nos amarmos muito tivemos muitos conflitos, mas com o tempo fomos resolvendo tudo, e com uns três anos a poeira tinha baixado totalmente e com isso conseguimos curtir ainda mais a companhia um do outro e da nossa filha.
No quarto ano de casamento conseguimos dar entrada em um pequeno apartamento de dois quartos, o apartamento era bom, mas a localização era bem complicada, era em um bairro mais afastado, mas pelo menos era o que iríamos poder pagar.
Teríamos que rever toda nossa logística, a faculdade que ela estudava a noite ficava bem distante, ela iria precisar se locomover de ônibus, seriam pelo menos dois para poder chegar em casa, ela até chegou a cogitar em parar, mas não deixei, ela já tinha trancado o curso durante os primeiros meses de nossa filha e agora estava se encaminhando para o fim, faltava um pouco mais de um ano para se formar.
Só que nesse ano da formatura, foi o primeiro ano que tivemos alguns conflitos, devido às amizades que ela tinha na faculdade, o grupo que ela participava nos trabalhos da sala, ela era a única casada, tinha outra menina noiva e mais três solteiras.
Essas solteiras gostavam muito de sair para baladas, e sempre convidavam as duas comprometidas a participar também, teve alguns finais de semana de festas e churrascos que eu percebia a Marcela um pouco contrariada, de tanto eu insistir e ela explicou que gostaria de poder participar de alguns desses churrascos junto com as amigas.
- André, sei que nosso casamento foi meio atropelado, não me arrependo de nada, só que às vezes eu fico pensando em como teria sido diferente se tivéssemos conseguido esperar um pouco mais, sei que a culpa não é sua, na verdade é de nós dois, é que às vezes me sinto um pouco presa, sei que você com certeza também se sente assim, sei que seus amigos fazem muitas festas que você não participa.
Fiquei olhando e observando enquanto ela falava de tantas coisas que nós precisamos abrir mão devido ao nascimento de nossa filha, ela falou várias coisas, que eu não imaginava que ela estava sentindo, fiquei chateado, com a forma que ela falou tudo aquilo, teve uma hora que ela praticamente colocou a culpa em nossa filha, nessa hora eu resolvi falar e dar minha opinião.
- Marcela, não concordo com tudo o que você está falando nossa filha não tem culpa nenhuma de ter pais que foram de certa forma irresponsáveis e com isso engravidamos, ela não pediu para nascer, foi uma escolha que nós dois fizemos, agora não adianta chorar o leite derramado, sei que meus amigos fazem muitas festas, não vou negar que às vezes tenho vontade de participar, eu acho que nós dois precisamos colocar na mesa os prós e contras do nosso casamento, tudo na nossa vida temos que ter escolhas, se você que um dia participar de um churrasco desses no fim de semana, eu até concordo em você ir, eu confio em você, sei muito bem a mulher que casei.
Parei um pouco, fiquei respirando um pouco, ela me olhava esperando que eu terminasse de falar.
- Podemos combinar um dia para você ir, mas por favor não venha colocar a culpa das suas ou nossas frustrações em nossa filha, isso eu não aceito.
Ela se exaltou um pouco e falou um pouco mais alto
- Você está errado, não estou colocando a culpa de nada da nossa vida em nossa filha, só falei que, se nós dois tivéssemos esperado um pouco mais, as coisas seriam um pouco diferentes, não distorça o que estou falando.
- Marcela primeiro de tudo, não grite comigo, e sim você indiretamente colocou a culpa nela sim, mas vamos encerrar essa conversa, porque se continuarmos nesse momento iremos discutir feio e não quero isso, acho melhor você esfriar a cabeça e amanhã conversamos a respeito de algum dia você acompanhar suas amigas em um desses churrascos, desde que seja durante o dia.
Ela ainda ia continuar a falar, mas me levantei, cortei o assunto e fui para o quarto, a deixando sozinha na sala, percebi depois de alguns minutos que ela estava chorando.
Naquele fim de semana, mal conversamos, mas durante a semana fomos voltando ao normal, na outra semana iria ter outro churrasco, este estava sendo promovido por um outro curso, eles estavam arrecadando verba para a festa de formatura.
- André, eu gostaria de conversar com você sobre os churrascos, outro dia você falou que poderíamos combinar para eu poder ir em um dia que fosse durante o dia, nesse sábado vai ser um desses, vai começar no almoço e deve acabar antes de anoitecer, eu gostaria muito de poder ir junto com minhas amigas, eu iria de carona com a Carla e com o noivo dela, ele vai deixá-la lá e depois voltar buscar.
- Ok Marcela, podemos combinar sim, eu falei o outro dia que confio muito em você, só não gostaria que você viesse embora a noite, se prometer que vai chegar no final do dia eu concordo.
Ela ficou muito feliz, no sábado pela manhã a amiga passou em nossa casa, passei aquele dia na casa dos meus pais para eles curtirem bastante a netinha, por volta das 17:00 fui embora, como na época nós não tínhamos carro, meu pai me levou, achei até que ela poderia estar em casa ainda, mas me enganei, ela chegou quase sete da noite, estava bem alegre, com certeza tinha bebido bastante, chegou me pedindo desculpas pela demora, explicando que o noivo da amiga, quando chegou resolveu ficar um pouco e beber um pouco, com isso demoraram além do combinado.
Não reclamei porque eu sabia que aquilo poderia acontecer por ela estar de carona.
Ela estava muito alegre mas não contou muito de como tinha sido o dia, dizia somente que tinham se divertido muito, a felicidade dela era contagiante, ela me falou que quando tivesse um próximo nós dois poderíamos dar um jeito de combinar e irmos juntos, com certeza iriamos nos divertir muito.
No mês seguinte, iria ter outro churrasco, esse seria promovido pelos alunos do curso de educação física, combinamos de irmos juntos com a amiga e o noivo, deixamos nossa filha na casa dos meus pais na sexta feira a noite, mas no sábado pela manhã, recebi uma ligação do meu trabalho estavam com um grande problema e não consegui tirar a folga que já tinha combinado, ela ficou muito contrariada, mas falei que ela poderia ir sozinha, não teria problema, que se desse tudo certo eu iria na parte da tarde.
Fui para meu trabalho, quando cheguei vi que o problema era sério mas um pouco menos do que eu imaginava, de início pensei que iria demorar muito e que talvez não conseguisse ir encontrá-la.
Mas por muita sorte conseguimos resolver bem antes do previsto, no começo da tarde eu fui até a casa dos meus pais e depois de explicar o ocorrido, meu pai me emprestou seu carro, como nossa filha iria dormir com eles combinamos que no domingo cedo iriamos almoçar com eles e devolveria o carro.
No caminho, fiquei imaginando que ela ficaria surpresa por eu chegar mais cedo, que com certeza ela iria gostar da surpresa, mas de repente veio um pensamento não muito bom, fiquei meio apreensivo, me lembrei que a maior parte de suas amigas eram solteiras e com certeza estariam aproveitando para flertar com vários solteiros, ainda mais sendo da educação física, com certeza iriam ter vários bombados e cheios de marra, infelizmente existem alguns que se acham mais que outros, não são todos mas vários alunos desse curso são assim.
Ela estando sozinha e com a festa rolando e bebendo junto com as amigas poderia estar aprontando alguma coisa errada, me deu um aperto no peito só de imaginar ela se engraçando com outro homem, acabei ficando muito ansioso com isso e até com um certo medo do que poderia encontrar na hora que chegasse na festa, cheguei a pensar em voltar e esperar ela em nossa casa, mas resolvi ir mesmo com medo do que iria encontrar.
A decisão foi a mais acertada, o estacionamento que ficava próximo de onde estavam todos reunidos estava bem cheio, então precisei estacionar um pouco mais distante, em uma área um pouco mais alta, nesse lugar tinha um outro caminho para chegar até a área da churrasqueira e da piscina, eu não iria pela entrada principal.
Conforme fui descendo a escadaria lateral consegui ver a Marcela, com mais duas amigas solteiras o casal de amigos estavam um pouco pro lado, a Marcela conversava com as amigas, as três com copos de cerveja na mão, bem próximo tinha uma rodinha com vários solteiros, era claro que estavam de olho nas três meninas, acho que por causa do medo que estava sentindo resolvi ficar ali de longe observando um pouco, a Marcela estava de costas e não percebeu a aproximação dos rapazes, mas as amigas dando sorrisos aprovaram a aproximação deles.
Eu ali parado já esperando o pior, eu tinha certeza que ela acabaria dando entrada para um deles, já estava ficando com o estômago embrulhado só de imaginar o que poderia acontecer, mas tudo o que rolou foi muito diferente do que eu poderia pensar e me encheu de orgulho de minha esposa, assim que eles chegaram aumentando a rodinha cada um já foi se aproximando de cada uma delas e a Marcela ficou claramente incomodada, o cara tentou puxar papo mas em pouco minutos ela foi se afastando e indo em direção ao casal de amigos, as amigas ainda tentaram fazer ela ficar por ali, mas ela não aceitou, mas o cara que tentou conversar com ela, foi indo em sua direção.
Nessa hora eu resolvi aparecer e chegar ao seu lado, quando cheguei bem perto deu para escutar ela dizer para ele que era casada e não estava ali para ficar com ninguém, que só estava acompanhando algumas amigas e que o marido logo chegaria, o cara segurou no braço dela dizendo que o marido não deveria ter deixado ela ali sozinha.
Quando ele segurou em seu braço eu parei bem ao lado e disse.
- Cara você não escutou a moça dizendo que não quer nada com você.
Os dois me olharam assustados.
- O que é isso cara, não se intromete não, quem você acha que é para chegar falando assim comigo vaza daqui!!!
- Me intrometo sim e outra coisa não acho nada eu tenho certeza que posso chegar e falar com você, afinal eu sou o marido dela, então acho melhor você deixá-la em paz, volta lá com seus amigos, que a moça aqui está acompanhada!!
Ele ficou me olhando assustado e ela veio rapidamente me abraçar.
- Amor que bom que chegou, achei que iria demorar mais.
Dei um beijo em sua boca e contei que conseguimos resolver rapidamente o problema na empresa e que meu pai emprestou o carro para eu chegar ali na chácara.
O cara ainda ficou me olhando um pouco, mas se afastou e voltou junto com seus amigos.
- Amor que bom que chegou, esses caras estão ficando bêbados e não respeitam ninguém, eu tentei ser educada, mas eles parecem que não escutam o que a gente fala, me desculpa, estou muito envergonhada.
- Marcela, não precisa pedir desculpa de nada, você não fez nada de errado, estou orgulhoso como você o afastou.
Um pouco depois eu percebi de longe as amigas nos olhando com cara feia, com certeza elas queriam que a Marcela fizesse companhia a elas.
Cheguei a comentar com ela, que observou e concordou comigo.
- Verdade André, parece que elas não gostaram que você chegou, não entendo o que está acontecendo, porque elas sabem muito bem que eu nunca iria ficar de conversa com nenhum desses meninos, você sabe o quanto eu te respeito, se for assim eu não venho em mais nenhum desses churrascos, somente se você vier junto comigo, sozinha não dá mais, parece que minhas amigas não me respeitam mais.
- Relaxa Marcela, com certeza elas beberam bastante e nem sabem ao certo o que estão fazendo.
Ficamos mais algumas horas ali, aproveitamos bastante, bebemos, dançamos e nos divertimos muito, ficamos somente os dois casais, não interagimos com mais ninguém, as amigas solteiras logo desapareceram pela festa.
Naquele dia eu pude ter a certeza de quanto minha esposa era uma menina diferenciada, muito séria e companheira e ela realmente não foi mais sozinha em nenhuma festa ou churrascos, só quando eu ia junto, ela até se afastou um pouco das meninas na própria faculdade.
Assim fomos encaminhando nossa vida, não tínhamos nenhum tipo de luxo, mas não dependíamos de ninguém, assim que ela se formou conseguiu uma melhora no trabalho, conseguiu uma promoção, ela trabalhava na prefeitura, era concursada, e como a chefe sempre gostou muito do seu desempenho, a indicou para um cargo de confiança, com isso seu salário melhorou bastante, claro que as cobranças também.
No ano seguinte da sua formatura, ela precisou retirar o DIU que usava, já tínhamos conversado a respeito de ter mais um filho, poucos meses após a retirada do DIU ela engravidou novamente, dessa vez foi planejado e não foi no susto.
Nossa vida seguia sem nenhuma surpresa, a gravidez estava bem tranquila, no nosso trabalho tudo se encaminhava como planejado, mas muitas vezes a surpresa vem de onde menos imaginamos, quando ela estava entrando no quinto mês de gravides, sofri um acidente muito feio, eu estava andando em uma avenida e um carro cruzou a preferencial, com isso acertei a lateral e voei por cima do carro, a sorte foi que eu não estava correndo, não sei ao certo como, mas não bati a cabeça no asfalto, mas cai meio de lado, batendo a perna e a bunda no chão, quebrei a bacia, um braço e um corte extenso na coxa.
Tive muita sorte se tivesse batido a cabeça a chance de morrer seria grande.
O susto foi muito grande, a grande preocupação de todos era em como contar para a Marcela sobre o acidente, todos de nossa família e inclusive eu, tínhamos muito medo de como seria a sua reação, por estar grávida, o medo do susto que ela poderia ter e com isso prejudicar o bebê, mas acabou dando muito certo, com jeito seu pai conversou e explicou tudo o que tinha acontecido, mas ela realmente só foi se acalmar quando me encontrou no hospital, eu estava consciente, mas com muita dor, não corria nenhum risco mais sério, precisei fazer um cirurgia no quadril, foram sessenta dias sem andar, ficava deitado quase o tempo todo.
Aquele ano foi bem complicado, mas conseguimos mais uma vez superar as dificuldades.