✧ O Santuário de Daniel ✧
A caminhada do banheiro para o quarto de Daniel foi um borrão de sensações para Tiago. Suas pernas estavam bambas, seu corpo dolorido de uma forma deliciosa, e ele estava esgotado de uma maneira que nunca sentira antes. Daniel o conduziu, um braço forte em volta de sua cintura, apoiando-o. Ele não o levou para o quarto de hóspedes de Tiago, mas para o seu próprio. Para o seu santuário.
O quarto de Daniel era diferente do de Tiago. Era mais escuro, as paredes de um cinza suave. A única decoração era uma prateleira com alguns troféus de futebol da adolescência e algumas fotos de carros. A cama era grande, de madeira escura, com lençóis azul-marinho. Cheirava a Daniel. Aquele cheiro masculino de sabonete, suor e algo que era unicamente dele.
Daniel os guiou até a cama e praticamente os deixou cair nela. O colchão era firme, e os lençóis estavam frios contra a pele ainda úmida de Tiago. Ele se deitou de costas, olhando para o teto, a respiração ainda ofegante. Daniel deitou-se de lado, de frente para ele, apoiado em um cotovelo.
Ele estendeu a mão e afastou uma mecha de cabelo molhado da testa de Tiago. Seu olhar era intenso, perscrutador, como se estivesse tentando ler a alma de Tiago.
"Você está bem?", Daniel perguntou, a voz mais suave agora.
Tiago encontrou seus olhos. "Eu... nunca estive melhor", ele respondeu, e era a verdade. Ele sentia uma clareza, uma certeza que nunca tivera. Tudo o que ele havia sonhado, fantasiado, agora era real. E era melhor do que qualquer fantasia.
Daniel sorriu, um sorriso genuíno e terno que fez o coração de Tiago derreter. Ele se inclinou e o beijou, um beijo longo e lento, sem a fome desesperada de antes. Era um beijo de descoberta, de apreciação.
Eles ficaram ali por um tempo, apenas se olhando, se tocando. Daniel traçou os contornos do corpo de Tiago com a ponta dos dedos, como se estivesse memorizando cada curva. Tiago colocou a mão no peito de Daniel, sentindo o pelo áspero e o batimento cardíaco constante sob sua palma.
A exaustão do orgasmo anterior começou a dar lugar a uma nova onda de desejo, um fogo lento e profundo que começava a arder novamente. Era diferente desta vez. Menos frenético, mais íntimo.
Daniel pareceu sentir a mudança também. Seus olhos escureceram, e o toque de seus dedos se tornou mais intencional. Ele se inclinou e começou a beijar o pescoço de Tiago, mordiscando suavemente a pele sensível. Tiago inclinou a cabeça para trás, dando-lhe mais acesso, um gemido suave escapando de seus lábios.
"Eu quero você de novo", Daniel sussurrou contra sua pele. "Desta vez... quero ver seu rosto."
Aquelas palavras enviaram um arrepio pela espinha de Tiago. Ele se virou na cama, ficando de costas, e se acomodou de lado, de frente para a borda da cama. Daniel se moveu atrás dele, seus corpos se encaixando perfeitamente, como peças de um quebra-cabeça. O peito de Daniel pressionado contra as costas de Tiago, sua ereção, que já havia retornado, cutucando a parte inferior de suas costas.
Daniel alcançou outro frasco de óleo de amêndoas que estava na última gaveta da cômoda ao lado da cama, e derramou um pouco em sua mão. Ele lubrificou seu próprio pênis e, em seguida, os dedos, que ele usou para preparar Tiago novamente, de forma lenta e completa. Tiago se derreteu com o cuidado, com a atenção.
Quando ele estava pronto, Daniel segurou sua coxa superior, levantando-a ligeiramente. Ele se alinhou e entrou em Tiago. Desta vez, foi mais fácil, o corpo de Tiago se lembrando, acolhendo-o. A sensação era de um preenchimento profundo e perfeito.
Eles se moviam juntos em um ritmo lento e sensual. Daniel podia, como queria, ver o rosto de Tiago. Ele via cada tremor de seus lábios, cada vez que seus olhos se fechavam em êxtase. Tiago podia sentir a respiração de Daniel em sua nuca, o pelo de seu peito roçando em suas costas.
"Tão bom...", Tiago ofegou, sua mão indo para trás para segurar a nádega de Daniel, puxando-o para mais fundo.
O ritmo aumentou gradualmente. A cama de madeira começou a ranger em protesto, um ritmo primitivo que acompanhava seus movimentos. O quarto, que antes era silencioso, agora estava cheio de seus sons: a respiração ofegante, os gemidos, o som de pele contra pele.
Daniel se inclinou para a frente, sua boca encontrando o ombro de Tiago. "Eu quero ouvir você, Tiago. Diga meu nome."
"Daniel...", Tiago gemeu, sua voz se quebrando. "Ah, Daniel..."
A visão do prazer de Tiago, o som de seu nome em seus lábios, estava levando Daniel ao limite. Ele sentiu o orgasmo se aproximando, uma onda incontrolável. Ele enterrou o rosto no pescoço de Tiago, suas estocadas se tornando mais rápidas, mais curtas.
Ao mesmo tempo, a mão livre de Tiago encontrou seu próprio pênis. Estimulado pela plenitude avassaladora e pelo ritmo implacável, ele não demorou muito.
Eles gozaram juntos. Tiago explodiu em sua própria mão com um grito abafado, enquanto Daniel rugia em seu ouvido, seu corpo se contraindo enquanto ele derramava sua semente dentro de Tiago.
Eles entraram em colapso, uma confusão de membros suados e respiração ofegante. Daniel permaneceu dentro de Tiago por um longo tempo, sem vontade de quebrar a conexão. Eles estavam envoltos em uma bolha de intimidade, o mundo exterior completamente esquecido.
Eventualmente, Daniel saiu e rolou para o lado, puxando Tiago com ele para que ficassem de frente um para o outro. Ele puxou o lençol azul-marinho sobre seus corpos. Tiago descansou a cabeça no peito de Daniel, ouvindo o coração dele desacelerar gradualmente. O braço de Daniel o envolveu, segurando-o com firmeza.
"Fique aqui esta noite", Daniel sussurrou no cabelo de Tiago.
Tiago não respondeu. Ele não precisava. Ele apenas se aconchegou mais perto, inalando o cheiro de seu primo, de seu amante. Na segurança daquela cama, no santuário de Daniel, Tiago adormeceu, sentindo-se, pela primeira vez em sua vida, completamente em casa.
Continua...