Fogo Entre Ideologias

Um conto erótico de Clara
Categoria: Heterossexual
Contém 1694 palavras
Data: 14/09/2025 20:57:52

Reflexão no Calor da Noite

Meu marido roncava ao meu lado, o peito subindo e descendo em um ritmo constante, como se o mundo não tivesse explodido para mim. Havíamos acabado de transar, uma foda rotineira de sábado à noite, com as luzes baixas do quarto e o ar cheirando a suor e lençóis amassados. Ele me penetrara com aquela urgência familiar, os movimentos precisos, mas enquanto eu gemia, não era nele que eu pensava. Não, era no rosto de Lucas, o maldito aluno insolente, com aqueles olhos castanhos desafiadores e o corpo jovem, forte, moldado por anos de trabalho na indústria. Gozei duas vezes, o corpo tremendo, as unhas cravadas nas costas do meu marido, mas na minha mente, era Lucas quem me fodia, quem me dominava com aquela raiva ideológica que virava tesão puro. Deitada ali, com o coração acelerado e a umidade entre as pernas, refleti. Como cheguei nisso? Eu, a professora militante, casada, traindo meu marido em pensamentos com um homem branco que pregava a família tradicional. Levantei-me, o corpo ainda quente, e fui para o escritório. Precisava colocar isso na tela, liberar a tensão que me consumia.

A Professora e o Provocador

Meu nome é Clara, tenho 33 anos, sou professora de Sociologia na FFLCH, na Cidade Universitária em São Paulo. Sou negra, com cabelos cacheados que solto nas aulas para afirmar minha identidade, e milito pela esquerda há anos. Nas aulas, gesticulava com paixão ao falar de patriarcado, apontando para os alunos como se cada um fosse parte da luta, enquanto os olhares variavam entre admiração e ceticismo. Falava sobre cultura do estupro, machismo, privilégios masculinos, vendo alguns alunos anotarem furiosamente, outros revirarem os olhos. Cresci em uma família de classe média alta, pais que bancaram minha graduação, mestrado e doutorado sem que eu precisasse trabalhar um dia sequer. Sou obrigada a reconhecer. Meu salário é ótimo, vivo confortável, mas usava minha voz para quem não tem. Ou pelo menos era o que dizia a mim mesma.

Lucas tinha 23 anos, era aluno de Filosofia no mesmo prédio. Branco, alto, com músculos definidos de quem trabalhava na indústria, começando como menor aprendiz através do SENAI. Conservador ferrenho, militante de direita, daqueles que defendiam valores tradicionais, família, meritocracia. Ele me confrontou na primeira aula do semestre. Eu discutia interseccionalidade, como raça e gênero se cruzam na opressão, e ele levantou a mão, voz firme: "Professora, isso é vitimismo. Eu sou branco, mas cresci na periferia de São Paulo, no gueto, estudei no SENAI, trabalhei como menor aprendiz e depois como peão raiz em fábrica. Entrei aqui com bolsa pelo ENEM, por mérito. Você fala de privilégios, mas e os seus? Família rica, estudos pagos, não é?"

A sala congelou. Metade dos alunos riu, a outra metade murmurou em defesa. Eu sorri, contendo a raiva. "Lucas, lugar de fala importa. Eu sou negra, vivi racismo na pele, mesmo com condições melhores." Ele rebateu: "Lugar de fala onde? Você não veio da favela como eu. Isso é hipocrisia." A discussão dividiu a turma: uns o chamavam de reacionário, outros de corajoso. Eu sentia um formigamento no estômago, uma mistura de irritação e algo mais – atração? Depois descobri que sim. Ele era bonito, com aquela mandíbula quadrada e o jeito de se impor. Naquela noite, em casa, pensei nele com raiva: "Ele estava certo em parte. E a raiva que senti era só a ponta do meu próprio desconforto." Mas o pensamento só aumentava o desejo.

A Guerra Ideológica

As aulas viraram campo de batalha. Toda semana, ele questionava: "Cultura do estupro? Homens são vilões por padrão de fábrica?" Eu respondia com dados de viés progressista, teorias, mas ele contra-argumentava com metadados e meta-análises, puxando no celular. "Eu defendo a família tradicional porque vi minha mãe sofrer sozinha. Traição destrói tudo." Ele mencionava a namorada, uma loira branquela, estudante de Direito, "minha companheira fiel". Eu ria por dentro: ele, o guardião da moral, a pretona aqui com olhos que pareciam me despir.

A tensão extrapolou a sala. Uma tarde, no estacionamento da universidade, eu o vi encostado no carro dele, um Uno velho, fumando um cigarro. "Professora, ainda acha que sou privilegiado? Não sou eu que tenho BMW X3." Ele sorriu sarcástico. Parei, o sol batendo no asfalto quente, o ar cheirando a escapamento, grama cortada e pneu quente. "Lucas, você é branco, homem, hetero. Isso dá vantagens." Ele se aproximou, o corpo perto do meu, o cheiro de suor masculino me envolvendo. "E você? Negra, mas rica. Socialista de iPhone." Nossas vozes subiam, alunos passando e olhando. Eu sentia o calor subindo pelo pescoço, não só de raiva. Seus olhos desciam para meus seios, disfarçados. Dentro de mim, uma luta: odiava o que ele representava, mas o desafio me excitava, me fazia questionar minhas próprias contradições.

O Estopim no Bar

Dias depois, nos encontramos em um barzinho perto da USP, com mesas de plástico e chope barato. Eu estava com colegas, ele com amigos. Ele me viu e veio: "Vamos debater de verdade, sem plateia." Aceitei, idiota que fui. Sentamos em uma mesa isolada, pedimos cerveja. "Você prega contra o patriarcado, mas casada com um cara que ganha menos que você?" Ele descobrira sobre meu marido, um professor de História do ensino médio, salário modesto. "Não se meta na minha vida, seu projeto de homem." Provoquei, o álcool soltando a língua. Ele riu, mão tocando a minha por acidente – ou não. "Projeto? Sou bem mais homem que seu marido, professora." O debate esquentou: ele falava de meritocracia, eu de desigualdades. Nossas pernas se roçavam sob a mesa, o ar carregado de eletricidade. Saímos dali cambaleando, ele me acompanhando até o carro. No estacionamento escuro, ele me prensou contra a porta, a lataria fria nas minhas costas, o som dos grilos no ar. "Você me odeia, mas quer isso." Seu beijo veio feroz, língua invadindo, mãos apertando minha bunda. Eu correspondi, o corpo traindo a mente, gemendo contra sua boca, odiando-me por isso.

Amantes Clandestinos

A partir daí, viramos amantes clandestinos. Ele, casado com sua ideologia, traía a namorada loira com uma professora preta que ele supostamente desprezava. Eu, contra o machismo, me rendia a um homem que me dominava, questionando cada vez mais minha hipocrisia. Encontrávamo-nos em motéis baratos na Marginal ou no meu carro no estacionamento da USP à noite. A primeira vez foi no bar, no banheiro unissex. Ele me arrastou para lá após o debate, trancou a porta. "Mostra que não é hipócrita." Eu me ajoelhei, desabotoando sua calça, sentindo o pau dele endurecer na minha mão. Grosso, veias pulsando, cheiro de homem jovem. Lambi a cabeça, saboreando o gosto metálico com cheiro de lavanda, enquanto ele gemia: "Isso, professora, engole suas teorias." Chupei devagar, língua rodando, mãos massageando as bolas. Ele puxou meu cabelo, fodeu minha boca ritmado, até gozar na minha garganta. Engoli tudo, olhos nos dele, desafiando. Depois, sozinha, pensava: "Como eu, que luto contra isso, me entrego assim?"

Ele descobriu meu passado privilegiado – bisbilhotou redes sociais, conversou com colegas. "Você fala de periferia, mas nunca pisou lá. Eu sim, estudei no SENAI, trabalhei como menor aprendiz, suando por migalhas." Usava isso para me provocar durante o sexo. Em um motel, ele me deitou na cama, mãos amarrando as minhas com uma gravata dele. "Agora você é minha, sem privilégios." Beijou meu pescoço, mordendo a pele escura, descendo para os seios. Mamilos duros sob a língua dele, sugando forte, enquanto dedos exploravam minha buceta molhada. "Molhada pra um reacionário, hein?" Eu gemia, arqueando o corpo, sentindo o aroma de sexo no ar, o lençol áspero nas costas. Ele me penetrou devagar, centímetro por centímetro, o pau esticando minhas paredes. "Diz que me odeia." Eu disse, mas pedi mais: "Fode mais forte, seu machista." Ele obedeceu, estocadas profundas, o som de carne batendo ecoando. Gozei gritando, unhas nas costas dele, marcando. A raiva virava prazer, e eu me odiava por isso, mas não parava.

Fogo no Carro

A tensão ideológica virava combustível. Em outro encontro, no meu carro, estacionado em uma rua escura perto da universidade, discutimos aborto. "Você defende, mas e a vida?" Ele dizia, enquanto desabotoava minha blusa. "E você, contra, mas trai sua família tradicional." Respondi, mão no pau dele por cima da calça. Ele me virou de costas, abaixou minha saia, calcinha de lado. Cuspiu na mão, lubrificou, e entrou no meu cu devagar. Dor misturada a prazer, eu me tocando na frente, clitóris inchado. "Você se acha tão livre, mas eu tenho seu corpo na palma da minha mão, puta de esquerda." Ele sussurrou no meu ouvido, bombando. "Tira a mão da minha bunda, seu conservador idiota!" Respondi entre gemidos. Gozamos juntos, eu esguichando no banco, ele enchendo meu rabo.

Clímax em Atibaia

O clímax veio em uma viagem rápida. Ele mentiu para a namorada, eu para o marido: "Seminário fora." Fomos para um sítio em Atibaia, alugado por ele com dinheiro suado. Lá, sem barreiras. Chegamos à noite, chuva fina caindo. Ele me carregou para dentro, beijando voraz. Na cama king size, ele me despiu devagar, admirando meu corpo negro contra os lençóis brancos. "Você é linda, mesmo sendo esquerda." Lambi o pau dele, devagar, saboreando cada veia, enquanto ele dedava minha buceta, dois dedos curvados no ponto G. "Goza pra mim." Eu gozei, tremendo, mas queria mais. Montei nele, cavalgando lento, seios balançando, mãos no peito dele. "Me fode como se me odiasse." Ele virou, me pondo de quatro, uma mão no cabelo, outra na bunda. Estocadas brutas, o pau batendo no fundo, suor escorrendo. Gozei de novo, múltiplos, o corpo convulsionando. No auge, ele confessou: "Eu te amo, apesar de tudo." E eu, contra minhas crenças, respondi o mesmo. Gozamos em uníssono, ele dentro de mim, sem camisinha – risco que virava êxtase.

Catarsis Final

Lucas e eu continuamos, debates virando preliminares, ideologias se misturando em suor e gemidos. Sem arrependimentos, só fogo. Escrevi este conto com o corpo ainda vibrando, e, enquanto digitava, me toquei, revivendo cada momento. Meus dedos, melados do meu próprio gozo, clicaram em publicar, o clique pegajoso selando essa catarse, um sorriso nos lábios. Quem sabe Lucas lê e vem me foder de novo.

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Comentários

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Conto muito bom! Conseguiu mesclar debate ideológico com erotismo em um relato muito bem descrito.

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Autor , Vc escreve bem demais .

Conto com trama e erotismo

Show de bola .

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se as pessoas tivessem uma percepção mais profunda da lógica, as pessoas que repetem o que esse cara diz repetiriam apenas porque, pela personalidade que tem, identificam-se com esses supostos "argumentos" mas saberiam que estão errados. Boa história.

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