Seis meses se passaram. Depois de um breve período de melhora, as coisas voltaram a desandar. Tive que fechar duas filiais da padaria, e, se tudo continuasse naquele ritmo, logo teria que fechar as demais. Continuava na luta, tentando manter o negócio de pé — e, mesmo em meio à crise, ainda buscava profissionais que pudessem me ajudar a dar a volta por cima.
Foi nesse contexto que, certo dia, entrou na padaria uma jovem mulher. Morena, alta, cabelos crespos bem cuidados, olhos castanhos vivos e um sorriso confiante. Perguntou se havia alguma vaga. Disse que se chamava Rayssa, tinha 22 anos, e que fazia de tudo — aprendia rápido e estava disposta a contribuir no que fosse necessário.
Havia algo na forma direta e positiva com que ela falava que me chamou a atenção. Rayssa contou que sempre passava pela frente da padaria e achava o lugar bonito e organizado. Disse que algo naquele dia a impulsionou a entrar e perguntar. Apesar de meu momento ser mais de contenção do que expansão, senti que valia a pena dar uma chance.
Com o tempo, Rayssa foi se adaptando bem. Flávia, por sua vez, seguia distante — raramente ia à padaria, e quando ia, pouco interagia com os funcionários. Bem diferente de quando Ryan havia começado. No entanto, um dia, ao entrar na loja, foi recebida por Rayssa com um sorriso gentil:
— Adorei seu vestido, Dona Flávia.
Flávia pareceu surpresa, mas sorriu de volta.
— Sério? Comprei nessa lojinha aqui do lado ontem. Estão com uma super liquidação... acredita que paguei só sessenta reais? — E completou, com um sorriso mais leve: — Ah, e nada de “dona”, pode me chamar só de Flávia.
Foi um momento simples, mas sinal de uma ponte que talvez começasse a se formar entre elas.
Depois daquele dia, toda vez que Flávia ia à padaria, as duas acabavam trocando algumas palavras. Normalmente o papo girava em torno de roupas, novidades, futilidades do dia a dia… até que um dia o assunto mudou para carnaval. Foi quando Rayssa, com um brilho nos olhos, contou que era apaixonada pela festa — e mais, que era passista de uma escola de samba. Na hora fez sentido, aquele corpo, aquele jeito… ela realmente tinha o gingado de passista.
— Mentira! — Flávia disse, surpresa. — Então você samba super bem, né?
Rayssa sorriu com a confiança de quem sabe o que fala:
— Samba é a minha vida.
Minha esposa, tímida, confessou:
— Sempre quis aprender, mas nunca consegui. Às vezes até arrisco em um pagode, mas não rola.
Rayssa riu e balançou a cabeça.
— Você está indo nos lugares errados. Quer aprender de verdade? Tem que ir no morro. Lá a energia é outra, você sente o samba no corpo, no coração.
Os olhos de Flávia brilharam. Ela parecia uma criança diante de um novo brinquedo.
— Quero ir! Quando tem?
— Esse sábado tem ensaio. Vai lá. Eu e as meninas te ensinamos.
Flávia não se cabia de animação. Eu, por outro lado, não tinha cabeça nenhuma para samba, mas acabei concordando com um sorriso sem graça.
A semana passou sem novidades, até que finalmente chegou o sábado. O ensaio começaria às seis da tarde. Faltando meia hora, já estávamos prontos. Eu, básico: camisa de linho, bermuda. Flávia… ah, Flávia surgiu na sala transformada: salto alto, saia rodada preta e uma blusa cropped de paetês que faiscavam sob a luz. Estava deslumbrante, parecia feita para aquele momento.
Estávamos prestes a sair quando meu telefone tocou. Era da padaria. Um cano havia estourado, a água já invadia a rua. Liguei para meio mundo, ninguém atendia. Finalmente consegui um encanador de confiança, mas havia um detalhe: ele estava sem carro. Ou seja, eu teria que buscá-lo.
Olhei para Flávia e vi a decepção estampada em seu rosto. Aquela empolgação murchando diante de mim me cortou por dentro.
— Amor, faz assim: vai na frente. Eu busco o encanador e te encontro lá depois. Vai ser rápido, prometo.
Ela respirou fundo, pegou as chaves e saiu. Eu chamei um Uber e fui resolver o problema.
Mas não foi nada rápido. Quando chegamos, descobrimos que a situação era muito pior: o suporte da caixa d’água havia quebrado, a caixa despencou, destruindo diversos canos. Um caos. Um trabalho gigante. Liguei para Flávia para avisar, mas mal conseguia ouvir sua voz. O som do telefone era tomado pelo batuque da bateria, como se ela estivesse no coração da escola de samba.
A noite virou madrugada. Eu, encharcado de cansaço e poeira, terminei o serviço já quase amanhecendo. Voltei para casa arrastado, no banco de trás do Uber. Quando chegamos, às cinco da manhã, vi meu carro entrando na garagem. Estranhei. Será que Flávia tinha ido me buscar?
Subi. Na porta do apartamento, os saltos dela estavam largados, tombados. Entrei no quarto: maquiagem borrada, cabelo desgrenhado, corpo mole encostado no batente do banheiro. Flávia olhou para mim com um meio sorriso culpado e disse, arrastando as palavras:
— Amor… não tô bem. Não comi nada e… bebi só um pouquinho.
Levei Flávia até a cama, e em poucos segundos ela se entregou ao sono pesado da embriaguez. Fiquei ali, olhando para ela, e depois comecei a catar as roupas espalhadas pelo quarto. Encontrei a blusa de paetê, a saia amarrotada... mas a calcinha parecia ter evaporado no ar. Juntei tudo, coloquei para lavar e, já exausto, deitei ao lado dela.
Na manhã seguinte, acordei tomado por uma fúria silenciosa. Flávia, havia saído sozinha e voltado bêbada. Quando o relógio se aproximava do meio-dia, ela despertou:veio para a cozinha onde eu estava, totalmente pelada, com aqueles peitos perfeitos e aquela bocetinha que parecia desenhada a mão, cabelos desgrenhados, rosto amassado, o olhar pesado da ressaca estampado na cara. Perguntei o que diabos tinha acontecido na noite anterior. Ela me respondeu com aquele jeito manhoso que sempre me desmonta, pedindo desculpas. Contou que tinha ido ao samba e ficado encantada — a música, as pessoas, a energia. Disse, orgulhosa, que estava finalmente aprendendo a sambar, que o ambiente era mágico, todos rindo, cantando, dançando juntos.
Eu, como todo homem ao ver uma mulher pelada, não consegui manter minha raiva por muito tempo. Fingi cara de bravo por alguns dias, mas logo cedi.
A verdade é que meu coração estava em outro lugar: a padaria. Desde o episódio em que Ryan, aquele garoto atrevido, deu em cima de Flávia, as coisas nunca mais foram as mesmas. O negócio começou a declinar, clientes reclamando, contas se acumulando. Um peso constante no peito.
Quase um ano se passou nessa luta solitária. Afastei-me dos amigos, todos empresários de sucesso, incapaz de encarar minha vergonha. Numa noite qualquer, já depois do fechamento, eu estava sozinho, sentado no caixa, mergulhado em números vermelhos, quando algo me chamou atenção na janela. Ryan. Parado do outro lado do vidro, me fitava com um olhar firme, diferente. Fiz sinal para que fosse embora, mas ele insistiu, juntando as mãos como quem suplica. Resistiu por longos quinze minutos até que cedi. Abri a porta.
— Seu Diego, eu sei que errei. Sei que não deveria nem pisar aqui de novo. O senhor me acolheu, me deu uma chance, e eu joguei tudo fora. Mas aquele Ryan... não existe mais. Eu mudei. Eu amadureci. Só peço uma segunda chance.
Falou do avô, doente, que o havia ensinado as artes da panificação. Queria honrá-lo, queria se tornar um padeiro de verdade.
E, olhando bem, ele realmente não parecia mais o mesmo rapaz. Antes era um moleque desengonçado, de roupas folgadas, fala mole. Agora estava diante de mim um homem: corpo firme, postura ereta, roupas simples mas maduras, a voz carregando segurança.
Eu sempre tive simpatia pelo garoto. O que houve com Flávia, no fundo, me parecia apenas um erro juvenil, uma explosão de hormônios. Agora, diante de mim, estava alguém diferente. Mais do que isso: estava a chance de salvar a padaria.
Apertei a mão dele.
— Te espero amanhã, às seis.
Mas havia um obstáculo maior do que as contas e os clientes: Flávia. Cheguei em casa naquela noite com a missão quase impossível de contar a ela. Tentei rodear o assunto, falei das dificuldades do negócio, até que revelei o encontro. Ela explodiu. O rosto ficou vermelho, a voz subiu em gritos pela casa. Disse que aquilo era um absurdo, que eu estava traindo a confiança dela. Brigamos por horas, até que, exausta, ela cedeu, ainda contrariada. Eu garanti que tudo seria diferente, que Ryan havia amadurecido. Ela, amarga, resumiu:
— Vamos ver, então.
Na manhã seguinte, cheguei à padaria às cinco. Para minha surpresa, ele já estava lá, esperando na porta. Gostei da atitude.
Os primeiros dias foram promissores. O garoto retomou sua arte como se nunca tivesse parado, os clientes voltaram a elogiar os pães, as vitrines cheias novamente brilhavam. Ele estava transformado — respeitoso, aplicado, quase irreconhecível.
Mas o que mais me impressionava era sua postura com Flávia. Sempre que ela aparecia, ele mudava por completo: tirava a touca, baixava a cabeça, cruzava as mãos na frente do corpo e apenas cumprimentava com um “bom dia” ou “boa tarde”. Nunca mais do que isso. Em seguida, arrumava uma desculpa qualquer e desaparecia da vista dela. Para mim, parecia até exagero. Para Flávia, não. Em casa, ela me dizia:
— É assim que tem que ser. Ele que continue me respeitando.
Enfim, as coisas começaram a tomar um rumo melhor. Sete meses se passaram e, pela primeira vez em muito tempo, nossas vidas pareciam voltar a respirar. Naquela sexta-feira, depois de uma semana espetacular de vendas, decidi que Ryan merecia um descanso. Liguei para ele logo cedo:
— Hoje não precisa vir, tira o dia para descansar.
Ele tentou insistir, disse que preferia trabalhar, mas fui firme:
— Está proibido de pôr os pés na padaria hoje.
Depois de desligar o telefone, senti um alívio diferente. Era como se, finalmente, tivesse dado permissão a mim mesmo para respirar. Meses sem pensar em nada além de farinha, fornadas e contas... eu merecia uma pausa. Mais do que isso, queria aproveitar o dia ao lado de Flávia.
Foi nesse momento que Rayssa apareceu na porta do escritório. Trazia uma sacolinha na mão e um sorriso envergonhado.
— Seu Diego, será que o senhor se importa? Eu tô vendendo uns biquínis e lingeries pra fazer uma renda extra... Pensei se poderia mostrar pras meninas aqui da padaria, no intervalo delas.
Sempre solícito, respondi de imediato:
— Claro, Rayssa, sem problema nenhum. Pode mostrar sim.
Ela deu um passo à frente, como se tivesse lembrado de algo, e soltou:
— E o senhor, não gostaria de ver alguma coisa pra dona Flávia? Tem umas peças bem bonitas.
A ideia me pegou de surpresa. Por um instante pensei: Por que não? Hoje íamos à praia... talvez fosse até um presente inesperado. Sorrindo, comentei:
— Olha, Rayssa, confesso que é complicado comprar essas coisas pra mulher. A gente nunca sabe como vai ficar nelas.
Ela riu de leve e balançou a cabeça.
— Ah, isso é verdade, seu Diego. Mas eu tenho umas fotos das peças sendo usadas, já dá pra ter uma ideia.
Pegou o celular e começou a deslizar pela galeria. Na tela, uma modelo de corpo escultural posava com as lingeries — sempre cortando a foto do pescoço pra cima. Algumas peças eram bem discretas, rendas clássicas e delicadas. Outras, sensuais, cheias de transparências.
Eu observava em silêncio, até que, de repente, congelei. Numa das fotos, reconheci de imediato: não era apenas uma modelo qualquer. Era Rayssa. A mesma morena que estava à minha frente, mostrando tudo aquilo na maior naturalidade. Fiquei incrédulo, sem reação, vendo aquela beleza escancarada bem diante dos meus olhos.
Ela continuou, como se fosse a coisa mais comum do mundo, e passou para os biquínis.
— Esse branco aqui é novidade — disse, animada. — O tecido é diferente, olha só.
Mostrou a foto de frente. Era um biquíni pequeno, mas elegante, e de fato chamava atenção. Eu, ainda tentando disfarçar o impacto das fotos anteriores, perguntei:
— Você não tem a parte de trás? Flávia tem um bumbum avantajado... biquíni muito pequeno às vezes até some, parece que ela não tá usando nada.
Rayssa rolou a galeria, mas depois de procurar um pouco, balançou a cabeça.
— Dessa peça não tenho, não... Mas pode confiar, seu Diego. É muito bonito, e ela vai adorar. Esse tecido é novidade mesmo, nunca vi igual em biquíni. Parece até algodão, de tão confortável.
Ela falou com tanta convicção que, no fim, me convenceu. Escolhi aquele. Peguei o dinheiro, paguei e agradeci.
Antes de sair, Rayssa sorriu de canto e disse:
— Vou mandar as fotos pro senhor no zap. Se quiser mais alguma coisa, é só me chamar.
Deu uma piscadinha, ajeitou o cabelo e seguiu para os fundos da padaria, me deixando ali, sozinho, ainda um pouco atordoado com o que tinha acabado de ver.
Peguei o telefone, liguei para Flavia e disse a ela:
— Amor, estou chegando com uma surpresa. Hoje o destino é Grumari.
Minha praia favorita.
Quando cheguei em casa, ela já me esperava na porta. Entreguei a sacola com o biquíni, ela adorou a surpresa, foi se arrumar e já voltou com um vestidinho, tipo saída de praia por cima:
— Vamos logo! Hoje eu quero curtir essa prainha. Ah e você só vai ver o presente que me deu quando chegarmos na praia.
No carro, ela abriu o cooler que já tinha deixado pronto. De dentro, puxou uma garrafa de espumante aberta pela metade.
— Já tomei uma tacinha em casa — disse, servindo-se sem cerimônia.
Bebeu mais uma no trajeto, e antes de chegarmos à praia, a garrafa já estava seca.
O sol queimava forte quando estacionamos. Montei o guarda-sol, ajeitei as cadeiras, e enfim me deixei cair sobre a areia quente. Flávia, então, posicionou-se diante de mim. Com movimentos lentos, virou-se de costas e começou a soltar a canga.
O tempo pareceu parar.
Quando o tecido deslizou, era o biquíni branco, de um tecido bem fininho, a parte cima era normal, de cortininha, mas a parte de baixo era muito pequena, atrás somente um fiozinho que sumia na sua bundona, parecia que nem estava usando nada e na frente um triângulo que era bem menor que os que ela costumava usar, pois dava para ver claramente a marquinha dos outros biquinis. Meu corpo congelou. Fiquei sem reação, como se as palavras tivessem fugido da boca. Então me dei conta do erro que cometi em dar aquele biquíni para ela.
Ela olhou por cima do ombro, com um sorriso maroto, os olhos carregados de provocação:
— Gostou, amor?
Meu gesto foi automático, apenas acenei com a cabeça, sem conseguir formular resposta.
Flávia se esticou na toalha com a naturalidade de quem sabe o efeito que causa. Em poucos instantes, tornou-se atração inevitável. Homens que passavam desaceleraram os passos, vendedores encontram desculpas para retornar e oferecer a mesma mercadoria, só para poder roubar mais um olhar.
Ela continuou deitada ao sol, bronzeando cada centímetro da pele, até que virou o rosto para mim e pediu, com aquele tom manhoso que sempre usava para me dobrar:
— Abre a outra espumante, vai...
Abri o cooler e congelei por um instante. Lá dentro ainda havia mais duas garrafas de espumante, bem geladas, e algumas garrafinhas de Skol Beats, coloridas, como uma armadilha preparada para prolongar a farra. Suspirei fundo.
— Amor, você já tomou uma inteira só no caminho pra cá. Não acha melhor ir devagar?
Ela sequer considerou a sugestão. Pegou a garrafa da minha mão, abriu com destreza e respondeu com um sorriso que misturava inocência e provocação:
— Hoje eu quero aproveitar o sol, aproveitar você, aproveitar a vida.
E lá se foi mais meia garrafa, como se fosse água. Flávia bebia, ria alto de qualquer coisa que eu falava, gargalhava das próprias histórias, e tinha momentos em que simplesmente olhava para o mar como se estivesse hipnotizada. Parecia leve, parecia feliz — mas para mim já era um sinal de alerta.
Em um momento, senti a boca seca e disse que iria buscar uma água. Ela nem abriu os olhos, apenas acenou com a cabeça, preguiçosa, enquanto permanecia esticada na toalha. O detalhe que me incomodou foi a posição: estava deitada de lado, o corpo arqueado, o quadril virado descaradamente para a barraca.
Peguei as duas águas e, na volta, parei em choque. O fio que passava em sua bunda era tão pequeno que dava para ver claramente as preguinhas do cuzinho dela. Ela tinha um cuzinho lindo, rosinha, pouquíssimo utilizado, fizemos anal umas duas ou tres vezes apenas. Ela até me disse que gostava, mas eu tinha medo de machucá-la.
Cheguei, sentei novamente e me distraí olhando para o mar, quando olho para ela, Flávia havia se levantado. O biquíni branco, molhado pelo suor e pelo calor, colava-se ao corpo como uma segunda pele. Sem perceber, ou talvez percebendo demais, ela caminhou até a beira do mar, deixando olhares famintos por onde passava. E então mergulhou de uma vez, como quem se livra de todos os pecados em um batismo salgado.
Fiquei imóvel. Minha garganta travou. Eu não conseguia sequer chamá-la, apenas assistia a cena, dividido entre o orgulho da beleza que era só minha e o incômodo de saber que ela se tornava espetáculo para todos.
Quando ela voltou, meu desespero ficou ainda maior. O tecido por ser muito fino e macio, quando molhou ficou totalmente transparente. Dava claramente para ver os mamilos dela na parte de cima e na parte de baixo a racha da sua bocetinha estava totalmente à mostra, parecia que ela estava nua ali na minha frente na frente de todos naquela praia. Eu sem saber o que fazer, fiquei chamando ela para ir embora. Ela por outro lado, por conta da bebida nem se deu conta do biquini, ficava intercalando entre se deitar e deixar seu cuzinho para quem quisesse olhar e levantar e mostrar seu corpo para os homens que passavam por ali
Cerca de uma hora depois, depois de muito insistir, consegui convencê-la a irmos embora. Nesse intervalo, mal trocamos duas palavras. O silêncio não era comum entre nós, mas eu estava engasgado pelo choque, e ela, embriagada demais para notar.
Arrumamos tudo, fomos para o carro e seguimos pela estrada. O sol já começava a baixar, deixando o céu tingido de laranja. O trajeto corria em silêncio até que uma placa à beira da estrada quebrou tudo: Praia de Abricó.
Flávia arregalou os olhos como uma criança que vê um parque de diversões.
— Amor, por favorzinho! Vamos lá! Eu sempre tive curiosidade de conhecer essa praia. Só um pouquinho!
Meu coração gelou. Abricó não era uma praia qualquer. Eu sabia exatamente o tipo de ambiente que era — e a simples ideia de ver minha linda Flávia, naquela condição de embriaguez, caminhando por lá, me deixava apavorado.
— Nem pensar — respondi seco. — Não quero nem passar perto.
Ela insistiu. E quanto mais eu negava, mais ela pedia. Os olhos brilhavam, a voz ficava chorosa, quase infantil. Até que, já alterada pelo álcool, ameaçou:
— Se você não quiser ir, eu saio do carro e vou sozinha.
Aquela frase foi a gota d’água. Não tive escolha. Suspirei, rendido:
— Está bem. Mas só vamos dar uma olhada rápida. Ver como é. E voltamos para o carro. Entendeu?
Ela pareceu nem ouvir. Seus dedos se entrelaçaram nos meus e, antes que eu pudesse reagir, começou a me puxar, correndo pela areia, com a mesma animação de uma adolescente fugindo das regras.
E naquele instante, percebi que o “só dar uma olhada” estava prestes a se transformar em algo muito maior do que eu havia imaginado.
Saímos do carro de mãos dadas, embora meu passo fosse hesitante e o dela, apressado, quase tropeçando de ansiedade. Pegamos uma pequena trilha cercada por vegetação, o som das cigarras e do mar se misturando ao longe. Quando enfim alcançamos a abertura entre as árvores, lá estava ela: a praia de Abricó, selvagem e quase deserta.
O vento carregava um cheiro salgado mais intenso, e o sol refletia na areia clara como se fosse vidro. Olhei para aquela imensidão e imediatamente tentei convencê-la:
— Flávia, já vimos. Agora vamos embora, não é lugar pra gente ficar.
Mas o álcool falava mais alto do que qualquer argumento. Ela abriu os braços, respirou fundo e, com aquele sorriso atrevido, respondeu:
— Amor, olha isso! Não tem ninguém na praia... vamos nos aventurar!
E, de fato, quase não havia alma viva. Dois guarda-sóis solitários estavam armados à distância, e apenas três pessoas caminhavam tranquilas na beira da água. O cenário parecia inofensivo, mas meu estômago se contorcia de medo de encontrar algum conhecido.
Mesmo assim, rendido à insistência dela, voltei ao carro, peguei nossas coisas e retornamos para a areia. Pela segunda vez no dia, montei guarda-sol, toalha, cadeiras, tentando disfarçar minha apreensão.
Flávia não perdeu um segundo. Tirou todo o biquini, saiu correndo em direção ao mar, as ondas batendo contra suas pernas como se a recebessem de braços abertos. Antes de mergulhar, gritou para mim:
— Amor! Já abre a terceira garrafa pra gente! Vamos comemorar!
Quando a vi voltando, com gotas escorrendo pelo corpo e os cabelos molhados colados ao rosto, parecia uma visão. Linda, livre, desarmada de qualquer pudor. Já com a garrafa em mãos, enchi sua taça até a borda. Ela se jogou ao meu lado, rindo, leve, completamente despreocupada. Na verdade ela estar totalmente nua não era tão diferente de usar o biquini branco molhado, pensei.
Eu, ao contrário, não conseguia relaxar. Cada músculo do meu corpo estava tenso. Tentei disfarçar bebendo uma Skol Beats, mas o gosto doce me enjoou na primeira golada. O desconforto não ia embora.
Por algum tempo tudo pareceu tranquilo. Quase não cruzamos com ninguém — apenas dois casais passaram caminhando próximos à água, mas sequer olharam para nós. Seguiram em frente, como se fôssemos invisíveis. Eu quase consegui respirar aliviado... até que algo, ao longe, prendeu minha atenção.
Duas silhuetas surgiram no horizonte. Vinham caminhando dentro d’água, com a maré baixa batendo nos joelhos. Altos, corpos musculosos, a postura lembrava mais a de seguranças ou militares do que de banhistas comuns. A maneira como avançavam era lenta, quase calculada.
Meus olhos estreitaram diante da luz forte do sol que refletia na água. Algo naquele andar me parecia familiar. Tentei afastar o pensamento, mas não conseguia desviar o olhar. Enquanto isso, Flávia falava sem parar, já enrolando as palavras, rindo alto de histórias sem sentido, completamente entregue à embriaguez.
Os dois se aproximavam cada vez mais, e meu coração começou a bater mais rápido. A cerca de cinquenta metros, finalmente reconheci um dos rostos. Meu sangue gelou.
Ryan.
Era ele.
Minha primeira reação foi instintiva: abaixar o rosto, tentar me esconder atrás dos óculos escuros, como se fosse possível me camuflar. Rezei em silêncio para que ele não nos percebesse. Mas minhas esperanças ruíram no mesmo instante em que uma gargalhada estrondosa de Flávia ecoou pela praia.
Ela havia chamado, sem querer, a atenção que eu mais temia.
As gargalhadas de Flávia ecoaram fortes, quebrando o silêncio daquela praia quase deserta. Foi o bastante para despertar a atenção dele. Ryan parou de andar, franziu o cenho e manteve os olhos fixos em nossa direção por uns quinze segundos intermináveis. Nesse tempo, meu corpo inteiro pareceu congelar. Vi, em câmera lenta, o instante em que a expressão dele mudou — de dúvida para reconhecimento.
Meu coração disparou. Engoli seco e, quase sem voz, sussurrei para Flávia:
— Amor... é o Ryan. Ele está vindo na nossa direção... com um amigo.
Na mesma hora, a euforia dela evaporou como álcool ao fogo. A mulher sorridente e expansiva deu lugar a uma Flávia retraída. Ela que estava deitada, relaxada ao sol, imediatamente se encolheu, sentou-se trazendo os joelhos contra o peito e tentou se esconder atrás dos próprios braços.
Aqueles cinquenta metros que os separavam de nós tornaram-se uma eternidade. Cada passo que eles davam parecia ecoar dentro do meu peito. Se eu pudesse escolher um poder, naquele instante seria o de desaparecer dali. Mas não havia fuga possível. Outra coisa me deixou com mais vontade de sumir dali, entre suas pernas havia uma verdadeira cobra pendurada, eu ja sabia da fama dos homens negros, mas achava que era apenas coisa de filme porno ou até uma montagem, mas nesse dia descobri que não, o pau dele deveria ter uns 18cm mole, era grosso e veiudo e o pior, o rapaz que estava ao seu lado não era muito diferente, apesar de parecer um pouco menor o membro desse outro cara era ainda mais grosso.
Quando enfim chegaram, Ryan se aproximou com certa timidez. A voz, porém, soou surpreendentemente educada:
— Seu Diego... Dona Flávia... não imaginava encontrar vocês aqui. Que surpresa.
Meu estômago se revirou, mas tentei manter a postura. Ele então apresentou o rapaz ao lado, de físico tão atlético quanto o dele:
— Esse é o Beto, meu primo. Fomos vizinhos a vida toda.
Ryan falava com uma naturalidade desconcertante, como se aquela fosse apenas mais uma manhã qualquer. Olhou para Flávia com firmeza, mas comedidamente, fixando os olhos apenas nos dela, sem nenhum deslize. Havia respeito no tom. Contou que tinha descoberto recentemente aquela praia e que achava um lugar excelente para se sentir livre, em paz.
Flavia por sua vez apenas sorria sem graça, tentando olhar para o nada, mas sem conseguir deixar de encarar as duas ferramentas que estavam em sua frente.
Aos poucos, a conversa foi se desenrolando. Coisas triviais, frases soltas. Aos poucos, até eu comecei a esquecer o peso da situação. Flávia, no entanto, permanecia imóvel, encolhida, como se quisesse desaparecer atrás dos próprios joelhos. Passaram-se cinco minutos até que o álcool e o ritmo leve das falas começaram a devolvê-la ao mundo. Ainda sem mudar muito de posição, respirou fundo.
— Amor... seu espumante vai esquentar — murmurei, tentando quebrar aquela rigidez.
Ela pegou a taça quase sem olhar, esticando o braço e assim deixando o peito esquerdo à mostra, num gole só, esvaziou quase tudo. Resolvi então oferecer hospitalidade aos rapazes. Abri outra garrafa de skol e estendi para eles. Ryan aceitou sem hesitar e virou a bebida quase de uma vez. Beto, logo em seguida, fez o mesmo.
O tempo foi escorrendo, como o líquido nos copos. Meia hora depois, já todos estavam falando normalmente, entre risadas ocasionais e confidências banais. Até Flávia parecia mais tranquila, talvez pelo efeito do álcool que voltava a tomar conta dela. O clima pesado dava lugar a uma estranha sensação de convivência. Ela já não cobria mais os peitos que ficavam balançando enquanto ela ria, e as pernas já não estavam tão cerradas como antes, talvez de onde estavam os rapazes até conseguiam ver a testa de sua bocetinha.
Até que, de repente, algo mudou.
Os meninos comentaram que tinham deixado suas toalhas e pertences não muito longe dali. Ryan apontou para o lugar... mas logo congelou. As coisas haviam sumido.
— Não pode ser! — exclamou Beto, já em pânico. — Meu Deus, meu celular... a chave da minha moto... estava tudo ali!
Ryan empalideceu, mas o primo foi mais direto:
— As roupas! Como vamos sair daqui agora?
Levantaram-se imediatamente e correram até o local, a areia levantando em nuvens atrás deles. O desespero era palpável. Eu também me levantei, instintivamente, e corri atrás para ajudar.
Flávia, que escutava tudo de onde estava, arregalou os olhos. O instinto falou mais alto: levantou-se também, cambaleando um pouco pela bebida, e veio até nós. O rosto dela estava sério, preocupado. Pela primeira vez no dia, parecia sóbria.
E ali estávamos nós quatro, no meio da areia escaldante, em busca de algo que talvez já tivesse se perdido para sempre.
Eu me ajoelhei na areia e comecei a remexê-la com as mãos, como se o vento tivesse simplesmente soterrado as coisas deles sob a superfície. Ao meu lado, Ryan fazia o mesmo, o corpo inclinado, os dedos cavando desesperados. O silêncio era quebrado apenas pelo som das ondas e das nossas respirações ofegantes.
Quando ergui o olhar para Beto, percebi que ele não se movia. Estava imóvel, estático, com a boca entreaberta, quase babando. Um arrepio percorreu minha espinha. Virei-me para descobrir o motivo e entendi imediatamente: os olhos dele estavam fixos em Flávia, totalmente nua, com os peitões e a bucetinha a mostra para eles, não pude deixar de notar também que o pau do rapaz começou a dar sinais e já não estava pra lá de meia vida.
Ryan notou meu súbito congelamento, e quando me viu parando de procurar, também se virou. O que vi em seu rosto me perturbou: um semblante instintivo, quase animalesco, o olhar de um predador que acabara de localizar a presa. Aquela expressão foi rápida, mas ficou gravada em mim como uma marca de fogo.
As buscas cessaram. A realidade voltou a nos esmagar. Sem chave, sem roupas, sem solução. Ryan coçou a nuca, frustrado, e disse com um tom de resignação:
— E agora? Viemos de moto. Sem a chave... sem nada... não temos como ir embora.
Foi então que Flávia, surpreendentemente serena, interveio:
— Nós damos uma carona para vocês. Não vamos estragar o dia. Vamos esquecer isso, aproveitar o que sobrou, beber o resto do cooler... Amanhã vocês chamam um chaveiro para resolver a moto.
A decisão já estava tomada. Não havia muitas opções, e os dois aceitaram quase de imediato. Voltamos à sombra do guarda-sol, e as garrafas começaram a circular. Flávia secava a última de espumante como se fosse a última chance de felicidade no mundo. Nós três ficamos com as Skol Beats. Eu, desconfiado, mal bebi alguns goles, o suficiente só para não parecer deslocado. Já os rapazes viravam garrafa atrás de garrafa, rindo alto, soltando piadas, cada vez mais embriagados e infantis.
Aquele clima até seria legal se não fosse o fato de minha esposa estar naquela situação com meu funcionário que tinha dado em cima dela há alguns meses e para piorar tinha trazido um primo junto. Os dois que já estavam rindo com naturalidade nem se preocuparam em esconder suas ereções, brincavam e conversavam como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.
O tempo escorreu, e quando percebi já era quase seis da tarde. O sol se despedia tingindo o horizonte de vermelho. Decidimos que era hora de partir. Juntamos cadeiras, cooler, guarda-sol. Ryan e Beto me ajudaram a carregar, e notei que usavam os próprios objetos como escudos improvisados, tentando esconder a nudez desajeitada.
Chegamos ao carro e, como se o dia já não tivesse sido cheio de imprevistos, mais uma surpresa: o porta-malas simplesmente emperrou. Tentei de tudo — botão no painel, botão da chave, puxei, forcei, nada. O maldito não abria. A irritação subiu ao meu peito como fogo. Por fim, decidimos colocar tudo no banco de trás.
E foi aí que surgiu o problema. Entre cadeiras, cooler e guarda-sol, simplesmente não havia espaço para os dois rapazes. A matemática era simples: um deles teria que ir na frente.
Flávia, com aquele tom doce que sempre usava para resolver situações impossíveis, sugeriu:
— Beto, vai na frente. Eu fico atrás. Sou pequenininha, vou caber aqui no meio.
Beto, já completamente entregue ao álcool, concordou sem pensar duas vezes. Soluçando, foi se ajeitando de qualquer jeito no banco do passageiro, encostando a cabeça no vidro, até que apagou ali mesmo, respirando fundo e pesado.
Flávia se acomodou no banco de trás. Agora estava de biquíni — o mesmo branco da praia, molhado e grudado ao corpo, desenhando cada curva dela. Sentou-se no meio, entre o cooler e Ryan, que tomou a lateral. Eu respirei fundo, segurei firme no volante e dei partida.
No início, o silêncio parecia reconfortante. Só se ouvia o motor e o barulho distante da estrada. Mas minha cabeça trabalhava sem parar. A cada vinte segundos, meus olhos fugiam para o retrovisor, como se minha vida dependesse disso. Ryan permanecia imóvel, quieto demais — não sabia se era cansaço ou se fingia estar adormecido. Flávia, desperta, pediu que eu desligasse o ar-condicionado porque estava com frio. Fiz imediatamente, sem questionar.
O tempo passou devagar, até que o silêncio venceu de vez. Primeiro, Ryan, vencido pelo álcool, desabou para o lado, caindo involuntariamente na direção de Flávia. Ela resistiu mais, mas não muito. Lutava contra o sono, mas acabou cedendo.
Quando desviei o olhar da estrada por alguns minutos e voltei ao retrovisor, meu estômago gelou. Flávia estava encolhida, de joelhos juntos ao peito, mas agora virada para Ryan, o rosto a poucos centímetros do dele.
A respiração dos dois, pesada pelo álcool, preenchia o carro. Pegaram um sono profundo, daqueles que nada desperta. Eu tentei desencanar do retrovisor, focar na estrada. Mas não consegui por muito tempo. Uns cinco minutos depois, olhei de novo e levei outro choque: ela tinha mudado de posição. Antes, de frente para Ryan. Agora, de costas. Mais perto do corpo dele.
Do ângulo em que estava, conseguia ver apenas até a altura do umbigo dela. Para baixo, era escuridão. Aquele quadro me fez suar frio. Apertei o volante com força e pisei mais fundo no acelerador. Só pensava em chegar logo.
Mas surgiu um problema: onde deixaria aqueles dois? Eu tinha uma vaga lembrança de onde Ryan morava, mas não sabia o endereço exato. Então uma ideia me pareceu perfeita: iria direto para o meu apartamento, estacionaria na garagem, subiria correndo, pegaria roupas limpas para eles e chamaria um Uber. Rápido, limpo, sem exposição.
Enquanto acelerava, algo me fez gelar ainda mais. Tive a impressão de ouvir um gemidinho leve de Flávia. Quase imperceptível. Tentei convencer a mim mesmo de que ela apenas sonhava. Mas quando olhei no retrovisor, parecia que ela se aconchegava ainda mais em Ryan, quase numa conchinha improvisada.
O coração disparou. Acelerei o carro como se quisesse atravessar a estrada inteira em segundos.
Próximo ao prédio, outro dilema: teria que entrar pela garagem. E se algum vizinho aparecesse? Se alguém visse aquela cena? Decidi que precisava agir rápido, sem dar tempo para testemunhas.
Entrei devagar, olhando para todos os lados. A garagem estava quase deserta. Estacionei na minha vaga, apenas o Mercedes do Mauro, meu vizinho, estava a uns cinquenta metros dali. Nenhum sinal de movimento.
Desci do carro. O silêncio era tão denso que quase doía. Fui até a porta de trás e a abri. Minha ideia era simples: tirar Flávia, levá-la para cima, providenciar roupas para os rapazes e encerrar aquele dia que já tinha sido longo demais.
Tentei acordar Ryan com um cutucão, mas ele apenas se moveu para frente, grudando ainda mais em Flávia. Pior: passou o braço sobre ela, quase num abraço. A cena me travou por alguns segundos.
Sem saber o que fazer, dei a volta, abri a outra porta de trás e tirei as cadeiras, o guarda-sol e o cooler. Respirei fundo e tentei acordar Flávia. Nada. Sono profundo. Tive então a ideia de puxá-la para fora e carregá-la nos braços.
Com cuidado, a segurei pelos braços e comecei a puxar. Ao se afastar de Ryan, ela soltou um gemido leve. Por um instante, não entendi. Achei que fosse apenas reflexo do sono pesado. Continuei puxando, e então eu percebi, ela estava gemendo porque o pau do garoto estava completamente enterrado em sua bocetinha, acho que durante o sono o rapaz teve uma ereção e quando Flavia foi de encostando nele o fiozinho do biquíni saiu do lugar e o membro giganto de rapaz entrou nela. Totalmente em choque continuei puxando ela, ao tirá-la do carro notei que sua bocetinha estava bem alargada o pau do rapaz que agora estava rígido apontado para cima e brilhoso, provavelmente por conta da buceta de Flavia. Notei também que sua bucetinha, antes bem fechada agora estava mais larga. Sem pensar muito saí correndo dali com ela.
A peguei no colo. O corpo dela estava mole, entregue. Levei-a para cima, direto para o quarto. Ao deitar ela na cama, ela despertou por alguns segundos. Piscou, olhou ao redor, confusa:
— Onde... a gente tá?
— Em casa — respondi, tentando soar calmo. — Acabamos de chegar da praia.
Ela fechou os olhos, sorriu e murmurou:
— Nossa... hoje foi um dia muito bom…
E passou a mão na bucetinha algumas vezes.
De repente, lembrou dos rapazes.
— E os meninos?
— Estão no carro. Vou pegar uma roupa para eles e pedir um táxi.
Mas, para minha surpresa, ela se endireitou na cama e, ainda sonolenta, rebateu com a voz suave:
— Nada disso. Deixa eles dormirem aqui essa noite... tadinhos.