ADRIANO 5
Meu sonho era comer minha lasanha e deitar, mas o Caio quer sair, tem uma festa com uns colegas de teatro dele, sinceramente estou sem um pingo de coragem para sair de casa hoje, mas não queria furar com ele, para piorar até o Luan vai — o que é bem raro o Caio convidar o Luan para algo e ainda mais raro ele aceitar.
Tomo um banho e visto uma bermuda mais confortável, Ykaro já saiu para trabalhar então estou só em casa, a lasanha que ele deixou está tão gostosa que nem preciso esquentar para comer, nossa ele tem talento na cozinha, bonito e talentoso, um mistério um homem desses ser solteiro. Meu celular vibra com mensagens do Caio querendo saber se vou encontrar com eles, mas a cada garfado que dou nessa lasanha menos tenho coragem para sair de casa. No fim uso o resto da disposição que ainda tenho para lavar a louça.
— Onde você está? — Caio pergunta assim que atende ao telefone.
— Madrinha eu não vou, estou completamente acabado, preciso descansar — digo a minha defesa.
— Ai não Adriano, eu só chamei o insuportável porque você me disse que viria!
— Eu sei Caio, mas é real, não consigo sair hoje e amanhã tenho duas encomendas para entregar, já tinha uma e acabei de fechar outra agora a pouco — pior que nem é mentira — e talvez o Luan nem possa ir.
— Queria eu, mas esse estrupício já está aqui conversando com meus amigos como se ele fosse um ser humano normal e educado — acho que eles dois gostam de se odiarem, até porque quando não estou por perto para mediar eles simplesmente não conseguem ficar sem se ofenderem.
— Vou avisar a ele que não vou, assim com certeza ele não vai demorar muito tempo aí — normalmente compareço nas apresentações de drag do Caio mesmo quando estou cansado ou doente, mas dessa vez não vai rolar e também até onde entendi ele não vai se apresentar é só uma festa mesmo que ele vai está se mostrando para o público e quem sabe se der sorte conseguir fechar uns trabalhos com os promotores que estão lá.
— Pois faça isso agora, antes que ele enfie o pintinho dele em alguma amiga minha e depois trate ela como um babaca que nem normalmente ele faz.
— Ele só tem problemas com a Stella, você sabe — Caio não suporta quando defendo o Luan, mas em minha defesa também costumo defender ele quando é o Luan quem fala mal dele.
— Tanto faz, esse seu amigo crente virgem de Taubaté está embaçando minha festa! — Isso nem deve ser verdade, mas já não vou à festa, não tenho porque irritar ainda mais meu amigo.
— Tá bom, vou mandar mensagem agora e depois vou deitar e dormir.
— Acho bom você dormir mesmo, Madrinha, porque se eu souber que você foi para outro lugar eu acabo com sua raça — Caio é muito raivoso, mas quem o conhece sabe que na real ele é um doce de pessoa.
— Sim senhora! Desculpa furar Madrinha, na próxima prometo que vou tentar comparecer — deixo a palavra tentar na frase só por caso de isso se repetir, Caio é pior que os elefantes, não esquece de nada que prometem a ele.
Depois da avisar ao Luan de que não vou para essa festa finalmente deitei minha cabeça no meu travesseiro e dormi — o tão merecido sono dos justos. — Ainda é madrugada quando escuto meu telefone tocando, atendo meio que no susto de quem está meio acordado e meio dormindo.
— Madrinha, cadê a senhora? — Escuto a voz do Caio do outro lado da chamada.
— Estou em casa — digo com a voz ainda cheia de sono.
— E tua não tá ouvindo a gente batendo nesse portão e gritando seu nome a um tempão? — No fundo dá para ouvir a voz do Luan e os dois começam a discutir sobre um motivo qualquer e provavelmente beste, coitado do Uber que teve que trazer esses dois pra cá.
Levanto e vou até o portão abrir para eles, antes que acordem o resto da rua inteira, no relógio ainda não é nem duas horas, não faço ideia do porque eles estão aqui e não na festa. Só não estou mais surpreso porque essa não é a primeira vez que eles aparecem aqui sem me avisar antes.
— A senhora está com a cara quadrada — Caio diz entrando e logo em seguida Luan o acompanha.
— Claro né, ele estava dormindo, você queria o que, te falei.
— Parem de brigar pelo amor de Deus ou vão acordar o Ykaro — peço enquanto esfrego meus olhos para tentar passar o sono.
— Ele não está em casa, a moto dele não está na garagem — Luan pontua e percebo que ele tem razão, mas pela hora e ainda mais pelo dia meu colega de casa certamente deve está trabalhando ainda.
Devo está tão atordoado que nem percebi, mas enfim pelo menos eles não está incomodando meu colega de casa — só meus vizinhos — eles me acompanham até meu quarto, Caio está montado com uma peruca imensa vermelha e um vestida que mostra muito mais do que cobre — Carmem SanFortal é a mais pura definição do meme “oh viado bonito” — Luan me explica que depois que falei que não ia ele não teve muito mais o que fazer na festa, Caio também não foi um bom anfitriam e isso meio que já era o esperado, o problema é que Luan não tinha onde dormir já que estava contando em vir para cá comigo depois da festa, quando Caio soube que ele tava vindo para cá meteu na cabeça que vinha também e assim esses dois apareceram na minha porta.
— Eu queria você lá Madrinha, tava tudo tão lindo — Carmem está sentada na minha cadeira em frente ao espelho do guarda roupa iniciando seu processo de “desmontação.”
— O viado tem razão nessa, o que tinha de mulher bonita lá — até para concordar Luan tem que dár a sua primeiro.
— Você queria era os viados e fica fazendo esse cu doce todo — Caio responde, mas o Luan apenas fecha a cara.
— Vocês podem encerrar o expediente das ofensas, por favor?
— Tudo bem, mas eu vou tomar banho primeiro — Luan disse indo até o guarda roupa para pegar sua toalha e uma das suas bermudas.
— Ainda não sei como esse moleque se diz hetero se ele tem mais coisas dele no seu guarda roupas do que no dele — Caio o provoca.
Desde que Luan começou a andar na minha casa ele foi meio que se instalando, não me incomoda e por mais que o Caio reclame tem uma parte do meu guarda roupas que é só da Carmem porque já não cabia na casa dele, no fim por conta da vida dupla do meu amigo hetero — digo que ele só é crente quando está com a mãe dele no caso — acabou se tornando mais conveniente ter coisas dele aqui e sobre a toalha é só que lençou e toalha é algo que eu não compartilho com ninguém, então comprei uma toalha para quando o Luan sai do trabalho e não pode ir para casa ou quando vem dormir aqui, ele tem a toalha dele e o lençol dele, mas em minha defesa quem lava as coisas dele é ele, até porque aí já seria demais lavar cueca de marmanjo não rola.
— E o bufê é tranquilo mesmo? — Caio aproveitou para falar comigo depois que o Luan entrou pro banho.
— Na verdade acho que sim, ele tem sido bem de boas, tipo a gente ainda não se viu praticamente, quando estou trabalhando ele está em casa e quando ele chega já estou dormindo.
— Sei, é que eu ouvi umas histórias, mas não sei se são verdade — Caio conhece tanta gente que às vezes acho que ele seria um ótimo jornalista.
— Que histórias? — Pergunto curioso.
— É que — Caio se inclina para mais perto de mim e baixa mais ainda o tom da sua voz para ter certeza de que o Luan não possa ouvir — o Ykaro está comendo a Stella, não sei se eles namoram, mas pelo que me contaram eles tem um trelelê Madrinha, e minha amiga disse que é cada beijo que eles dão quando estão juntos que só falta treparem ali mesmo na frente de todo mundo.
— Mas ela dormiu com o Luan antes de ontem — estou chocado.
— Pois é, por isso não queria falar na frente dele — mesmo se odiando eu sei que o Caio jamais seria tão baixo de usar isso contra o Luan, assim como meu amigo hetero não faria com ele.
— Nossa, por isso ela estava toda se colocando como referência para ele quando falei com ela — algumas coisas começaram a fazer sentido na minha cabeça — mas você acha que o Ykaro sabe que o Luan também fica com a ela?
— Acho que não porque o crente do pau oco só fica com ela no sigilo — a pouca empatia do Caio começa a se desmanchar — nem as cacuras que eu pego são tão sigilosas quanto ele.
— Caio!
— Tô mentindo por acaso? — Pior que não, Luan é muito reservado, até de mais.
— O que a gente faz, conta pro Luan?
— Você quem sabe Madrinha, eu não tenho nada haver com isso, só sei que quero está lá quando ele se tocar que perdeu a amapô por causa das baitolagens religiosas dele.
— Vocês são horríveis, mas pior que acho que o Luan vacilou muito com ela e tipo ele gosta mesmo dela sabe — estou me sentindo mau agora, Ykaro parece um cara legal, mas entre ele e o Luan claro que vou ficar do lado do meu melhor amigo, só espero não precisar pedir pro meu novo colega de casa se mudar. Mudamos de assunto por hora para não correr o risco ele sair do banheiro e nos pegar falando disso.
— Adriano seu chuveiro elétrico não está funcionando — Luan sai do banheiro só com o calção folgado, com a toalha ele enxuga seus cabelos ainda molhados.
Luan é possivelmente o cara mais gostoso que já conheci na vida, ele tem um corpo natural — naturalmente perfeito diga se de passagem — eu sei que não devemos objetivar os homens pretos e tudo isso, mas puta que pariu o Luan é um preto para caçar e morrer em cima dele. Caio não admite isso nem pela morte, mas seus olhos secando o corpo molhado e cheiroso do Luan o entregam, para sorte dele Luan é boco demais para reparar nisso.
Não vou mentir quando passei pela minha fase de me apaixonar pelo amiguinho hetero gostoso, mas hoje em dia consegui superar isso totalmente e graças a Deus que fiz isso detestaria perder a amizade do Luan, então me contento só em limpar minha vista com ele, mas no fim não passa disso, fora que ele confia em mim, odiaria provar que seu preconceito é válido de que gays não podem ser só amigos de homens heteros.
O quarto vago não está mais vago, nesse caso eles vão precisar dormir no meu quarto mesmo, Luan já tratou de arma sua rede que fica perto da janela, ele gosta porque além de fresquinho o sol bate bem em cima dele e assim não perde o horário, Já o Caio dormir comigo na cama, ele não sabe dormir se não for agarrado em alguma coisa ou em alguém, no início pensei que era só conversa dele, mas é bizarro, ele me agarra e apaga, se não fizer conchinha com ele é mesmo que pedir para passar a noite acordado — pois além de não dormir ele não deixa a gente dormir também.
O domingo passou voando, tive duas encomendas grandes para fazer, por sorte o Caio ficou para me ajudar, Luan até queria ficar, mas conhecemos sua mãe, domingo é o dia em que eles respiram igreja na casa dele, ai dele se não estiver por perto. Ykaro dormiu até a hora do almoço, até começou com a gente, e por mais que eu quisesse perguntar sobre a Stella achei meio invasivo tocar no assunto e não tive coragem, Caio deve ter pensado o mesmo pois também não perguntou nada sobre. A noite ele foi trabalhar e finalmente conseguiu descansar depois de fazer minhas entregas.
Minha semana começou bem, no trabalho o Nathan acabou sendo bem melhor do que eu pensei, ele pegou tudo tão rápido. Ele é um cara curioso e bem esperto, isso é uma excelente soma de qualidades. No início só que me incomodou foi o supervisor dando em cima dele o tempo todo, nossa chegou a dar dor física do quanto sem noção esse peste é, mas pelo menos o Nathan não deu nenhuma brecha e se saiu de uma forma educada de todas as investidas do seu chefe barra admirador.
Enfim a sexta chegou e também o último dia de treinamento do Nathan, algo já havia mudado entre a gente, tipo ele sempre tão educado e cheiroso — trabalhamos muito próximos um do outro não tinha com não sentir — e seu jeitinho delicado parecendo um príncipe acabou chamando minha atenção. No almoço faço o que sempre faço acompanho o Nathan até a copa depois desço para encontrar com Luan na nossa padaria, pensei em convidar o Nathan várias vezes essa semana, mas tipo ele passou a semana levando seu almoço e também não queria parecer desesperado ou invasivo como o supervisor.
— O que você tem? — Pergunto pro Luan que desde que chegou está carrancudo.
— Falei com Stella — faço o máximo possível para não transparecer nenhuma reação que me entregue — eu disse que queria sair com ela, tipo em um encontro.
— Uau, quem é você e o que você fez com o meu amigo complexado? — Brinco na tentativa de disfarçar melhor minha reação, como eu disse, tenho muita sorte do Luan ser um pouco lentinho para essas coisas.
— Tô falando sério macho.
— Foi mau, mas e ai? O que ela disse?
— Ela falou que vai ter uma festa na casa de um amigo dela hoje e me chamou para ir junto.
— Então qual é o problema? — Isso me parece uma coisa boa.
— É que eu queria que fosse uma coisa só nós dois — o biquinho dele é até fofo, mas como amigo é minha obrigação puxar sua orelha.
— Mas aí grandes merda né Luan! — Meu amigo reage arregalando os olhos de surpresa.
— O que?
— Poxa Luan, a intenção de chamar ela para sair não é uma forma de falar que você quer finalmente dar um passo na relação de vocês? — Sei disso porque ele passou a semana falando sobre isso, só não sei quem foi esse anjo que parece ter colocado um pouco de juízo na cabeça dele, isso ele não quis me contar.
— Mas eu quero ficar com ela! — ele se defende, parecendo ainda não ter enxergado a problemática da coisa.
— Luan escuta meu querido, vem com o tio nesse raciocínio, todas as vezes em que vocês saíram — coloco aspas nas mão quando digo a palavra saíram — vocês transaram e depois você foi um babaca.
— Adriano?
— Desculpa amigo, mas você tem sido meio babaca com ela, tipo eu super entendo sua culpa cristã de verdade, só que isso não muda o fato de que você foi babaca com ela, mas de uma vez até — ele finalmente começa a entender, sei disso só de olhar nos seus olhos.
— Você acha mesmo que eu devia ir nessa festa e conhecer os amigos dela? — Luan claramente está desconfortavel com isso e nem sei porque, mas se ele a quer vai precisar provar para ela que dessa vez vai ser mais que sexo e culpa.
— O que você acha grandão? — Me permito ser um pouco irônico.
— Detesto quando você parece o Caio falando.
— Não muda de assunto, ou você vai nessa festa ou some e deixa a Stella seguir com o rolo dela — porra falei de mais e logo dessa vez Luan me encara com um olhar inquisidor.
— Que rolo?
— Rolo, eu falei rolo, quis dizer rolê — sou um péssimo mentiroso sob pressão.
— Eu invoco o acordo de brothers nesse instante — Luan tem umas nerdices, é fofo mas as vezes não, maldito TDH seletivo esse dele.
— Tá bom, ela está saindo com outra pessoa, mas não é sério, quer dizer eu acho que não é, por que se não ela não aceitaria sair com você né? — Droga conheço esse olhar, Luan está se sabotando em sua mente — Luan escuta a Stella gosta mesmo de você, ela só tá saindo com esse cara porque acha que vocês nunca vão ter nada.
— Como você sabe? E quem é esse cara?
— Muito bem, eu invoco o acordo de melhores amigos para dizer que vou ficar calado sobre o que eu sei pois não é relevante para a pauta — a gente assiste muitas séries de advogados.
— Adriano?
— Se vale para você vale para mim, por isso não queria te contar, sabia que você ficaria assim.
— Tá bom — ufa, por um momento achei que ele ia tirar meu coro por não ter contado antes, ainda bem que ele aprendeu sobre perdão antes de se desviar do evangelho — e se o outro cara for melhor?
— Luan coloque uma coisa nessa sua cabeça grande dura — a quinta série que habita em mim quase me faz perder o raciocínio pelo que acabei de dizer, mas me esforço para manter o foco e vejo que ele também pensou besteira só pelo sorriso bobão dele — você é um preto de dois metros com braços fortes um peito que é melhor do que muito travesseiro e pelo que dizer suas calças apertadas tem um pau enorme, me diz como alguém supera isso? — ele ri, meio constrangido porque ele não sabe receber elogios, mas pelo menos parece um pouco menos tenso.
— Eu vou.
— Ótimo, e se depois disso você vê que não é para você, por favor diz isso a ela e acaba com esse sofrimento.
— Falar é fácil, transar com ela é a melhor coisa do mundo — ele fala como se tivesse tido mais experiência, quando na verdade ele só comeu ela na vida toda dele.
— Eu acho que você devia comer outras garotas — digo sendo sincero, não é a primeira vez que dou essa opinião a ele, mas para o meu amigo macular outra vagina seria a morte, vai entender o que se passa na cabeça do Luan.
— Eu vou tentar ficar de boas com ela, se não for dessa vez prometo que baixo o aplicativo que você vive mandando eu baixar.
— Ótimo, lembrando que vou ter que aprovar todas as fotos e a sua bio antes — não posso deixar ele fazer isso, conheço o Luan e por incrível que pareça ele consegue tirar fotos que não valorizam em nada sua beleza de Deus do olimpo.
— Você eu deixo, mas quero aquele viado bem longe das minhas fotos.
— Quando vocês vão parar com essas brigas bobas?
— Talvez quando ele parar de falar comigo e de preferência sumir — Luan fala isso tão sério que me faz até achar que é isso mesmo que ele quer.
De volta ao escritório dou de cara com Nathan quando vou bater meu ponto, tão lindinho usando uma blusa branca tão clara que até parece um pouco rosa e uma calça skinny. Que tipo de pessoa eu posso ser dando conselhos que eu mesmo não sigo? Bem o não eu já tinha e sendo bem sincero para ser uma chato assediador que nem meu supervisor teria que se esforçar muito.
— Nathan? — Chamei sua atenção quando fomos para os armários, aqui na empresa não podemos ficar com celular e nenhum outro pertence, então todos tem armários com cadeados.
— E ai? Foi bom o almoço? — Ele me pergunta com um sorriso que vem me derretendo a semana toda, não queria sair com ninguém tão cedo por causa do doutor, mas quem sabe dessa vez tenho mais sorte.
— Foi sim, é eu queria saber se você aceita tomar um café depois do trabalho — saímos às quatro e tem bons café aqui por perto, foi a primeira coisa que consegui pensar.
— Um café — ele não disse sim, mas também não disse não e seu sorriso me encoraja a continuar.
— É, tem um café aqui perto muito bom e tem um no shopping que eu estava querendo conhecer.
— Ah, entendi — por um segundo ele me parece desapontado, então sigo minha intuição, coisa que minha vó sempre me disse para fazer.
— Tipo num encontro, um date no café, só se você quiser não quero que as coisas fiquem estranhas entre a gente — comecei bem, mas aí sai atropelando as palavras, Nathan riu e me interrompeu.
— Vou adorar ir com você no shopping depois do trabalho para tomar esse café.
— Sério?
— Sério, eu estava achando que o clima que tá rolando era só coisa da minha cabeça — ele confessa ficando rosado de tão tímido, quero agarrar ele aqui mesmo agora.
— Pensei a mesma coisa.
— Melhor a gente voltar ao trabalho para não atrasar — voltamos os dois para minha P.A. cheio de sorrisos bobos que chamam a atenção do supervisor, mas ele não faz nada além de nos encarar da mesa dele. Bem ele que se foda, eu tenho um date com um cara legal e bonito.