O Escolhido de Eldoria ☆ Capítulo 24

Um conto erótico de Tiago e Lucas
Categoria: Homossexual
Contém 1980 palavras
Data: 05/09/2025 08:18:10

✧ Catalisador de Almas ✧

(Tiago)

Ajoelhado na terra úmida do pântano, diante de Lucas, eu podia sentir a urgência dele como uma febre no ar. Não era apenas desejo, mas uma sede antiga e desesperada que emanava de seu corpo tenso, uma súplica silenciosa que eu, de alguma forma, precisava saciar. Sua carne rosada e pulsante havia se libertado, espalhando um calor novo e eletrizante por minhas veias. Ergui o olhar para o seu rosto: os olhos cerrados com força, a testa franzida numa máscara de angústia e expectativa crua.

Com uma gentileza que buscava ecoar a redenção do nosso primeiro beijo, comecei a acariciá-lo. Meus dedos subiram e desceram pela haste lisa com um ritmo lento, deliberado, explorando cada veio, cada contorno. A curva da glande, a textura aveludada, tudo parecia uma obra de arte forjada em dor e perfeição. Eu sentia a vida vibrar em minhas mãos, uma resposta inegável e catártica ao meu toque. A cada puxão suave, um arrepio visível percorria a espinha dele, e eu soube, com uma certeza que transcendia a lógica, que estava fazendo algo certo — não apenas para ele, mas para nós.

(Lucas)

O toque de Tiago foi uma blasfêmia e uma bênção. Inesperado, quase divino, desabou sobre mim como uma chuva em terra seca. O manto de cinzas da vergonha, que me sufocava há tanto tempo, começou a se dissolver, diluído pela onda de prazer puro que ele despertava. Suas mãos, as mesmas que vi manipularem a própria essência da vida, agora me manipulavam com uma delicadeza avassaladora, desvendando camadas de mim mesmo que eu mantinha trancadas.

Um gemido baixo e rouco rasgou minha garganta, escapando por lábios entreabertos — uma confissão de rendição que eu jamais imaginei proferir. Cada carícia de seus dedos era uma descarga elétrica que percorria cada nervo, atingindo não apenas o centro da minha masculinidade, mas o epicentro da minha alma quebrada. Eu me agarrava àquele prazer como um náufrago se agarra a um pedaço de madeira no meio da tempestade. Fechei os olhos com mais força, a cabeça tombando para trás, entregando-me a uma sensação que era ao mesmo tempo pecaminosa e purificadora. Era como se, ao me render a ele, eu estivesse finalmente me libertando do tirano que habitava dentro de mim, nem que fosse apenas por um instante.

(Tiago)

Vê-lo assim, tão entregue, tão absolutamente vulnerável, acendeu uma chama primordial dentro de mim. O gemido que ele soltou não foi um som de luxúria, mas a música mais doce e melancólica que já ouvi, uma permissão silenciosa para que eu continuasse, para que eu o tomasse para além da dor.

Inclinei-me, e o cheiro de Lucas me inebriou: uma mistura de terra molhada, suor e uma excitação quase palpável. A ponta de minha língua, hesitante por um segundo, roçou a cabeça de seu membro. Ele estremeceu violentamente, um espasmo que viajou por todo o seu corpo e atingiu o meu. Então, abri a boca e o recebi. A textura macia contra meu palato, a rigidez da carne viva preenchendo-me. Meus lábios o envolveram até a metade, e comecei a sugar com uma suavidade reverente, explorando cada centímetro com a língua, sentindo-o inchar e pulsar em um ritmo frenético. Podia saborear a excitação dele, uma mistura sutil de sal e algo mais profundo, algo que falava da essência de sua alma.

Erguer os olhos por um momento e ver seu rosto contorcido em puro êxtase foi a minha própria recompensa, a confirmação visceral de que esta conexão, por mais profana e improvável que parecesse, era real, necessária e, talvez, a única cura possível.

(Lucas)

A boca de Tiago era um inferno de prazer e um paraíso de esquecimento. Cada movimento de sua língua, cada sucção calculada, me arrancava da realidade, me puxava para um abismo de sensações vertiginosas.

A onda de prazer era tão intensa, tão avassaladora, que a luz da fogueira se transformou em borrões de fogo e o som do pântano desapareceu, substituído pelo sangue que pulsava em meus ouvidos. Meu corpo se arqueou em resposta, uma entrega involuntária e completa. Minhas mãos, que antes apertavam a terra em busca de âncora, se estenderam como se tivessem vontade própria. Meus dedos se enroscaram nos cabelos macios e úmidos de Tiago, puxando-o para mais perto, querendo mais, muito mais. Mas não era apenas desejo carnal; era um anseio desesperado por conexão, pela fusão de nossas almas, por apagar a distância insuportável que a vida e a escuridão haviam colocado entre nós.

Arquejei o nome dele, um murmúrio que foi engolido pela noite, e então, impulsionado por uma força que era minha e dele, inclinei-me e o beijei na boca com um fervor selvagem. Um beijo profundo, molhado, que transmitia toda a gratidão, o desespero e a paixão que minhas palavras jamais seriam capazes de expressar.

(Tiago)

O beijo de Lucas foi selvagem, faminto, e me contou a história de sua solidão em um único ato. Senti sua língua na minha boca, a urgência de seu corpo se pressionando contra o meu, e em seu gosto, senti o eco de seu prazer.

Quando nos separamos, o ar entre nós crepitava. Sabia que aprofundar essa entrega era crucial para quebrar o último selo de sua prisão interior. Soltei seus cabelos, e minha mão desceu para seu saco, macio e pesado, pulsando com vida. Enquanto minha boca o reivindicava, a língua explorando a pele tenra e sensível, lambendo suavemente, minhas mãos voltaram à sua haste, masturbando-o com um ritmo renovado, mais rápido, mais firme. O sabor era diferente agora, mais salgado, mais intenso, carregado com a iminência do clímax.

A cada toque, a cada sucção, ele se contorcia, sua respiração se tornando uma série de arquejos rápidos e superficiais. Eu o estava levando ao limite, e ele, sem saber, me levava junto. A magia verde-esmeralda não brilhava em minhas mãos, mas a cura que eu oferecia era tão potente quanto qualquer feitiço, dissolvendo suas defesas, arrancando-lhe a dor pela raiz.

(Lucas)

O mundo estava desmoronando e se reconstruindo ao meu redor, a cada segundo. A boca de Tiago em minhas bolas, o toque febril de suas mãos em meu membro, a sensação de ser completamente possuído, adorado e desfeito por ele… era demais. Era tudo.

Minhas pernas tremiam incontrolavelmente, meu corpo inteiro era um feixe de nervos em chamas. Um fogo avermelhado e dourado — diferente do poder sombrio e frio de Malakor, mas uma energia primitiva e puramente minha — irrompeu de meu âmago, subindo por minha espinha como lava. Meus quadris se levantaram do chão, buscando um alívio que parecia queimar a um universo de distância. Não havia mais vergonha, não havia Malakor, não havia nada além da necessidade premente de liberar tudo.

Com um grito abafado que soou mais como um lamento de libertação, eu gozei. Uma torrente de vida jorrou para dentro da boca de Tiago, que a recebeu sem a menor hesitação, como se fosse um presente há muito esperado. O alívio foi colossal, quase doloroso em sua intensidade, e meu corpo relaxou instantaneamente, desabando sobre a terra, flácido, esgotado, vazio e, pela primeira vez, limpo.

(Tiago)

Senti o calor morno da essência de Lucas preencher minha boca, um gosto agridoce e metálico que aceitei como um sacramento, engolindo a prova de sua rendição e de sua confiança. Quando ele desabou, exausto, eu o segurei, amparando-o em meus braços. O peso de seu corpo contra o meu era uma promessa silenciosa de proteção. Limpei meus lábios com as costas da mão, mas o sabor permaneceu, gravado em minha memória.

Com um cuidado infinito, deitei-o no chão macio, puxando-o para mais perto até que sua cabeça encontrasse o refúgio em meu peito. Cobri-nos com a manta, e o calor de nossos corpos se misturou sob o dossel de estrelas. Senti sua respiração, antes ofegante, se acalmar contra meu pescoço, e o ritmo de seu coração desacelerar até se tornar uma batida constante e serena contra o meu.

Observei o brilho da fogueira dançar em seu rosto adormecido, esculpindo uma expressão de paz que eu raramente, ou talvez nunca, lhe vira. Finalmente, Lucas estava quieto. E eu, embora emocionalmente cansado, sentia uma plenitude profunda, uma ressonância que a magia verde-esmeralda, sozinha, jamais poderia me oferecer. Dormimos abraçados, o pântano silencioso como única testemunha de nosso frágil e poderoso novo começo.

(Lucas)

Acordei horas depois, ainda envolto nos braços de Tiago, com um estranho e perturbador sorriso nos lábios. O calor de seu corpo era um porto seguro, seu cheiro me acalmava de uma forma que nada antes conseguira, mas um calafrio percorreu minha espinha. Algo estava errado. Uma risada fria e seca, como vidro quebrado, ecoou no fundo da minha mente. Não era a voz de comando de Malakor, mas um escárnio, uma zombaria que me gelou o sangue.

“Ingênuo, pequeno Lucas”, sibilou ele, o som como gelo raspando dentro do meu cérebro. “Você pensa que o amor o libertou? Que a paixão o purificou? Tolice. Ele apenas abriu as portas que você mantinha trancadas. Cada toque, cada beijo, cada gota de prazer que você sentiu… tudo isso agora é meu. A fraqueza dele, essa sua entrega, se tornará a sua força. E a sua força, meu poder. O caçador se tornou a presa, e a presa o fez ainda mais forte para mim.”

Meu estômago se revirou em puro terror, mas a risada ácida persistia, distorcendo a doçura da noite anterior em um veneno insidioso que se espalhava por minhas veias. Apesar do terror que as palavras de Malakor instilavam, uma verdade inegável se impunha: eu me sentia… diferente. Mais potente. O toque de Tiago, sua magia, sua entrega total, tudo havia agido como um catalisador inesperado. As sombras em meu interior, antes um peso esmagador e caótico, agora pareciam mais maleáveis, mais responsivas à minha vontade.

Ergui a mão lentamente, e uma esfera de energia avermelhada e dourada, mais vibrante e densa do que qualquer coisa que eu já houvesse criado, formou-se em minha palma, crepitando silenciosamente. Tiago ainda dormia, a respiração profunda, inconsciente da batalha que se travava em minha mente e da transformação que ocorrera em meu corpo.

Senti a tentação avassaladora de testar aquele novo poder, de senti-lo rasgar o ar, mas me contive. Era um poder maior, sim, mas a pureza de Tiago me ensinara algo sobre contenção, sobre moldar a força em vez de apenas liberá-la. Malakor podia rir, mas eu sentia uma nuance nova em minha magia, uma profundidade que antes não existia — talvez um fragmento da luz verde-esmeralda de Tiago que, sem que ele soubesse, se misturara à minha escuridão, mudando-a para sempre.

Nos dias que se seguiram, a estranha dinâmica entre nós se aprofundou em um silêncio carregado de significados. Tiago, com sua persistência gentil, continuou a treinar sua magia. Ele se afastava para uma clareira mais isolada do pântano, e eu o observava das sombras, não mais com desprezo, mas com um fascínio crescente e complexo. Eu via a energia verde-esmeralda fluir de Tiago, cada vez mais controlada, mais poderosa. Pequenas árvores secas ganhavam brotos verdes ao seu toque; a água estagnada do pântano cintilava com vida renovada quando ele passava.

Tiago praticava, criando escudos translúcidos que brilhavam como asas de libélula e disparando rajadas de luz que curavam a podridão em vez de destruir. Seu corpo se movia com uma fluidez e confiança que desafiavam sua antiga timidez. E eu observava, sentindo cada pulso de magia do Escolhido ressoar dentro de mim. A ironia era cruel e bela: o homem que lutava para acreditar em seu próprio poder estava florescendo, e era o meu olhar atento de que, de alguma forma, parecia nutrir esse crescimento. Havia algo de belo e profundamente perturbador em sua evolução, e eu, seu Guardião, estava ali para testemunhar cada fragmento, sentindo meu próprio poder se agitar em resposta, como uma maré escura sendo puxada pela lua verde de Tiago.

Continua…

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