O sol da tarde baixava sobre a praia, tingindo o céu de laranja e roxo. A festa na casa de praia do Thales estava no seu auge, a música misturando-se com o som das ondas. Eu estava perto da piscina, apreciando a vista e a cerveja gelada, quando o vi.
Ele surgiu como uma miragem saída do mar. Cabelos escuros e molhados colados à testa larga, ombros que pareciam esculpidos em mármore sob a luz do entardecer, e um torso em V, definido e forte, do qual a água escorria por um caminho de músculos abdominais até desaparecer na linha do calção de banho molhado. Era Raul, um amigo de meu amigo. Um parrudo no sentido mais clássico e desejável da palavra.
Nosso olhar se encontrou através da multidão. Ele sorriu, um gesto fácil e confiante, e ergueu a cerveja em um cumprimento silencioso. Eu retribuí, o coração batendo um pouco mais rápido.
As horas se passaram, a festa se dissipou e, de alguma forma, eu e ele ficamos os últimos, ajudando o meu amigo a juntar alguns copos. A química era palpável, um fio elétrico esticado entre nós que parecia vibrar a cada olhar, cada toque casual.
"Obrigado pela ajuda, gente", disse meu amigo, bocejando. "Fiquem à vontade, eu vou cair. Tem duas suítes lá em cima se não quiserem pegar a estrada."
A sugestão pairou no ar, pesada e doce. Ele me olhou, seus olhos escuros parecendo me escanear.
"Você vai embora?", ele perguntou, a voz um pouco mais grave do que eu imaginara.
"Talvez não", respondi, tentando soar descontraído. "A estrada é longa."
"É mesmo", ele concordou, um sorriso lento se formando em seus lábios. "Que tal um drink antes de decidir?"
Segui-o até a varanda dos fundos, que dava para o mar. A noite estava quente, e o ar salgado carregava o cheiro do oceano. Ele pegou uma garrafa de uísque e dois copos baixos. Enquanto servia a bebida âmbar, eu pude admirar a força em seus braços, a maneira como seus músculos dorsais se contraíam sob a camiseta branca justa.
Bebemos em silêncio por um momento, ouvindo o som das ondas.
"Eu te vi me olhando hoje", ele disse de repente, sem rodeios, mas sem arrogância. Era uma simples constatação.
"É difícil não olhar", admiti, sentindo um calor que não era do uísque subir pelo meu pescoço. "Você é… impressionante."
Ele riu, um som baixo e agradável. "Gosto de quem é direto." Ele colocou o copo para baixo e se aproximou. O espaço entre nós diminuiu até quase não existir. Eu podia sentir o calor irradiando de seu corpo, o cheiro clean de seu sabonete misturado com um traço residual de protetor solar. "E eu também te vi. Gosto do que vi."
Seu dedo tocou meu queixo, levantando meu rosto suavemente. O toque foi como um choque, intenso e promissor. Ele se inclinou e seus lábios encontraram os meus. O beijo começou suave, uma exploração cautelosa, mas rapidamente se transformou em algo mais urgente e faminto. Sua língua invadiu minha boca com uma confiança que me fez fraquear os joelhos. Minhas mãos subiram instintivamente, agarrando seus bíceps duros através do tecido da camisa.
Ele quebrou o beijo, ofegante, seus olhos brilhando com desejo puro.
"Quero te beijar por completo", ele sussurrou, sua voz rouca.
Sem outra palavra, ele pegou minha mão e me levou para dentro da casa, subindo as escadas em direção aos quartos. A suíte que ele escolheu era espaosa, com as portas de correr abertas para uma varanda privativa. A lua cheia lançava uma luz prateada sobre a cama king-size.
Lá, sob a luz prateada, ele me puxou para outro beijo, mais lento e profundo. Suas mãos eram firmes e experientes. Elas deslizaram por minhas costas, puxando minha camisa para cima e para longe. Eu fiz o mesmo com a dele, e quando a camisa branca caiu no chão, eu quase perdi o fôlego. Seu peito era amplo e poderoso, coberto por uma leve camada de pelos escuros que levava aos abdominais profundamente sulcados. Minhas mãos tremeram ao percorrer essa paisagem de músculos, sentindo a pele quente e suave sobre a força de aço abaixo.
Ele gemeu baixo quando meus dedos encontraram seus mamilos, e então retribuiu o favor, beliscando os meus suavemente, fazendo um arrepio percorrer minha espinha. Ele desabotoou minha calça, empurrando-a para baixo junto com minha cueca, seus dedos envolvendo meu membro já latejante com uma mão forte e decidida.
"Que delícia", ele rosnou perto do meu ouvido, sua respiração quente me deixando louco.
Eu o empurrei para a cama e me ajoelhei, finalmente livrando-o do seu calção e cueca. Sua ereção surgiu, imponente e grossa, pulsando contra seu ventre. Eu não pude resistir. Inclinei-me e o levei à boca, saboreando o salgado de sua pele, o peso dele em minha língua. Seus gemidos se tornaram mais altos, suas mãos se enterraram em meus cabelos, não forcejando, mas guiando.
"Assim... caralho, assim", ele sussurrou, seus quadris se movendo suavemente.
Depois de alguns minutos gloriosos, ele me puxou para cima, virando nossas posições com uma força surpreendente que me fez sentir incrivelmente desejado e vulnerável. Ele estava por cima de mim, seu corpo monumental bloqueando a luz da lua, e então ele começou uma jornada lenta e torturante pelo meu corpo com a boca. Seus lábios e língua traçaram o contorno dos meus músculos, mordiscaram meus mamilos até eu gritar de prazer, e desceram até meu abdômen.
Quando ele me tomou na boca, foi com uma devoção que me fez ver estrelas. Sua técnica era implacável, uma combinação de sucção profunda, movimento de língua e o uso de suas mãos grandes que apertavam minhas nádegas e acariciavam minhas coxas. Eu estava à beira do precipício muito rapidamente.
".. vou gozar", gemi, tentando me afastar.
Ele não permitiu. Em vez disso, ele se moveu para cima, seu rosto agora nivelado com o meu. Seus olhos estavam escuros, quase negros de desejo.
"Eu quero dentro de mim", ele respirou, sua voz um comando suave.
Meu coração disparou. Ele pegou um pacote que havia deixado na mesa de cabeceira – ele tinha planejado isso – e rasgou-o com os dentes. Ele mesmo se preparou, os olhos fechados por um momento de concentração e prazer antecipado, antes de se posicionar sobre mim.
A descida foi lenta, agonizante e absolutamente divina. A sensação de estar dentro dele, da quente e apertada pressão envolvendo meu membro, foi de tirar o fôlego. Ele era forte, por dentro e por fora, controlando cada centímetro do nosso ritmo. Ele se moveu sobre mim, seus músculos abdominais contraindo-se, seu rosto uma máscara de êxtase puro.
Eu agarrei seus quadris, sentindo o poder deles sob minhas mãos, e comecei a me mover para encontrá-lo. O som da nossa pele se encontrando, dos nossos gemos roucos e ofegantes, preencheu o quarto. Eu estava perdido nele, em seu corpo, em seu cheiro, no som de meu nome saindo de seus lábios.
Ele se inclinou para frente, apoiando as mãos na cabeceira da cama, mudando o ângulo, e foi o suficiente para me levar à beira do abismo novamente.
"Junto comigo", ele ordenou, sua voz tensa.
Um último empurrão profundo, e eu explodi dentro dele, uma onda de prazer tão intensa que meu corpo inteiro tremia. O orgasmo dele veio logo em seguida, quente e abundante entre nossos estômagos suados, seu grito abafado contra meu ombro.
Ele desabou ao meu lado, ofegante, seu corpo maciço agora relaxado e plácido. A lua iluminava o suor em seu peito. Ele virou a cabeça e me olhou, um sorriso cansado e satisfeito em seus lábios.
"Troca-troca justo", ele sussurrou, puxando-me para perto dele.
Eu ri, afundando no calor de seus braços. A noite era quente, o mar rugia lá fora, e naquela cama, entrelaçado com aquele homem magnífico, eu não poderia imaginar um lugar melhor para estar. Foi mais do que sexo; foi uma conexão crua, primal e inesquecível.