O ar gelado do consultório bateu na minha pele assim que tirei a camisa. Eu estava deitado naquela maca de papel, o material farfalhando a cada pequeno movimento. O médico fechou a porta e veio até mim. Conhecia-o de outras consultas. Era mais novo que eu, com ombros largos e um olhar firme que nunca me passou despercebido.
A auscultação foi rápida. A pressão do estetoscópio no meu peito, a ordem para respirar fundo. Mas quando chegou na parte do exame de hérnia, a energia mudou.
“Precisa baixar o jeans e a cueca,” ele disse, a voz neutra, enquanto calçava as luvas de látex. O estalo do látex foi um som agudo no silêncio do quarto.
Eu obedeci, expondo-me completamente. Ele se aproximou, seus dedos pressionando a virilha.
“Vire a cabeça e tussa.”
Eu tossi. Seus dedos pressionaram o local correto, mas a pressão durou mais do que o necessário. Havia uma intenção diferente no toque. Quando ele pediu para eu tossir de novo, sua mão estava perto demais do meu pau, que já começava a responder, endurecendo contra a minha vontade sob o seu olhar clínico.
Desta vez, quando tossi, seus dedos deslizaram para baixo e cerraram em volta da minha base, já semi-rígida. Não era mais um toque médico. Era uma afirmação. Ele prendeu minha perna com a outra mão, impedindo-me de me mexer. O papel da maca rasgou sob o meu quadril.
Ele olhou nos meus olhos, e eu não desviei o olhar. Não havia mais dúvidas. Eu arqueei as costas, um gesto claro de entrega, e um som baixo escapou da minha garganta.
Foi o sinal que ele esperava. Ele arrancou as luvas com um movimento rápido. Eu me sentei, minhas mãos indo direto para o cinto dele, desfazendo-o enquanto ele abria um sachê de lubrificante que tirou da gaveta. O som do zíper dele abrindo foi o som mais explícito que já ouvi.
Ele me empurrou de volta na maca, com uma força que não admitia discussão. Sua mão ensopada de gel me preparou rapidamente, os dedos entrando e saindo com uma pressão que tirava o fôlego. Eu estava de pernas abertas, segurando meus joelhos, oferecendo tudo. Ele não fez rodeios. Alinhou a cabeça do pau dele na minha entrada e enterrou-se de uma vez, num movimento único e profundo que fez os meus olhos se encherem de água.
Ele era ativo, eu era passivo. Não havia ambiguidade. Ele segurou meus quadris e começou a meter-se em mim com uma cadência implacável, cada investida mais funda que a anterior. A maca batia contra a parede com um ritmo abafado. O som da nossa respiração ofegante e da pele molhada batendo encheu o quarto. Eu gemía, cada impacto uma descarga de puro prazer. Ele dominava o ritmo, o ângulo, a profundidade. Eu era apenas um corpo que recebia, que aceitava, que sentia.
A primeira crise veio rápida. Um gemido abafado dele, os dedos cravando nos meus quadris, e eu senti a pulsação quente dele dentro de mim. Foi o que me fez explodir, sem que eu precisasse tocar em mim mesmo, um jato quente no meu próprio abdómen.
Ele permaneceu dentro de mim por um momento, ofegante. Mas não acabou ali. Assim que recuperou o fôlego, seus olhos escureceram de novo. Com um movimento fluido, ele se virou de costas na maca destruída, puxando-me por cima dele. Seus joelhos abriram-se, convidativos. Suas mãos guiaram minha cintura para baixo.
“Agora é a sua vez”, ele sussurrou, a voz rouca.
A posição inverteu-se completamente. Eu estava por cima, no controle. Usei o lubrificante que sobrara e preparei-o com os dedos, vendo seu rosto se contrair de prazer. Ele estava aberto, pronto. Quando o empurrei para dentro, foi a minha vez de ver seus olhos se fecharem, um gemido longo escapando de seus lábios. Agora, eu era o ativo. Meti-me nele com a mesma fome que ele havia demonstrado, segurando seus quadris enquanto ele se movia contra mim. A maca gemeu sob nosso peso combinado.
Dessa vez, fui eu quem chegou ao limite primeiro, enterrando-me fundo e libertando-me dentro dele com um rugo abafado. Segundos depois, a sua própria mão fechou-se em torno do próprio pau, e ele pintou o torso com jatos brancos, o corpo arqueando violentamente sob o meu.
Ficamos ali, ofegantes, entrelaçados na maca desfeita. Ele limpou-nos com as compressas de papel do consultório, as mãos profissionais de novo, mas agora tremulas. Quando me vesti, minhas pernas estavam fracas, e as dele também.
“O exame está em ordem,” ele disse, a voz ainda rouca, enquanto se lavava na pia.
Eu só acenei com a cabeça,sabendo que nenhum de nós estava a falar do exame de hérnia. Saí do consultório sentindo o peso dele dentro de mim e a memória do meu peso dentro dele. Foi direto, intenso, e não deixou margem para dúvidas: os dois fizemos de tudo que queríamos.