PUTA QUE PARIU
Como isso dói o abdome, já fiz essa maldita galinha apitar 45 vezes, e as últimas 10 foram extremamente doloridas. Agora até para respirar dóiAcabei, finalmente acabei esta merda, e estou toda suada e nojenta. A ardência na buceta já passou, mas agora meu corpo todo está quente e pinicando.
Volto a ficar na posição que ele me ordenou, e fico aguardando a sua volta.
Enquanto fico lá minha cabeça fica correndo apenso em tudo que rolou hoje, no maldito espartilho, em ter que urinar em um balde – que está ainda no canto da sacada -, em ficar fazendo minhas posições, e em ter rido e falhado com ele.
Tenho certeza de que Felipe não ficou bravo de eu ter rido dele. Agora só não sei se foi por per saído de minha posição, ou o chamado pelo nome.
Ele tem uma verdadeira obsessão por não ser chamado de Felipe durante atos sexuais kink. Durante nossos parcos momentos baunilhas não tem problema, mas assim que o “Senhor Desce”, se eu o chamo de Felipe parece que o inferno desce na terra. É algo que eu tenho curiosidade, mas sinto que ainda não é o momento de perguntar. Nós temos um relacionamento bem aberto, conversamos sobre tudo e nada, mas mesmo assim, tentamos ter tato para tocar em assuntos espinhosos. Existem coisas sobre mim, meu passado, meus desejos, e principalmente meus traumas, que eu prefiro não contar a ele. Não quero que sua visão sobre mim mude, que ele passe a me ver como alguém quebrada, ou que comece a sentir nojo de mim.
Eu tenho certeza de que existem coisas que eu também não sei sobre ele. Por exemplo, o porquê ele tem uma competitividade tão forte com o irmão. Felipe tem um bom relacionamento com Gabriel, mas basta um fio de cabelo torto para que eles entrem ou em briga ou em competição. Sei que tem história ali, mas não sei qual, e serei paciente o suficiente para esperar que ele queira me contar, e que ele confie em mim.
Sei também que Felipe me ama, e que se eu perguntar ele vai me contar. Mas eu o respeito o suficiente para esperar o momento certo. Um dia ele vai me contar o motivo de fazer esta separação tão abismal.
Agora o que me importa é saber o porquê eu senti necessidade de o chamar assim hoje. Não foi um engano, não escapuliu. Eu tive vontade e fiz isso conscientemente. Eu ativamente decidi o chamar de Felipe enquanto estava claramente em um momento Senhor. E não foi por falta de opções. Posso falar amor, você, mestre, dono, querido, absolutamente qualquer coisa menos Felipe. Agora, por que eu ESCOLHI fazer isso? O que me levou a não só cutucar o urso com a vara curta, mas a usar também um espeto de churrasco.
Por mais que eu confabule com minha consciência eu não consigo chegar a uma conclusão agora, e quando começo a ouvir ele se aproximando de mim, estou com a cabeça mais confusa do que quando comecei este extenuante exercício.
Sei por que Felipe decidiu me fazer treinar minha obediência hoje, mas não sei o motivo de me fazer repetir tantas vezes meus movimentos. Será que ele acha que preciso queimar mais calorias? Que acha que estou gorda e flácida, e por isso preciso fazer 50 abdominais cruzados? Porque o que eu fiz foi isso, uma sessão pesada de core. Pode ser que os kilos que eu ganhei desde que nos conhecemos esteja incomodando-o? Eu sei que ele também engordou um pouco comigo, mas bem menos que eu. Acredito que ele tenha ganhado uns 5 kg, enquanto eu já bato quase 15 kg a mais na balança.
O corpo dele se tornou ainda mais sexy, com uma pancinha em cima de seu abdômen trincado, enquanto eu me tornei mais molenga ainda. Pelo menos uns 5 destes quilos foi para a minha barriga, que esta cada dia mais caída, e uns outros se fixaram em minhas coxas. Eu já não entro mais em minhas calças jeans antigas.
Ele ficou animado quando comprou roupas novas para mim, dizendo que estava adorando o processo. Mas isso pode ter sido só porque ele me ama, ou porque goste de controle, de prover por mim, e tenha ficado feliz de poder literalmente escolher o que iria entrar e sair do meu guarda-roupas, e não porque estava gostando do meu novo corpo.
Desde que começamos a nos relacionar, Felipe tem gradualmente mexido em tudo na minha vida.
Coisas boas entraram – como a obrigação de beber pelo menos 2 litros de líquidos diariamente, e a sua nova organização de meus looks, que me permitem não ter que me preocupar com isso diariamente, e simplesmente vestir o que ele mandar ou separar para mim. Mas também coisas ruins, como dias em que ele quer que eu esteja desconfortável, com calor, ou sapatos pequenos, dias – como hoje – em que eu estou faminta e não posso comer, e vezes em que ele quer simplesmente demonstrar seu poder e me proíbe de fazer alguma coisa.
- Puta? – Felipe quase grita, enquanto estrala os dedos na minha frente.
- Desculpe senhor
- Estava te chamando já faz um tempo.
- Perdão minha cabeça estava longe
- Quer compartilhar?
- Agora não
Ele chega perto de mim, e prende meu cabelo com uma liguinha, e seca o suor do meu rosto, com a mesma cueca. Quando ele me ajuda a levantar, minhas pernas estão um pouco bambas, e ele me segura por alguns momentos, até que eu esteja firme
- Vá tomar um banho, fique limpinha, recoloque o plug e me encontre na sala depois. Não demore, estou lhe aguardando.
Eu corro para o banheiro, quero tirar a nhaca que está em mim, a pimenta, o suor, o ranho, baba. Resumindo, estou nojenta. Faço meu asseio o mais rápido possível, mas não pulando nenhum passo da minha limpeza, reforçando a chuca, e lavando o cabelo.
Quando chego na cozinha, vejo que Felipe pediu comida e colocou 1 lugar a mesa. EBA! Vou comer no seu colo. Eu corro para o seu lado, e lhe dou um beijo estalado na bochecha. O banho me deixou revigorada, a comida ansiosa e comer no deu colo desejosa.
- Hum, um banho é o que você precisava hein
- Sim senhor!
- Bem, vá comer
Eu corro para pegar a cadeira de madeira, uma que tem o assento mais largo, e permite que fiquemos juntos sem ser desconfortável
- Hey, tá indo aonde? – pergunta com um Q de divertimento na voz
- Pegar a cadeira? Aquela sem apoio de braço?
- Hoje não precisa. Hoje além de puta, você vai ser minha cadelinha. E bem obediente, não é?
- Hum?
- Hoje você vai ser minha cadela Juliana, vai comer direitinho no seu potinho. Eu fui até um dono bonzinho e comprei um que combina com você
Quando eu olho, tem um pote grande de metal dourado no chão, em cima de um tapetinho escrito JUJUBA com um ossinho bordado. Ele coloca uma tiara de orelhinhas vermelhas em mim, e fala algo sobre eu precisar de um rabo.
- MasSem mais nem menos JUJUBA, ajoelha e começa a comer.
- Mas eu não quero comer assim
- Mas eu não pedi sua opinião cadela. Anda, de 4 agora
Eu olho para ele, e começo a me abaixar, quando estou de 4 ele coloca o pé nas minhas omoplatas e me obriga a abaixar até meus seios caídos encostarem no chão.
- Cotovelo no chão, bunda arrebitada, isso, boa menina
- Senh..
Sinto um cone bater na minha cara, algo novo, com que nunca apanhei. Quando olho, vejo que ele enrolou um pedaço de jornal, e me bateu com ele. Filho da Puta! Está me adestrando como se adestra um filhote.
- Cadelas não falam
Aceno que sim com a cabeça
- Abre mais as pernas, isso.
Agora ele está passeando com este cone nas minhas costas, fazendo com que minha pele se arrepie.
- Boa menina, essa é a posição 10.
Aceno novamente
Ele sai de perto de mim e quando volta está com “meu” potinho cheio. Tem arroz, feijão, purê de batata e carne de panela picadinha, tudo misturado, parecendo uma massaroca.
- Ketchup?
- Eu n.. – pá, o jornal atinge minha cara novamente. O barulho é realmente horrível, os cachorros estão certos. Parece que as ondas sonoras caminham pela minha pele, e a dor não chega, mas a vergonha sim.
Ele está me adestrando feito uma cadela. Uma C A D E L A
- Ketchup?
Aceno negativamente.
Ele faz carinho atrás da minha orelha, e aproveita para abaixar – delicadamente – meu rosto até o potinho.
- Pode comer - Sai e vai se sentar em sua cadeira e comer seu yakysoba. Claro, ele fica com comida japonesa deliciosa, e eu com cimento.
Não sou burra, nem inocente, sei que devo colocar a cara neste potinho e comer sem o auxílio das minhas mãos. Mas não quero, eu acho isso degradante. Não quero ser um animal, eu sou uma boa puta, não uma cadela.
Quando trouxe a ideia de animalização para Felipe, era porque eu queria ver como funciona uma PONY, ou um PONY, eu queria, e quero, ir assistir uma corrida. Não queria ser uma cadela. Nem um pony, ou qualquer tipo de outro animal, eu só quero ver um sub todo paramentado, correndo com seu dono em uma charrete. Felipe me prometeu que iremos nas próximas férias a um lugar na Irlanda que ele já ouviu falar que tem isso.
Eu já fui cadela no passado, e foi bem horrível minha experiencia. Eu nunca contei para Felipe, mas o DOM MARCOS e eu uma vez tentamos dogplay, e foi extremamente complicado. Após 1 fim de semana em que eu fui uma cadelinha doméstica, ele me fudeu com um dildo com um nó. Eu acabei com lacerações vaginais, foi muito muito ruim. Eu não quero repetir isso, não quero de jeito nenhum ter essa experiencia com o Felipe. Não quero dar chance de isso evoluir para uma situação que eu me encontre, novamente, em um hospital, tentando convencer um ginecologista que foi tudo consensual, que eu estava consciente e participativa em tudo, que meus arranhões e marcas de chicote foram minha “escolha”, e que o que houve foi um acidente sexual. Não quero nunca mais olhar meus joelhos e me lembra de mim correndo atrás de uma bolinha até eles sangrarem. Não quero perder uma humanidade nunca mais na minha vida.
Minha sorte foi que isso aconteceu em uma cidade do interior, onde ele tinha um sítio, e que após isso eu nunca mais fui lá. E eu nunca mais vou passar nem perto daquele lugar.
- Vamos JUJUBA, comece a comer. Se você não comer agora, vai ser só a janta hein.... e como estamos te adestrando, eu desconfio, que sua janta será esta mesma comida, só que gelada.
Eu olho para o pote, olho para a comida, sinto o cheiro – que está até que bom- mas lembro daquele fds horrível, lembro da sensação de abandono e vergonha. Parece que tudo volta, que todo aquele desespero está acontecendo neste instante. Sinto pânico, medo, talvez até um terror. Sei que isso não vai acontecer.
- LIMÃO