AVISO AOS LEITORES: Neste capítulo não tem cenas de sexo, por ser um capítulo de transição entre arcos. Mas dada a quantidade de sexo nos últimos três capítulos, posso ser perdoado.
Boa tarde, prezados leitores. Me chamo Jonas. Sou um professor universitário comum de 46 anos. E normalmente esta série não é sobre mim, mas sobre quem vai comer a minha vizinha evangélica, Rebecca. Mas, excepcionalmente, neste capítulo, as desventuras sexuais da Rebecca vão entrar de férias para que eu fale um pouco mais de mim.
Nos capítulos anteriores, eu tinha feito uma grande suruba envolvendo a minha esposa Cinthia e os meus alunos da universidade, Letícia (23) e Antônio (24). E fizemos um acordo de troca de casais onde eu passaria uma semana morando com a Letícia, enquanto o Antônio passaria uma semana morando com a Cinthia. A semana da troca de casais terminou com bastante sucesso e todos satisfeitos no domingo de tarde. Então, do nada, a Letícia terminou o namoro com o Antônio.
O nosso capítulo começa no dia seguinte, segunda, quando o começou o semestre letivo que equivale ao primeiro de 2025 (essas greves...).
Estava dando aula para turma do nono período. A sala estava cheia e o ar-condicionado no talo. Estava acostumado a esse cenário, afinal era o meu território. Embora soubesse que, daqueles trinta alunos, no máximo uns quatro ou cinco eram suficientemente dedicados. O resto estava empurrando com a barriga ou só resistindo como dava pra se formar.
Enquanto explicava os primeiros conceitos da disciplina, meus olhos vagaram pela sala, passando pelo Antônio, que se encolhia na cadeira como se pudesse se esconder do mundo, e pela Letícia, sentada a três fileiras de distância dele. Qualquer um com o mínimo de neurônios já tinha deduzido que os dois tinham terminado. E logo a macharada avançaria na Letícia como abutres.
A Letícia tinha um corpo que chamava atenção naturalmente: coxas grossas e firmes moldadas pela calça jeans apertada, cintura bem desenhada que se abria em quadris largos e uma bunda redonda. A blusa branca simples que ela usava era justa o suficiente para evidenciar os seios médios e firmes, e por baixo podia-se perceber, de relance, a linha do sutiã claro. O cabelo castanho caía em ondas sobre os ombros, dando um ar de inocência que contrastava com o brilho decidido nos olhos dela. Havia uma sensualidade crua na forma como ela se sentava, calma e segura, que me lembrava de tudo que tinha acontecido entre nós na semana anterior.
Fingi estar plenamente focado na matéria, mas não resistia em analisar o comportamento dos dois. O Antônio evitava até olhar na direção dela. Devia estar remoendo a merda que fez. Jovens como ele são tão previsíveis.
Terminei a aula com meu sorriso habitual. Quando todos começaram a se levantar, falei com a voz firme:
— Letícia, Edmilson, Alícia, Henrique, João Maria. Por favor, aguardem um pouco, preciso falar com vocês.
Alguns olhares curiosos se voltaram, mas logo a maioria saiu, deixando os cinco ali, visivelmente ansiosos. Esses eram meus orientandos de TCC 1. Um misto de esperança e inutilidade.
Internamente, já categorizava: Edmilson e Alícia eram bons alunos e pareciam dedicados. Eles tinham potencial. Henrique e João Maria eram desperdício de tempo. A menos que me provassem o contrário, cumprindo prazos estabelecidos, vindo atrás e se dedicando, não moveram uma palha por eles. A Letícia era um caso especial.
Fui chamando um a um, distribuindo tarefas iniciais e explicando cronogramas, além de cobrar atividades e marcar reuniões com eles. Cada um saía com um sorriso de gratidão ou com a revolta interna de já ter trabalho pra fazer e reunião pra participar. Eu não os estava jogando nada que já não fosse a responsabilidade deles.
Quando o quarto aluno fechou a porta e fiquei a sós com a Letícia, mudei o tom, mais descontraído.
— Olha, Letícia, como seu trabalho está quase pronto, eu só preciso que você me envie um cronograma de como pretende conduzir os experimentos.
Ela me olhou sorrindo com aquele ar de desafio que me fazia lembrar da semana anterior.
— Sem problemas, professor. Consigo te mandar isso até o começo da semana. — O jeito como ela disse “professor” carregava uma provocação sutil, que me fez conter um sorriso.
— Perfeito. — Pausei pra dar uma olhada na minha agenda. Um dia de aulas e já tinha 20 reuniões agendadas nas próximas duas semanas e meia. — Assim, a gente só vai precisar marcar outra reunião daqui a alguns meses, dependendo de como estiver o andamento. Mas eu te aviso: mesmo o trabalho estando bem adiantado, é melhor deixar tudo 100% finalizado com antecedência. Última hora sempre traz problemas.
Ela riu de leve.
— Relaxa, Jonas. Se tem uma coisa que aprendi é que eu não gosto de correr contra o relógio. Prefiro resolver as coisas antes.
— Ótimo. — Assenti. — Ah, e a Alessandra falou comigo hoje cedo. Ela disse que está interessada em publicar um artigo com base no seu TCC, mais para o final do ano. Você teria interesse em publicar?
Os olhos dela brilharam por um instante, mas logo voltou à sua postura confiante.
— Publicar seria legal. Gosto da ideia de ver meu nome em algo que possa contar pontos no futuro.
— Aproveitando, a Alessandra me pediu pra te avisar que você pode falar com ela também, caso queira ou precise de ajuda nos experimentos.
Não tinha como esquecer a visão daquelas duas se chupando na quinta anteriores. Eu tinha boas fotos delas colando velcro que usaria no futuro como material pra punhetas. Ainda assim, estava curioso em como a Letícia lidaria com a Alessandra e se nós tínhamos a trazido definitivamente pro Lado Bi da Força. Observei atentamente a reação da Letícia.
Ela riu de forma maliciosa.
— Talvez eu procure a Alessandra sim... Mas está muito cedo ainda. Eu ainda preciso saber que materiais vou precisar antes de começar os experimentos.
— Claro — respondi. — Quaisquer dúvidas, pode falar conosco por e-mail.
— Obrigada.
Aproveitei que estávamos sós e não resisti a uma pequena provocação.
— Até porque, se o teu TCC será o nosso filho, esse artigo vai ser o produto do todo o amor e sexo entre nós três.
Ela soltou uma risada debochada, cruzando os braços.
— Nossa, Jonas, você tem umas analogias toscas...
Deixei passar porque, né?, essa eu tinha merecido.
— Bem, Letícia, era só isso mesmo que a gente tinha que resolver hoje. Boa tarde.
Ela se levantou, ajeitando a bolsa no ombro, mas antes de ir atirou uma pergunta aparentemente casual:
— Quem está orientando o Antônio?
Sorri. Não era apenas curiosidade. No fundo, ela ainda se importava com ele.
— Não sei, mas vamos checar. — Abri o sistema no computador. Existia a chance dele não estar colocado pra nenhum professor ainda, mas não custava abrir a listagem dos matriculados e procurar o nome dele. — Aqui está: Maurício.
— Obrigada. — Sua voz tinha uma neutralidade ensaiada, mas os olhos entregavam que ela queria o bem do ex-namorado.
Nos despedimos com um aceno cordial. Antes dela alcançar a porta, eu a chamei:
— Letícia.
Ela se virou, me olhando curiosa.
— O que foi?
— Nós ainda somos amigos?
— E você quer ser meu amigo, Jonas?
Respirei fundo. Era chato ter que se abrir com os outros, mas a Letícia merecia uma resposta sincera e genuína.
— Gostaria que a gente mantivesse esse nível de respeito mútuo atual.
A Letícia soltou um riso baixo.
— Então tá, professor. Amigos.
Quando ela saiu, fiquei sozinho na sala, recostando-me na cadeira. A Letícia era uma das pessoas mais interessantes da faculdade e do nosso condomínio. Sorri para mim mesmo, pegando minhas coisas para ir pra próxima sala e a próxima aula. O semestre estava apenas começando.
Na terça, eu cheguei à universidade mais cedo do que o normal, pouco depois das 7h15. Minhas aulas só começariam às 10h, mas eu precisava revisar os slides do semestre e organizar algumas pendências da agenda e todos os novos convites pra mais e mais reuniões, que tornavam caótica a rotina das primeiras semanas. Havia algo de quase terapêutico em caminhar pelos corredores ainda vazios.
Ao entrar na sala dos professores, fui surpreendido por uma cena curiosa: a Natália estava sentada sobre uma das mesas, levemente curvada, com a cabeça repousando nos braços, completamente entregue ao cansaço. Seu cabelo ruivo estava desalinhado. Ela usava uma calça de alfaiataria preta que marcava bem o quadril, uma blusa branca de botões, levemente solta, e um blazer cinza que denunciava seu esforço em parecer profissional, apesar da exaustão evidente. Nos pés, scarpins pretos, o que me fez pensar que ela ainda não havia entendido que conforto deveria vir antes de aparência na vida acadêmica.
Professores novatos sempre cometiam o mesmo erro: trabalhavam demais tentando ser perfeitos e acabavam desmoronando no caos das primeiras semanas. A Natália tinha essa aura de certinha, mas eu via nela uma qualidade rara: uma combinação de paixão genuína pelo que fazia e uma ambição silenciosa.
Caminhei até a cafeteira, servi minha caneca e, decidi ser gentil. Antes de sexo, ela precisava de conselhos profissionais. Procurei a caneca dela, a limpei, servi uma dose generosa de café e fui até ela.
— Natália — falei, tocando levemente seu ombro.
Ela ergueu a cabeça num sobressalto, os olhos ainda semicerrados.
— Jonas? Ah, meu Deus... Que horas são?
— 7h30 — respondi, entregando-lhe a caneca. — Aqui, acho que você precisa disso mais do que eu.
Ela sorriu, aquele sorriso cansado que tenta ser educado.
— Nossa, obrigada! — Ela pegou a caneca e bebeu um gole rápido. — Passei a noite inteira preparando material para as aulas dessa semana e finalizando um projeto que precisava entregar. Acabei dormindo por cima das anotações e, quando acordei, pensei que tava atrasada. Só quando tava no caminho, notei que ainda eram 6h20.
Erro de novato. Normal.
— Isso é bem comum no início. Mas, se me permite um conselho... — falei, num tom amigável — tente equilibrar o preparo com o descanso. Os alunos não vão notar se você revisou o slide. Mas eles vão perceber suas olheiras ou se você desmaiar de sono na aula.
Ela suspirou, bebendo mais um gole.
— Eu sei, mas acho que... Não sei... Quero que tudo saia perfeito.
— Perfeccionismo é inimigo da sanidade — disse, rindo levemente. — Dê o melhor que puder, mas guarde energia para sobreviver ao semestre.
Antes que ela pudesse responder, a porta se abriu e três figuras entraram, conversando e rindo. Carlos vinha na frente, visivelmente diferente. Estava mais magro, com uma camisa azul clara bem passada, calça social escura e um bom e novo tênis. A alegria no rosto dele era surpreendente.
Atrás, Maurício usava uma calça jeans escura, camisa de manga comprida dobrada até os cotovelos e um par de tênis. Ele sempre parecia estar pronto para um culto, mas com um toque casual.
Alessandra, por sua vez, usava uma saia lápis azul-marinho, blusa vinho com decote discreto e sandálias de salto médio. Seu cabelo loiro e encaracolado estava solto, caindo sobre os ombros. Sorriu para nós.
— Olha só — disse Carlos, animado. — Parece uma reunião dos professores que moram no mesmo condomínio!
Alessandra riu.
— Se tiver cafezinho, eu topo até fazer ata da reunião.
Todos riram.
— Bom dia, Natália! — cumprimentou Maurício, sentando-se. — Você parece cansada.
— Estou — respondeu ela, com um sorriso sem graça. — Foi uma noite longa.
— Primeiras semanas são sempre puxadas — comentou Carlos, sentando-se ao lado dela. — Mas passa.
Alessandra se serviu de café, olhando para mim rapidamente antes de se virar para os outros.
— E então, prontos para mais um semestre? — perguntou, energética demais para aquela hora da manhã.
— Pronto ou não, a largada foi dada — disse Carlos. — Esse semestre vai ser diferente, eu sinto.
O Carlos estava radiante demais ultimamente. Algo ou alguém estava por trás disso, e eu pretendia descobrir.
Enquanto eles conversavam, mantive minha persona simpática. Fiz algumas observações sobre o início do semestre, ri das piadas. Mas, por dentro, analisava cada um. A Natália, com sua ingenuidade exausta, era fácil de ler. O Carlos, agora renovado, era um mistério que eu queria desvendar. E a Alessandra, eu já sabia muito bem o que esperar dela.
No fim, quando a conversa começou a se dispersar, levantei-me e disse:
— Bom, preciso arrumar um monte de convite na minha agenda antes que a correria comece de verdade. Bom dia pros que ficam.
E a terça foi assim. Mas a quarta foi interessante.
Era a manhã da quarta e eu estava na sala da Natália no departamento. Não tínhamos aula pela manhã, mas a tarde seria lotada. Então, tínhamos que resolver logo isso.
O que tinha acontecido? O que tinha me feito ir até lá pra arrumar mais trabalho? A resposta era simples: Natália. Ela estava tão empenhada naquela semana que até me deu vontade de bancar o colega prestativo. A mulher era um exemplo vivo do que acontecia quando alguém tinha disciplina, mas zero planejamento. Trabalhava duro, mas sempre parecia estar apagando incêndios que ela mesma acendia sem perceber.
Incapaz de dizer “não” pros colegas, ela foi praticamente usada no semestre anterior. Participou da banca de 15 defesas de TCC e 4 de mestrado num espaço de duas semanas durante o final do semestre passado. Enquanto organizava uma mudança de apartamento! Ela deve ter sido muito resiliente pra não ter surtado de vez e dado o cu pro primeiro carinha mais ou menos que achou na rua.
Como eu já tinha dado, anos antes, duas das disciplinas com as quais ela tinha se comprometido neste semestre, passei meus slides prontos pra ela. Estávamos revisando juntos, vendo se não tinha nenhum detalhe desatualizado.
Mas, enquanto ela se inclinava sobre o notebook, eu tinha outra distração além do conteúdo dos slides. Natália estava com uma camisa social branca, abotoada até quase o pescoço, e uma saia lápis azul-marinho que moldava suas curvas de uma forma quase cruel. As coxas fortes dela ficavam evidentes quando ela se ajeitava na cadeira, cruzando e descruzando as pernas. E aquela bunda redonda, firme, presa pelo tecido justo da saia. Não era uma roupa ousada, pelo contrário, estava dentro do que, profissionalmente, se esperava dela. Mas na Natália, até a sobriedade era gostosa.
Ela levou a mão às costas e fez uma careta súbita.
— Ai! — exclamou, surpresa.
— O que foi?
— Nada, nada... — respondeu ela, meio sem graça. — Só uma pontada nas costas.
— Você já foi ao médico? — perguntei.
— Já. Fiz exames e tudo. Não é nada grave — suspirou. — Disseram que é só desconforto muscular, tensão mesmo. Como chamaram... “distensão leve”. Mandaram eu fazer exercícios, alongamentos e massagens, se possível.
Aquilo era uma deixa quase boa demais pra ser desperdiçada.
— Ah, exercícios eu não posso te ajudar — falei, me levantando devagar. — Mas massagem, talvez eu consiga improvisar alguma coisa.
Antes que ela pudesse responder, já estava atrás dela, minhas mãos pousando sobre seus ombros firmes. Senti a tensão imediatamente. O corpo dela era forte, acostumado a esforço físico, mas rígido como uma barra de ferro.
— Relaxa — murmurei, em tom tranquilo. — Vamos ver se eu consigo aliviar um pouco isso.
Ela soltou uma risadinha educada, que não tinha nada de sedutora.
— Não precisa... mas obrigada. — O jeito dela era sempre o mesmo: educado, reservado, sem nunca dar espaço para mal-entendidos. Ela era correta até na gratidão.
Comecei a massagear os músculos do pescoço e dos ombros, aplicando uma pressão que achava adequada. Admito que o meu sogro, seu Raimundo, era o verdadeiro especialista. E, claro, sempre usou seu talento para finalidades bem mais divertidas. Eu sabia apenas o pouco que vi e aprendi com ele, mas infelizmente nunca fui o melhor dos alunos.
Enquanto minhas mãos trabalhavam, mantive o tom de conversa leve:
— Dormiu pouco ontem de novo?
Ela suspirou, fechando os olhos por um instante.
— Tava tão cansada que nem fui a academia. Só apaguei na cama mesmo.
— Você exagerou no domingo e na segunda — comentei, rindo. — É metódica demais. É uma questão de achar o equilíbrio.
— Obrigada. — Ela sorriu, embora a voz tivesse uma fadiga que denunciava a exaustão.
Enquanto conversávamos, eu pensava em algo bem diferente. Não era só desejo físico. Eu queria quebrar a Natália. Queria tirá-la desse pedestal de mulher certinha, perfeita, controlada. Queria que ela se tornasse como eu, como a Alessandra, como a Cinthia: alguém que entendia que o mundo não tinha certo ou errado, apenas sexo, pragmatismo e tons de cinza. Fazer da Natália uma devassa seria meu verdadeiro triunfo. E, se desse certo, ela poderia até ajudar a trazer outras pessoas pro nosso time.
Ela gemeu baixinho quando apertei um ponto mais duro no trapézio.
— Nossa, Jonas, você tem mãos fortes. — O elogio soou mais como cortesia do que prazer genuíno.
Sorri, mantendo o tom leve.
— É só treino — menti. — Mas tenta relaxar mais os ombros.
Ela respirou fundo e fez o que pedi. Por alguns minutos, ficamos em silêncio, apenas o som do ar-condicionado e meus dedos trabalhando. Mas eu percebia que ela não estava totalmente confortável. Não por culpa minha. A Natália simplesmente não era o tipo de mulher que se entregava fácil a esse tipo de intimidade.
Quando parei, ela imediatamente se endireitou na cadeira e sorriu de forma polida.
— Obrigada, de verdade. Foi muito gentil da sua parte.
— Imagina, não foi nada — respondi, também sorrindo. — Só espero ter ajudado um pouco.
— Ajudou sim. — Mentira descarada, mas educada. Ela se levantou, ajeitando a saia. — E obrigada também pelos slides. Eu não teria conseguido adiantar tanto sem você.
— Que isso, Natália. Somos colegas.
Nos despedimos, e eu deixei a sala. Ponderava que massagens realmente não eram meu ponto forte. Talvez devesse estudar mais, aprender técnicas melhores. Talvez devesse aprender mais com o seu Raimundo.
Enquanto caminhava até minha sala, um sorriso discreto surgiu nos meus lábios. A Natália ainda era pura, intocada em termos de corrupção real. Mas eu sempre jogava o jogo longo.
A quinta foi o dia que a minha vida mudou radicalmente.
No começo, de manhã, não parecia. Eu estava sentado na minha sala no departamento, olhando para a tela do computador, quando Alessandra entrou com aquele andar firme, equilibrando uma pasta azul nos braços. O Everaldo veio logo atrás dela, sorrindo daquele jeito que parecia ensaiado. Nós três tínhamos que submeter um projeto de pesquisa e a deadline era a meia-noite da sexta. 39 horas de prazos. Poderia dizer que as coisas estavam sob controle. Pelo menos, da minha parte.
A Alessandra colocou a pasta sobre a minha mesa, ajeitando uma mecha do cabelo loiro encaracolado para trás. Ela me sempre parecia uma professora perfeita: organizada, dedicada, sexualmente liberal, e profissional.
— Jonas, aqui está a minha parte da documentação. A minha parte do texto, você deve ter visto que enviei por e-mail — disse ela, com aquele tom eficiente que eu apreciava. — Já revisei. Não se preocupe.
Abri a pasta com calma, folheando os papéis. Tudo impecável. Se a Alessandra tinha defeitos, e todos tínhamos, com certeza profissionalismo e prazo não estavam entre eles.
— Perfeito, Alessandra.
Ela sorriu de volta, satisfeita. Eu guardei a pasta e me virei pro Everaldo, que estava encostado na porta, rindo de algo que só ele achava engraçado.
— Então, Everaldo. E a sua parte?
Ele coçou a nuca, um gesto que já me dizia mais do que eu queria saber.
— Ah, eu... Eu ainda estou terminando, Jonas. Mas relaxa, até o fim da tarde eu te entrego.
A Alessandra parecia pronta para matar alguém, mas se conteve.
— O sistema abriu na segunda — rebateu ela. — O time do Carlos, Natália e Camila já submeteu o projeto deles na noite da segunda! Nós estamos correndo atrás porque você levou isso a sério a semana toda!
— Ei, eu levo a sério sim! — reagiu Everaldo, com aquele sorrisinho irritante. — Eu só tive uns... compromissos inesperados essa semana. Mas vai dar tudo certo.
Olhei para ele com um ar paciente, como se eu estivesse acreditando em cada palavra. Por dentro, estava imaginando como certas pessoas conseguiam sobreviver na academia e na vida profissional ao mesmo tempo.
— Certo, Everaldo — disse calmamente. — Mas você entende que não é só sobre você, né? A Alessandra e eu cumprimos nossas partes com antecedência. Agora dependemos de você.
Nossos olhares deixavam claro que ou ele fazia a parte dele ou a gente o escapelava.
— Até o fim da tarde — prometeu. — Podem confiar.
A Alessandra não respondeu, apenas suspirou alto. Eu sorri, gentil, e o acompanhei até a porta com um aceno de cabeça. Quando ele saiu, Alessandra se jogou na cadeira em frente à minha mesa.
— Ele vai atrasar. Eu sei que vai — disse ela, com uma convicção quase profética.
— Talvez não — respondi, suspirando. — Mas se atrasar, eu fico aqui até a madrugada cobrando. E eu vou revisar qualquer merda que ele fizer agora. Esse projeto vai sair perfeito, nem que eu tenha que sentar na frente dele e digitar por ele.
Ela relaxou um pouco, cruzando as pernas. Por um instante, pensei em como era engraçado que ela pudesse ser tão controlada no trabalho e tão liberal na cama.
As horas se arrastaram. Eu passei o resto do dia revisando a minha parte, integrando o que Alessandra tinha enviado. Até que, por volta das 16h40, a porta se abriu de novo. O Everaldo entrou, visivelmente satisfeito.
— Consegui terminar, Jonas! — anunciou, quase triunfante. — Acabei de enviar tudo por e-mail.
Ele queria ser congratulado por fazer o mínimo.
— Excelente. E a documentação impressa?
O sorriso dele murchou um pouco.
— Então... Eu meio que esqueci na academia.
Por dentro, estava gritando. Por fora, apenas me ajeitei na cadeira.
— Na academia? — repeti, como se fosse um fato perfeitamente compreensível.
— Sim! Eu deixei na mochila depois do treino e só percebi quando estava a caminho daqui. Mas relaxa, é rápido.
Respirei fundo e sorri.
— Tudo bem. Eu vou revisar o texto que você enviou agora e juntar tudo. Às 18h, a gente passa lá para pegar os documentos. Assim, garantimos que tudo esteja pronto ainda hoje.
O Everaldo pareceu aliviado, como se eu tivesse acabado de lhe oferecer um presente. Se algo aprendi com alunos relapsos era que gritar com pessoas inconsequentes era catártico, mas uma perda de tempo. E eu precisava daquele inútil feliz até pegar a documentação dele.
— Valeu, Jonas! Você é um cara incrível, sempre segurando as pontas.
— Apenas fazendo meu trabalho — respondi, ainda sorrindo. Por dentro, me perguntava quantos pecados tinha cometido nas vidas anteriores para merecer ser babá de um adulto musculoso que esquecia papéis em academias.
Pelo menos, a revisão foi tranquila. Terminei às 18h. Só faltava a documentação dele. Fomos no meu carro até a academia onde ele malhava. Pra minha imensa surpresa, ela ficava na esquina da minha casa. Perfeito, o Everaldo que se virasse pra pegar um Uber pra ir buscar seu carro no estacionamento da faculdade. Pelo menos isso de punição ele merecia.
Entramos na academia e imediatamente fui atingido pelo cheiro de suor, ferro e produtos de limpeza baratos. O ambiente era bem iluminado, o som metálico dos pesos misturado com a música tentava motivar a todos. Havia espelhos por toda parte, refletindo corpos suados. Combinei com ele que o esperaria enquanto ele iria pegar a pasta no armário. Fiquei parado antes da catraca, enquanto meus olhos percorriam o local.
Muitos rostos bastante conhecidos, moradoras do condomínio.
A Alessandra estava na esteira, correndo com uma desenvoltura que só ela tinha. O top justo azul-marinho moldava seus seios moderados, que balançavam com sensualidade a cada passada, e a calça legging preta era tão colada que parecia uma segunda pele, revelando cada curva dos quadris largos e a bunda perfeitamente arredondada, firme e provocante.
Um pouco mais à frente, a Andréia fazia agachamentos com barra. O short cinza mal cobria a base da bunda, deixando as coxas fartas reluzirem sob o suor. O top branco esticado parecia prestes a ceder diante dos seios fartos que se moviam a cada descida e subida lenta. Sua bunda, famosa no condomínio, hipnotizava.
A Carolina estava na bicicleta ergométrica, usando uma regata cavada que exibia laterais generosas dos seios grandes, quase os despindo a cada movimento, enquanto a calça de compressão vermelha moldava suas pernas torneadas e o contorno da virilha. Ela pedalava com um foco sereno, como se filosofasse até suar.
A Eliana fazia exercícios de tríceps na polia, usando um top verde que realçava a redondeza perfeita de seus seios e uma legging branca quase translúcida que abraçava suas coxas torneadas e glúteos empinados. Seu corpo escultural parecia uma obra de arte viva, brilhando de suor e desejo contido.
A Jéssica estava na área de alongamento, com um conjunto lilás que abraçava sua silhueta magra e firme como uma luva. O top realçava os seios pequenos, perfeitamente moldados, enquanto as coxas definidas esticavam e contraíam em movimentos precisos, graciosos e levemente provocativos.
A Larissa, uma jovem com corpo de crossfiteira, fazia levantamento terra com uma força que transpirava sensualidade. O short preto curtíssimo mal cobria o volume redondo dos glúteos, e o top cinza-claro deixava à mostra a definição dos ombros e braços. Suas coxas musculosas pareciam talhadas a mão, empurrando o tecido e denunciando a força por trás daquele corpo atlético.
A Letícia estava na esteira ao lado da Alessandra. O short rosa, pequeno e apertado, moldava toda a sua bunda, enquanto o top branco sustentava seios médios que saltavam a cada passo. O suor brilhava sobre sua pele jovem, tornando-a ainda mais tentadora.
A Lorena estava no aparelho de glúteo, com uma legging azul que moldava suas pernas esguias e uma bunda discreta porém perfeitamente empinada. O top preto abraçava seus seios pequenos, mas firmes, enquanto seus movimentos lentos exibiam uma elegância sensual, mesmo em meio ao esforço físico.
A Natália, a minha colega ruiva e bunduda, fazia exercícios de ombro com halteres. O top vermelho colado realçava o contraste com a pele clara e sardenta, enquanto o short azul-claro parecia feito para destacar a curva generosa de sua bunda e a força definida de suas coxas.
Rebecca estava na esteira, vestida discretamente com uma legging preta e camiseta cinza larga, mas nada podia esconder a firmeza surpreendente da bunda sob o tecido nem o balanço natural dos seios pequenos, que desenhavam silhuetas sutis sob a malha.
A Sarah fazia exercícios para as pernas na cadeira extensora, usando um conjunto rosa-claro que grudava na pele e marcava cada curva, dos seios moderados ao quadril arredondado, uma silhueta muito semelhante à de sua prima Carolina, só que mais contida.
A Tatiana estava no elíptico, com um short justo verde-escuro que abraçava suas nádegas firmes e um top branco que delineava os seios pequenos. Seu corpo magro-atlético se movia com leveza sensual, o brilho do suor escorrendo por suas clavículas e ventre.
Enquanto eu observava todas, fiquei em silêncio. O meu desejo crescia. Eu queria comer cada uma delas. Mesmo as duas que já tinha comido, não hesitaria em repetir a experiência. Cada corpo de cada uma das dozes tinha um sabor diferente que eu queria explorar. Mas eu sabia que aquilo era quase impossível, cada uma delas era muita areia pro meu caminhão. No entanto, isso faria de cada conquista algo monumental.
As observava e percebia algo interessante. Todas pareciam amigas, unidas, rindo e conversando entre os exercícios. União significava força, e enquanto elas se mantivessem juntas, seria difícil penetrar aquela fortaleza social. Mas eu sabia que grupos grandes sempre tinham suas panelinhas, e onde há panelinhas, há fissuras. Bastava encontrá-las.
Foi então que a Letícia me notou. Ela saiu da esteira e caminhou até mim, suada, os cabelos grudando no rosto, a respiração acelerada. Seu corpo estava ainda mais tentador, o brilho do suor destacando cada curva, cada músculo firme. O rosto dela trazia uma expressão divertida, meio provocativa.
— Jonas! — saudou ela, com um sorriso que era metade inocente, metade cheio de segundas intenções.
— Vim com o Everaldo — respondi, enquanto ela ajeitava a alça do top. — Ele precisava pegar uns documentos do projeto de pesquisa. Nem sabia que você malhava aqui. Sempre achei que você fosse naquela academia do outro lado da avenida.
Ela riu.
— Ah, confusão normal. O nome das duas é quase igual, só muda uma palavra. Até eu já me confundi na hora de mandar mensagem.
Rimos juntos, a coincidência servindo como quebra-gelo. Então, aproveitei a deixa para perguntar:
— Mas me diz, por que vocês fizeram essa turma aí? É comum esse negócio de juntar tanta gente pra malhar?
A Letícia deu de ombros, ainda sorrindo.
— Foi acontecendo. Uma chamou a outra, aí veio mais uma... Quando a gente percebeu, já éramos doze. As duas últimas entraram ontem e, agora, a Sarah tá querendo trazer a Anacleta pra turma também.
— Uma crente na academia? — ri, imaginando malhar com aquela roupa padrão de crente. — Eu pensei que eles achassem que academia era coisa do demo ou coisa assim...
A Letícia me lançou um olhar repreensivo.
— Jonas, não seja preconceituoso. Olha a Rebecca aí, sempre treinou e é super firme na igreja dela.
Segui o olhar dela até a Rebecca, que estava de costas, conversando animadamente com Eliana e Carolina. A visão da bundinha dela marcada pela legging preta quase me fez perder a linha. Discreta, mas deliciosa.
— É, você tem razão — murmurei, antes de mudar de assunto. — E me diz uma coisa... Você teria algum problema se eu tentasse, digamos, me aproximar de algumas delas?
A Letícia semicerrou os olhos de curiosidade.
— Muita areia pro seu caminhão, não? — disse, com um sorriso enviesado, meio provocador. — Você deveria se dar por satisfeito por já ter comido a Alessandra e a mim.
— Só perguntei se, por você, teria problemas se eu tentasse. Não quero te magoar.
— Não me magoa, mas eu também não vou te ajudar a comer nenhuma delas. São minhas amigas, Jonas. Não vou me meter nisso.
— Justo — respondi, com um aceno de cabeça.
Ela respirou fundo, como se ponderasse algo, e então acrescentou:
— E sobre a Natália, nem a favor nem contra. Ela é professora, e eu lembro que fizemos o acordo sobre eu ser neutra em relação a seu plano maluco de comer todos os professores. Talvez eu até ajude alguns deles, mas com a Natália não vou atrapalhar, mas também não vou ajudar.
Internamente, um sorriso me atravessou a mente. Pelo visto, ela não fazia ideia de que a Natália já tinha sido minha aluna. Se eu convencesse uma ex-aluna a ir pro surubão na casa de praia, desbloquearia a condição que a Letícia tinha imposto pra ir. Decidi não contar, guardar essa carta na manga.
— Também justo.
— Mas vou te avisar uma coisa — continuou Letícia, cruzando os braços. — Tenho quase certeza de que você vai quebrar a cara com qualquer uma que tentar. Quase todas elas são certinhas e têm princípios. Não fariam acordos e nem cairiam em tentação.
Nada era mais prazeroso do que ver uma certinha quebrar seus princípios por minha causa. Meus olhos deslizaram instintivamente pra Jéssica, Lorena e, claro, Rebecca.
— Mas, se eu pudesse te pedir uma coisa, Jonas — continuou ela, voltando a me encarar —, seria pra maneirar com as casadas. Que você evitasse tornar elas adúlteras.
— Se é assim — falei, tentando manter um tom leve —, só vou tentar com casadas cujo marido eu também possa comer.
— Jonas! — Letícia arregalou os olhos, entre indignada e divertida. — Você não presta mesmo!
Por dentro, meu plano estava se formando: eu iria comer todas aquelas mulheres daquela turma. Todas. E os maridos das que fossem casadas também. Esse seria meu novo desafio, meu objetivo para o resto do ano.
— E você tá linda hoje, sabia? — comentei, com um sorriso fofo e completamente desconectado do turbilhão dentro de mim.
Ela riu, corando levemente.
— Você também não presta com esses elogios, Jonas.
Nesse momento, o Everaldo apareceu, segurando a pasta com a documentação. Entregou-me com uma expressão satisfeita.
— Aqui está, Jonas. Tudo certinho.
Abri a pasta, revisei rapidamente e confirmei.
— Perfeito. Assim que eu chegar em casa, submeto tudo. Valeu, Everaldo.
Virei-me pra Letícia e me despedi com dois beijos no rosto, sentindo o calor do suor na pele dela.
— Até mais, Letícia.
— Juízo, Jonas — respondeu, sorrindo, antes de voltar para junto das amigas.
A primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi escanear tudo e enviar todos os documentos necessários pra encerrar a submissão do projeto de pesquisa. Primeiro, o dever. Agora, estava livre pro prazer.
Uma hora e meia se passaram dentro do meu escritório no apartamento. Na minha frente, um quadro de cortiça parcialmente preenchido com pequenas fotos impressas em alta qualidade. Eu mesmo tinha capturado as imagens, pegando discretamente as fotos de perfil do WhatsApp de cada um deles. Agora, podia organizar o meu pequeno mural.
Preguei as fotos na cortiça com dois percevejos em cada. Duas fileiras horizontais, uma acima e outra abaixo. No topo, as doze mulheres: Alessandra, Andréia, Carolina, Eliana, Jéssica, Larissa, Letícia, Lorena, Natália, Rebecca, Sarah, e Tatiana. Cada uma representava um desafio, um sabor diferente. Abaixo delas, a fileira dos cônjuges: Rogério embaixo de Jéssica, Lucas sob Eliana, Maurício sob Rebecca, Érico sob Sarah e Antônio sob Letícia. 17 rostos no total. 17 objetivos.
Sorri, satisfeito com a organização, quando ouvi a porta se abrir.
— Jonas, o que você tá aprontando? — perguntou Cinthia, a voz carregando curiosidade e suspeita.
Não me virei de imediato. Calmamente, gesticulei em direção ao quadro, sorrindo como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.
— Meu objetivo até o final do ano. Quero comer o máximo possível dessas pessoas — respondi, apontando para o mural como se fosse um projeto profissional. — Todas, se der.
Ela se aproximou, cruzando os braços enquanto analisava com atenção. Seus olhos se moveram de uma foto para outra, demorando-se nas mulheres, depois nos homens.
— Hm... interessante — murmurou. — Mas... Jonas, você sabe que isso tem um escopo grande demais, certo? Você provavelmente vai falhar. Talvez devesse pensar em ir aos poucos. Escolher os alvos certos, um de cada vez.
Pensei em como era divertido era ouvi-la falar como se estivesse ajudando um projeto corporativo, não um plano de depravação.
— Você tem razão — murmurei. — Eu sei que não vai ser fácil. Mas metade da diversão está no desafio.
Ela não sorriu de volta, analisava o quadro. O dedo dela parou sobre a foto da Andréia.
— A Andréia. Você sequer colocou o marido dela na fileira de baixo. Ela é tão solitária e carente que parece ser um alvo bem simples.
— O marido dela? Aquela sombra apareceu uma única vez no prédio este ano. Por mim, pra todos os efeitos, Andréia é solteira.
— Não deixa de ser mentira — disse Cinthia. — Nunca vou a acusar de adultério porque, se aquele lá não tem outra família no interior, eu sou uma freira.
O olhar dela desceu até a fileira de baixo e apontou pra foto do Antônio.
— Esses dois já terminaram o namoro — comentou, referindo-se a Antônio e Letícia. — Talvez você devesse reposicionar eles.
— Eles eram namorados quando eu comi os dois.
Cinthia soltou uma risadinha curta.
— Você não presta mesmo...
Peguei meu pincel verde da mesa e desenhei um grande “check” sobre as fotos de Letícia, Alessandra e Antônio.
— 3 de 17 — contou em voz alta. — É um começo. Mas, de novo, seja pragmático. Observe as oportunidades, Jonas. Foque nos alvos mais simples primeiro. Se tentar abraçar o mundo, vai acabar perdendo o controle.
— Sim. Um passo de cada vez.
Ela assentiu, satisfeita com a minha resposta.
— Aliás, Cinthia... — falei, com um ar mais provocativo. — Tem alguém nessa lista com quem você gostaria de participar da transa?
A Cinthia mordeu o lábio, pensativa, e depois sorriu levemente.
— Sim, tem algumas... — Ela deu de ombros. — Mas eu gosto de esperar que venham tentar me seduzir, não o contrário. Então, por enquanto, vou continuar com os meus... Mas se você tiver interesse de me chamar em alguns casos, me chama que eu analiso se aceito participar.
— Justo. Até porque já tenho um plano em andamento. Estou pensando em alugar uma casa de praia para um feriadão. Só sexo, loucura e orgias. Seria você, a Letícia, a Alessandra e, provavelmente, a Natália. O problema é que ainda falta convencer a Natália.
Os olhos da Cinthia brilharam com interesse. Ela riu baixo.
— Eu topo. Mas tenho uma condição: quero a Natália como a minha putinha particular em um dos dias. Se ela não for, quero a Letícia no lugar dela.
— Fechado. — Concordei sem hesitar. A ideia já era tentadora demais para eu perder a chance. — A Natália vai ser só sua no segundo dia, ou a Letícia.
A Cinthia sorriu satisfeita. Eu me aproximei, segurando o rosto dela com suavidade.
— Você sabe que isso aqui é apenas um jogo pra mim, Cinthia. No final do dia, é pra você que eu sempre vou voltar.
Inclinei-me para beijá-la. Nossos lábios se encontraram, primeiro suavemente, depois com mais intensidade. Quando nos separamos, ela ainda estava ofegante.
— Vamos pra cama? — sugeriu ela, com um sorriso sedutor.
— Claro, meu amor.
Enquanto apagava as luzes do escritório, dei uma última olhada para o quadro. 03 rostos riscados. 14 restantes. O ano prometia ser divertido.
O dia passou e estávamos na sexta de noite. Depois do trabalho, eu tomei um banho, me arrumei um pouco, peguei as receitas e fui à farmácia que ficava perto do prédio. Estava voltando de lá, sacola em mãos com os remédios que eu, Cinthia e Raimundo precisávamos para o mês. Parecia rotinha, mas, como sempre, o universo tinha um jeito curioso de me dar material pros meus planos.
Passei pela portaria, cumprimentei o porteiro João.
— Boa noite, doutor Jonas — respondeu ele, simpático como sempre. O “doutor” em vez do “seu” me incomodava pelo excesso de formalismo, quase constrangedor, mas não o suficiente a ponto de pedir pra ele me chamar só de Jonas.
E então, a porta automática se abriu, e eu vi duas visões do paraíso saindo juntas, rindo e conversando. Natália e Lorena, indo para a academia.
A Natália estava com uma regata cinza clara, justa o suficiente para moldar o busto e deixar os seios moderados bem evidentes. O top preto por baixo aparecia nas laterais e realçava ainda mais o formato. A legging preta parecia feita sob medida para aquele corpo que era puro vigor físico: cintura fina, quadris curvados, e, claro, aquela bunda inacreditável. Projetada para trás de forma quase obscena, redonda e firme, fruto de anos de ioga e musculação. Cada passo dela fazia a peça esticar, marcando os músculos laterais e deixando clara a transição quase inexistente entre glúteo e coxa.
A Lorena, por outro lado, tinha um apelo diferente. Ela usava um top azul-marinho e uma legging roxa que abraçava seu corpo com delicadeza. Seu quadril era só levemente mais largo que a cintura, criando curvas suaves, sem exageros. A bunda dela era redonda, de tamanho médio, nada tão escandaloso quanto a de Natália, mas com uma firmeza encantadora. Um pêssego compacto, cheio no centro, que parecia ter sido desenhado para caber perfeitamente em uma mão.
As duas me cumprimentaram com sorrisos calorosos.
— Boa noite, Jonas! — disse Natália, sempre educada.
— Boa noite, Jonas — completou Lorena, num tom amigável.
— Boa noite, jovens. Indo treinar? — perguntei, com aquele interesse neutro que não denuncia nada.
— Sim! — respondeu Natália, animada. — Aproveitar que a semana foi puxada pra aliviar o estresse.
O porteiro João também as cumprimentou da portaria. Eu notei a forma como ele tentava não encarar diretamente as duas, mas sei que por dentro ele estava tão hipnotizado quanto eu. Difícil não estar.
A Lorena se afastou alguns passos, mexendo no celular, enquanto Natália parou perto de mim.
— Como você está? — ela perguntou, simpática.
— Bem, e você? — respondi, notando uma diferença. — As dores nas costas sumiram, pelo jeito.
Ela deu um risinho que me chamou a atenção.
— Estou ótima. Um amigo fez uma massagem que deu jeito.
Por dentro, eu dei uma pequena risada. Uma “massagem que deu jeito”... Claro. Pelo brilho no olhar dela, o que tinha arrumado as costas dela não foi uma massagem muito bem-feita, mas sim um belo orgasmo. A Natália podia ser recatada na aparência, duvidava que a dor que sentia tivesse parado do nada, talvez fosse apenas falta de sexo. E, agora, ela estava recuperada, no sentido mais carnal da palavra.
— Fico feliz em saber — falei, mantendo minha expressão neutra. — É bom te ver melhor.
— Obrigada, Jonas. — Ela sorriu mais uma vez, depois se virou pra Lorena. — Vamos?
A Lorena guardou o celular na bolsa e as duas se despediram.
— Boa noite, Jonas.
— Boa noite pra vocês. Bom treino.
Fiquei parado na portaria, apenas observando as duas se afastarem em direção à academia. O rebolado era hipnótico, cada uma ao seu estilo. A bunda da Natália era um espetáculo agressivo, a peça de roupa mal conseguindo contê-la. Era o tipo de traseiro que gritava por atenção, sensualidade pura, impossível de ignorar. Já a bunda da Lorena era mais delicada, mas não menos tentadora: redonda, compacta, balançando suavemente a cada passo, com uma elegância quase artística.
Enquanto elas desapareciam pela calçada, meu cérebro já trabalhava. A Lorena era um desafio e tanto. Eu sabia pouco sobre ela além do óbvio: muito próxima do Rogério e Jéssica, o casal santinho do prédio. Pessoas assim tendem a ser tão corretas quanto as companhias que escolhem. Além disso, sabia que o seu Raimundo também era amigo dela. Conhecendo meu sogro, era fácil imaginar que ele estava cultivando a Lorena, esperando uma brecha, como fazia com a Rebecca. Mas, sinceramente, duvidava que o seu Raimundo conseguisse levar uma mulher desse calibre pra cama.
Seria interessante descobrir quais os limites da Lorena. E, então, quebrá-los, um por um.
Com um último olhar para onde elas tinham ido, me despedi do porteiro João.
Entrei no prédio, passos calmos, enquanto minha mente fervia. Eu tinha um objetivo claro, mas precisava planejar. Estudar, observar, descobrir fraquezas. Uma por uma. E, naquela noite, eu tinha dado um passo a mais. A Natália e a Lorena seriam os primeiros alvos.
Duas horas se passaram. Estava largado no sofá, imerso na segunda temporada de “Succession”. Aquela série sempre me fascinava, não só pelo roteiro, mas pelo simples prazer de ver personagens que não são bons nem maus, apenas humanos em sua forma mais crua e interesseira. Uma espécie de espelho distorcido, mas honesto. Eu me sentia em casa assistindo aquilo. O episódio estava em uma cena particularmente deliciosa, cheias de facadas nas costas, quando a campainha tocou.
A Cinthia, que estava saindo do banheiro, foi até a porta. Então, ouvi uma voz que não ouvia há semanas.
— Minha filha! — disse Raimundo, com aquela entonação calorosa que parecia abraçar todo o ambiente.
Pausei a TV e me virei, forçando um sorriso enquanto me erguia do sofá.
— Ora, ora! Olha só quem voltou — falei, em tom amigável, caminhando até a entrada da sala. — Seja bem-vindo de volta, seu Raimundo!
Ele estava ali, um pouco suado, com uma enorme mala de rodinhas ao lado. Parecia ter atravessado meio mundo. Tinha passado duas semanas visitando parentes no interior. A Cinthia abraçou o pai de leve. Ele devolveu o abraço, radiante, mas, ao mesmo tempo, tinha uma expressão de cansaço nos olhos.
— Pai! Que saudade! — disse ela, quase rindo. — Como foi a viagem?
— Foi boa, minha filha, foi boa. Mas a viagem foi cansativa demais. Preciso de um bom banho antes de qualquer conversa. E, Jonas, sei que você não curte muito histórias de viagens. Precisa fingir não, eu conto pra Cinthia na mesa de jantar.
Soltei uma risada, adorava esse lado pragmático da família da Cinthia. Ele sabia que eu odiava narrativas intermináveis de estradas esburacadas, parentes distantes e eventos no interior tanto quanto a Cinthia amava. Então, oferecer contar pra um e não pro outro era simples e perfeito.
— Obrigado pela consideração, seu Raimundo — respondi, cordialmente. — Você me conhece bem demais.
Ele riu também, pegando a mala.
— Conheço, sim. Mas depois eu tenho uma história que, com certeza, vai te interessar.
Provavelmente, uma bela fofoca de família. Nada que eu pudesse usar a meu favor, mas fofocas de famílias (e falar mal de terceiros) sempre uniam pessoas.
— Combinado — falei, sincero.
— Vou preparar uma janta rápida, pai. Você deve estar faminto.
— Nem me fale, minha filha! — respondeu ele, caminhando em direção ao corredor. — Mas primeiro, o banho. Ah, como um banho quente resolve metade dos problemas da vida...
Enquanto ele desaparecia pelo corredor, puxando a mala, voltei para o sofá e apertei o play pra volta pra “Succession”. Foi quando percebi algo.
Por semanas, aquele apartamento tinha sido um verdadeiro parque de diversões. Primeiro, veio a Rebecca morando aqui conosco por quase três semanas. Começaram as férias de três semanas. Então, veio a semana em que a Cinthia foi morar com o Antônio e a Letícia veio morar aqui e transamos até exaustão. Mas agora, tudo estava voltando à rotina. A Cinthia tinha voltado no domingo, o semestre letivo tinha começado na segunda e, agora, o seu Raimundo voltara com sua presença marcante. O período de caos e prazer dado lugar a uma configuração mais estável e previsível.
Estranhamente, me sentia bem com isso. Não sei se posso dizer que senti a falta do seu Raimundo em si, mas havia algo reconfortante em vê-lo ali novamente. Talvez eu tivesse me acostumado à presença dele, e até a apreciasse. Como alguém se acostuma com um barulho constante que, de repente, quando some, parece deixar um vazio incômodo.
A Cinthia parecia feliz com a volta do pai. E a felicidade dela sempre ressoava na minha. Talvez fosse isso.
Por dentro, eu pensava “Bem-vindo de volta, Raimundo” e lembrava que, agora, podia seguir em frente com um pequeno plano que tinha arquitetado desde que o Maurício voltara de Roma.
Nessas duas semanas e meia que o Maurício voltara da Itália, o casamento dele com a Rebecca continuava o mesmo. Um morto que esqueceram de avisar do óbito. Sem briga, sem escândalo e, principalmente, sem qualquer menção ao nome “Rebecca” feita pelo Maurício a semana toda na faculdade. Ele chegava em casa e logo saía com amigos, normalmente o Leandro, marido da Eliana.
Em vez de divórcio, parecia que a Rebecca tentava manter o defunto do casamento respirando por aparelhos, esperando uma oportunidade pra mata-lo enquanto ninguém via. E o Maurício, provavelmente ainda abraçado à Bíblia, posando de mártir do lar.
Aquilo ia cair. Mas não sou um homem paciente.
Não estava disposto a ver esse casamento apodrecer aos poucos em silêncio, sem graça, sem espetáculo. Eu queria uma queda com fogos, gritaria, lágrimas e talvez um ou dois móveis quebrados. Queria ver o Maurício ruir em praça pública, ver o casamento desabar num estrondo que fizesse até a vizinhança acordar.
E, se eles não iam fazer isso sozinhos, eu sempre tive talento pra dar o empurrãozinho.
Comprei um chip pré-pago numa banquinha de esquina. Celular velho, conta nova, nada que me ligasse diretamente. Instalei o WhatsApp, deixei tudo no mais puro anonimato. A tal “irmã preocupada” que qualquer comunidade evangélica acolheria sem questionar. Ah, a beleza das fofocas anônimas em tempos modernos.
Peguei as fotos. Eu tinha um acervo inteiro, graças às três semanas que a Rebecca passou sob o meu teto. Não precisava nem das cenas mais picantes, não que elas faltassem. Mas não sou idiota. As imagens dentro de casa ficariam para o meu arquivo pessoal, bem longe de qualquer exposição arriscada.
Tinham que ser as imagens públicas. Aquelas que qualquer um no prédio poderia ter tirado.
Escolhi as melhores entre elas. O velho Raimundo passando protetor solar nas costas da Rebecca na piscina do prédio, algo perfeitamente normal se não fosse aquela cara tarada do velho apalpando a bunda da crente. Vá explicar o sorrisinho da recatada esposa nessa foto pra um marido vendo seu casamento falir. Rebecca e Raimundo rindo juntos à beira da piscina, às vezes abraçados. Caminhando de mãos dadas nos corredores, no estacionamento e no hall do condomínio. A maioria delas poderia se passar por coisas totalmente casuais. Como só os bem mais velhos conheciam a fama do Raimundo, que datava dos anos 90, a maioria das fotos só tinham malícia pra quem já quisesse enxergar malícia. Pra quase todo mundo no prédio, era uma casta amizade entre dois evangélicos praticantes.
Ah, e claro, algumas fotos da Rebecca de costas, de maiô. Porque se existe uma combinação capaz de desestabilizar um marido como o Maurício, é a visão da própria esposa desfilando em público com aquela bundinha empinada com um sorriso despreocupado.
Removi os metadados das fotos, tratei a qualidade. Nada que entregasse datas, horários ou localizações. O capricho é parte da arte.
Montei uma mensagem simples. Um texto preocupado, escrito como se viesse de uma irmã zelosa da igreja, preocupada em preservar o testemunho da Rebecca e a honra do lar cristão. Joguei umas referências bíblicas soltas no meio, do tipo que fazem qualquer moralista parar pra pensar duas vezes. E finalizei com as fotos, claro.
Enviei.
O tic azul apareceu em menos de dois minutos.
Maurício visualizou. Não respondeu.
Não bloqueou.
Não apagou.
Apenas visualizou.
Fiquei imaginando o que se passava na cabeça dele. Porque, conhecendo o tipo, eu sabia que ele não ia ponderar, não ia refletir, não ia buscar entender. Ia cravar aquilo como prova absoluta da promiscuidade da própria esposa. E mais: ia considerar aquilo a humilhação definitiva. O sinal de que a Rebecca havia envergonhado o nome dele, a fé dele, o casamento deles.
Não procuraria contexto e já enxergaria nas fotos o retrato fiel da infidelidade, de que a mulher dele não prestava. E que todo mundo do condomínio sabia disso, testemunhara isso pelas três semanas e estavam rindo da cara dele pelas costas.
Rebecca e Maurício tinham acabado de cruzar o ponto sem volta e, pra mim, restaria o prazer de assistir de camarote e descobrir o papel que seria reservado ao seu Raimundo nesse escândalo.
Pois bem, leitor. No próximo capítulo, teremos Maurício vs seu Raimundo, o grande duelo pela buceta da Rebecca. Digamos que será algo que vai repercutir bastante no grupo do WhatsApp dos moradores.
A partir de agora e até o final da novela, esta série e a série do Antônio, “Louco para enrabar a professora ruivinha, enrabei X primeiro”, vão se focar no duelo sexual entre as mulheres da turma da academia, tentando manter suas convicções e princípios, contra eu, o Antônio e outros colegas que não apenas queremos leva-las pra cama, mas as tornar tão depravadas quanto nós.
1) Por qual lado vocês estão torcendo? Pelas gostosas da academia ou pelos comedores do condomínio?
2) No próximo capítulo, uma das mulheres da academia já vai cair na minha rola? Qual delas?
3) Pra vocês, leitores, existe alguma diferença entre o que eu e o Antônio estamos planejando e, digamos, as ações de Carlos e seu Geraldo em suas respectivas séries?
E, a partir do próximo capítulo, os leitores decidirão o grau de extensão do sucesso desse meu projeto particular.
Coloquem nos comentários para o que vocês torcem que aconteçam nos próximos capítulos. Em breve, teremos a continuação.
NOTA DO AUTOR: A ordem dos próximos capítulos:
* Minhas coleções de calcinhas, amantes e putinhas - Parte 09
* Queria Ser Síndica, mas Porteiros e Zeladores Me Viram Pelada (One-shot da Tatiana)
* Eu, minha esposa e nossos vizinhos – Parte 16
* Eu, minha amiga gostosa e os vizinhos dela - Parte 02
* Quem Vai Comer a Advogada Evangélica? - Capítulo 10
* Apostei que Faria Aquela Médica Certinha Virar Minha Putinha - Parte 04
* Eu, minha esposa e nossos vizinhos – Parte 16.5
* Eu e Minha Esposa Pulamos a Cerca... E o Caos Explodiu - Parte 08
* Passando a Vara nas Vizinhas. Ou Não. - Capítulo 13