Reconheço minha culpa, mas a militância fudeu minha vida!

Um conto erótico de Shirley
Categoria: Grupal
Contém 2369 palavras
Data: 21/09/2025 19:43:12

Sonhos Simples aos 18 Anos

Meu nome é Shirley, e cresci no Capão Redondo, um bairro na zona sudoeste de São Paulo onde o funk ecoa pelas ruas de concreto, as motos aceleram sem parar e as casas escondem histórias de luta e sonhos teimosos. Aos 18 anos, recém-aprovada no vestibular para psicologia numa universidade pública, eu tinha a vida toda planejada. Meu sonho era simples: casar com um homem bom, ter filhos para educar com carinho, cuidar da casa enquanto ele batalhava pelo sustento. Era como via as coisas funcionando ao meu redor — uma divisão natural, quase sagrada, que fazia sentido na nossa realidade periférica.

Meu pai, que me criou sozinho desde que minha mãe morreu quando eu era nova, e minha avó, vivendo de uma pensão minguada, sacrificaram tudo para me ver na faculdade. Ele, pedreiro, chegava em casa com o corpo curvado de cansaço; ela, costurando para vizinhos, me ensinava que cada centavo contava. Eles me deram estudo, e eu agarrei a chance com unhas e dentes, estudando em escolas públicas ruins e cursinhos comunitários até passar no vestibular.

Foi na universidade, entre corredores lotados e cheiro de café barato, que conheci Paulo. Ele era do bairro, pobre como eu, mas com uma determinação que brilhava nos olhos castanhos. Trabalhava de dia como auxiliar de mecânico, com mãos sempre marcadas de graxa, e estudava à noite, sonhando com um futuro melhor. A casa dele era típica do Capão: fachada sem graça, com grades tortas para não atrair ladrões, mas por dentro, um lar cuidado com carinho — móveis usados, mas limpos, paredes pintadas de amarelo pela mãe dele e um quintal com jabuticabeira que dava sombra e frutas doces. Paulo virou meu primeiro em tudo, meu porto seguro num mundo que começava a parecer grande demais.

O primeiro beijo foi numa tarde quente, no quintal dele, depois de passarmos horas conversando sobre nossos planos. Sentados num banco de madeira tosco, com o sol filtrando pelas folhas, ele se aproximou devagar. "Shirley, posso?", perguntou, a voz tremendo de nervoso. Assenti, o coração disparado, e seus lábios tocaram os meus — macios, quentes, com gosto de bala de menta misturada ao suor do dia. A língua dele dançava com a minha, e eu sentia um calor subir pelas coxas, um formigamento que misturava medo e desejo. Minhas mãos seguraram seu rosto, sentindo a barba rala roçar minha pele, e quando nos separamos, eu estava ofegante, o mundo girando ao meu redor. "Você é especial", ele sussurrou, e eu acreditei, sentindo que ali começava nossa história.

A primeira transa veio semanas depois, numa noite em que os pais dele saíram para uma festa no bairro. Estávamos na sala, com a TV ligada num canal qualquer, a luz fraca jogando sombras nas paredes. Paulo me puxou para o sofá, os olhos brilhando de desejo. "Você é tão linda, Shirley", murmurou, beijando meu pescoço, os lábios quentes deixando um rastro de arrepios. Suas mãos, calejadas do trabalho, subiram por baixo da minha blusa, apertando meus seios com firmeza, mas com um cuidado que me fazia sentir amada. Meus mamilos endureceram sob o tecido do sutiã, e um gemido baixo escapou quando ele os pinçou, rolando entre os dedos enquanto me beijava com mais fome.

Tirei a blusa devagar, o coração batendo forte, e ele desabotoou meu sutiã, libertando meus seios para lambê-los, sugando um mamilo enquanto massageava o outro. O prazer era intenso, como uma corrente elétrica que descia até o centro do meu corpo, me deixando molhada e ansiosa. "Paulo, por favor...", sussurrei, e ele sorriu, descendo beijos pela minha barriga, desabotoando minha calça jeans e puxando-a junto com a calcinha. Fiquei nua diante dele, vulnerável, mas segura no amor que via em seus olhos.

Ele se ajoelhou, abrindo minhas pernas com gentileza, e sua boca encontrou meu sexo pulsante. A língua traçava círculos lentos no meu clitóris, lambendo com uma mistura de fome e carinho, enquanto um dedo entrava em mim, explorando o calor úmido. Gemi alto, as mãos enfiadas no cabelo dele, puxando-o mais para mim, o corpo se contorcendo no sofá velho. O cheiro dele — óleo de motor, perfume barato e suor — se misturava ao meu próprio aroma de excitação, enchendo o ar.

"Você tem um gosto incrível", ele murmurou, acelerando até eu gozar, um orgasmo que me fez tremer inteira, as pernas fracas, a cabeça leve. Então, tirei sua roupa, admirando o corpo forte, marcado pelo trabalho, e segurei seu pau ereto, quente e pulsante na minha mão. Acariciei devagar, sentindo gotas de pré-gozo na ponta, e ele gemeu, os olhos fechados. Deitei-o no sofá, montei nele, posicionando-o na entrada da minha buceta, e desci lentamente, sentindo cada centímetro me esticar, me preencher. A dor inicial virou prazer puro, e comecei a me mover, subindo e descendo, nossos olhares travados, cheios de promessas. "Eu te amo, Shirley. Vamos casar, construir uma família", ele dizia entre gemidos, as mãos na minha cintura, guiando o ritmo.

Aumentamos a velocidade, estocadas profundas que acertavam o ponto certo, me fazendo ver estrelas. Arranhei suas costas, mordi seu ombro para abafar os gritos, e gozamos juntos, ele pulsando dentro de mim, enchendo-me com seu calor enquanto meu corpo convulsionava em êxtase. Ficamos ali, colados, suados, sonhando com um futuro perfeito.

A Sedução do Novo Mundo

A faculdade abriu portas, mas também me jogou num mundo que eu não entendia. Os prédios velhos, com pichações políticas nas paredes, o cheiro de maconha nos banheiros e as discussões acaloradas nas aulas de sociologia me fascinavam e assustavam. Me enturmei com um grupo de colegas progressistas — meninas de classe média, vindas de bairros como Pinheiros ou Vila Madalena, com pais que pagavam aluguel, comida e roupas da moda. Elas eram militantes fervorosas, falando de feminismo, empoderamento e luta contra o patriarcado. Me convidavam para protestos na Paulista, com cartazes gritando "Fora o sistema" ou "Meu corpo, minhas regras". No começo, eu ia por curiosidade, mas me sentia deslocada. Minha vida no Capão era tão diferente — ônibus lotados, medo de assalto, meu pai chegando exausto do trabalho —, e elas não entendiam isso.

Eu lia muito, estudava a história do voto feminino, da educação, do trabalho — conquistas moldadas por guerras, pressões sociais, homens e mulheres que lutaram juntos. Mas elas simplificavam tudo: "O feminismo é o único caminho", diziam, como se o resto da história não existisse. Via contradições: pregavam contra o machismo, mas saíam com caras que as tratavam como objetos, drogados ou alcoólatras que tinham um charme de "rebelde". Reclamavam dos homens, mas viviam do dinheiro dos pais, sem nunca terem trabalhado. Ainda assim, me acolhiam, e isso mexia comigo.

Uma noite, numa roda de conversa após um protesto, eu me abri. "Às vezes, sinto que meus sonhos de casar, ter filhos, são pequenos demais", confessei, envergonhada. Ana, a líder do grupo, com cabelo verde e piercings, segurou minha mão. "Shirley, você está presa numa visão patriarcal. Ser livre é escolher o que você quer, sem homem te dizendo o que fazer." As palavras dela acenderam algo em mim. Pela primeira vez, me senti parte de algo maior, como se meus sonhos fossem uma gaiola que eu podia quebrar. Comecei a repetir as falas delas: "O patriarcado é o inimigo", "Mulheres não precisam de homens para serem completas". Mas, no fundo, uma vozinha questionava: e o amor que eu sentia por Paulo?

Paulo notava as mudanças. Eu chegava em casa cheirando a cigarro, discutia política com raiva, respondia grosso quando ele tentava falar. "Shirley, essas meninas estão te mudando. Isso não é você", ele alertava, preocupado. Eu retrucava, cheia de frases prontas: "Você não entende opressão, Paulo. É machista." Fiz tatuagens — uma flor no braço por "resistência", um pássaro no ombro por "liberdade" —, pintei o cabelo de vermelho, às vezes raspava um lado, e troquei as roupas discretas por saias curtas e tops decotados que mostravam meu corpo. Sentia olhares na rua, e isso me dava uma falsa sensação de poder.

Comecei a experimentar coisas novas: cerveja nas festas, um baseado aqui e ali, sentindo uma "liberdade" que era mais confusão do que qualquer outra coisa. Paulo aguentou meses, mas uma noite, no quintal onde tudo começou, ele terminou. "Você não é mais a Shirley que eu amei. Não dá mais", disse, os olhos marejados, e foi embora. Chorei, gritei, mas no fundo sabia que ele tinha razão. Mesmo assim, mergulhei de cabeça naquele novo mundo, tentando preencher o vazio.

A Noite que Quebrou Tudo

Um ano e meio depois, aos 19 anos, eu estava irreconhecível. Numa noite de sábado, bebendo num barzinho improvisado no bairro — paredes de tijolo, mesas de plástico, funk alto e cheiro de cachaça —, Ana e Carla me apresentaram Diego, o MC Improviso. Ele era o cara "respeitado" na comunidade, com tatuagens que contavam histórias de rua, correntes brilhando no pescoço e um olhar que misturava perigo e sedução. Sabia que ele vivia no tráfico, mas seu carisma me puxava como um ímã. "E aí, gata, quer curtir com a gente?", perguntou, com um sorriso torto. O álcool já corria solto, e eu ri, sentindo o corpo leve e a mente nublada.

O que aconteceu ali, hoje, aos 24 anos, conto com lágrimas escorrendo, o peito apertado de arrependimento. Diego me puxou para um beijo bruto, a língua invadindo minha boca, o gosto forte de cachaça e cigarro me sufocando. Suas mãos apertaram minha bunda por cima da saia curta, subindo até meus seios, puxando o top para baixo com pressa. "Você é safada, né?", riu, e eu me ouvi rindo também, mas era um som vazio, como se eu não estivesse ali. Ana e Carla se juntaram, tirando as roupas, e logo estávamos num emaranhado de corpos. Ana beijou meu pescoço, mordendo forte, enquanto Diego lambia minha buceta com rudeza, a barba roçando minha pele sensível, o prazer misturado a uma dor que eu não sabia explicar.

Chupei Diego, sentindo seu pau grosso pulsar na minha boca, empurrando fundo até eu engasgar, lágrimas escorrendo pelos cantos dos olhos. "Isso, engole tudo", ele mandou, segurando meu cabelo com força, e eu obedeci, o sabor salgado me excitando apesar da humilhação. Pensei em Paulo por um segundo, no carinho dos seus toques, mas afastei a lembrança, afogada no álcool e na adrenalina. Ana se deitou no colchão, e eu a lambi, sentindo seu mel salgado na língua, o cheiro íntimo me envolvendo, enquanto Diego me fodia por trás, estocadas violentas que batiam fundo, me fazendo gritar. Carla se masturbava ao lado, gemendo alto, depois trocou com Ana, oferecendo o cu para Diego enquanto eu chupava seus seios, os mamilos duros sob minha língua.

Experimentamos tudo: anal em mim, a dor lancinante no começo, com ele cuspindo para lubrificar, empurrando até virar um prazer estranho, misturado a uma sensação de sujeira; oral entre nós meninas, línguas explorando dobras úmidas, clitóris sensíveis, gozos que vinham em ondas, mas sem alma; posições loucas, como Diego me erguendo contra a parede, fodendo em pé enquanto Ana e Carla nos tocavam, rindo como se fosse um jogo. O suor escorria, o quarto fedia a sexo cru, e eu gozei várias vezes, o corpo convulsionando, mas cada orgasmo era vazio, como se eu estivesse assistindo a mim mesma de fora. Lembrei do quintal de Paulo, do cheiro de jabuticaba, e uma lágrima caiu, mas ninguém notou.

No fim, Diego gozou dentro de mim, quente e abundante, e as meninas se lambuzaram mutuamente, rindo alto. Caí no colchão, exausta, o corpo dolorido, a mente confusa. "Você é das nossas agora", Ana disse, mas suas palavras soaram como um peso, não uma vitória. Aquela noite me marcou para sempre. Semanas depois, descobri a gravidez, sozinha no banheiro de casa, o teste positivo tremendo nas mãos. Diego morreu no tráfico pouco depois, baleado numa briga de facções, e eu fiquei com uma filha para criar, sem ele, sem apoio, sem chão.

O Peso do Passado

Quatro anos depois, aos 24 anos, sustento minha filha, agora com 4 anos, com conteúdo adulto na internet — fotos e vídeos onde mostro meu corpo, finjo prazer para estranhos, ganhando dinheiro que paga as contas, mas me deixa com um vazio que não se explica. Minha filha é minha luz, mas cada noite, quando ela dorme, sinto o peso das escolhas que fiz.

Cruzei com Paulo num supermercado do bairro, o cheiro de pão fresco e frutas maduras no ar. Ele estava casado, com um casal de filhos — um menino de 3 anos correndo com um carrinho de brinquedo, uma menina de 2 no colo da mãe, uma mulher linda, com roupas simples, mas elegantes, cabelos brilhantes e um sorriso tranquilo. Eles eram a imagem do que eu sonhava aos 18 anos, uma família feliz, estável, num mundo que parecia tão distante do meu agora.

"Shirley, quanto tempo", Paulo disse, educado, mas com uma distância nos olhos. Conversamos pouco, ele contando sobre o casamento, o emprego melhor, os filhos que o enchiam de orgulho. Eu forcei um sorriso, falei da minha filha, mas escondi o resto — as tatuagens desbotadas, o cabelo malcuidado, as noites vendendo meu corpo online.

Olhando para ele, vi o que perdi. Aquelas "amigas" me seduziram com promessas de liberdade, mas me fizeram odiar o que eu era. Me convenceram que meu sonho de amor, de família, era uma prisão patriarcal, que Paulo era um opressor por querer me proteger. Me jogaram num mundo de dogmas, onde qualquer um que não seguisse a cartilha delas — homens, mulheres, conservadores, liberais — era inimigo. Me fizeram repetir que o feminismo era tudo, enquanto eu traía minha própria história, minha própria verdade.

Hoje, carrego um ódio profundo por lulistas e bolsonaristas, não por política, mas pelo que representam: ideias prontas que dividem, que fazem pessoas boas se odiarem sem motivo, que destroem vidas como a minha. Elas me tiraram o direito de sonhar com o que eu queria, porque meu sonho não era "revolucionário" o suficiente. Choro ao lembrar daquela noite com Diego, dos gemidos que não significavam nada, da gravidez que mudou tudo, da solidão que carrego. O Capão Redondo pulsa ao meu redor, mas eu me sinto perdida, uma sombra da menina que sonhava com um futuro simples, destruída por escolhas que nunca foram realmente minhas.

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Comentários

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Não posso dizer se esses fatos perfazem o ideal do movimento feminista,mas tudo o que relatou aqui não tem nada de erótico ou excitante. É mais um desabafo de agruras ideológicas pelas quais passou. No entanto,vc reconhece um problema de militância,e não apenas da esquerda em si,concluindo que se um lado é nefasto,o outro é maravilhoso. Não é.

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O pobre quer uma renda melhor, uma condição de vida melhor. Tem uma parte da classe média que já tem uma renda melhor, então eles querem mostrar que são melhores que a maioria e podem usar ideologias pra tentarem mostrar que são melhores, seja ideologias de direita ou de esquerda. As ideologias de liberdade não estão erradas, o problema é que as pessoas que defendem essas idéias ficam disputando quem é mais radical que o outro. A pessoa pode achar que o patriarcado comete excessos e mesmo assim ser feliz num casamento monogâmico, todo homem é machista mas alguns tentam melhorar, então quem acha que homem é inimigo da mulher, e que todo branco é inimigo de negro, é porque usa a ideologia apenas pra radicalizar, invés de usá-la pra buscar uma harmonia entre as pessoas.

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