O dia começou como qualquer outro naquela casa antiga no interior. O calor era denso, pesado, grudando a camiseta nas costas. Eu estava visitando, como fazia todo verão, uma trégua da cidade grande. Meu tio, um homem de campo com mãos calejadas e olhar quieto, e meu primo, mais novo que eu, com a energia nervosa de um potro, eram minha companhia.
A tarde mal tinha começado a declinar quando a eletricidade caiu. Sem ventilador, a casa rapidamente se tornou um forno. Foi meu primo quem sugeriu, com um encolher de ombros, o banho de rio. O lugar era nosso desde a infância, um trecho isolado onde a água corria fria sobre pedras lisas.
A água gelada foi um choque delicioso. Rimos, mergulhamos, tentamos nos molhar um ao outro. Mas sob a superfície da brincadeira, algo mais espesso começou a se formar. Eu sentia o olhar do meu tio sobre mim, não o olhar de sempre, mas um escrutínio novo, pesado. Meu primo, por sua vez, parecia evitar meus olhos, seu corpo esguio girando na água com uma agitação que não era só juvenil.
Foi quando meu tio se aproximou de mim. A água chegava à sua cintura. Sem dizer uma palavra, ele colocou a mão no meu ombro, não como um tio, mas como um homem. A pressão era firme, inquestionável. Seus dedos escorregaram para as minhas costas, puxando-me contra ele. Senti a textura áspera do seu torso contra o meu, a dureza inconfundível do seu desejo pressionando minha coxa.
"Já chega de brincadeira," ele disse, sua voz era uma ordem grave e áspera que eu nunca tinha ouvido.
Meu primo parou de se debater, observando. Seu rosto estava tenso, seus lábios entreabertos. Não havia surpresa, apenas uma expectativa carregada.
Meu tio então me virou e me puxou para a margem, para um relvado macio à sombra de uma árvore grande. Ele me deitou de bruços e se ajoelhou atrás de mim. Suas mãos abriram minhas nádegas com uma autoridade que me fez gemer. Não houve preparação, apenas a língua, rude e úmida, explorando um lugar que ninguém jamais tinha tocado. Eu enterrei o rosto na grama, meus dedos se contraindo, arrancando tufos de terra. Foi uma violação doce, profunda, que me fez tremer da nuca aos calcanhares.
Enquanto ele fazia isso, meu primo veio e se ajoelhou na minha frente. Seu pau estava ereto, pulsante. Ele guiou minha boca até ele e eu o aceitei, afundando meu rosto em seu quadril, engolindo seu comprimento com uma fome que não sabia que possuía. O gosto salgado de rio e de pele jovem era intoxicante. Eu era um sanduíche de carne e desejo, preenchido em ambas as extremidades.
Meu tio parou. Ouvi o barulho do jeans sendo aberto, e então a ponta de seu membro, enorme e escaldante, pressionou-me. Ele não pediu permissão. Empurrou. A dor foi um clarão branco, uma rasgadura que me fez gritar contra a carne do meu primo. Mas a dor rapidamente se fundiu com uma onda avassaladora de prazer. Ele se moveu dentro de mim com estocadas longas e profundas, cada uma delas me arrastando para mais perto de um abismo de êxtase. Suas mãos seguravam meus quadris com força de ferro, marcando minha pele.
Meu primo, sentindo minha boca ficar mais frouxa, mais baba, começou a se mover mais rápido, até que um grito abafado anunciou que ele estava chegando ao clímax, jorrando na minha garganta. Eu engoli, ofegante, ainda sendo empalado por trás.
Quando meu tio finalmente gemeu, um som rouco e gutural, e despejou seu próprio calor dentro de mim, uma convulsão me tomou. Eu gozei ali mesmo, sem me tocar, meu corpo esguichando entre a grama e minha barriga, completamente possuído, usado, preenchido.
O silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pela nossa respiração ofegante. Meu tio se afastou. Meu primo se deitou ao meu lado. Eu virei de costas, sentindo o corpo dolorido e aberto, olhando para as folhas da árvore acima.
E então, a dinâmica mudou. Meu primo, recuperado, disse com uma voz rouca: "Minha vez".
Ele me virou de bruços novamente. Sua entrada foi mais suave, mas não menos intensa. Ele era mais rápido, mais nervoso, cavando em mim com uma urgência que me fez gemer de novo. Meu tio, agora observando, se aproximou e ofereceu seu pau, ainda molhado da minha boca e do próprio sêmen, para os meus lábios. Eu o chupei, olhando para seus olhos escuros, enquanto seu filho me fodia por trás.
A rotação foi natural, orgânica. Chegou minha vez de estar no meio. Empurrei meu primo de costas e entre suas pernas. Ele as abriu, sem hesitação. Penetrá-lo foi como mergulhar em seda quente. Ele gemeu, um som agudo e quebrado, e seus olhos se encheram de lágrimas que não eram de tristeza. Meu tio, atrás de mim, cuspiu na própria mão e lubrificou seu caminho para dentro do meu corpo mais uma vez. Foi assim que continuamos, uma tríade em constante mutação, cada um tomando e sendo tomado, virando e sendo virado.
O sol se pôs e nós ainda estávamos lá, sob as estrelas que começavam a pontilhar o céu roxo. Nossos corpos eram um mapa de suor, sêmen e terra. Não trocamos palavras de love ou promessas. O que aconteceu foi puro, primal, uma tempestade de carne e necessidade que varreu todos os tabus e deixou apenas a verdade crua dos nossos corpos.
Quando finalmente nos levantamos, doloridos e exaustos, o olhar entre nós não era de vergonha, mas de um reconhecimento profundo. Caminhamos de volta para casa em silêncio, o ar noturno frio sobre a pele quente, carregando o peso silencioso e pesado daquele segredo que nos unia, e sempre nos uniria, de uma forma que nada mais jamais poderia.