Fome de uma ex ativista por agressão masculina

Um conto erótico de Dra. Márcia
Categoria: Heterossexual
Contém 2327 palavras
Data: 21/09/2025 09:33:42

A Noite que Mudou Tudo

Eu me chamo Márcia e sou delegada na DEAM, uma daquelas delegacias especializadas em crimes contra a mulher, aqui nessa cidadezinha encostada no norte da grande São Paulo, onde o trânsito para de repente e o cheiro de terra molhada sobe do asfalho rachado.

Cresci ouvindo que homem nenhum presta, que eles são todos predadores à espreita, esperando o momento para atacar. Minha mãe repetia isso como um mantra, e a TV confirmava, com manchetes que pintavam o mundo como um ringue onde a gente sempre perdia. Então, resolvi virar o jogo. Estudei direito, prestei concurso, me especializei. Queria ser a justiça que as mulheres mereciam, a voz que calava os monstros.

Mas a vida tem um jeito torto de te ensinar lições. Tudo começou na faculdade, num daqueles eventos chatos de debate jurídico, onde o ar cheirava a café ruim e suor ansioso. Foi lá que vi Roberto pela primeira vez. Alto, com olhos castanhos que pareciam me ler devagar, como se eu fosse um livro que ele queria folhear com cuidado. Conversamos sobre leis de proteção à mulher, e ele discordou de mim com uma gentileza que me desarmou. "Nem todo mundo é vilão, Márcia", disse ele, tocando meu braço de leve, e eu senti um arrepio que não era de raiva.

Naquela noite, fomos parar no quartinho apertado do meu dormitório, com o colchão rangendo sob o peso dos nossos corpos. Roberto me beijou como se eu fosse frágil, mas urgente; os lábios macios roçando os meus enquanto suas mãos traçavam linhas lentas nas minhas costas, descendo até a curva da cintura. Eu estava nervosa, virgem de corpo e alma, mas ele sussurrava "relaxa, amor, deixa eu te mostrar o quanto você é linda". Desabotoou minha blusa com dedos pacientes, beijando cada centímetro de pele exposta, o hálito quente contra o meu peito me fazendo arquear.

Quando ele entrou em mim, foi devagar, um preenchimento que doía e curava ao mesmo tempo, seus quadris se movendo em um ritmo que parecia dançar com o meu coração. Eu gemi baixo, as unhas cravando nas suas costas, e ele acelerou só o suficiente para me levar ao limite, sussurrando "vem comigo, Márcia, deixa ir". O orgasmo veio como uma onda morna, me envolvendo toda, e eu chorei no seu ombro, não de dor, mas de uma plenitude que eu nem sabia que existia. Foi perfeito, carinhoso, respeitoso. Naquele instante, Roberto rachou a muralha que eu construíra contra os homens. Não eram todos monstros. Alguns eram amantes.

Casamos logo depois da formatura. Ele, advogado em um escritório modesto; eu, mergulhando na polícia com a fúria de quem quer consertar o mundo. Anos se passaram assim, em uma rotina doce, com jantares caseiros e noites em que ele me tocava como na primeira vez. Mas o trabalho... ah, o trabalho me mudou.

O Lado Oculto dos Arquivos

Entrei na DEAM achando que seria heroína. Casos de agressão, estupros, humilhações. Eu via as vítimas chorando na minha sala, o cheiro de desinfetante misturado ao perfume barato delas, e jurava vingança. Mas os arquivos, aqueles pilhas amareladas de papéis empoeirados, contavam outra história.

Nem sempre a mulher era a vítima pura. Muitas chegavam furiosas, manipuladoras, tecendo teias de mentiras por rejeição, por separação, por um punhado de reais. O homem, mais forte fisicamente, virava o bode expiatório perfeito. Uma briga verbal vira hematoma fabricado; um adeus vira tentativa de estupro. A mídia voava em cima como urubus, mas quando a queixa caía por terra – e caía, com frequência –, o silêncio era ensurdecedor. Os ativistas sumiam, deixando o homem marcado para sempre: preso preventivamente, linchado no bairro, violado na cadeia por ser rotulado de "estuprador". Antes do julgamento, o dano estava feito.

Eu via isso nos olhos dos acusados, homens comuns, atordoados, suando frio na minha frente. "Ela mentiu, delegada, juro por Deus." E eu, no início, duvidava. Mas os fatos... os fatos não mentiam. Aprendi que o mundo não era preto no branco. Mulheres tinham desejos sombrios, vinganças frias, e os homens pagavam o preço da força bruta que a natureza lhes deu. Meu idealismo rachou, devagar, como vidro sob pressão. Roberto notava. "Você tá distante, amor", dizia ele, me abraçando na cama. Mas eu me sentia dividida, um pé no feminismo que me formara, outro na realidade crua dos dossiês.

Foi nesse limbo que caiu na minha mesa o caso de Geovani e Jéssica. Um boletim de ocorrência fresco, com cheiro de tinta de impressora e desespero. Geovani, 28 anos, mecânico de mãos calejadas e olhos castanhos fundos, fora detido em flagrante por tentativa de estupro. A família de Jéssica, uma matilha de tios e primos armados de fúria, jurara matá-lo ali mesmo, na porta da delegacia. O bairro fervia, e a imprensa local já farejava a carniça. Mas Geovani, algemado na minha sala, não parecia um monstro. Ele tremia, o suor escorrendo pela testa, e murmurava: "Não fiz nada, delegada. Ela inventou tudo."

Eu o ouvi por horas, o gravador rodando como um coração mecânico. Namoravam há quase um ano, ele disse. Jéssica era ciumenta, possessiva, o tipo que checava o celular dele a cada notificação. "Eu queria terminar, sabe? Ela me sufocava. Mas aí, na noite passada, eu disse que a gente precisava conversar. Ela surtou, gritou que eu a agredira, que tentara forçá-la. Mentira! A gente transava, sim, mas era ela quem pedia... pedia coisas que eu nem imaginava."

Ele pausou, corando, e eu inclinei a cabeça, sentindo um formigamento inexplicável na nuca. "Que coisas?", perguntei, voz neutra, mas o ar na sala parecia mais denso, carregado de um aroma masculino, suor e óleo de motor. Geovani engoliu em seco. "Ela gostava de... de ser tratada como vadia. Pedia pra eu bater na cara dela, leve, só pra excitar. Chamá-la de puta enquanto eu entrava forte. Marcar a bunda com tapas que deixavam vermelha, inchada. No começo, eu estranhei, delegada. Achei loucura. Mas ela gemia tanto, se contorcia debaixo de mim, pedindo mais... Eu atendia, porque a amava, ou achava que amava. Mas ontem, quando eu disse que era o fim, ela virou o jogo. Gritou, chamou os vizinhos, e a polícia chegou."

Seus relatos saíam ingênuos, quase puros, mas as imagens que pintavam... Meu corpo reagiu contra minha vontade. Senti um calor subir pelo ventre, os mamilos endurecendo sob a blusa engomada. Eu, que crescera odiando homens por sua brutalidade, torcia em silêncio para que ele não mentisse. Aquelas palavras – vadia, tapa, marca – ecoavam na minha mente, despertando algo que eu enterrara fundo.

Naquela noite, deitei com Roberto, o corpo dele familiar e gentil contra o meu. Ele me beijou devagar, as mãos deslizando pelas minhas coxas como sempre, mas minha cabeça vagava. "Me chama de puta", sussurrei, sem pensar, virando o rosto para ele. Roberto parou, franzindo a testa. "O quê? Márcia, isso não é a gente." Eu insisti, o desejo latejando: "Bate na minha bunda, forte, me marca." Ele riu, nervoso, e continuou com seus toques suaves, me levando a um orgasmo morno, sem faíscas. Frustração me invadiu, um vazio que eu não conseguia nomear. Por que ele não via? Por que não cedia àquela fome que Geovani descrevera tão vividamente?

A Investigação Paralela

Os dias se arrastaram como fita adesiva velha. Geovani ficou preso provisoriamente, o flagrante em debate – testemunhas contraditórias, laudos inconclusivos. A família de Jéssica pressionava, ligações anônimas prometendo "justiça própria" se a lei falhasse. Eu mergulhei no caso, oficial e extraoficial. Quebrei regras: liguei para contatos em outras delegacias, revirei perfis de redes sociais à noite, no escuro do meu escritório, o ventilador zumbindo como um segredo.

Jéssica tinha histórico – queixas retratadas, ex-namorados com medidas restritivas que nunca vingaram. Uma ligação gravada, escondida num pen drive que um informante me passou, selou tudo: "Ele vai voltar rastejando, mãe. Se eu disser que me bateu, ninguém duvida."

Ela planejava a armadilha para prendê-lo ao seu lado, ciúme doentio transformado em arma. Mas o pânico veio quando soube do risco real: na cadeia, os presos farejam "estupradores" como tubarões o sangue. Geovani já apanhara, hematomas frescos que eu vi na visita. Jéssica, apavorada, jurou retirar a queixa. "Eu não queria isso, delegada. Só... só pra ele não me largar." Inocente demais para o mal que armara. O juiz arquivou, Geovani saiu livre, sem processo contra ela – ele só queria esquecer. A mídia? Sumiu como fumaça. Uma notinha no fundo do jornal: "Acusação infundada". O bairro ainda olhava torto para ele, mas a vida seguiu.

Eu não conseguia. Aqueles relatos de Geovani me assombravam nas noites solitárias, Roberto dormindo ao lado, alheio à tempestade. Eu me tocava no chuveiro, água quente escorrendo pela pele, imaginando tapas que ardiam, palavras cruas que me faziam pulsar. Minha luta interna era um inferno: eu, a delegada que jurara proteger mulheres, ansiando pela brutalidade que condenava? Roberto não merecia isso – ele era o homem perfeito, gentil, o que me dera a primeira vez ideal. Traí-lo seria cuspir no que construíramos. E o feminismo da minha juventude gritava: "Você tá virando o que lutava contra!" Mas o corpo não ouvia. Ele exigia, latejava, me fazia acordar suada, os lençóis úmidos de um desejo que Roberto, com seu carinho eterno, não saciava.

Passei meses evitando Geovani, mas o destino ri das boas intenções. Um evento comunitário na praça, luzes de Natal piscando mesmo fora de época, me jogou no caminho dele. Ele trabalhava como voluntário agora, consertando barracas, o sorriso tímido de quem sobrevivera. "Delegada... quer dizer, Márcia. Obrigado por tudo." Conversamos, risos forçados no início, mas algo clicou. Amizade, eu disse a mim mesma. Cafés casuais, trocas de mensagens sobre o bairro. Ele era leve, engraçado, sem o peso do passado. Mas eu via nas suas mãos os calos que um dia marcaram a pele de alguém.

A tensão crescia, olhares que demoravam, toques acidentais no braço que enviavam choques. Uma noite, após um jantar regado a cachaça barata, desabei no carro dele, estacionado num beco escuro onde o ar cheirava a eucalipto e asfalto quente. "Geovani, eu... eu ouvi seus relatos. Sobre ela, sobre o que pedia. E não sai da minha cabeça." Ele congelou, olhos arregalados. "Márcia, não. Eu não quero mais rolos assim. Quase me matou." Mas eu insisti, voz rouca: "Só uma vez. Me marca como ela pedia. Me chama de vadia, bate em mim, me fode como se eu fosse sua. Não vai acabar mal, prometo. Ninguém sabe. Eu sei o que é desejo de verdade agora."

Ele hesitou, o peito subindo e descendo, medo misturado a fome nos olhos. Minha mão no joelho dele, subindo devagar, selou o pacto. Dirigimos até o motel mais próximo, um daqueles com neon piscando e lençóis que cheiravam a lavanda sintética. No quarto, a porta mal fechada, eu o empurrei contra a parede, beijando-o com fúria, dentes roçando o lábio inferior. "Me usa, Geovani. Me quebra." Ele cedeu, mãos grandes me erguendo como se eu pesasse nada, jogando-me na cama. O vestido rasgou no ombro, e ele riu, baixo, animalesco: "Sua puta safada, pedindo isso há meses?"

O tapa veio primeiro, na cara, não forte o suficiente para machucar de verdade, mas ardendo como fogo vivo, o som ecoando no quarto úmido. Eu gemi, o corpo se abrindo como uma flor noturna, e ele me virou de bruços, a bunda exposta ao ar fresco. "Você quer marcas? Toma." As palmas choveram, alternando lados, cada impacto enviando ondas de calor pelo meu ventre, a pele corando, inchando sob os dedos. O cheiro da minha excitação encheu o ar, misturado ao suor dele, salgado e cru. Ele me puxou pelos cabelos, arqueando minhas costas, e sussurrou no ouvido: "Vadia da delegada, molhada pra caralho." Sua boca desceu, língua lambendo as marcas frescas, dentes mordiscando a carne sensível, e eu me contorci, implorando: "Mais, porra, me fode agora."

Geovani obedeceu, o pau duro como ferro me penetrando de uma vez, sem preliminares gentis, só fome pura. Ele bombava forte, quadris batendo contra minha bunda vermelha, cada estocada um tapa ecoado. Eu gritava, unhas rasgando os lençóis, o prazer subindo em espiral, texturas de pele suada colando em mim, o gosto de sua saliva no meu pescoço quando ele me beijou ali, selvagem. "Goza pra mim, sua puta. Mostra que aguenta." O orgasmo me rasgou, um abismo de luz e dor doce, músculos se contraindo ao redor dele, e ele veio logo depois, jorrando dentro de mim, quente e viscoso, marcando-me por dentro enquanto as mãos apertavam as marcas externas. Ficamos ali, ofegantes, corpos entrelaçados em um emaranhado pegajoso, o quarto cheirando a sexo e transgressão.

As Marcas que Ficam

Saí do motel mancando, hematomas florescendo na bunda e coxas como rosas escuras, o sêmen dele ainda escorrendo devagar pelas pernas, um lembrete secreto. Inventei uma queda na escada para Roberto – "Nada grave, amor, só uns arranhões" – e me isolei por dias, pomadas e gelo escondendo o que o espelho me mostrava: uma mulher marcada, viva.

Esperei o pânico, o arrependimento que a razão previa. Nada. Pelo contrário, um contentamento profundo me invadiu, como se uma porta trancada se abrisse para um quarto iluminado. Não me senti suja, traidora. Senti... inteira.

Voltei aos arquivos, agora com olhos diferentes. Lá estavam eles: casos semelhantes, pilhas de queixas evaporadas, mulheres manipuladoras punidas pelo silêncio da mídia. Ativistas que uivavam só pelo lado fácil, ignorando que desejos – sim, desejos cruéis, animais – corriam em ambas as direções. Eu vivera os dois mundos: a vítima idealizada da minha infância, e agora a mulher faminta, que gozava na transgressão. Geovani e eu nos vimos mais vezes, encontros furtivos que alimentavam a chama sem promessas. Roberto seguia gentil, meu porto seguro, mas Geovani era a tempestade que eu escolhera dançar.

Hoje, na DEAM, ouço as histórias com paciência nova. Sei que nem toda vítima é santa, nem todo vilão é monstro. E à noite, sozinha, traço os dedos nas cicatrizes invisíveis, sorrindo para o espelho. O desejo não julga. Ele liberta.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Ca & Er a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Já ouvi muitas vezes isso daí "me xinga vai""..

Fala palavrão que dá mais tesão....

Nunca fui disso .....

"""Me chama de puta""

Pensava pronto baixou a pomba gira nela...

Até que um fui julgado...

Foi quando minha casa caiu...

Quase morri ou estou morto até hoje!!!!

Era para ser apenas mais um namoro fracassado ..

Daqueles que tinha uma data fixa para acabar como sempre....

Mais meu plano não deu bom hehehe....

0 0