O casarão erguia-se no meio do jardim como um monumento ao tempo esquecido.
Paredes de pedra cobertas de heras, janelas arqueadas escondidas sob cortinas de linho,
e o aroma forte e adocicado de lavanda invadindo o ar pesado daquela tarde abafada.
Tudo ali parecia suspenso entre o sagrado e o profano.
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Clara, a jovem estudante de artes, olhava para a imponente construção com o coração acelerado.
Vinte e um anos, cabelos presos num coque displicente, corpo esguio de quem passava mais tempo entre telas e pincéis do que em academias.
Tinha os olhos brilhando de expectativa.
E desejo escondido.
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Ao lado dela, Caio, seu namorado, tentava esconder o nervosismo.
Vinte e três anos, porte atlético sem exageros, cabelos bagunçados, a pele já úmida pelo calor.
Vestia apenas um short leve e uma camiseta que parecia pesar toneladas diante da promessa de nudez iminente.
Ele não sabia exatamente o que Clara planejara.
Só sabia que não conseguiria dizer não.
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A porta do casarão se abriu com um ranger suave.
E então ela apareceu.
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Professora Helena.
Quarenta anos.
Pele dourada e viva, como se absorvesse o calor do sol para irradiar luxúria.
Vestia uma túnica branca leve, quase transparente sob a luz forte da tarde.
Sem sutiã.
Sem vergonha.
Os contornos dos seios fartos desenhavam-se sob o tecido, os mamilos duros visíveis como uma provocação casual.
As pernas torneadas apareciam a cada passo lento.
O quadril largo movia-se com graça preguiçosa.
O cheiro de lavanda e suor leve se misturava ao ar.
O perfume natural da perdição.
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— Sejam bem-vindos — disse ela, sorrindo de forma serena, como se a cena inteira fosse a coisa mais normal do mundo.
— Espero que estejam prontos para criar arte hoje.
A voz dela era mel e ferro.
Doce e irresistível, mas carregada de comando oculto.
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Helena conduziu os dois até os fundos da casa.
Ali, no meio do jardim, havia um pequeno círculo de pedras antigas coberto de grama macia.
Sobre elas, um colchão grosso de linho branco estendido, já salpicado com flores de lavanda.
Ao lado, uma pequena mesa com garrafas de vidro âmbar —
óleo de lavanda puro,
que brilhava sob a luz do entardecer como se fosse ouro líquido.
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Helena virou-se para eles, o tecido da túnica flutuando ao redor do corpo suado.
— A proposta é simples — disse, enquanto servia algumas gotas de óleo nas mãos.
— Vocês dois serão as figuras centrais da minha inspiração.
— E eu... — olhou diretamente nos olhos de Caio, depois nos de Clara — ...vou orientá-los.
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Clara sorriu, tímida, excitada.
Sabia o que queria capturar:
o momento onde o desejo e a arte se confundiam até não haver mais diferença.
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Helena caminhou até Caio.
Parou diante dele.
— Tire a roupa — ordenou, suave.
Sem drama.
Sem vergonha.
Caio obedeceu.
A camiseta caiu primeiro.
Depois o short.
Ficou nu, o membro já pesado entre as coxas, lutando para manter a compostura.
Helena sorriu de canto.
Aprovação e provocação misturadas.
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Em seguida, ela mesma soltou o nó da túnica.
Deixou o tecido deslizar pelos ombros até cair aos pés.
Nua.
Linda.
Cheia de curvas maduras e suadas.
Seios pesados, barriga firme, quadris largos.
E entre as coxas douradas, um triângulo natural de pelos pubianos bem cuidados, úmido de calor e cheiro de lavanda.
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Clara assistia a tudo com o coração disparado.
A boca seca.
A pele arrepiada.
Segurava o pincel como se fosse uma âncora,
mas seu corpo já sabia:
ela estava tão entregue quanto eles.
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Helena se aproximou de Caio.
Derramou óleo sobre seu peito.
Sobre os ombros.
Sobre o ventre tenso.
Espalhou o líquido dourado com as mãos tatuadas,
massageando devagar, deixando a pele dele brilhar sob o sol,
como um sacrifício prestes a ser consumado.
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Depois untou seu próprio corpo:
passando o óleo pelos seios, pelas axilas suadas, pelas coxas, pelos pelos pubianos.
Sem pressa.
Sem pudor.
**
Helena montou sobre Caio, lentamente, sentando-se sobre seus quadris nus,
mas sem ainda penetrá-lo.
Apenas roçando.
Apenas queimando.
**
Os dois olharam-se nos olhos, respirando forte, suados, escorregadios de óleo.
Clara prendeu a respiração.
O pincel tremendo na mão.
E ali, naquele círculo sagrado de pedra, sob o cheiro de lavanda e suor,
a arte, o desejo e a perdição começaram a se fundir.
**
O sol começava a se inclinar no céu, tingindo o jardim de tons dourados e avermelhados.
A luz batia nos corpos untados de Caio e Helena, transformando-os em estátuas vivas, reluzentes, escorregadias.
O óleo de lavanda escorria em rios preguiçosos pelos músculos do peito dele, pelos seios cheios dela, pelas coxas firmes de ambos.
O cheiro era inebriante:
flor, suor, pele quente.
Puro erotismo suspenso no ar.
**
Clara tentava focar no pincel, no traço.
Mas a mão tremia.
Os olhos não conseguiam se manter apenas no contorno das sombras e luzes.
Eles eram puxados para a maneira como os corpos se roçavam.
Para o jeito como o quadril de Helena deslizava levemente contra o membro duro de Caio.
Sim, duro.
Incontrolável.
Visível agora, escorrendo óleo, pressionado contra o ventre suado dela.
**
Helena fingia não perceber.
Seu rosto mantinha aquela máscara serena de "profissionalismo artístico".
Mas seus olhos...
seus olhos traíam a fome crescente.
Ela movia o quadril de leve.
Só o suficiente para sentir.
Só o suficiente para provocar.
**
Caio suava.
Cada fibra de seu corpo lutava para obedecer.
Para não se perder.
Mas era impossível.
O calor do corpo dela sobre o dele.
O cheiro do suor, misturadas ao óleo doce.
O roçar dos pelos pubianos úmidos de lavanda contra seu membro latejante.
**
Clara mordia o lábio inferior, a respiração falha.
Sentia uma pontada quente entre as pernas.
Sentia o sexo pulsar.
Sentia a excitação se espalhar como fogo.
**
De repente, Helena moveu-se mais para frente, de modo que seu quadril roçou inteiro na base do pau duro de Caio.
O estalo abafado do contato ecoou no silêncio quente do jardim.
Caio gemeu baixo.
Clara ouviu.
E um arrepio percorreu sua espinha.
**
Helena, como se nada fosse, inclinou o corpo para trás, arqueando as costas.
Os seios brilhantes de suor e óleo ficaram em plena visão de Clara.
As axilas suadas de Helena se abriram.
O cheiro doce e salgado preencheu o espaço entre eles.
**
Clara soltou o pincel.
Sem perceber.
A madeira caiu no chão, rolando até o colchão.
**
Helena percebeu.
Sorriu, de canto.
Um sorriso pequeno.
Cheio de vitória.
Ela sabia.
Sabia que Clara agora era tão prisioneira da cena quanto ela mesma.
**
Então, sem aviso, Helena deslizou os quadris para frente, encaixando o pau duro de Caio entre seus lábios úmidos e oleosos.
Não penetrou.
Ainda não.
Apenas encaixou.
Apenas pressionou.
Apenas fez ambos gemerem baixo, tentando se controlar.
**
Clara, com os olhos arregalados, apertou as próprias coxas, tentando abafar o calor que explodia entre elas.
**
A pintura esquecera.
A arte se perdera.
Só existia agora:
o calor,
o cheiro,
o suor,
o desejo bruto e suado dos corpos prestes a se consumirem.
**
Helena olhou para Clara.
Diretamente.
Os olhos dela diziam:
"Você quer que eu pare?"
Mas também diziam:
"Você quer que eu continue."
**
E Clara...
sem coragem para falar...
sem força para impedir...
só respirava.
E tremia.
E desejava.
**
O jardim inteiro parecia suspenso naquele momento:
os corpos suados, os olhos colados, o óleo escorrendo, os corações batendo no mesmo compasso enlouquecido.
E todos sabiam:
o limite estava prestes a ser rompido.
O sagrado e o profano iam se misturar.
**
O vento quente soprava preguiçoso entre as árvores do jardim.
O cheiro de lavanda misturado ao suor dos corpos enchia o ar pesado, doce, sufocante.
Clara assistia, imóvel.
O pincel abandonado no chão.
As pernas trêmulas.
O sexo pulsando, molhado.
O coração batendo nos ouvidos.
**
Helena roçava-se lenta contra Caio.
O pau duro dele deslizando entre os lábios suados e oleosos da professora madura.
Ela se movia com precisão cruel.
Com graça divina.
Com fome de fêmea faminta.
**
Os olhos de Helena estavam cravados nos olhos de Clara.
Era um desafio.
Era uma provocação.
Era uma rendição mútua.
**
Sem dizer nada, Helena desceu o quadril.
Devagar.
Milimetricamente.
Deliberadamente.
Engoliu o pau de Caio dentro de si.
Inteiro.
Suado.
Escorregadio.
Vibrando.
**
Caio soltou um gemido rouco, desesperado, abafado entre os dentes.
Seus quadris se ergueram instintivamente, buscando mais, querendo mais, necessitando mais.
O encaixe era perfeito.
O calor dela era avassalador.
O perfume dela, entorpecente.
**
Clara prendeu a respiração.
Seus olhos viram tudo:
o sexo oleoso de Helena engolindo seu namorado.
os seios dela balançando sob a luz dourada.
o suor escorrendo pelas axilas abertas, brilhando como altares sagrados de desejo.
O cheiro...
o som molhado...
os gemidos abafados...
tudo era música suja e linda nos ouvidos dela.
**
Helena começou a cavalgar.
Lenta no começo.
Deslizando o quadril em círculos.
Rebolando.
Masturbando-se no pau de Caio com uma luxúria descarada e sagrada.
Cada movimento fazia o som úmido ecoar pelo jardim.
Cada estocada fazia o colchão ranger sob eles.
**
Caio agarrava as coxas dela.
Segurava sua cintura com desespero.
Mas não dominava.
Era dominado.
Era montado.
Era consumido.
**
Helena se inclinou para frente, apoiando as mãos nos ombros dele.
As axilas suadas se abriram bem na frente do rosto dele.
O cheiro quente, animal, inebriante, invadiu suas narinas.
E Caio, sem resistir,
sem nem pensar,
enterrou o rosto ali, lambendo, chupando, bebendo o suor da deusa que o montava.
**
Helena gemeu alto.
— Isso, lindo... — sussurrou ela, rebolando mais rápido, sentindo a língua dele lamber cada gota salgada de suas axilas suadas.
— Me lambe... me adora... me fode até o fim...
**
Clara assistia tudo com olhos arregalados, o corpo fervendo.
Uma mão escorregou para dentro do próprio short sem que ela percebesse.
Os dedos mergulharam no sexo encharcado, tremendo de desejo.
Enquanto pintava com o olhar cada cena proibida que acontecia diante dela.
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Helena acelerou.
O som dos corpos molhados se chocando ecoava como trovões sujos.
Os gemidos abafados de Caio, o som obsceno da língua dele nas axilas dela, o estalo de carne molhada contra carne molhada.
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E então veio o clímax.
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Helena jogou a cabeça para trás, os cabelos grudados de suor na nuca, o corpo inteiro tremendo.
Gozou cavalgando Caio, rebolando desesperada, gritando contra o céu aberto.
Suor, óleo, gozo, tudo escorrendo entre as coxas, manchando o colchão branco, espalhando cheiro de sexo e flores esmagadas.
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Caio veio logo depois.
Explodiu dentro dela, agarrando suas coxas, enterrando o rosto no seio suado da professora, gemendo como um homem derrotado e salvo ao mesmo tempo.
**
E Clara...
Clara gozou também.
Os dedos encharcados entre as pernas, o grito preso na garganta, o corpo inteiro arqueando enquanto a visão do namorado sendo consumido por Helena a levava ao delírio absoluto.
**
O jardim ficou em silêncio.
Só o som dos corpos arfando.
Só o cheiro do pecado pairando no ar.
Só o calor do desejo gravado para sempre na pele, nos olhos, na alma dos três.
**
Na tela em branco, a pintura ainda não existia.
Mas a verdadeira obra-prima já havia sido criada.
Com carne.
Com suor.
Com gemidos.
Com amor sujo e livre.
A redenção de Afrodite não era uma imagem.
Era um momento.
Era eles.