Foi com um beijo longo e lascivo que “Kátia” se despediu de Camila. A mão da amante entre suas coxas denunciava que aquilo tudo não terminara por vontade delas. Quanto mais as línguas se esfregavam, mais Camila investia, tocando a boceta por cima da calcinha, a excitando. “Kátia” estava com a barra do vestido suspensa e as pernas expostas, prestes a se entregar, quando viu o portão da casa abrir. Ambas se recompuseram rápido enquanto César se aproximava. A esposa de Eduardo agradecia, fingindo que tudo aquilo fora apenas uma carona. O segurança se debruçou na janela do carro, com um olhar ameaçador para “Kátia”
— Vocês demoraram! O Sr. Eduardo estava preocupado com a mulher dele, que não respondia às mensagens. — disse o segurança enquanto Camila caminhava para dentro.
— Paramos o carro na estrada. Ela precisava desabafar, pois está sofrendo muita pressão.
César olhou sério para “Kátia” — você anda próxima demais dos dois. Não sei quais são as suas intenções, mas estou de olho em você.
Homens intimidadores não eram novidade para ela. Se César sabia de algo comprometedor, o dever dele seria informar Eduardo e não ameaçá-la. O segurança olhava com seriedade para a assistente, mas seu olhar desviava para as coxas expostas, fruto do beijo lascivo com Camila. Estava claro que ele não fazia ideia do real motivo de “Katia” estar ali. A sedutora secretária era amante do chefe e posava nua para a esposa. Ciente de tudo isso, o segurança provavelmente queria algo para si e não sabia como pedir.
— Pode ficar de olho, César. Gosto quando me olha — disse “Kátia” afastando os joelhos e subindo ainda mais a barra do vestido, dando ao segurança a vista de sua calcinha.
O olhar do segurança apontou para a lingerie exposta, mas logo retornou aos olhos de “Kátia”. — Não estou brincando com você.
— Nem eu, querido. É que não sai da minha cabeça o momento em que você entrou no ateliê enquanto eu posava para Camila. Foi tão erótico eu estar nua, naquela posição, com você me olhando.
— Eu tinha um recado a dar para Dona Camila.
Ouvir César se justificar era sinal de ter mordido a isca. “Kátia” pôs as mãos nas coxas e as alisou em direção à boceta. — Sabe, César, eu tenho trabalhado muito, muitas vezes ficando sozinha depois da hora. Você podia aparecer por lá, quando o Sr. Eduardo não estivesse.
Com os olhos fixos nas mãos que acariciavam a boceta por cima da calcinha, o segurança engoliu em seco e nada disse. Ao perceber que aquela mulher brincava com ele, ele se pôs de pé, despediu-se de “Kátia” e voltou para a casa do chefe.
“Kátia” dirigiu de volta para casa. Podia ter contornado a situação com César, mas a entrega à Camila estava cobrando seu preço. A atitude do segurança podia ser motivada apenas pelo desejo, mas ter uma pessoa a mais para manipular aumentava os riscos de qualquer maneira. Ela precisava descobrir onde as armas estavam.
No dia seguinte, “Kátia” escolheu um terninho preto com uma camisa social azul clara. Chegou no trabalho, encontrando Eduardo com um comportamento incomum. Ao telefone, ele subia o tom de voz, quase gritando. Estava nervoso e seu rosto expressava preocupação.
— Sim, Elisabeth, está quase tudo pronto… — Eduardo fez uma pausa, olhando para sua funcionária — Os quadros serão enviados na data certa. Se quiser, pode até aproveitar sua viagem e passar aqui para ver o que temos finalizado. — Continuou, baixando o tom da voz.
O nome Elisabeth chamou a atenção de “Kátia”, que sentou em sua estação de trabalho e iniciou suas tarefas normalmente, ouvindo a conversa o tanto quanto conseguia. A partir dali, a conversa era resumida a pedidos de desculpas e promessas de prazos cumpridos. Quando a conversa terminou, Eduardo afrouxou o nó da gravata, como se estivesse sufocado. Parecia muito fragilizado, sendo uma boa oportunidade para “Katia”. Ao fim da ligação, enquanto o chefe esfregava o rosto, “Kátia” tirava o blazer e abria botões em sua camisa.
— Quem é essa pessoa para te deixar tão nervoso? — perguntou, sussurrando, se debruçando por trás do chefe.
— É a cliente que indiquei à Camila. Essa mulher está me cobrando que as obras dela fiquem prontas logo. Ela vem aqui olhar os quadros prontos, acredita!
“Kátia” alisou o peito de Eduardo — não fique assim, meu amor. A Camila também está nervosa com isso. Fiquei um bom tempo ouvindo ela desabafar até ficar calma.
Eduardo virou o rosto e beijou a assistente na boca — obrigado, você tem nos ajudado além do seu trabalho.
— É verdade, até posei para ela. Já viu a pintura dela?
— Ainda não…
— Então, ela me pintou, peladinha e suja de graxa. Se a cliente vier aqui, já haverá algo para mostrar. Não precisa ficar preocupado.
Eduardo sorriu. — É verdade, mas é que aquela mulher me pressiona demais. Eu sempre fico nervoso com ela.
— Então, me deixa te ajudar a relaxar — disse “Kátia”, antes de se ajoelhar na frente do chefe.
— Não tem medo de te verem? — perguntou Eduardo, ao assistir sua funcionária abrir sua calça.
— Ninguém vai ver se eu ficar de joelhos — respondeu “Kátia” com um sorriso lascivo no rosto, antes de engolir o pau do chefe.
Ao sentir o toque macio da língua na cabeça do seu pau, Eduardo se desmanchou em sua cadeira. Todos os músculos do corpo relaxaram no primeiro momento para, em seguida, voltarem a ficar rígidos, pois era impossível não se contorcer com o delicado e vai e vem de “Kátia”. A assistente mamou a sua rola lentamente, sentindo-a endurecer cada vez mais em sua boca. Eduardo sorria feliz com o tratamento recebido, gozando repentinamente na boca de “Kátia”. A assistente limpou o sêmen da boca com os dedos enquanto sorria, orgulhosa. Depois, guardou o membro do chefe na calça, ajeitou a gravata dele e voltou ao seu trabalho.
As horas seguintes foram de total tranquilidade. Eduardo se mantinha calmo e “Kátia” seguia tranquila para continuar a organização dos dados da empresa enquanto, em paralelo, buscava informações sobre Elisabeth. Mais uma vez, não havia nada nos registros. “Kátia” desconfiou do fato de uma cliente aparentemente tão importante não constar em nenhum cadastro. Estava cada vez mais certa de que tal mulher estava mesmo envolvida com o desvio das armas, mas precisava identificá-la.
Ela se lembrou dos computadores antigos do último galpão, onde dados antigos haviam ficado guardados. Tinha certeza de que lá encontraria aquelas informações e queria ir, mas algo a impedia. As lembranças dela e Camila transando sobre o capô do carro na noite anterior continuavam em sua mente. O desejo por Camila começou a confundir seu julgamento. Ir lá, naquele momento, provavelmente provocaria mais uma transa entre elas. Ela desejava isso, mas lutava contra suas próprias vontades. A missão era mais importante. Precisava desapegar, e ignorar as mensagens da amante não foi suficiente. O sexo oral em Eduardo parecia um bom jeito de se desconectar, mas, como tudo que ela fazia com ele era mecânico, não lhe provocava emoção o suficiente. “Kátia” precisava ir ao galpão quando Camila não estivesse mais lá.
Como Eduardo pouco entendia do novo sistema de gestão da empresa, “Kátia” tinha o pretexto perfeito para justificar a demora para organizar as informações por completo. Dizer para o chefe que trabalharia além do horário para adiantar suas tarefas arrancava elogios do chefe, que confiava nela cada vez mais. Com base nessa confiança, ela sugeriu ao chefe que saísse mais cedo e levasse a esposa para fazerem um programa a dois. Contou a ele que Camila andava muito nervosa com as entregas e que ficara triste com a saída dele, deixando-a sozinha. Eduardo ficou reflexivo por um tempo, mas agradeceu à sua assistente pelo cuidado. Antes do expediente acabar, ele saiu, levando Camila consigo. Era a oportunidade que “Kátia” precisava aproveitar.
Exceto por alguém aparecer no escritório.
A presença de uma jornalista era incomum, pelo menos desde que “Kátia” começou a trabalhar ali. Apesar da ausência do chefe, a tal jornalista disse já ter conversado com ele e que queria saber o ponto de vista de outros profissionais. “Kátia” recomendou entrevistar um dos caminhoneiros, mas ela disse já ter entrevistado um. Ela queria alguém da administração, alguém que conhecesse melhor como as coisas funcionavam. Na insistência da jornalista, “Kátia” cedeu, deixando que ela entrasse no escritório.
Os cabelos longos da repórter estavam presos em um rabo de cavalo. Ela vestia um blazer azul-marinho e uma blusa na cor creme, de seda, com uma leve transparência. A calça de alfaiataria se ajustava perfeitamente ao corpo, marcando bem a cintura e o quadril largo. Elegante e com um toque de sensualidade, Patrícia soava imponente na frente da assistente. O olhar foi direto para o decote, formado pelos botões ainda abertos na camisa de “Kátia”, seguido de um sorriso sutilmente malicioso.
A assistente a levou para um sofá que havia no escritório e ali ouviu as primeiras perguntas. Ter pouco tempo de trabalho lhe dava a tranquilidade de dizer que não sabia responder a perguntas sobre o mercado.
— Você ser nova explica muita coisa. — disse Patrícia.
— É o que falei, estou aprendendo tudo agora. Teria sido melhor conversar com outra funcionária.
— Não é disso que estou falando. Você não é assistente, está aqui investigando alguma coisa. É jornalista? Policial?
Antes de trabalhar na Logística Sul, todos os documentos de “Kátia” foram minuciosamente forjados. Eduardo, assim como todo o setor de RH da empresa, aceitou tudo sem desconfiar. Mesmo César, que demonstrava alguma desconfiança, não fazia ideia de quem ela era. Aquela mulher surgira do nada e fazia uma insinuação quase correta.
— Sou assistente, querida. Eu não tenho o talento de vocês para o jornalismo — disse, “Kátia” sorrindo com falsa naturalidade.
Patrícia se ajeitou, ficando mais próxima de “Kátia” e se inclinou, se aproximando do ouvido dela — eu estive aqui ontem e vi como você conseguiu informações do Rafael. Seduzir o rapaz daquele jeito enquanto fazia perguntas sobre a tal Elisabeth não faz parte da rotina de nenhuma assistente. Se você chegou aqui recentemente, então está investigando o mesmo que eu.
“Kátia” fez o melhor que pôde, cobrindo a boca com a mão, fingindo constrangimento. No fundo, estava com raiva de ter sido tão descuidada. Precisava contornar aquela situação, mas também saber o que aquela mulher sabia. O desvio de armas do Exército havia sido abafado e não havia motivos para aquela mulher ter ciência daquilo.
— Que vergonha! Olha, não conta para ninguém. É que tenho esse fetiche de fingir que sou uma mulher sedutora, que seduz o Rafael fazendo perguntas. A Elisabeth não existe e ninguém sabe que estou saindo com ele. Por favor, não conte para ninguém — disse “Kátia” simulando uma expressão de aflição.
Os olhos grandes de Patrícia arregalaram por alguns segundos antes dela gargalhar.
— Olha, pode deixar que não conto nada a ninguém, mas você precisa contar uma mentira melhor. — disse, rindo debochadamente, para depois voltar a se inclinar para sussurrar — sei que Elisabeth existe.
“Kátia” franziu o cenho — você não sabe o que está dizendo.
Patrícia expulsou o ar dos pulmões, impaciente. A insistência daquela mulher em negar a verdade começava a irritá-la. Apesar disso, entendia que, seja lá quem ela fosse, manter o segredo fazia parte do seu trabalho. A jornalista concluiu que, ao invés de desmascarar a assistente, o melhor a fazer era ser sincera.
— Olha, eu estava fazendo uma reportagem sobre o crescimento do setor logístico quando me deparei com essa empresa mudando de patamar muito rapidamente. Ela estava endividada e, de uma hora para outra, equalizou todas as dívidas e trocou a frota de caminhões. Antes, as viagens deles mal iam para os estados mais próximos e agora eles levam cargas para todo o país. Ontem, eu entrei aqui escondida, pois o Eduardo não me concede mais entrevista. Estava fotografando a frota nova quando vi você e o Rafael. — Patrícia fez uma pausa, olhando “Kátia” de cima a baixo — Decidi que queria falar com um de vocês. Fiquei até mais tarde e quase falei contigo, mas você saiu de carro com outra mulher. Foi quando encontrei o Rafael. Então, não tente me convencer de que Elisabeth não existe, pois ele me contou coisas bem interessantes sobre ela enquanto me comia na cabine do caminhão.
“Kátia” arregalou os olhos. De repente, tinha uma rival. Não esperava ter alguém disposta a fazer as mesmas coisas que ela por uma informação. A linha de investigação da jornalista a princípio era diferente da dela, mas as duas podiam ter correlações. Não havia mais como inventar uma história e precisava saber o que aquela mulher descobrira. O único jeito de ter um diálogo era contar a verdade, ou parte dela.
— Tudo bem. Estou aqui fazendo uma investigação também, só não posso dizer para quem. Aquele caminhoneiro participou do transporte de uma carga que estou rastreando e precisava tirar informações dele. Por isso fiz aquilo.
— Deve estar investigando algo muito importante, para seduzi-lo daquele jeito.
— Você, pelo visto, foi bem além de mim.
Patrícia riu — Verdade! Nunca havia feito algo assim, mas a cena de vocês dois foi tão excitante que eu me animei em fazer o mesmo. Acabei indo longe demais.
Um sorriso discreto brotou no rosto de “Kátia” — pelo visto valeu a pena pela informação que conseguiu.
— Não só pela informação.
As duas riram, mas “Kátia” logo voltou a ficar séria.
— O que descobriu com ele?
— Me diz primeiro o que sabe. Parece que essa empresa está metida em algo grande e eu preciso saber.
— Minha investigação é muito importante e não posso compartilhar informações.
— A minha também é importante.
Patrícia e “Kátia” trocaram olhares. As duas rivalizavam, mas não deixavam de se admirar. A assistente se ajeitou no sofá, ficando colada, lado a lado, à jornalista e repousou a mão sobre a coxa dela, enquanto abriu mais um botão na blusa, expondo mais o decote.
— Me diz o que sabe, e eu te prometo que, quando isso acabar, eu te darei tudo o que você quiser.
O sussurro fez Patrícia se arrepiar. A jornalista não conseguiu manter a postura e suspirou. Tirou o blazer alegando o calor e exibindo o sutiã, visível sob a transparência da blusa, e se inclinou na direção da assistente.
— Me mostra o que você tem e eu guardo todos os seus segredos — sussurrou Patrícia.
A jornalista roçou a ponta do nariz no pescoço da assistente, fazendo “Kátia” gemer. Com os dedos, Patrícia puxou o decote de “Kátia” para o lado, com curiosidade.
— A tal Elisabeth muito provavelmente é uma traficante de armas. É tudo o que posso dizer — disse “Kátia”, num tom manhoso — agora, me diz o que sabe sobre ela — continuou, alisando a coxa da jornalista.
Com aquela mão subindo por sua perna, a jornalista se contorceu. — Ela está financiando a empresa do Eduardo. É dela o dinheiro que pagou as dívidas e bancou a renovação da frota.
A assistente acariciou o rosto da jornalista e a olhou nos olhos — Então é isso. Ela pega uma empresa quase falida e a transforma em outra, com capilaridade no país todo.
— Para levar armas roubadas — completou Patrícia.
— Sabe quem é essa Elisabeth? — perguntou “Kátia”, olhando os lábios de Patrícia.
— Não, o caminhoneiro não sabe. Imaginei que a assistente do Eduardo soubesse.
— Ia tirar essa informação de mim, como fez com ele?
— Não é má ideia.
As duas se olharam nos olhos. Os dedos da jornalista soltaram a blusa e deslizaram pela parte exposta dos seios da assistente. “Kátia” gostava daquele jogo e desejava se entregar a ele. Entretanto, já tinha se permitido se distrair demais em sua missão. Após um último apertão na coxa de Patrícia, ela se levantou.
— Estamos trocando de sistema agora e nesses computadores novos não têm dados mais antigos. Tem uma salinha no último galpão, onde tem computadores velhos, com esses dados antigos no HD. Vem comigo.