Becca - Seduzindo o Moleque Tímido - Parte 3

Um conto erótico de EuBeccaEeles
Categoria: Heterossexual
Contém 2334 palavras
Data: 13/08/2025 22:05:18

Cheguei em casa no fim da tarde. Rebecca estava na varanda, sentada com um livro no colo, mas o olhar longe. Assim que me viu, ela sorriu — um sorriso meio tenso, de quem está preparando terreno.

— Amor... — disse com doçura, colocando o livro de lado. — A gente precisa conversar com o João. Eu queria que fosse nós três.

— Já tá decidido então? — perguntei, tentando disfarçar a ansiedade sob um tom leve.

— Não... — ela balançou a cabeça. — Mas ele precisa ouvir de mim. Saber que o que está acontecendo não é errado. Que temos um relacionamento aberto, com respeito. Que você sabe. Que isso não é traição. E que ele não precisa se sentir culpado por nada.

Fiquei em silêncio por um instante. Era estranho, mas também bonito. Rebecca estava cuidando. Dando nome às coisas, abrindo caminhos.

— Ele ficou mal depois do beijo, né? — perguntei, já sabendo a resposta.

— Ficou. Disse que você era um cara legal. Que não merecia isso. — ela suspirou. — Pediu desculpa, acredita? Com os olhos marejando... fofo demais.

Ela parou um segundo, como quem volta no tempo.

— A verdade, amor... é que tem algo aí. Eu sinto. Ele é um garoto doce, maduro. Não é um moleque qualquer. Eu olho pra ele e não penso em sexo logo de cara. É outra coisa. É... chamado.

— Chamado? — perguntei, com um sorriso enviesado.

— É. Missão. Um rito. — ela sorriu com os olhos, antes de completar com leve solenidade: — Ele é virgem, amor.

Fiquei quieto, ouvindo a palavra pousar. “Virgem.” Na boca de Rebecca, aquilo não soava vulgar, nem promíscuo. Soava sagrado.

— E você quer ser a primeira...?

— Não. — ela respondeu com firmeza. — Eu preciso ser. Por ele. Por mim. É como se... ele fosse uma parte minha esquecida. Como se eu estivesse olhando pra uma versão do meu passado. Uma que merecia ter sido despertada com cuidado, com ternura.

Respirei fundo, emocionado.

— Acha que ele vai aceitar?

— Não sei. Ele vai pensar. E se for pra acontecer... será no tempo certo. Com verdade.

— Você é foda, Becca. De verdade.

Ela sorriu. Depois, em tom brincalhão:

— E você é um corno lindo. Meu corno preferido.

Sorri de volta. Porque era verdade. E porque nunca, em toda a minha vida, eu tinha visto alguém conduzir o desejo com tanta beleza.

Era fim de tarde quando João chegou. Eu mesmo fui atender à porta, com um sorriso aberto e sincero. Ele parecia nervoso, segurando a mochila como se fosse um escudo.

— João! Seja bem-vindo, cara. Entra aí, fica à vontade — falei, dando um tapinha leve nas costas dele. — Aqui ninguém morde.

Ele soltou uma risadinha tímida, tentando disfarçar o constrangimento. Rebecca veio logo depois, descalça, de short de linho e uma blusa leve, com o cabelo solto e a presença luminosa. Ela abriu os braços.

— Oi, Joãozinho…

Ele foi até ela, meio sem saber onde pôr os braços, mas acabou abraçando-a. Um abraço meio travado no começo… mas que, aos poucos, se tornou apertado e doce. O corpo dela transmitia uma calma difícil de explicar.

Nos sentamos na sala. João ficou entre nós dois, no sofá. Rebecca se aproximou devagar, sem invadir, e acabou ficando ao lado dele. Começou a passar a mão de leve em seu cabelo, num carinho instintivo, como quem admira uma pequena obra-prima esquecida.

— A gente queria conversar com você — eu comecei, tranquilo. — Sobre o que está rolando. Está tudo bem, viu? Só pra deixar claro... não tem ninguém aqui enganado ou traído.

João olhava pra mim e pra ela, os olhos brilhando, como se ainda estivesse tentando entender que aquilo era real.

— Eu e o Re... — ela me olhou, cúmplice — ...temos um relacionamento aberto. Mas mais do que isso, a gente tem uma relação de confiança. A gente compartilha. A gente cuida junto.

João assentiu, mudo.

— E você não fez nada de errado, tá? — ela continuou. — Aconteceu. Foi lindo. E... se for continuar, será lindo também.

Ele respirou fundo, como se aquilo aliviasse o peso no peito.

— Isso tudo parece um... — ele hesitou, quase com vergonha — ...parece um livro. Uma história. Meio russa.

Eu sorri, surpreso.

— Um romance russo? Por quê?

— Porque tudo tem camadas... e intensidade... e dor bonita — ele disse. — E medo também. Mas é bonito.

Rebecca se derreteu no sorriso, tocando o rosto dele.

— Ai, Joãozinho... você é um fofo. Um lindinho.

Ele corou, desviando o olhar. Mas não se afastou.

Ficamos um tempo em silêncio. Não era constrangimento, era uma paz rara. Um entendimento sem pressa. Como se estivéssemos à beira de algo importante, e todos sabíamos disso — mas ninguém queria apressar o passo.

Rebecca olhou pra mim com ternura. E eu soube que, ali, mais do que desejo ou fetiche, havia algo grande: um gesto de passagem, um pacto de cuidado.

E eu gostava daquele moleque.

Gostava mesmo.

João está sentado no sofá da sala, com as mãos trêmulas apoiadas sobre os joelhos. Tenta parecer natural, mas a tensão está toda estampada nos ombros, no queixo apertado, na forma como os olhos dele deslizam para o corpo da minha esposa cada vez que ela se move.

Rebecca passa por ele com um copo de suco na mão, vestida com um shortinho jeans claro e uma blusinha preta justa, dessas de alça fina, que deixa suas curvas bem definidas. Os cabelos estão presos num coque frouxo, e a pele ainda carrega o brilho do fim de tarde. O pé descalço, a caminhada serena. Como se nada demais estivesse prestes a acontecer. Como se a inocência não estivesse sendo carregada por inteiro naquele ambiente.

Mas João sabe. E eu também.

Ele não olha mais para Rebecca como antes, como se ela fosse algo distante, sagrado, inalcançável. Não — hoje há outra coisa nos olhos dele. Um tipo de fome que tentou disfarçar até aqui, mas que agora escorre pelas pupilas dilatadas. Ele olha para o corpo dela como possibilidade.

Eu vejo. E gosto de ver.

Sentado na poltrona ao lado, observo enquanto Rebecca se inclina para pegar algo na mesa de centro. O short sobe um pouco, revelando mais das coxas torneadas. João engole em seco. A respiração falha. Os olhos se demoram. Ele não sabe o que fazer com as mãos.

— Tá nervoso, João? — ela pergunta, com a voz doce, carregada de ironia. Ele ri, sem jeito.

— Um pouco, confesso... — responde, sem encará-la.

Rebecca senta-se ao lado dele no sofá. Próxima o suficiente para que seus braços se toquem. Ela cruza as pernas devagar, deixando o joelho virar um pouco para o lado dele. A blusa estica sobre os seios. João tenta não olhar, mas falha.

E eu o compreendo. Eu mesmo sempre falhei.

Ela começa a brincar com o cabelo dele, como quem acalma uma fera ou embala um menino. João não reage, mas os olhos ficam vidrados nela. É estranho ver como ele se transforma ali — de rapaz tímido, educado, a um jovem dominado por uma excitação nova, confusa. A virgindade se desfaz primeiro nos olhos. Depois nas mãos. O corpo é o último a se entregar.

Rebecca, com a pontinha dos dedos, desenha linhas invisíveis no braço dele. Fala algo no ouvido dele que não escuto. Talvez um sussurro de permissão. Talvez uma ordem. João fecha os olhos, sorri. Quando abre de novo, não é mais o mesmo.

O corpo da minha esposa já não é para ele um altar — mas uma promessa.

E isso, confesso, me faz vibrar.

João respira fundo, com os olhos ainda meio perdidos entre o chão e as coxas da Rebecca.

— Eu tô mais tranquilo agora — ele diz, finalmente, quase como um desabafo. — Saber que tá tudo bem... que vocês são assim... me deixou mais... à vontade.

Rebecca sorri. Aquele sorriso que não é só de ternura, mas de domínio. Um sorriso de mulher que conhece os efeitos que provoca. Ela se inclina um pouco mais para ele, o rosto a poucos centímetros. Com a mão, toca suavemente o rosto dele, queima com carinho.

— A gente só faz o que tem sentido pra todo mundo, João... — ela diz, baixinho. — O importante é você se sentir seguro. O resto... a gente descobre junto.

Eles se olham.

E dessa vez, é diferente.

Não é mais o olhar da dúvida, nem da timidez. É como se algo tivesse sido destravado ali — um código secreto aceito entre os dois. A tensão que havia se transforma em calor. Não há mais hesitação. Os olhos dele passeiam no rosto dela, descem um instante para os lábios, voltam. O coração dele bate forte, eu quase ouço daqui.

E então ele se aproxima.

Devagar. Hesitante no início, como quem se pergunta se pode mesmo, se deve, se aquilo é mesmo real. E Rebecca apenas espera. Serena. Presente.

O beijo acontece como o desfecho de uma promessa silenciosa.

Primeiro os lábios se tocam com leveza, como se testassem o solo. Depois, se reconhecem. E então, a entrega: os lábios se encaixam, a respiração se mistura, a mão dela sobe pela nuca dele, conduzindo. João solta um suspiro entrecortado — o som de quem se lança.

Meu peito aperta. Não de ciúmes, não de dor. Mas de algo mais complexo. Um sentimento que mistura orgulho, desejo, devoção. Ver minha esposa beijando outro homem — não como traição, mas como sacerdócio — me toca num lugar profundo. Há beleza nisso. Há verdade.

Eles se separam devagar, os olhos ainda grudados.

Rebecca passa o polegar nos lábios dele, como se limpasse uma migalha sagrada.

E então sorri, com aquele brilho calmo e cheio de intenção nos olhos.

— Você beija bem, João... — ela diz, firme, quase num sussurro quente —. Pra quem tá começando, tem uma fome bonita.

João sorri, meio sem saber o que fazer com as mãos, os olhos, o corpo. Mas ele já não parece o mesmo. A tensão deu lugar a um desejo mais assumido, mais cru. Rebecca percebe. Sempre percebe. E é nesse instante que o olhar dela escorrega, como quem não quer nada, para a região da bermuda dele.

Ele está duro. Marcado. Evidente.

Ela não diz nada, mas sorri de leve. Um sorriso fechado, malicioso. E então, num gesto quase imperceptível, olha na minha direção e me lança um sinal. Uma breve troca de olhares. É como um aceno mudo entre cúmplices. E eu, sentado na poltrona, apenas retribuo com um sorriso sereno.

Rebecca se inclina, chega perto do ouvido de João. Diz algo que não escuto — mas vejo o arrepio na pele dele. O jeito como ele engole seco. Como o corpo inteiro dele parece responder.

Sem pressa, ela se levanta.

Olha para mim de novo — olhos escuros, firmes, cheios de comando — e então, sem dizer palavra, caminha em direção ao quarto.

João a segue com o olhar.

Eu também.

Rebecca se levanta e caminha até o quarto sem olhar para trás. Os passos são lentos, calculados. A porta não bate, apenas encosta com suavidade. Silêncio.

João continua sentado no sofá, imóvel. O peito dele sobe e desce num ritmo irregular, como se o ar tivesse ficado espesso de repente. Ele encara a porta fechada. Um abismo entre o que ele é e o que pode se tornar.

Eu observo. Vejo o conflito no rosto dele. O menino e o homem em disputa.

Ele não olha pra mim dessa vez. Apenas respira fundo, levanta-se devagar, sem palavras. As mãos vão até a bermuda, ajeitam o volume evidente, quase por reflexo. Ele caminha. Um passo. Depois outro.

Vai até a porta.

Fica ali, parado, a poucos centímetros. O corpo inteiro tenso. A mão toca a maçaneta, hesita, recua, volta. O silêncio parece segurar tudo no ar. E então, com uma delicadeza inesperada, ele empurra a porta. Ela range levemente.

Eu vejo a luz quente do abajur escapar pela fresta.

Ele entra.

E eu fico.

Fico com o som da porta se fechando atrás dele. Com o eco da respiração que ainda vibra na sala. Com a imagem de Rebecca olhando por cima do ombro, esperando por ele — como eu a conheço. Com a certeza de que o que começa ali não é só uma transa, não é só uma iniciação.

É um rito.

Sento-me de novo. O coração calmo, mas desperto. Eu não vejo o que acontece lá dentro. Mas vejo o que se transforma em mim.

A porta se fecha atrás dele com um leve clique. E então... silêncio.

Não completo. Mas um silêncio cheio de camadas.

Eu fico ali, na poltrona, olhando para o corredor. Não há o que ver, apenas sentir. João está lá dentro agora. Com ela. Com Rebecca. Minha mulher. A mulher que o chamou. Que o escolheu. Que agora o acolhe.

O tempo parece suspenso. E então, vagamente, começam os sons.

Primeiro, uma risadinha dela. Baixa, doce, quase infantil — mas com aquele tom cheio de promessas que só ela sabe dar. Uma risada que mistura ternura e domínio. O som de quem conduz.

Depois, a voz dele. Mais grave do que eu esperava, mas trêmula. Diz algo que não compreendo. E ela responde, sussurrando, uma frase entrecortada por um carinho que eu não vejo. Só posso imaginar a mão dela no rosto dele. Ou na nuca. Ou escorregando para algum lugar mais fundo.

Mais uma risada, agora abafada. Depois silêncio de novo. Um tecido arrastado talvez. Um zíper. Um leve estalo de madeira. O som da respiração dele crescendo.

E então, finalmente, a voz dela, clara, firme, gentil:

— Está tudo bem.

Essas três palavras flutuam no ar como um selo. Uma permissão. Um abraço. Um portal.

Logo depois, o som que me atravessa: o ranger do colchão. Lento, compassado. Quase respeitoso no começo. Como se os dois estivessem se reconhecendo pelo tato, pela pele, pelas ausências que carregam.

Eu fecho os olhos.

E deixo que o som me invada.

Ali, sozinho na sala, com as luzes apagadas e o peito cheio de coisas que não sei nomear, eu não sou menos homem. Sou testemunha. Sou cúmplice. Sou o altar invisível de um momento que muda para sempre quem entra naquele quarto.

E por mais estranho que pareça — é ali que eu amo mais profundamente.

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