7 de Março (Sexta-Feira)
18:30 PM
Estou exausto, preciso dormir! Leonardo está todo feliz porque acabei de convidar ele pro racha que vai ter hoje, por minha causa a galera resolveu começar mais tarde — agora que estou na faculdade meus horários estão um pouco diferentes — comentei isso durante a semana e o Leonardo ficou muito afim de ir também, como gosto de juntar meus amigos não vi problema, só preciso tomar cuidado para que meus amigos não acabem falando de mais lá no society.
— Eu posso ir também? — Não imaginava que o Arthur jogasse bola.
— Claro mano! Quanto mais melhor.
— Massa, vai com a gente Abelardo? — Leonardo o convida.
— Não, vocês que são jovens aproveitem, eu vou ficar para casa que hoje minha mulher vai fazer um jantar especial.
— Olha aí, alguém vai transar hoje! — Leonardo diz tirando sarro do colega.
— Vai brincando macho, depois que você casar quero ver se vai continuar com esse fogo todo — Abelardo rebate e arranca risadas minhas e do Arthur.
— Eu não posso reclamar, mesmo longe o Dan ainda tem me deixado bem satisfeito nesse quesito — estou me gabando um pouco.
— E sexo pelo telefone lá é a mesma coisa — Arthur entra na brincadeira.
— O garoto quando você começar a transar você opina beleza — Arthur fica vermelho de vergonha com o comentário do Leonardo — mas não, não é a mesma coisa, se eu tivesse que ficar na mão ia ficar maluco, eu acho.
— Nada haver, o importante é está feliz com seu amigo Cícero — Abelardo é um cara mais velho e quando ele se refere ao meu namorado como amigo não é tão interessante de ouvir, mas deixo passar, pois sei que é a forma dele pelo menos tentar não ser ofensivo — Arthur um dia você vai conseguir transar cara, liga para eles não.
— Vocês são tão engraçados! — Ele diz fingindo que está chateado.
O professor finalmente chega e somos obrigados a mudar de assunto e assumir nossos lugares. O Coordenador deve ser o melhor professor que temos, depois de uma semana para lá de chata as aulas dele servem quase como um alívio, ele é engraçado e explica muito bem, o fato de ser uma aula prática no computador também ajuda muito. O professor resolveu não dar o intervalo a fim de nos liberar mais cedo, achei bom, já que vamos ter que sair daqui correndo para encontrar a galera no society.
Leonardo disse que a Kamila vai voltar de carro de aplicativo para casa, até me ofereci para deixá-la em casa primeiro, mas ele disse que não quer me fazer dar uma volta maior, na real nem ligo, mas também não insisti, se eles preferem assim tá de boas para mim. Durante a semana toda dei carona para eles e pro Arthur como fiz no primeiro dia, não custa nada para mim e fico feliz de ajudá-los. Arthur já comentou sobre eles me ajudarem com a gasolina, mas não quis aceitar, a intenção é proporcionar um certo conforto aos meus amigos, não faz sentido cobrar por isso, ainda mais que não preciso, pelo menos a gasolina no meu carro nunca falta, isso já faz parte da minha planilha de gastos que o Dan está me fazendo seguir.
21:20 PM
Assim como foi proposto o professor acabou de encerrar a aula mais cedo, de qualquer forma é uma boa que a Kamila vai para casa de outra forma, se não, não adiantaria nada sair mais cedo, já que teríamos que esperar pelo final da sua aula. Leonardo já sabia que iria jogar com a gente hoje, mas Arthur pediu meio que de última hora, como não tem muito sentido em ir até a casa dele vou emprestar uma roupa para ele poder usar, sempre tenho mais uma muda de roupa no meu carro pro caso de uma emergência — outra coisa que aprendi com Dan, ele é o cara mais precavido que conheço.
Assim que paro o carro já vejo meus amigos nos esperando na calçada. Existe uma cota que pagamos para o aluguel do espaço, é normal nesse tipo de campo privado, só que são tantos moleques que acaba sendo um valor bem irrisório para cada, Leonardo e Arthur me repassaram a parte deles. Achei melhor falar da cota, até porque ele podiam ficar chateados se soubesse que paguei sem consulta-los, também porque assim como o Dan sempre falo preciso parar de acostumar meus amigos mal, eles tem sido muito prestativos e solícitos comigo como eu normalmente costumo ser com os outros, essa é uma boa chance de melhorar e não cometer os mesmo erros do passado.
— Chegou princesa? — Um dos moleques fala assim que me ver.
— Foi mau, é que sua mãe demorou na mamada hoje — a galera começa a zuar com a minha resposta, eu e meus amigos só temos uma regra, o que é dito aqui morre aqui, ninguém leva nada pro coração — galera esses são meus amigos da facul, o Leonardo e o Arthur.
Meus novos amigos são bem recebidos pelo meus velhos amigos, depois a primeira partida já estão todos enturmados, inclusive o Leonardo joga igual os outros — um perna de pau — mas o Arthur é uma baita surpresa, ele não é um Messi que nem o Rick, mas o moleque me fez soar a camisa um pouco.
— Eita que esse moleque parece que tem um motor nas pernas — um dos moleques diz depois de ser brutalmente driblado por ele.
Arthur caiu em outro time, mas Leonardo ficou no mesmo time que eu, depois de vencermos duas seguidas finalmente fomos para o banco. Meu amigo está vermelho e totalmente banhado de suor, mas com um sorriso de ponta a ponta.
— Nossa fazia tempo que eu não jogava, a galera aqui é bem gente boa, na igreja o pessoal só sabe jogar no quebra.
— Aqui de vez em quando tem uns carrinhos criminosos também, então fica esperto! — Digo me divertindo com ele tentando saber se estou falando sério ou brincando.
— Você joga com eles há muito tempo? — Leonardo quis saber.
— Desde o colégio, antigamente era dia de sábado, mas acho que já passamos por todos os dias da semana, o dia e o horário normalmente fica pela disponibilidade da galera, como uns dos moleques são PM acabamos puxando para sexta, eles sempre trabalham fim de semana e quando não trabalham ficam com a família.
— Entendi, para vocês o racha é sagrado então! — Leonardo brinca.
— Tipo isso, mas estou feliz que vocês tenham vindo, isso aqui é minha terapia e o que me ajuda a gastar a energia.
— E você ainda tem energia trabalhando e estudando a semana toda feito louco? — Ele rir.
— Agora menos admito, mas pelo menos o fim de semana é minha folga — Leonardo me encara meio confuso.
— Espera você folga dia de fim de semana mesmo trabalhando em um restaurante?
— Sim, é que o dono gosta muito de mim.
— Deve gostar mesmo.
— Quer uma cerveja? — Pergunto mudando de assunto.
— Não, amanhã eu trabalho, só vim jogar mesmo porque enfim é como você disse que o racha é sagrado.
— Verdade — estou rindo da forma que ele falou.
— E você pode beber? Tipo não vai dirigir ainda? — O Leonardo parece até o Dan falando agora.
— Tem razão, o Dan vai te adorar — ele rir, deve ter entendido — vou ficar na coca então.
— Ciço uma amiga acabou de me chamar para uma boate, ela está promovendo, tá afim de ir depois daqui? — Nicolas entra na conversa já me fazendo o convite.
— Não posso, quando acabar aqui tenho que deixar meus amigos em casa.
— Oxe, a galera diz que você é o mais puto do rolê — Nicolas se refere ao fato de que sou do tipo que não dispensa uma boa resenha.
— É que tô cansado, estou trabalhando e estudando e fora que tenho que acordar cedo para falar com o Dan — me justifico.
— Você quem sabe, mas se mudar de ideia, minha amiga falou que tem até um gogo boy do Rio que veio especialmente para essa noite — ele diz ainda na esperança de me fazer mudar de ideia.
— Eita agora é que ele não vai poder mesmo! — Leonardo leu minha mente.
— Deus me livre, o pau me acha se eu for para uma festa dessas sem meu patrão — confirmo o que o Leonardo acabou de falar.
— Nossa ele é ciumento assim? — Nicolas parece não acreditar muito no que estou falando.
— Ele não é, mas é que boate só tem graça quando vou com ele.
— Mais você bebe.
— Bebo porque é algo que eu faço com meus amigos, agora boate tem coisas que sinceramente não me interessam muito — não sei por que estou me explicando, mas só não quero ser rude — não vou ficar com ninguém e nem tenho interesse em outro homem pelado que não seja o meu.
— Rapaz, esse Daniel te amarrou mesmo viu amigo! — Sinto que a admiração do Leonardo deu uma aumentada agora, ele é noivo deve me entender bem, até pela forma que vejo ele falando da mulher dele.
— Terminar aqui eu posso te dar uma carona Nicolas, mas festa mesmo para mim hoje nem se eu quisesse muito, estou exausto.
Logo chega nossa vez de voltar a jogar. Depois do jogo ainda ficamos para tomarmos a saideira com os moleques — só o Arthur e o Leonardo quem tomaram no caso, pois eu cumpri o que disse e fiquei no refrigerante a noite toda. Quando estamos saindo dou de cara com Mauro descendo do carro em frente ao society, tem meses que não o via e ainda mais tempo que não falava com ele.
— Boa noite, Cicero, posso falar com você um minuto?
— E ai Mauro, gente vão me esperando no carro já chego — digo aos meus amigos que vão de carona comigo — pode dizer.
— Como ele está? Eu soube que ele tava aqui no mês passado — eu sei que ele se refere ao Ricardo, não tem nem como me fazer de doido.
— Ele está bem, teve o aniversário do Raylan por isso que o Ricardo veio.
— Massa — ficamos calados por uns segundos, percebo que Mauro escolhe com cuidado suas próximas palavras — eles ainda estão juntos?
— Sim, e muito felizes Mauro — não digo para machucá-lo, só acho que é melhor para ele superar o Ricardo, afinal quem fez merda não foi meu amigo.
Mauro coça sua barba rala enquanto encara o chão. Ricardo era louco por ele, por mais que não admita até hoje eu sei que meu amigo ainda é mexido pelo Mauro, não posso culpá-lo, o PM é realmente um gato, alto, forte, moreno, sério com um jeitão marrento do jeito que o Ricardo adora — o Chico foi o primeiro e único cara mais afeminado que meu amigo se apaixonou.
— Sabe quando ele vem por aqui de novo?
— Não, mas Mauro você escolheu sua família cara, o Ricardo entendeu isso e seguiu com a vida dele, você devia fazer o mesmo.
— Eu sei que eu fiz merda, só que não dá Cícero, não dava para ter nada com ele! — Não consigo não ter empatia por ele.
— E agora dá Mauro?
— Não — ele responde depois de pensar um pouco — mas, se você falar com ele diz que eu me separei.
— Mauro.
— Só diz isso por favor, não precisa falar mais nada — é a primeira vez nessa conversa em que ele me olha nos olhos e eu sei bem que olhar é esse, quando pensei que iria perder o Dan meu coração se partiu dessa mesma forma, o que me faz pensar novamente na nossa distância.
— Eu sei, realmente sei como você se sente Mauro, mas eu amo o Ricardo, ele está bem, o Chico é incrível e eles estão felizes, você não pode oferecer ao meu amigo o que ele precisa.
— Queria que fosse fácil — sua sinceridade só me mostra o quão na merda ele está.
— Tenho que ir, mas foi bom te ver — não tenho nada contra ele, o cara até é legal, o Mauro vacilou com o Ricardo, mas isso é lance deles e não precisa ser um gênio para saber que o Mauro precisa de um amigo — aparece depois para jogar com a gente.
— Beleza, qualquer coisa eu apareço na próxima, valeu Cícero.
— Falou mano — me despeço dele e vou de encontro aos meus amigos que me esperam já dentro do carro.
Não sei como, mas o Nicolas convenceu o Arthur a ir com ele para tal festa, então levo o Leonardo para casa, depois passamos na casa do Arthur para ele pegar suas coisas e por fim deixo os dois na casa do Nicolas — que ainda tentou me convencer a ir com eles uma última vez, mas nada vai me fazer trocar minha cama essa noite. Na volta para casa ligo pro Ricardo.
— Boa noite Seu Ricardo!
— Fala seu Cicero, tudo certo?
— Acabei de trocar uma balada pelo sossego do meu lar — consigo ouvir o barulho do bar deles do outro lado da linha, mas acredito que ele pode me ouvir.
— O que, está doente — ele afasta o celular do ouvido e ouço ele avisando ao Chico em tom de brincadeira que precisar vir me levar para um hospital.
— O moleque cresceu parça! — Digo em minha defesa.
— Tô vendo, se eu soubesse que você só precisava trabalhar e estudar ao mesmo tempo já tinha te arrumado um trabalho a muito tempo — ele está brincando, mas eu sei que deve estar orgulhoso de mim.
— Engraçadinho, só queria te falar mesmo, você deve está ocupado depois a gente conversa melhor, também estou dirigindo e antes que você fale qualquer coisa, estou sóbrio, não bebi nada hoje.
— Olha aí, o mundo não gira, ele capota!
— Nem comemora, tem um whisky top no meu armário e um energético gelado — falei que não ia sair, mas não falei nada sobre permanecer sóbrio.
Em casa, de banho tomado, coloco meus fones de ouvido — pois não sou de incomodar meus vizinhos — coloco um pagode de lei para tocar e começou os trabalhos, aproveitando. — Já me perguntei se sou alcoólico, mas acho que não, embora eu tenha começado a beber mais depois que o Dan viajou. Meu namorado na Europa, meu melhor amigo em outro estado, meus outros amigos seguindo com suas vidas, quem sobrou é justo da resenha, só que até para isso estou meio que perdendo o saco. Eu amo sair para beber com meus amigos, só que sem o Dan e o Rick as coisas perdem um pouco a graça.
Esse novo curso pelo menos me trouxe uma feliz surpresa, o Leonardo, Kamila, Arthur e Abelardo são muito gente boa. Não sei explicar, só que eles são tão adultos — o Arthur nem tanto, mas ele me lembra o jeito do Dan então gosto de ter ele por perto — enfim o que quero dizer é que eles não me chamam para beber, mas também não são nerds bitolados, é só fácil ter uma conversa com eles, de alguma forma me identifico com eles. Obviamente saber que não sou um banco para eles ajuda muito a confiar nessa amizade, nenhum deles sabe da minha condição financeira e cada dia que passa sinto que eles não poderiam ligar menos para isso.
O lance de beber sozinho é que você acaba pegando no sono mais rápido, já notei que quando bebo em casa e sozinho costumo ficar chapado bem mais rapido do que quando estou com meus amigos. A melhor parte de beber em casa é que não tenho que me preocupar em como vou encontrar minha cama — o ou sofá dependendo da minha situação, — quando a garrafa térmica deixo tudo na pia para lavar quando acordar e vou por quarto, não gosto de beber em cima da minha cama porque já aconteceu acidentes no passado, prefiro evitar.
8 de Março (Sábado)
03:00 AM
— Bom dia amor! Você estava bebendo?
— Estou na verdade, mas estou em casa, olha! — mostro pela câmera do computador indicando que estou na cozinha — tirei um cochilo até o despertador tocar.
— Você está bem?
— Melhor agora que estou te vendo — bêbado costumo ficar ainda mais carente por causa dele.
— Pensei que você iria sair hoje, mas como não me falou nada resolvi ligar mesmo assim.
— Me chamaram para ir numa boate amor, mas quando me falaram que iria ter um gogo boy, eu disse não na hora — Dan está morrendo de rir da cara que estou fazendo, todo orgulhoso de mim mesmo.
— Muito bem amor — ele brinca — mas olha se você quiser ver um gogo boy dançando pelado sabe que pode né?
— Claro, você só não me quer, vendo o Ricardo pelado.
— Cicero! — Sou reprendido.
— Tô zuando amor! — Adoro mexer com ele, porque suas bochechas ficam vermelhinhas — Sério amor, estou com saudades, você já comprou aquele negócio?
— Ainda não tive tempo, seu tarado — nós dois rimos — e como foi o jogo?
— Foi legal! O pessoal da faculdade foi hoje também, amor você precisa conhecer eles.
— Não vejo a hora, depois a gente marca um dia para quando você estiver no seu intervalo poder me ligar — adorei a ideia dele.
— Valeu amor, te amo!
— Também te amo Ciço! E também estou com saudades.
— Adoro quando você se declara para mim — confesso.
— Ti amo più di ogni altra cosa! — ele fica muito sexy falando em italiano, meu Deus do céu.
— O que você disse?
— Que eu te amo mais do que tudo!
— Amor, ia esquecendo de te contar — a bebida está enuviando uma parte da minha cognição — o Mauro me procurou hoje depois do jogo.
— Pra que? — Dan é mais curioso do que eu, ele não admite, mas sempre adoro quando lhe conta as fofocas que fico sabendo, acho que no fim isso é uma mania de todo casal.
— Ele queria saber do Ricardo!
— O que você falou Ciço? — Ele me pergunta preocupado.
— Nada de mais, só que ele ainda está junto do Chico e que é melhor ele seguir com a vida dele.
— Não gosto de você se metendo nessa história, esse policial não é de confiança.
— Nada haver amor, você só não gosta dele por causa do Ricardo, mas de qualquer forma ele me parecia bem mal amor!
— Você vai ficar com pena dele agora amor, Ciço foi esse cara quem deixou o Ricardo não foi?
— Sim, mas é complicado, não vê o Raylan e o Guigo, quase que eles não ficam juntos por causa do preconceito do nosso amigo, já pensou se o Raylan tivesse conseguido afastar o Guigo, eles não iriam mais está juntos e possivelmente Raylan seria um Mauro vagando por aí sem rumo com a vã esperança de poder mudar o passado — sou muito pensador quando estou bêbado, bem às vezes pelo menos.
— Você contou pro Ricardo?
— Não, você acha que eu devo contar?
— Melhor não, isso pode deixá-lo confuso, só falta ele avacalhar a relação com o Francisco por causa do Mauro — Dan não consegue superar o rancor que ele sente pelo Ricardo, mas eu sei que ele pelo menos está tentando.
— Ele não faria isso, o Chico mudou o mundo dele amor, nunca vi o Ricardo tão apaixonado como ele é pelo marido — digo defendendo meu melhor amigo, mas também porque é a verdade, só vi esse nível de paixão nos olhos do Ricardo duas vezes, mas foram o bastante para reconhecer quando ele está mesmo apaixonado.
— Bem, o melhor é você não se meter nesse assunto.
— Sim, você tem total razão amor, ainda bem que não falei — o Dan está certo não tem porque perturbar a paz do Rick com essa volta do Mauro para vida dele.
— Pois é, se ele quisesse ver o PM teria procurado por ele quando esteve aí mês passado — Dan é muito sensato, por isso gosto de sempre consultá-lo para coisas importantes.
— Amor!
— Você convidou o Mauro para aparecer no próximo racha porque ficou com pena dele — puta merda, as vezes esqueço que o Daniel tem o super poder de ler minha mente.
— Vai brigar comigo? — Pergunto manhoso.
— Não porque eu sei que sua intenção foi boa, mas Ciço de boas intenções o inferno está cheio, tome cuidado macho!
— Sim senhor.
— hoje estou livre, você quer ver um filme? — Ele muda de assunto.
— Claro, assim que eu acordar eu te ligo por ser? Preciso dormir um pouquinho — faço ênfase no pouquinho com os dedos.
— Tá bom, vou aproveitar então para ir no sex shop enquanto você dormi.
— Tá falando sério? — Isso até me despertou.
— Vou ver se eu encontro um legal, mas amor descansa, essas semanas tem sido muito puxadas para você — ele fala como se não estivesse virando noites e mais noites estudando, Dan é tão esforçado que desde o primeiro mês se tornou o bolsista favorito dos professores.
— Vou voltar a dormir, amor, eu te amo!
— Também te amo Ciço! Dormi bem e sonhe comigo.
— Sempre sonho com você meu amor, porque só tem você no meu mundo! Aliás, você é o meu mundo!