Castillo e Marino - 05

Um conto erótico de Luís Castillo
Categoria: Homossexual
Contém 3306 palavras
Data: 12/08/2025 22:01:05
Última revisão: 12/08/2025 23:20:29

Desde o primeiro dia de estágio no escritório do doutor Antero Zamora, o jovem Tarso Marino se mostrou muito comprometido com o aprendizado das práticas jurídicas. De forma segura, ele sabia conciliar nosso namoro com as demandas profissionais. Não foi por acaso ou por falta de espaço que providenciei para ele uma mesa na minha sala. O lugar do meu namorado era ao meu lado; comigo, ele se tornaria um grande advogado.

Pontualmente, o futuro doutor Marino chegava ao escritório. Usando sapatos lustrosos, calça social e camisa branca de manga longa, ele ficava com um belo porte de adulto. No entanto, os cabelos cacheados, o olhar sorridente e a boca carnuda cercada pelo bigode ralo e pelo cavanhaque bem aparado revelavam que ele ainda era novinho.

Ao entrar na sala, Tarso me abraçava e tomava a minha boca para um beijo. Depois que a gente saciava a sede, ele ocupava sua cadeira e se concentrava no trabalho. De vez em quando, eu desviava os olhos da tela do meu computador para a mesa dele. Dava vontade de ir sentar no seu colo, mas eu me controlava, porque ali era lugar de trabalho — e trabalho era o que não nos faltava.

Vez ou outra, caíamos em tentação. Se houvesse um instante de folga, trancávamos a sala e um mamava o outro. Tomar o leite do meu estagiário me rejuvenescia. E ele dizia que o meu leite lhe dava energia para encarar a dupla jornada: faculdade e escritório.

Após cumprir seu horário de estágio, Tarso me agarrava, deslizava as mãos até a minha bunda e grudava os lábios nos meus. Nossos beijos tinham a força de uma foda: uma boca comia a outra e as línguas guerreavam. Espremidas dentro das calças, as rolas endureciam e ficavam em brasa. Minha cueca ficava toda babada; era de se imaginar que a dele também.

Os sócios do meu pai logo perceberam que aquele estagiário era o meu namorado. Isso não era problema; eu e ele éramos livres para ser um casal. Fora da minha sala, a gente agia com naturalidade: Tarso gostava de andar com o braço passado por meu ombro ou de mãos dadas comigo. Nesses momentos, eu me sentia tão jovem quanto ele.

Pelas costas, os funcionários do escritório deveriam comentar que éramos dois veados safados do caralho, mas isso não nos incomodava. Eu e ele ríamos muito falando sobre os olhares disfarçados que recebíamos. Eu era um advogado muito conceituado e bastante requisitado; ser gay era um plus no meu currículo. E Tarso estava seguindo pelo mesmo caminho; em breve, ele seria um advogado gayzinho muito competente. Até o meu jeito esnobe de olhar para as pessoas, ele estava adquirindo. Quem não nos conhecia talvez pensasse que éramos pai e filho.

Nossa sintonia era perfeita. Estávamos namorando há pouco tempo, mas parecia que a gente se conhecia há muitos anos. Entre nós, não existiam cobranças, desconfianças ou ciúmes. Um sabia que havia conquistado de verdade o outro.

Uma coisa, porém, estava me incomodando: eu me sentia desleal por ainda não ter contado a Tarso que o pai dele foi o meu melhor amigo da adolescência. Eu deveria ter revelado isso quando nos conhecemos, mas imaginei que o novinho quisesse apenas uma ou duas fodas comigo. Se assim fosse, o passado não teria importância.

Rapidamente, nosso namoro se tornou sério. Agora, era urgente contar que eu conhecia o pai dele. Confesso que eu temia sua reação: Tarso poderia achar que havia algum motivo grave para eu ter ocultado essa história. No lugar dele, eu também me sentiria enganado; ter mantido isso em segredo parecia uma traição. O pior era que, quanto mais o tempo passasse, mais complicado seria revelar a verdade.

Numa quinta-feira, Tarso passou a manhã inteira tenso. Tinha um trabalho para apresentar e, segundo ele, o professor era o terror da faculdade.

— Todo mundo fica nervoso na aula do cara. Ele não poupa críticas a ninguém; nada está do jeito que ele quer. Uma vírgula fora do lugar é motivo para destruir um aluno. Pense num advogado arrogante! Nisso, ele se parece com você.

— Tarso! Você me acha um homem arrogante? Fiquei triste agora. Estou magoado.

Diante do meu tom ofendido, ele se esqueceu das preocupações com o curso e abriu um sorriso. Dando um tapinha nas coxas, ele pediu desculpas e fez um convite que eu adorei.

— Sente aqui, venha.

Assim que sentei no seu colo, ele me deu a boca. Enquanto nos beijávamos, passei as mãos nos seus ombros e na sua nuca, para aliviar a tensão. Não era preciso, mas ele ainda achou necessário se explicar.

— Você parece ser o cara mais arrogante do mundo, mas eu sei que isso é só aparência. Você é um homem muito seguro, muito autêntico. Admiro demais seu jeito de ser, de encarar as coisas. Acho o máximo esse seu nariz empinado e adoro o seu jeito de andar. Sua bunda é tão empinada quanto o nariz, é gostosa pra caralho. É muito privilégio ser o seu namorado.

— Você agora me jogou para cima, mas fique sabendo que também sou privilegiado por estar namorando você. Quando voltei da Espanha, eu não imaginava que encontraria aqui no Brasil um cara tão incrível como você. O mais interessante é que não parece que há uma considerável diferença de idade entre nós dois.

— Que bobagem você falou agora, Luís. Cara, isso não importa. A gente se curte e pronto. Não preciso nem falar, mas você é muito jovem. Você é um rapaz bonitão com seus quarenta anos. Tenho o maior orgulho de andar por aí com meu namorado lindo. E o tesão que você me desperta? Está sentindo?

Girando a bunda no colo dele, eu senti a rigidez do seu jovem caralho. A conversa estava muito gostosa, a gente estava a um passo de fazer uma loucura no meio do expediente. Mas era melhor ter juízo.

— Tarso, acalme-se. Vamos deixar a safadeza para depois. Daqui a pouco, você vai apresentar um trabalho para um professor carrasco, precisa se preparar.

Agarrando meus quadris, ele deu algumas socadas de brincadeira na minha bunda. Depois ficou sério e abriu no computador o trabalho da faculdade.

— Você pode dar uma olhada rápida? Veja se preciso alterar alguma coisa.

Eu não conseguiria me concentrar com o caralho dele fazendo pressão no meio da minha bunda, por isso saí do seu colo e puxei uma cadeira. Sentados lado a lado, analisei o texto, sugeri pequenas alterações e dei umas explicações sobre determinados pontos.

Era quase meio-dia quando terminamos a leitura. Enquanto arrumava seu material, Tarso agradeceu minhas orientações e me deu um aviso.

— Quando sair da faculdade, volto para cá. Desde ontem estou na maior tensão por causa dessa porra desse trabalho. Quando me livrar dele, vou botar pra foder com você. Vá logo pensando aí num motel legal para a gente ir no fim da tarde.

Adorei a ideia, mas fiz um cu doce que não convenceu ninguém, nem a mim mesmo.

— O que é isso, Tarso? Que jeito mandão é esse de falar comigo? Rapaz, vá com calma, eu sou o mais velho.

Já com a bolsa pendurada no ombro, ele grudou o peito no meu, pousou as mãos na minha bunda e ficou roçando o rosto no meu. Com sua voz de menino, ele me deixou todo mole.

— Quem manda você ser gostosão? Eu quero foder muito com você. Vai ter coragem de deixar seu namoradinho na mão? Vai, doutor Luís? Minha pica é sua, ela adora atear fogo dentro da sua bunda. Sabia que você fica uma tentação com essas calças sociais?

Tarso estava me deixando com um puta tesão, mas eu não perdi a noção do tempo. Com firmeza, eu lhe dei um beijo rápido e o expulsei da minha sala.

— Estagiário Marino, você está atrasado para a faculdade. Pegue o seu caminho agora mesmo e vá apresentar o seu trabalho. Só me apareça aqui trazendo um bom resultado.

Rindo muito, ele se encaminhou para a porta, antes que ele deixasse a sala, eu lhe dei um tapa na bunda. Para me provocar, ele deu uma reboladinha gostosa. Tarso também ficava uma tentação de calça social.

Durante a tarde, recebi alguns clientes e encaminhei algumas causas. Antes das dezoito horas, meu estagiário estava de volta. Ao primeiro olhar, achei sua cara abatida, mas ele logo abriu o sorriso.

— Deu tudo certo! O carrasco não me deu elogios, mas não fez nenhuma crítica. Isso é muita coisa! Meus colegas ficaram até com inveja de mim. Também, ninguém ali tem a sorte de ser orientado pelo doutor Castillo.

— Muito bem, Tarso. Você trouxe o bom resultado que eu pedi.

— Pediu não; você mandou! Eu cumpri a minha parte, agora você vai ter que cumprir a sua. Arrume suas coisas e vamos pegar o caminho do motel. Estou daquele jeito! Se duvidar, hoje vamos providenciar um neto para o doutor Antero e para o doutor Renan.

Ouvir esse nome me deixou meio perturbado, mas o tesão já estava nas alturas, por isso entrei na fantasia.

— Eu bem que gostaria de ter um filho seu, mas não tenho mais idade para isso.

Fazendo cara de macho bruto, ele cravou as mãos nos meus ombros e fez uma ameaça.

— Se você falar de novo nessa porra de idade, eu vou calar sua boca metendo o caralho na sua garganta. Já está avisado, Luís.

Louco para ser castigado, eu o provoquei mais um pouco.

— Eu já passei dos quarenta…

— Você é safado mesmo! Vamos embora logo. Vamos foder, doutor Castillo!

Estávamos agoniados, mas não havia pressa. Ao entrarmos no quarto do motel, ficamos namorando em pé, na frente do espelho. Depois de muitos beijos e muita pegação, um se despiu para o outro. Sem falsa modéstia, éramos um belo casal. E nossos caralhos duros eram lindos.

Pegando na minha mão, Tarso me levou para o banheiro. Antes que ele ligasse o chuveiro, eu caí de joelhos, meti a cabeça no meio das suas coxas e puxei o ar com força. Depois de ter passado horas e horas com a pica sufocada dentro da boxer apertada, meu macho estava com um cheiro gostoso demais: puro feromônio. Lambendo os ovos dele e roçando o nariz nos pentelhos, eu me embriaguei. Passando os dedos nos meus cabelos, ele me estimulou a ir além.

— Dê uma chupadinha na minha pica. Vai, Luís, chupe.

Muito obediente, tirei os ovos dele da boca, passei a ponta da língua no talo e prendi com os lábios a cabeça da rola. Uma delícia chupar aquele chapéu carnudo e receber na língua a baba que saía pelo talho. Segurando na minha nuca, Tarso deu uma socada funda e me deixou sem ar.

Eu já era um chupa-rola veterano. Com muita habilidade, passei a mexer a língua e a jogar a cabeça para a frente e para trás, fazendo a pica entrar e sair da minha boca. Colocando as mãos nos meus ouvidos, Tarso deu várias metidas. A respiração dele ficou muito pesada e seus músculos enrijeceram. Cada vez que a ponta tocava na minha garganta, eu imaginava que iria ganhar uma leitada.

Loucura da porra! O quarto era um luxo e a cama era um convite para foder, mas a gente estava a ponto de gozar no banheiro.

Mas o meu machão sabia o que estava fazendo. Antes que o prazer escorresse, ele arrancou o pau da minha garganta, colocou-me em pé e ligou o chuveiro. Abraçados e aos beijos, tomamos um banho rápido. Com a mesma toalha, a gente se enxugou.

Para atiçar meu homem, desfilei pelo quarto exibindo minha bunda de macho que nasceu para ser fodido. Antes que eu pulasse na cama, Tarso me agarrou por trás e ficou passando a tora no meu rego. Como se temesse que eu escapasse de suas garras, ele passou um braço na frente do meu peito, montou nas minhas costas e, dando umas reboladinhas, encaixou a ponta da pica na entrada do meu cu.

— Vai, Tarso. Meta logo. Me fode, caralho!

Meu pedido deixou o menino muito atrevido. Lambendo meu pescoço, ele deu uma socada rápida: o pau entrou rasgando, parecia até ser a minha primeira vez. Naquele instante de dor, tive a sensação de que Marino estava tirando minha virgindade.

— Eu boto pra foder mesmo!

— Isso, caralho! Tenha pena não, Tarso. Enfie essa porra!

— Fale assim não, seu puto! Quer que eu goze logo, é? Tome, veado!

Virando a cabeça para o espelho, eu pude ver uma cena de tirar o juízo. Com as duas mãos apoiadas na beira da cama, o macho maduro mantinha a bunda bem empinada para o macho novinho meter à vontade.

A cada socada, Tarso dava um tapa nas minhas nádegas. A carne ardia e as marcas dos seus dedos ficavam na minha pele. Eu adorava ser fodido assim. Depois de aplicar várias cacetadas no meu cu, ele deu uma cravada e ficou se requebrando montado em mim.

Com brutalidade, o machinho arrombador de cu me deu um empurrão para a frente e saltou para trás, desfazendo o engate. Mal me joguei na cama, ele caiu de boca no meu pau e mamou como se estivesse esfomeado. Antes que eu lhe desse gala na garganta, ele dobrou minhas pernas para cima, ajoelhou-se e empurrou a madeira de novo para dentro da minha bunda.

Segurar a vontade de gozar era uma provação. Desabando sobre o meu corpo, Tarso deu umas caralhadas rápidas e profundas. Meus gemidos de dor e prazer fizeram com que ele ficasse mais furioso. No momento da esporrada, sua respiração acelerou e ele parou de socar.

— Luís, meu amor! Ah…

O gozo foi tão ardente que Tarso parecia estar chorando. Cheirando seus cabelos, fiquei passando as mãos nas suas costas. Com muito carinho, eu lhe dava forças e ajudava o prazer a se espalhar por seu corpo. Aos poucos, seus músculos foram relaxando. Meio sonolento, ele saiu de cima de mim e se jogou ao meu lado.

Em ritmo acelerado, comecei a me punhetar. No mesmo instante, meu amor tomou para si essa missão. Depois de dar umas espremidas na minha pica, ele se ajoelhou em torno das minhas coxas e apoiou as mãos no meu peito.

Eu estava tonto de tesão, mas fiquei meio assustado: será que o novinho iria me obrigar a meter no cu dele? Em meus muitos anos de fodas, só fui ativo duas, três vezes… Eu dei conta do recado, mas não achei meu desempenho satisfatório.

Sem nada dizer, sem nada exigir, Tarso ficou girando a bunda e se jogando para a frente e para trás. Minha rola se encaixou no rego dele e o fogo subiu. Olhando nos meus olhos, ele mordia os lábios e sorria de um jeito safado.

Era um tesão sentir os pelinhos dele roçando no meu talo. Quando a ponta da minha pica batia no cuzinho, ele dava uma girada na bunda, como se estivesse sendo fodido mesmo. Tarso era safado demais; ele estava me deixando confuso.

Segurando na sua cintura, eu também passei a requebrar. O calor aumentou e a carne ardeu. Por um segundo, cheguei a pensar que o cu dele estivesse mesmo comendo o meu caralho. Acompanhada por um gemido entrecortado, minha gala saiu aos goles.

— Tarso… porra!

Minha gozada inundou o rego do meu macho e a minha rola ficou deslizando na entrada do seu cu.

O caralho de Tarso embruteceu de novo e atirou um jato de leite quente no meu peito. Com o corpo satisfeito e a alma leve, continuamos na cama.

Depois de uma foda gostosa, era bom ficar trocando beijos e fazendo carinho nas picas grudentas. De olhos fechados, Tarso fez uma declaração.

— Eu sei que é cedo para isso, mas vou falar mesmo assim. Luís, eu… eu estou amando você.

Largando o caralho dele, eu peguei no seu queixo e lhe dei um beijo na boca. Depois, olhando nos seus olhos, falei a minha verdade.

— Nunca é cedo ou tarde para isso. Eu também estou amando você, Tarso.

Com seu sorriso de anjo, ele se jogou em cima de mim. Como meninos safados, ficamos rolando atracados. Viver era um sonho.

Quando estávamos quase adormecendo, Tarso me despertou para a realidade.

— Luís, tem alguém em casa com o doutor Antero?

Já eram quase onze da noite. Eu havia me esquecido do meu pai. Por sorte, meu namorado pensou no sogro.

Como se houvéssemos cometido um crime, nós nos arrumamos e partimos. Ao entrar em casa, corri para o quarto de seu Antero. Sem acender a luz, aproximei-me da cama e passei a mão na testa dele. Respirando fundo, ele se virou para o outro lado e abraçou o travesseiro. Estava tudo bem com o meu amado pai. Com carinho, eu estendi o lençol sobre seu corpo e lhe dei um beijo na testa.

Quando me levantei, Tarso estava atrás de mim. Sem fazer barulho, ele me abraçou e nos beijamos ao lado da cama. Foi como se estivéssemos recebendo a benção do doutor Antero.

De madrugada, deitados na nossa cama, ficamos conversando sobre nossa vida. Depois de me elogiar pelos cuidados que eu tinha com o meu pai, Tarso falou sobre a mãe e o pai dele

— A separação fez bem aos dois; eles até ficaram amigos. Dona Soraia casou com um cara da Austrália; há quase dez anos, ela mora em Camberra. Desde que assinou o divórcio, seu Renan não quis mais saber de nada sério com ninguém. Imagino que ele fica com alguém de vez em quando, mas nunca me apresentou uma namorada.

Saber disso me deixou sem palavras. Nunca imaginei que o casamento de Renan com Soraia tivesse fracassado.

— Meu pai está participando de um congresso de odontologia em São Paulo. Quando ele estiver de volta, vou levar você para conhecê-lo.

Eu estava em perigo; precisava falar logo.

— Tarso…

Enfiando a língua na minha boca, ele impediu que eu continuasse. Depois do beijo, ele me abraçou por trás e, sonolento, sussurrou no meu ouvido.

— Fique tranquilo, meu amor. Meu pai é um cara muito legal. Tenho certeza de que você e ele vão se dar muito bem.

A semana passou voando. Na sexta-feira, antes de ir embora do escritório, Tarso avisou que, quando saísse da faculdade, iria para casa.

— Seu Renan chegou hoje cedo de viagem. Eu e ele temos umas coisas para colocar em ordem. Amanhã quero que você vá jantar com a gente. Finalmente meu pai e meu namorado vão se conhecer.

Quando ele se foi, eu me entreguei ao nervosismo. Não havia mais tempo — eu precisava falar tudo para Tarso antes de ir à casa dele.

A tarde foi embora sem que eu percebesse. Passava das dezoito quando minha secretária apareceu para perguntar se eu precisava de alguma coisa.

— Por hoje, o trabalho está encerrado. A senhora já pode ir. Tenha um bom fim de semana.

Assim que dona Letícia saiu, arrumei minhas coisas para ir embora. O telefone tocou, mas eu ignorei. Aquele número era exclusivo para clientes e havia uma regra no escritório: o atendimento se encerra às dezoito horas. Quando abri a porta, o telefone tocou de novo. Intrigado, quebrei a regra. Com frieza, falei apenas “boa noite”.

Num tom educado, um homem respondeu ao meu cumprimento. E eu desabei na cadeira.

— Boa noite. Eu gostaria de falar com o doutor Luís Zamora Castillo.

Eu conhecia aquela voz. Enquanto ele falava, ecoou pela sala uma frase que estava guardada na minha memória há muitos anos.

“Desculpe por eu não ser capaz de amar você.”

De súbito, minha boca ficou seca. Antes de dizer alguma coisa, passei a ponta da língua nos lábios.

— Sou eu mesmo. Pode falar.

Por um instante, o aparelho ficou mudo, pensei que ele houvesse desligado. Depois de um ruído, algumas palavras chegaram ao meu ouvido.

— Luís, aqui quem está falando é Renan. Você ainda se lembra de mim?

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Comentários

Foto de perfil de Xandão Sá

Adorei o gancho cheio de tensão para o próximo capítulo

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COM TODA CERTEZA TARSO VAI SE SENTIR ENGANADO. VC TEVE VÁRIAS CHANCES DE CONTAR PRA ELE E NÃO CONTOU. E AGORA???

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