Júnior se levantou rapidamente, sacudindo a poeira invisível dos joelhos, e seguiu Gabriel para dentro do shopping, mantendo-se sempre um passo atrás. O ar-condicionado do ambiente de luxo contrastava com o calor do asfalto, mas o calafrio que Júnior sentia vinha da excitação. Seus olhos estavam fixos em Gabriel, antecipando cada movimento, cada comando. Ele estava ali para servir, para facilitar, para ser a extensão da vontade de seu Mestre.
Gabriel andava com a confiança de um dono, os olhos percorrendo as vitrines de grifes caras. Parou em frente a uma loja com manequins impecavelmente vestidos e peças que exalavam sofisticação. Gabriel sem pensar fala:
— Entra, cadela. Quero renovar meu guarda-roupa. E não olhe o preço. Quero o melhor, como sempre.
Júnior abriu a porta da loja com reverência, permitindo que Gabriel entrasse primeiro. Uma vendedora, esguia e elegante, aproximou-se com um sorriso profissional, avaliando os dois homens. Gabriel, alto e imponente, exalava uma aura de quem estava acostumado a ter suas vontades atendidas. Júnior, mais discreto, mas com uma postura de prontidão, parecia ser seu assistente pessoal. Ela se dirige aos dois:
— Boa tarde, cavalheiros. Em que posso ajudá-los hoje?
Gabriel nem a olhou diretamente, seus olhos já escaneavam as araras e as prateleiras de forma decisiva. E falou de uma vez:
— Minha cadela vai me ajudar a escolher algumas peças. Esteja à disposição para o que eu precisar.
A vendedora piscou, uma leve ruga de confusão cruzando sua testa por um instante. "Cadela" soou peculiar, mas o tom de Gabriel era tão natural, tão autoritário, que ela rapidamente o interpretou como um apelido excêntrico para um assistente excessivamente dedicado. Ela lançou um olhar rápido para Júnior, que apenas assentiu com a cabeça, os olhos fixos em Gabriel, confirmando a subserviência. A vendedora manteve o sorriso profissional e disse:
— Perfeito, senhor. Fico à disposição para qualquer auxílio.
— Vamos começar pelas calças, escravo. — Falou Gabriel. — Quero algo que valorize meu físico. Pegue algumas opções de jeans e calças sociais. Traga para cá. E vendedora, por favor, prepare os provadores mais espaçosos.
Júnior assentiu vigorosamente. Com uma agilidade que beirava o servilismo, ele começou a vasculhar as araras, selecionando tecidos, cortes e cores que ele sabia que Gabriel apreciaria. Trazia as pilhas de roupas para onde Gabriel estava, quase correndo para cada nova sugestão, segurando os cabides com firmeza e apresentando as peças uma a uma.
— Essa cor... você acha que combina com o meu tom de pele, cadela? — Gabriel falou segurando uma camisa azul-marinho de seda, virando-se para Júnior.
Júnior inclinou a cabeça, estudando a camisa com a seriedade de um estilista e respondeu:
— Sim, Mestre. O azul escuro realça seus olhos, e a seda cairá perfeitamente sobre os seus músculos. O senhor ficará impecável.
Gabriel soltou um riso baixo, mas audível, que fez a vendedora, que se aproximava com os provadores preparados, estremecer levemente.
— É por isso que eu te mantenho, cadela. Você sabe como me deixar mais atraente.
A vendedora entregou os cabides a Júnior, que os segurou com a devoção de um pajem, organizando-os metodicamente. Gabriel, após uma rápida inspeção das peças selecionadas, virou-se para Júnior.
— Vem, cadela. Quero ver você suar para me servir aqui dentro.
Júnior seguiu Gabriel até o provador, um espaço amplo e luxuoso. Assim que a porta se fechou, Gabriel começou a se despir, mas não sozinho. Ele parou, olhando para Júnior.
— Bem, cadela? Vai ficar parado olhando? Me ajude a tirar esta roupa.
Júnior não precisou de um segundo comando. Imediatamente, ele se ajoelhou e, com movimentos ágeis e reverentes, começou a desamarrar os cadarços dos tênis de Gabriel. Cuidadosamente, puxou-os um a um, deslizando-os para fora dos pés de Gabriel, que os erguia ligeiramente para facilitar. Júnior os colocou de lado, um toque de cuidado quase religioso. Gabriel permaneceu em suas meias, o corpo imponente. Em seguida, Júnior passou para a camisa, desabotoando-a. Seus dedos eram precisos, rápidos, evitando qualquer toque desnecessário, mas eficientes em desvestir seu Mestre. Uma vez que a camisa estava aberta, ele a puxou suavemente pelos ombros de Gabriel, que a deixou cair. Júnior a recolheu antes que tocasse o chão. Depois, desceu para a calça, desabotoando e abaixando o zíper, puxando-a para baixo com o mínimo de atrito. Gabriel ergueu uma perna, depois a outra, enquanto Júnior a retirava completamente, recolhendo-a com a camisa.
Gabriel estava ali, imponente, em sua cueca e meias, exibindo seu físico musculoso. Júnior permaneceu de joelhos, segurando as roupas descartadas, com os olhos fixos no corpo de seu Mestre. O fôlego de Júnior vacilou e ele disse:
— Que corpo, Mestre! Magnífico! Cada músculo... o senhor é realmente a perfeição. É uma honra poder servi-lo tão de perto.
Com um ar de superioridade, Gabriel se aproximou de Júnior, deixando o volume de sua cueca a poucos centímetros do rosto do escravo. Júnior podia sentir o calor da pele de Gabriel, o cheiro forte e másculo que emanava dele, uma fragrância inebriante.
— Você realmente me acha isso tudo? — perguntou Gabriel.
— Sim, eu acho. — respondeu o escravo
Gabriel, com um sorriso quase imperceptível, desferiu um tapa forte e estalado do lado direito do rosto de Júnior. O golpe foi tão inesperado e poderoso que Júnior caiu de lado, seu corpo cambaleando e se chocando contra a parede do provador. O rosto ardia.
— Fique de joelhos de novo. — Bradou Gabriel
Com a bochecha vermelha e o corpo dolorido, Júnior se arrastou de volta à posição ajoelhada, os olhos fixos no volume da cueca de Gabriel, que agora parecia ainda mais imponente.
— Você realmente me acha isso tudo? — perguntou novamente.
Júnior, com medo da resposta, sentiu a garganta secar. Sua mente buscava a resposta "certa", aquela que evitaria a dor.
— Sim, mestre, eu acho o senhor isso tudo.
O tapa veio ainda mais forte do lado esquerdo do rosto de Júnior. Desta vez, ele caiu completamente, as lágrimas brotando nos olhos, seu corpo tremendo. Gabriel viu seu escravo no chão, as lágrimas escorrendo, o rosto marcado.
— Fique de joelhos de novo.
Júnior, entre soluços abafados, obedeceu. Arrastou-se de volta à mesma posição humilhante, o corpo moído, a respiração ofegante, as lágrimas turvando sua visão.
— Eu posso ficar aqui a noite toda até você me dar uma resposta satisfatória. Viveremos nesse provador se for preciso. Você realmente me acha isso tudo? — Gabriel deu mais uma chance de resposta ao seu escravo.
Júnior, desesperado e com lágrimas escorrendo livremente, temendo mais golpes, esticou as mãos trêmulas e agarrou uma das coxas de seu Mestre, abraçando-a com toda a força que lhe restava. Enterrou o rosto na coxa de Gabriel, implorando, sua voz abafada pela pele do seu mestre.
— Por favor, mestre, não me bata, me diga o que o senhor quer ouvir.
Gabriel soltou uma risada debochada, empurrando a cabeça de Júnior de sua coxa com a mão.
— Solta minha perna e me responde com sinceridade, eu nem estou bravo. Vai, me responde.
Com o rosto vermelho e inchado, Júnior olhou para Gabriel, seus olhos marejados ainda fixos no volume.
— Eu realmente acho o senhor isso tudo. — respondeu o escravo.
— Resposta errada. — informou Gabriel.
Lágrimas quentes e pesadas caíram dos olhos de Júnior, escorrendo pelas bochechas doloridas. Ele implorou, sua voz um murmúrio de dor e submissão.
— Misericórdia, Mestre! Por favor, me perdoe!
— Um erro, uma consequência. Mas sou bonzinho, não sou? Escolha de que lado quer apanhar, e dessa vez é bom segurar o corpo porque eu nem sei o que vou fazer se você cair de novo.
Júnior, sem pensar, apontou para o lado.
— Lado direito.
Gabriel levantou a mão, e Júnior se encolheu, seus ombros contraídos, antecipando o impacto.
— Já falei que estou tranquilo, mas se você ficar se encolhendo eu vou ficar bravo. Encare a mão do Mestre.
O tapa desferido no lado direito do rosto de Júnior foi brutal. Antes mesmo que a dor pudesse se registrar, um segundo golpe, igualmente violento, atingiu o lado esquerdo. Gabriel o segurou pelo queixo, forçando seu rosto para cima.
— Você é burro, cadela! Você não escolhe nada! Você sempre se põe no seu lugar de apenas receber o que eu quiser! Engole a porra desse choro!
Mais uma vez, o rosto de Júnior estava a centímetros da cueca de Gabriel.
— Olhe para mim. — Exigiu Gabriel
Júnior ergueu o olhar, seus olhos cheios de medo fixos nos de Gabriel.
— Tá com medo do quê? Eu te trato tão bem e você fica com medo? Eu até deixei você escolher o lado que apanharia, não tenho culpa de você ter errado a escolha.
Gabriel fez uma pausa, o silêncio preenchido apenas pela respiração ofegante de Júnior.
— Vamos, mais uma chance. Você realmente me acha isso tudo? E se prepare, se errar dessa vez será um chute nessa cara vermelha.
Júnior, sem saber o que fazer, engoliu o choro. Uma nova resposta se formou em sua mente, desesperada por aceitação.
— Senhor, eu não acho nada. O Senhor simplesmente é isso tudo. Eu só sou sortudo de te servir.
Gabriel riu, uma risada de pura satisfação.
— Parabéns, gostei da resposta. Logo agora que eu estava doido para chutar sua cara, fiquei só na vontade.
Júnior, sem pensar, caiu de quatro, a cabeça baixa.
— Mestre, não fique na vontade, pode chutar.
— Hahahaha, gostei, mas ainda não. Termine de me vestir.
Nesse momento a mente de Gabriel foi tomada por um pensamento egocêntrico: "Ele é perfeito. Exatamente como eu imaginei. Totalmente entregue, sem questionar, sem hesitar. Isso é mais do que só prazer, é validação. Que tesão ver ele assim, admirando e se humilhando. Eu nasci para dominar. E ele, para servir. É a ordem natural das coisas. Ninguém mais tem uma cadela assim."
Gabriel estendeu a mão, e Júnior, ainda de quatro, alcançou a primeira calça. Gabriel tentou vesti-la, mas a peça ficou apertada na coxa e quadril. Um franzir de testa apareceu no rosto de Gabriel.
— Que porra é essa, cadela? Isso não entra! É menor que minha coxa! Onde você estava com a cabeça?
O tapa veio rápido e forte, atingindo o ombro de Júnior, que se encolheu, mas não caiu.
— Você precisa conhecer as medidas do seu mestre! Pegue uma calça maior, e rápido!
Júnior, com a pele ardendo, rapidamente se levantou e correu para fora do provador, voltando em segundos com as novas peças. Ele se ajoelhava novamente, oferecendo a primeira calça. Gabriel enfiou as pernas, e Júnior as puxou para cima, ajustando o tecido à cintura do Mestre.
— Sua inútil! Essa está enorme! Você não sabe a diferença entre pequeno e grande? Não sabe o que é um ajuste perfeito? Minha porra é mais grossa que seu braço, e você erra uma simples medida de calça?
Outro tapa estalou, desta vez no pescoço de Júnior, que estremeceu, mas manteve a postura.
— Você precisa conhecer as medidas do seu mestre! Traga uma camisa agora!
Júnior, com a cabeça baixa, já sentindo as novas marcas, pegou a camisa que Gabriel havia apontado e ajudou Gabriel a enfiar os braços na mangas e abotoou. Cada movimento era um ato de serviço, uma reafirmação de seu papel.. Gabriel a vestiu. As mangas estavam curtas demais, e o tecido esticava no peito.
— Essa merda não veste! Parece que peguei do meu sobrinho! Eu sou seu mestre, não um moleque! Que humilhação! Eu tenho um corpo perfeito, e você não consegue achar uma roupa que me caia bem!
O terceiro tapa atingiu o rosto de Júnior, no lado que ainda não estava tão inchado, adicionando mais dor e vergonha.
Gabriel Brandao: Você precisa conhecer as medidas do seu mestre! Pegue as no tamanho exato e não me faça perder mais tempo!
Júnior, com os olhos marejados de dor e humilhação, mas com uma nova determinação de acertar, recolhia as peças descartadas. O escravo trouxe novas peças, e dessa vez todas serviram.
— Gostei da calça e da camisa. E a jaqueta... traga aquela de couro preta que eu vi na vitrine. E rápido, cadela!
— Agora, segure este sapato para mim, cadela. — manda Gabriel
Júnior segurou o sapato de couro. Gabriel apoiou o pé em seu ombro, permitindo que Júnior o ajudasse a calçar, alisando a ponta do sapato e, com um toque quase imperceptível, passando o polegar pela sola, limpando um resquício de poeira. A cada peça que Gabriel vestia, a figura imponente do Mestre se tornava ainda mais evidente, e Júnior se sentia cada vez menor, mas infinitamente mais útil e presente. Ele podia sentir o peso do pé de Gabriel em seu ombro, uma conexão física que intensificava sua submissão.
Após provar várias combinações, Gabriel finalmente escolheu um conjunto completo: uma calça de linho, uma camisa de linho e uma jaqueta de corte impecável.
— É isso, cadela. A conta é sua.
— Sim, Mestre! Será uma honra!
Com o cartão em mãos, Júnior dirigiu-se ao caixa, a vendedora observando a cena com uma mistura de curiosidade e, agora, uma leve admiração pela eficiência silenciosa de Júnior. Ela não parecia desconfiar de nada além de uma relação de trabalho incomum entre um chefe exigente e um assistente ultra-dedicado. Gabriel, parado em frente a um espelho, ajustava a gola da jaqueta, completamente alheio ao olhar da funcionária.
Júnior pagou a conta sem sequer olhar o valor exorbitante, sentindo um prazer estranho em ver o número alto no terminal de pagamento. O sorriso da vendedora, antes apenas profissional, agora carregava um toque de surpresa enquanto ela entregava a sacola de grife a Gabriel.
— Pegue a sacola, cadela. E não solte. Você é minha bolsa de luxo hoje.
Júnior pegou a sacola com o cuidado de quem manuseia um tesouro, seus olhos brilhando de orgulho. Ele era a "bolsa de luxo" de Gabriel, o portador de seus caprichos. Aquele era o seu lugar. Gabriel o olhou, um brilho de aprovação nos olhos. E soltou mais uma ordem dentro da loja:
— Muito bem, cadela. Próxima parada... Tênis.