Chegou o fim do dia. Enquanto o sol começava a se pôr, pintando o céu de tons alaranjados, o expediente de Júnior se arrastava sob uma camada de ansiedade e expectativa. Gabriel, por outro lado, já havia decidido que faltaria às aulas da faculdade. Aquele dia seria dedicado a uma prova mais convincente para seus amigos e, principalmente, a um teste final para sua cadela pessoal.
Gabriel: Fim do dia, cadela. Te espero na esquina da Av. Paulista com a Augusta. Não atrase. E vista-se para a ocasião. Quero ver você bem à vontade, como se estivesse esperando um macho alfa. Não me decepcione.
Júnior leu a mensagem, sentindo um arrepio. A combinação de nervosismo e excitação era quase palpável. Ele se arrumou rapidamente, escolhendo roupas casuais, mas que pudessem transmitir uma certa disponibilidade, como se estivesse, de fato, à procura. Chegou ao ponto combinado com alguns minutos de antecedência. A Paulista fervilhava, mas Júnior se sentia isolado, perdido em seus próprios pensamentos. Medo do que viria, anseio pela humilhação, e a estranha e inebriante sensação de estar ali, vulnerável, à mercê de seu mestre. Estava tão absorto que não ouviu os passos firmes se aproximando por trás.
De repente, um tapa seco e forte estalou em sua bunda, fazendo-o pular de susto. O coração disparou, ele virou-se assustado, o rosto corado, e encontrou Gabriel parado ali, um sorriso sádico nos lábios, os olhos brilhando com uma mistura de divertimento e dominação:
— E aí, puta, tá atrás de macho?
Júnior sentiu o sangue gelar e esquentar ao mesmo tempo. A voz de Gabriel era ainda mais imponente pessoalmente, e o tapa ainda queimava em sua pele.
— M-Mestre! Sim, Mestre! Sempre à sua espera, sempre procurando o meu Dono!
Gabriel soltou uma risada debochada, virando as costas e começando a andar. Enquanto caminhava, tirou a mochila das costas e a estendeu para Júnior, sem sequer olhar para trás.
— Bom mesmo. Agora, onde está o seu carro? Não tenho o dia todo, cadela. Leva a minha mochila também.
Júnior apressou o passo para acompanhar Gabriel, que andava com uma confiança quase arrogante, sem olhar para trás. Com a mochila de Gabriel a tiracolo, e a adrenalina ainda correndo, Júnior mal conseguia acompanhar, ofegante.
— Está logo ali, Mestre! É só seguir em frente!
Eles caminharam por alguns metros. De repente, Gabriel parou em frente a uma imponente BMW M8 Competition Gran Coupé preta, com rodas esportivas e um brilho impecável.
— Puta que pariu! Que carrão, hein, cadela! Essa BMW é sua? Não me diga que você dirige essa máquina?
Júnior sorriu, a excitação aumentando. Ao chegar no carro, Júnior apressou-se em colocar a mochila de Gabriel no banco de trás.
— Sim, Mestre! É sua. Está à disposição do seu Dono. Tudo o que é meu é seu, Mestre!
Gabriel virou-se para Júnior, os olhos fixos nos dele, com um comando silencioso.
— Seja um bom servo e abra a porta para o seu macho.
Júnior, num ímpeto, correu para a porta do passageiro e a abriu com um floreio. Gabriel olhou para ele, uma sobrancelha arqueada, o desprezo evidente em seu olhar.
— Você acha que uma putinha vai dirigir enquanto um macho alfa está aqui? Só homens de verdade deveriam dirigir carros como esse, abre a porta do motorista, porra.
Júnior sentiu uma pontada de vergonha, mas imediatamente correu para o lado do motorista, abriu a porta e segurou-a para Gabriel. Gabriel entrou no carro com uma calma imponente, ajustando-se no banco de couro. Júnior, então, correu para o banco do passageiro, fechou a porta e esperou, em silêncio, enquanto Gabriel ligava o motor potente da BMW, que ronronou à vida. O coração de Júnior batia descompassado, a adrenalina daquele primeiro encontro pessoal, daquele poder real, dominava todos os seus sentidos. Ele não via a hora de descobrir qual seria a próxima humilhação.
Enquanto o carro deslizava pelas ruas, o motor roncando suavemente, Gabriel virou-se para Júnior, um brilho de desafio nos olhos.
— Então, cadela... agora é a hora da verdade, não é? Hora de ver se tudo aquilo que você fala no telefone é real. Toda essa sua obediência, essa sua devoção. Quero ser tratado como um rei. Como o seu único Dono. Você consegue fazer isso, ou é só papinho de internet?
— Sim, Mestre! Sempre! Sua vontade é a minha lei. Serei seu rei, seu único Mestre.
Gabriel riu, uma risada alta que preencheu o interior luxuoso do carro. De repente, sem aviso, ele virou o rosto para Júnior e cuspiu. Um jato de saliva acertou a bochecha de Júnior, escorrendo lentamente.
Gabriel ficou rindo, observando aquela saliva presa no rosto do escravo, sem se mexer, os olhos fixos nos seus.
— Não vai limpar?
— Posso limpar? —, perguntou Júnior.
— Claro que não, kkkkkk.
Júnior, sem piscar, manteve o olhar fixo em Gabriel, sua expressão de pura submissão. Por dentro, sentia uma mistura avassaladora de humilhação e satisfação. Era real. Gabriel estava ali, e estava o tratando exatamente como a "putinha" que ele era. O gosto da saliva, a umidade na pele, tudo confirmava que ele estava, de fato, nas mãos de seu Mestre. O prazer daquele momento o fez esquecer o cansaço, a dor, o mundo lá fora. Estava apenas Gabriel e ele, naquele espaço íntimo e opressor.
— Vamos para o Morumbi Shopping. falou Gabriel, — Lá, você vai fazer todas as minhas vontades. Todas. Sem exceção. Se tiver algo que você não faria, a hora de falar é agora, cadela. Porque se você recusar, eu paro essa porra de carro aqui mesmo, te deixo na sarjeta e nunca mais olho na sua cara. E te bloqueio em todas as redes sociais. Entendeu?
Júnior engoliu em seco, o coração batendo forte, mas a resposta saiu quase automaticamente.
— Sim, Mestre! Eu topo tudo! Tudo o que o senhor quiser!
Gabriel arqueou uma sobrancelha, o sorriso sumindo para dar lugar a uma expressão séria e intimidadora.
— Tem certeza? Você já me conhece. Sabe que vou pegar pesado. Tem algo que não faria? Se sim, fale agora ou se cale para sempre. E já adianto, você pode até falar que não fará algo, mas se chegar na hora e eu quiser, tô nem aí para suas vontades. Ou seja, ou você topa ser totalmente meu, ou eu paro o carro agora.
Júnior hesitou por um milésimo de segundo, sua mente tentando processar a magnitude daquele pacto. Os prós e os contras de cada cenário, a segurança de sua vida dupla, a possibilidade de perder Gabriel para sempre. Antes que ele pudesse formular um pensamento coerente, a voz de Gabriel o cortou, áspera:
— Responde, porra!
— Sim, Mestre! Eu topo! Serei totalmente seu!
Gabriel soltou uma risada fria, mas satisfeita.
— Então, agora estaremos em público. E eu não quero ver você se negando a nada e nem mesmo refletindo. Eu mando e você obedece. Certo?
— Certo, Mestre!
— Você é muito otário mesmo, como aceita isso?
Júnior sentiu o sangue subir às faces novamente, mas um brilho de adoração se acendeu em seus olhos. Aquele era o seu mestre, e ele estava completamente entregue.
— Bom. Agora que você entendeu, cadela. Eu quero que todos saibam quem é o rei. E você será responsável por isso. No shopping, você vai me comprar um tênis novo, umas roupas de marca, um relógio... Quem sabe até umas joias. Tudo do bom e do melhor. Você vai bancar a minha vida de rei, e eu vou ter o prazer de te humilhar enquanto isso.
Júnior apenas assentiu, um sorriso quase imperceptível nos lábios.
Nesse momento, o celular de Gabriel vibrou com mensagens de seus amigos do grupo da faculdade.
João Guilherme: E aí, Gabriel, não vai pra aula hoje não? Perdeu a primeira já!
João Victor: Tá de boa, chefia? Sumiu!
Thiago: Vem pra facul, porra! Depois a gente vai pra um bar!
Gabriel leu as mensagens, e um sorriso diabólico surgiu em seu rosto. Era a chance perfeita para provar aos seus amigos que ele não estava brincando. Ligou a câmera do celular, filmando o painel luxuoso da BMW e falou enquanto filmava:
— Nada, hoje tô com vida de playboy. Tô indo ali no shopping gastar a grana da minha cadela.
Ele virou o celular bruscamente para Júnior, que estava ao seu lado, pego de surpresa. Mirando a câmera na cara de sua putinha, Gabriel pergunta:
— Tá feliz, cadela?
Júnior, que não esperava ser filmado e exposto daquela forma, arregalou os olhos, o rosto pálido. Ele não sabia o que fazer, seu corpo congelado.
Gabriel, percebendo a hesitação, deu um tapa estalado e forte no rosto de Júnior, que ecoou dentro do carro.
Com voz de comenda Gabriel fala alto no vídeo:
— Responde, cadela! Não foi essa a educação que eu te dei. Será que vou precisar te adestrar mais?
Júnior, com a bochecha vermelha e o coração aos pulos, forçou um sorriso, a voz trêmula mas firme. Vira pra câmera e diz:
— Sim, Mestre! Estou feliz em te deixar usar meu carro e em bancar todo o nosso passeio hoje.
Gabriel deu uma risada satisfatória, voltando a câmera para si e dizendo:
— Já apanhou, mas até agora não viu nem meus pés. Quando ver vai passar até o carro pro meu nome, kkkkk não vai?
— Sim, Mestre! Tudo que é meu é seu! O que o senhor mandar, eu faço!
Gabriel Brandao volta a olhar pra câmera e diz:
— Então é isso, meus amigos, depois nos vemos.
Ele encerrou a gravação e enviou o vídeo para o grupo do WhatsApp.
Gabriel, com o celular ainda em mãos, virou-se abruptamente para Júnior, os olhos faiscando de raiva contida esbravejou:
— Você me envergonhou na frente dos meus amigos, porra! Ficou calado, com essa cara de merda! Agora você vai pegar esse celular e vai gravar um vídeo. Vai falar que está gravando por conta própria e que quer pedir perdão por ficar calado. Vai falar tudo que você é meu, vai falar tudo que você já fez por mim, e vai agradecer a eles porque eles também estão deixando a parte deles de todos os trabalhos para você fazer. Vai agradecer e falar que você nasceu pra isso. E vai falar que o tapa que você levou você mereceu. Anda, cadela! Agora!
Júnior sentiu o corpo inteiro tremer, mas a obediência estava cravada em sua alma. Pegou o celular com as mãos trêmulas, a câmera frontal ligada. E gravou um vídeo com o rosto ainda um pouco vermelho e com a voz ligeiramente embargada. Ele tentou parecer sincero e voluntário:
— Olá... uh... para os amigos do Gabriel. Eu estou gravando este vídeo por conta própria. Eu... eu queria pedir perdão. Perdão por ter ficado calado no vídeo anterior. Eu não deveria ter hesitado. Não deveria ter sido um fardo para o Gabriel. Eu sou dele. Eu sou o escravo do Gabriel. Tudo o que eu sou, tudo o que eu tenho, é dele. Minha vida, meu carro, meu dinheiro... tudo. Eu sou a cadela dele, e eu nasci para servi-lo. É a minha única função. Eu já fiz todos os trabalhos da faculdade para ele, cuidei de todos os problemas dele... Sou o 'personal assistant' dele, como ele gosta de dizer. E eu agradeço muito a vocês, João Guilherme, João Victor, Thiago... por também deixarem a parte de vocês dos trabalhos para mim. Significa que eu posso servir ainda mais ao meu Mestre. É uma honra. Eu nasci para isso. E o tapa... o tapa que eu levei... eu mereci. Eu mereci por ter falhado, por ter hesitado. Mestre...
Júnior vira o rosto ligeiramente para Gabriel, que está ao lado dirigindo, e inclina a cabeça, a bochecha vermelha exposta, os olhos implorando, e ele continua:
— Mestre... posso receber outro tapa?
Gabriel não hesitou. Com um sorriso ainda mais perverso, desferiu um tapa ainda mais forte no rosto de Júnior. O som estalou, fazendo a cabeça de Júnior virar violentamente para o lado, a marca vermelha do impacto se destacando em sua pele já marcada. Gabriel, satisfeito com a reação e o som, pegou o celular de volta e enviou o segundo vídeo para o grupo.
No grupo da faculdade os colegas de Gabriel ficara eufóricos:
João Guilherme: QUE PORRA FOI ESSA, GABRIEL?!
João Victor: Mano do céu... isso é real??? Que maluquice F-O-D-A!
Thiago: Caralho, o tapa... e ele PEDIU outro! Puta que pariu, Gabriel! Você é um monstro! Que foda!
João Guilherme: Eu tô chocado, mas ao mesmo tempo... o cara bancou tudo, ainda fez os trabalhos, e ainda gosta disso? Mano... Que tipo de poder é esse que você tem, Gabriel?!
João Victor: Não é possível que ele seja assim de verdade. Ele é um ator? Mas a dor na cara dele era real... E a BMW... Puta merda. Eu queria ser você, Gabriel.
Thiago: Meu Deus... O poder que você tem sobre esse cara é absurdo! Que domínio! Ele é uma máquina de obediência. Que inveja, cara!
João Guilherme: Esse cara é muito cadelinha... Você é um gênio, Gabriel! O cara é humilhado e ainda adora!
João Victor: Isso é outro nível de dominação. Esquece a aula, Gabriel. Aproveita aí.
Thiago: Sem palavras. Só sei que eu queria ter uma "cadela" dessas. Parabéns! kkkkkk
O grupo ficou em silêncio por um longo tempo, não de horror, mas de uma admiração perturbadora e um desejo latente de possuir o mesmo poder. Gabriel sorriu. A prova estava feita. Ele levou o carro até o shopping.