PARTE 21 – O Packer de Madalena: Inserindo Prazer
Sentei-me à minha mesa, os dedos batendo nervosamente na superfície polida. O relógio parecia marcar cada segundo como uma eternidade. Esta reunião com Suzy e Madalena não era apenas uma formalidade; era um jogo de xadrez, e eu precisava garantir que cada movimento fosse calculado.
Finalmente elas chegaram.
- Obrigado por virem - comecei esforçando-me para manter a voz firme – Como não poderia deixar de ser, o motivo desta reunião é a proposta que vocês formularam.
Madalena vestia um sorriso calculado. Suzy se inclinou um pouco para frente, seus olhos brilhando com uma mistura de expectativa e ansiedade:
- Então você aceita? Podemos discutir os termos e fazer isso acontecer.
Hesitei por um momento, observando a confiança dela. Respirei fundo, tentando manter a calma.
- Na verdade - Respondi lentamente - Antes de falarmos sobre isso, gostaria de mostrar algo.
Levantei-me e caminhei até o sistema de som da sala. Meu coração batia rápido no peito enquanto conectava meu laptop.
Madalena franziu a testa: - O que você está fazendo, Anderson?
- Uma gravação - Disse eu, sem olhar para elas.
A tensão aumentou como um fio prestes a se romper. Podia sentir os olhares delas fixos em minhas costas, uma mistura de curiosidade e apreensão.
Cliquei no play e a gravação começou a tocar. As vozes de Suzy e Madalena ecoaram pela sala, revelando os planos obscuros que haviam tramado nas sombras. Eu tinha as duas exatamente onde queria.
Virei-me lentamente para encará-las. percebi que a leveza que costumava acompanhar Suzy havia desaparecido, seu rosto estava pálido; os olhos arregalados em choque. Madalena tentava manter uma expressão neutra, mas eu podia ver as fissuras começando a aparecer.
- Agora - Disse eu, controlando minha voz para não deixar transparecer a satisfação que sentia ao ter essa vantagem sobre elas - Podemos discutir sua proposta?
O rosto de Suzy permanecia pálido, e pude notar a tensão crescente em Madalena. Ela estava claramente irritada, seus olhos faiscando de indignação enquanto absorvia o que acabara de ouvir.
Madalena se levantou abruptamente, o movimento tão repentino que me fez inclinar para atrás involuntariamente:
- Você gravou dentro da minha sala! - Ela gritou, sua voz ecoando pelas paredes - Como você conseguiu essa gravação, Anderson?
Pude sentir a adrenalina pulsando em minhas veias. Era uma reação esperada, mas ainda assim me divertia ver como elas estavam perdendo o controle.
- Coloquei uma câmera escondida - Respondi calmamente, tentando manter um ar de superioridade.
Os olhos de Madalena se arregalaram em choque e raiva: - Você não pode fazer isso! É ilegal!
- Talvez - Disse eu, mantendo a calma - Mas é um risco que eu estava disposto a correr, e valeu a pena!
O tom da minha voz era firme, mas havia um leve sorriso nos meus lábios. A sensação de poder era intoxicante.
Suzy, que até então parecia paralisada com as revelações, finalmente tomou coragem:
- Isso é uma violação de privacidade! Você vai se arrepender disso! - Sua voz tremia, mas havia um toque de determinação.
- Vocês falam em ilegalidade, mas não têm moral para isso. Não depois do que tramaram - respondi com um tom desafiador - Agora estamos em um impasse. Podemos discutir sua proposta ou posso levar isso adiante e garantir que todos saibam o que realmente está acontecendo.
Eu tinha as duas exatamente onde queria. Adoro a sensação de poder. Eu quem detinha as cartas
Suzy estava visivelmente acuada. As mãos tremiam levemente, e ela fazia um esforço para manter a compostura. Madalena, por sua vez, tentou retomar o controle da situação.
— Olha, Anderson — disse ela, com a voz ligeiramente mais firme — não há uma confissão explícita naquele vídeo. Ele pode ser interpretado de várias formas e, se for o caso, submetido a perícia.
— Pericie à vontade — retruquei, sorrindo com ironia. — A gravação é íntegra. E a interpretação... bem, cabe ao delegado, ao promotor, ao juiz. E, claro, ao Marcos — acrescentei, mirando Suzy — decidir se sua noiva teve ou não algo a ver com a morte do próprio pai.
Madalena franziu a testa, visivelmente incomodada.
— E o que você pretende fazer com isso?
— Honestamente? — me inclinei para frente — Ainda não decidi. Mas, por ora, tenho uma contraproposta.
Abri a gaveta, retirei uma folha e escrevi um número. Entreguei a ambas.
— Aqui está. Um valor 25% acima do que vocês me ofereceram.
O choque foi imediato. Elas se entreolharam, tentando avaliar se ainda tinham alguma vantagem.
— Você realmente acha que vamos aceitar isso? — Madalena perguntou, com a raiva voltando à superfície.
— Isso cabe a vocês. Mas lembrem-se: agora, sou eu quem tem as cartas na mesa.
O clima na sala era de pura tensão. Madalena se levantou, indignada.
— Isso é chantagem, Anderson! Você sabe disso!
— Chantagem? Não exagera. Vocês são livres para aceitar ou não. Se eu quisesse chantagear, teria feito outra coisa… como mostrar certos momentos íntimos de vocês para o Marcos. Ou, quem sabe, deixar esses vídeos “vazarem” na internet. Isso sim seria uma pressão real.
Ela me encarou com fúria.
— Então você viu… os momentos íntimos?
— Sim. Estou gravando desde que Suzy começou como estagiária. A câmera estava ali por precaução. Você sempre foi boa em disfarçar, Mada.
Vi a cor sumir do rosto de Suzy.
— Você é um canalha — Mada disse, com a voz embargada. — Não confia em mim, mas me aceitou como sócia?
— Aceitei porque você é competente. E sim, sou um canalha. Mas não ao ponto de planejar a morte de alguém. Isso, Madalena, é uma linha que eu não cruzaria.
O silêncio que se seguiu parecia sufocar.
— Você é doente, Anderson. Um nerd nojento — disparou Madalena.
— Talvez. Mas me explica uma coisa: por que uma mulher rica como você ainda esconde o relacionamento com a Suzy? Por que viver como amante?
Ela hesitou. Por fim, suspirou profundamente.
— Porque nem sempre fui rica. Cresci em um lugar onde pobreza era a única realidade. Durante a faculdade, me prostituí para sobreviver. O sexo virou uma moeda de troca. Vínculos afetivos... se tornaram um luxo que eu não podia pagar.
Ela respirou fundo, e então algo nela mudou. A tensão virou charme. A rigidez virou delicadeza
Ela se levantou, caminhou em minha direção, apenas o som dos saltos preenchia o silêncio que ficou na sala. Eu sabia que era uma encenação — cada gesto era calculado. Mas resolvi me deixar levar.
Chegou até a mesa, apoiou-se com as duas mãos sobre o tampo de vidro, me olhou, diretamente nos olhos, uma mistura de desprezo e desejo.
Ela decidiu me seduzir. Era isso. Quando não havia mais argumentos, usou o que tinha: ela mesma. O corpo, a presença, o perfume. A última arma.
E eu?
Eu percebi tudo. Com clareza.
Primeiro fingi indiferença.
Estava acostumado a ter o controle. Mas não com Madalena agindo dessa forma
Ela girou levemente o corpo e se sentou na beirada da mesa. Um movimento ágil e rápido com as pernas fez seus dois sapatos saírem dos pés e caírem no chão. Abriu lentamente as pernas, o vestido se abriu, mostrando a calcinha. O movimento era quase teatral. Tocou suavemente o colarinho da minha camisa ajeitando um vinco imaginário.
Essa era a parte que mais me incomodava admitir — eu gostava daquilo. De ser desejado daquele jeito. De uma mulher inteligente, perigosa, fazendo esforço pra me conquistar. Pra me dobrar. Tinha algo de intoxicante em ser o foco daquela energia, daquele fogo frio e calculado. E eu deixava. Quase queria.
Gostava da sensação de ser escolhido. Desejado. Caçado.
Era errado, eu sabia. Mas decidi me deixar levar. No fundo era aquilo que eu queria, mais do que os 25% extra.
Com uma voz aveludada falou:
- É um lado meu que você não conhecia. Mas hoje eu vou te mostrar!
Deslizou os dedos pelas coxas, e num rápido movimento se livrou da calcinha.
- Eu sei o que está querendo Madalena ...
Ela introduziu os dois dedos na vagina e depois levou-os sensualmente em minha boca.
- Quer experimentar?
Eu podia ter recusado. Mas não consegui.
Ela colocou os dois dedos dentro da minha boca, para que eu sentisse o gosto da sua bucetinha.
— O que você está fazendo, Madá?
— Você já viu pelas câmeras. Agora vai conhecer ao vivo — respondeu com um sorriso provocador.
Passou o braço pelo meu pescoço e conduziu minha cabeça até o centro de suas pernas.
Me ajoelhei diante dela, num gesto quase de devoção. O que antes era apenas uma imagem na tela agora estava ali, bem diante de mim.
O cheiro dela me atingiu como um golpe, deixando-me entorpecido.
Comecei a lamber com vontade, enquanto minha mente se perdia em pensamentos
Tão absorto estava naquilo que não percebi quando Madá mandou Suzy buscar dois consolos na sala dela.
Madalena gozou na minha boca, pressionando minha cabeça contra sua xoxota e esfregando meu rosto com os movimentos dos quadris.
— Seu nerd tarado! Tá gostando? — provocou.
Eu mal conseguia responder.
Ela puxou minha cabeça para trás; meu rosto estava coberto de seus fluidos, fios de gozo escorriam da vagina até minha boca.
Suzy voltou com os consolos. Madalena pegou o maior e começou a penetrar-se vigorosamente.
— Por que você não se junta a mim? — disse, olhando para Suzy.
Suzy puxou uma cadeira, tirou a calça e a calcinha e sentou-se ao lado de Madalena.
Ainda ajoelhado de frente para Madalena, assisti enquanto ela se masturbava com o consolo. O que antes eu só via pela câmera, agora estava ali, bem na minha frente.
— Vai, Anderson! Soca em mim! — ordenou, entregando-me o consolo.
Com a mão esquerda comecei a penetrar Madalena; simultaneamente, com a direita, usei o outro consolo em Suzy.
As duas soltavam gemidos descontrolados, segurando-se uma na outra; abraçavam-se e se beijavam enquanto eu as penetrava. O som da fricção dos consolos nas vaginas molhadas misturava-se aos gemidos e beijos lascivos — tudo isso me excitava ainda mais.
— Agora quero sentir meu pau de verdade! — exclamei.
— Espera um pouco, tarado! — disse Madalena pegando o consolo da minha mão — Primeiro quero provar o gostinho da xoxotinha da Suzy!
Ela pegou o pênis de borracha que eu usava em Suzy e começou a chupar com vontade; Suzy fez o mesmo com o outro pênis que tinha sido usado por Madalena.
— Que delícia o gosto da sua buceta, Madá — falou Suzy enquanto chupava e lambia o consolo.
— A sua também é muito gostosa! — respondeu Madalena — Mas agora vou experimentar o pau do Anderson!
Madalena ficou de quatro em cima da mesa, empinando bem a bunda.
— Suzy me contou que você adora essa posição em cima da mesa!
Eu adorava mesmo; aquela posição me dava uma sensação de poder absoluto.
Subi também e penetrei-a com força.
Suzy se juntou a nós, deitando-se à frente de Madalena com as pernas abertas, oferecendo-se para que ela chupasse sua buceta.
Nada melhor para encerrar meu tempo na empresa do que ter as duas à minha disposição ali na minha sala, na minha mesa.
O prazer intenso do cu gostoso de Madá junto à sensação de poder me fizeram gozar forte; tirei o pau e jorrei nas costas dela.
Suzy, como uma boa safada, começou a lamber e sugar todo meu leite espalhado nas costas de Madalena.
Peguei-a pelos cabelos puxando sua cabeça:
— Quer meu leitinho?
— Quero sim! — respondeu atrevida — Teu leitinho é uma delícia!
— Então vem pegar direto no meu pau! — falei empurrando sua cabeça para engolir minha piroca.
Suzy sugava com competência de sempre, enquanto Madalena se unia a ela lambendo meu saco.
Minha despedida da empresa não poderia ser melhor.
— Aqui está o meu leitinho que você tanto queria! — disse gozando dentro da boca de Suzy.
Madá aproximou-se para beijá-la:
— Eu também quero! — falou safada.
Senti-me como num filme pornô:
— Isso mesmo Suzy, não seja egoísta. Dívida meu leitinho com sua amante!
Não sei exatamente quando perdi o controle; a vontade de comer Madá foi irresistível, e como um adolescente idiota fui me deixando levar.
Esqueci Simone. Esqueci tudo.
Quando ainda tentava recuperar o fôlego ouvi o clique sutil do celular sendo desligado. Virei a cabeça.
Madalena ajeitou-se, vestiu-se e disse quase rindo:
— Acha que Simone vai gostar do nosso filminho pornô? – Falou enquanto me mostrava o celular.
Eu sabia: tinha sido um idiota. E mesmo assim quis aquilo.
Suzy, ainda terminando de se vestir e, com um sorriso frio, disse:
— Bem Anderson, vamos manter o valor original. E, com isso, está tudo certo. Todos nós esquecemos todos os vídeos.
Ainda ofegante, respondi:
— O que eu tenho é uma gravação que aponta para conspiração e assassinato. O que vocês têm é pornografia. Moralmente duvidoso, talvez. Mas legalmente inofensivo. Vocês ainda dependem de Marcos. Eu não dependo de Simone.
Silêncio. Então, com voz firme, propus:
— Um valor 15% maior. Nem mais, nem menos.
Suzy olhou para Madalena. Calculou.
— Aceito.
Como se nada tivesse acontecido, como se estivéssemos numa reunião de negócios normal, entreguei o cartão da minha advogada.
— Fale com a Sônia. Ela vai cuidar de tudo.
Antes de sair, Suzy me estendeu a mão.
— Foi um prazer fazer negócios com você. E sei que vai manter tudo em sigilo.
Ela sorriu. E naquele sorriso havia algo cruelmente doce. Uma doçura na qual eu já tinha caído antes.
No fim, ainda restava uma pergunta que me corroía por dentro: quem era Suzy? Uma manipuladora fria? Uma sobrevivente marcada pela dor?
Talvez as duas coisas. Talvez nenhuma.
Algumas pessoas são como abismos.
Naquele momento Suzy me causava repulsa, mas ao olhar para ela, estranhamente parecia encontrar o meu próprio reflexo distorcido.
Estendi a mão e disse:
— O que aconteceu aqui fique somente entre nós três.
O ambiente, enfim, relaxou.
Enquanto elas saíam, fiz uma última provocação:
— Ah, só para avisar… a câmera estava na lâmpada.
Vi o espanto nos rostos delas. Elas foram direto para a sala de Madalena, e quando entraram lá, olhei a câmera pelo celular uma última vez.
Vi as duas se beijando, me provocando através da lente. Até que Madalena mostrou o dedo do meio para a câmera e arrancou o dispositivo, destruindo-o.
Eu aposto que Madalena iria comentar com Suzy o quanto eu tinha sido ingênuo em me deixar envolver e que “os homens são todos burros”
Mas a partir dali, não importava mais.
Peguei minhas coisas e saí da empresa. O ar do corredor parecia carregado, mas ao passar pela porta de vidro que dava acesso ao estacionamento, senti um alívio estranho — como se tivesse atravessado uma fronteira invisível, da qual não haveria retorno.
Ao me aproximar do carro, um homem sujo, maltrapilho, de barba desgrenhada, surgiu da calçada, além da grade do estacionamento. Tinha uma aparência horrível e um cheiro de podre. Senti repulsa.
— Ei, japonês... me dá um trocado?
Abri a carteira e entreguei algumas moedas. Mas, antes que ele fosse embora, respondi com um meio sorriso:
— Eu sou brasileiro, cara. Tão brasileiro quanto você.
Ele me encarou por um instante, depois apenas assentiu, em silêncio, e desapareceu como um fantasma, quase como um espelho de como eu estava me sentindo naquele momento.
Entrei no carro. Dei a partida. Ao sair com o carro do estacionamento para a rua, liguei o rádio.
Coincidência ou provocação do destino: “Sangue Latino”. Quase ri. Aquela música parecia ter sido escrita para mim — ou talvez por mim.
Comecei a cantar.
“Jurei mentiras... assumo os pecados... meus mortos... meus caminhos tortos... minha alma cativa... rompi tratados...”
Cantei como um grito. Não de alegria — de ruptura. De libertação.
“E o que me importa é não estar vencido...”
A cidade passava ao meu redor como um borrão.
O negócio estava quase fechado. Logo teria tempo. Para mim. Para minha filha. Para Simone.
Mas a paz não viria fácil.
Simone. Alex.
Ela sabia, não sabia? Sabia que ele era garoto de programa? Se sabia… por que nunca me contou?
E quanto à Beatriz...
A pergunta que me corroía há tempos já não podia mais ser empurrada para debaixo do tapete. Só havia uma forma de silenciar aquela dúvida.
Um exame de DNA.
Naquele momento eu ainda não sabia, mas ainda haveria mais uma morte.
Continua...