Becca - O Conflito - Parte 1

Um conto erótico de EuBeccaEeles
Categoria: Heterossexual
Contém 2739 palavras
Data: 25/08/2025 16:08:49

Era começo da noite quando o celular dela vibrou sobre a bancada.

Rebecca olhou a tela e eu soube na hora. A forma como os olhos dela se estreitaram, o leve arquejo da respiração, o jeito como ela apertou os lábios antes de tocar na tela.

Vinícius.

O macho dela. O corpo grande, negro, tatuado. O lutador. O que a tomava como território. Que a usava como troféu e a fazia gozar como se fosse uma vitória. Ele tinha viajado por semanas, um seminário de jiu-jitsu fora do estado. Mas agora estava de volta.

E queria vê-la.

“Cheguei. Tô com saudade de te ouvir gemendo. Quando posso te buscar?”

Rebecca não respondeu na hora. Encostou o celular na barriga, respirou fundo. Olhou pra mim com um sorriso contido, meio torto.

— O Vinícius voltou.

— Percebi.

— Quer me ver. Hoje à noite.

Ficamos em silêncio por um instante. Eu via nela o conflito: a excitação que o nome dele trazia... e outra coisa. Um cuidado.

— E o João? — perguntei.

Ela suspirou, passou a mão no cabelo.

— Pois é. Ele queria vir amanhã. Tava animado. Me mandou um áudio fofo hoje de manhã... disse que sonhou comigo. Tá num momento sensível, sabe? Meio entregue. Não queria machucar ele.

Houve ternura na voz dela. E também inquietação.

— Não é só sexo com o João, né? — perguntei.

Ela me olhou, com sinceridade crua nos olhos.

— Não. Ele me olha como se eu fosse tudo. Me ouve como se cada palavra minha fosse um oráculo. Ele se apega... e eu me apego também. É doce. Frágil. Ele ainda tá crescendo.

— E o Vinícius?

Ela sorriu. Um sorriso cheio de desejo bruto.

— O Vinícius me vira do avesso. Me morde. Me chama de vadia no ouvido e me faz pedir mais. É outra coisa. Não pensa. Age. Me toma.

Ela se aproximou, sentou no meu colo. A boca próxima à minha orelha.

— Mas me preocupa misturar tudo agora. O João ainda não tem estrutura pra me ver depois de uma noite com o Vinícius. Ele sentiria. No cheiro, no jeito, na ausência. Não queria apagar a luz dele com a sombra do outro.

Fiquei em silêncio. Segurei a cintura dela, firme.

— Então decide com calma. Mas uma coisa você sabe: eu tô com você em qualquer escolha.

Ela encostou a testa na minha.

— Eu sei. Por isso tudo funciona.

O celular vibrou de novo. Outro recado do Vinícius.

Rebecca se levantou, olhou para a tela... e começou a digitar.

Rebecca olhou para o celular por um momento longo. Os dedos repousando na tela, imóveis. A boca semiaberta. O dilema inteiro estampado nos olhos.

E então ela começou a digitar.

"Hoje não consigo, amor. Tô com uns compromissos aqui. Mas quero sim. Vamos remarcar? Me deixa te sentir de novo."

Ela parou, leu, apagou o "amor", reescreveu. Mais seca? Mais quente? Mais neutra? Queria dizer sim, mas não agora. Queria manter a porta aberta sem arrombar o quarto do menino que dormia dentro dela.

Suspirou. Reescreveu.

"Hoje não dá. Mas quero muito. Me chama depois do fim de semana?"

Enviou.

O silêncio depois do envio era quase físico.

Ela largou o celular no sofá, se encolheu do meu lado. Olhar perdido no teto.

— Ele vai saber que tem outro — disse, num sussurro.

— Sabe, sim. Ele não é bobo.

— Mas nunca perguntou. Nunca tocou no assunto. Acho que ele tem medo da resposta.

Rebecca me olha. Há sinceridade, mas também desejo retido. A necessidade bruta do Vinícius pulsa nela. E ela sente culpa por isso. Culpa por querer um homem mesmo enquanto cuida de outro.

— Eu vou acabar ferindo o João — ela diz, quase como uma confissão.

— Talvez. Mas você também o está ensinando. E ensinando com verdade. A dor, se vier, será parte do caminho. Ele vai sair maior disso. Como todos nós.

Ela fica em silêncio. Acaricia meu peito, sem pressa.

— Quando eu estiver com o Vinícius... o João vai sentir.

— Vai. — digo. — E quando estiver com o João, o Vinícius também sentiria. Porque você transborda. E quem bebe de você, não esquece o gosto.

Ela sorri, triste e vaidosa ao mesmo tempo.

— E você?

— Eu? — beijo sua mão. — Eu pertenço a você. Nos seus dias doces, e nos dias em que você volta marcada de outra pele. Eu sou o que sobra — e o que ancora.

Rebecca me abraça. Fecha os olhos. E naquele abraço tem tudo: culpa, desejo, ternura, força.

O celular vibra de novo. Ela não olha.

E eu sei: o fim de semana vai ser de João.

Mas a semana seguinte... é do Vinícius.

Entro em casa com a chave girando devagar, como sempre faço quando imagino que Rebecca pode estar em aula ou no banho. A porta range suave. O ar lá dentro está quente, carregado de umidade e cheiro de pele viva.

Dou dois passos.

E então vejo.

Não é uma cena longa. É um instante. Um quadro. Um recorte que vai ficar preso na minha memória pra sempre.

Rebecca está montada no João.

No sofá da sala.

Descalça, os joelhos cravados na almofada, o corpo ereto, cabelos soltos, suada. A pele dela brilha. O roupão que ela usava está jogado no chão. Ela está completamente nua. As mãos apoiadas no peito dele, cavalgando com cadência firme, consciente, com a maestria de quem sabe exatamente o que está fazendo — e o que está dando.

O corpo dela desce com força. A carne faz barulho. A bunda bate com estalos úmidos, secos e ritmados. E o som do atrito, da carne viva, do gozo em construção, enche a sala.

João está deitado, olhos fechados, o rosto contorcido. As mãos agarradas nas coxas dela, sem direção, sem controle. Ele geme com a boca entreaberta, entregue por completo.

Ela o cavalga como se domasse um animal novo. Como se o corpo dele fosse dela por direito.

E é.

Ela não me vê de imediato.

Mas eu vejo tudo.

Vejo o pau dele completamente enterrado dentro dela, sumindo a cada descida. Vejo os seios dela balançando com cada movimento. Vejo a boca entreaberta sussurrando algo no ouvido dele. E então ela ri. Um riso abafado, cheio de tesão e domínio.

— Isso, meu menino... aguenta... sente eu te montando de verdade agora...

E nesse momento, ela me vê.

O olhar dela cruza o meu, ali mesmo, no meio do ato. Uma piscadinha como quem fala “ veja quietinho”.

E ela não para.

Ela apenas sorri. Um sorriso lento, perverso e carinhoso. Como quem diz: “Chegou a tempo.”

E eu fico.

Fico porque esse é o lugar que é meu.

Testemunha do que ela dá — e de quem ela transforma.

Os olhos dela me encontram ali, parado no limiar da porta, e por um segundo o tempo parece prender a respiração. Mas ela não se assusta, não hesita, não disfarça.

Não para.

Ao contrário.

Rebecca monta com ainda mais firmeza, descendo até o fim, fazendo o corpo dele estremecer sob o dela. E então, com um gesto fluido, quase carinhoso, ela leva uma das mãos ao rosto de João — e cobre os olhos dele.

Ele solta um suspiro, talvez achando que é parte do jogo, que é mais uma provocação sensorial. E é. Mas o que ele não sabe é que é sobre mim.

Ela tapa os olhos dele para que ele não me veja. Para que só ela tenha a posse do olhar.

E então, com ele cego sob seu corpo, ela me encara.

O quadril dela continua se movendo, subindo e descendo, as coxas firmes, o estalo da carne ainda preenchendo o ar. Mas agora tudo muda. Porque agora é pra mim.

Ela me sorri.

Um sorriso perverso, escandalosamente calmo, cheio de poder. Não há pudor, nem culpa. Só domínio. Ela sabe o que está fazendo. Ela sabe o que isso faz comigo. E sabe que eu vou ficar. Porque é ali, exatamente ali, no cruzamento entre a exclusão e a permissão, que eu pertenço.

— Não olha... — ela sussurra pra ele, com voz quente. — Só sente...

E então se inclina sobre ele, sem me tirar dos olhos. Monta mais forte. O corpo inteiro dela ondula. E a carne bate de novo. E de novo. Mais fundo. Mais úmido. Mais feroz.

Ela está transando com ele.

Mas me olhando.

Como se dissesse: “Ele tem meu corpo agora. Mas você tem o peso disso tudo.”

E eu fico.

Com o pau pulsando por baixo da calça. Com os olhos ardendo. Com o coração explodindo em silêncio.

A primeira vez que vejo... é a primeira vez que entendo tudo.

E o mais cruel — e mais lindo — é que João nem imagina que estou ali.

Mas ela sabe. E isso basta.

Os quadris dela continuam subindo e descendo com ritmo firme, o som da carne úmida batendo contra a base do ventre dele preenchendo o ambiente, quase hipnótico. As mãos de Rebecca ainda estão sobre os olhos do João, mantendo-o cego, entregue apenas ao toque, ao calor, ao cheiro, ao som da mulher que o consome.

Eu permaneço ali, parado, como uma sombra viva, vendo tudo. Vendo ela usá-lo, guiá-lo, montá-lo como quem doma — mas com algo mais.

E então vejo quando começa.

O corpo dele enrijece. As coxas tremem. As mãos apertam os lados dela com força desordenada. A respiração vira um arquejo contido, desesperado, quase infantil.

— Re... — ele sussurra, a voz falhando.

Ela sorri. Uma mistura de carinho e triunfo nos lábios suados.

— Vem... — diz baixo, com ternura grave. — Deixa vir...

João solta um gemido forte, abafado no pescoço dela, o corpo inteiro contraído sob o dela. E então goza.

Goza como quem não sabe se vai suportar.

Longo, quente, fundo. Eu vejo as contrações, os espasmos, o som molhado de dentro dela recebendo tudo. Ele goza chorando baixinho, com o rosto enterrado entre os seios dela, os braços apertando sua cintura como se fosse se perder se não segurasse.

Rebecca fecha os olhos. Sente tudo.

E, por um momento, ela para de se mover. Só permanece sentada sobre ele, o corpo ainda encaixado, quente, úmido, pulsante. Respira com ele. Acaricia o cabelo dele. Beija o alto da testa suada.

Ele tremula. Um soluço contido.

— Shhh... — ela sussurra. — Tá tudo bem. Você foi lindo.

Ela tira a mão dos olhos dele agora. Mas ele não abre.

Apenas a abraça.

Ela o envolve com os braços. O embala. Como se aquele gozo tivesse desfeito algo antigo nele. Como se o que restasse agora fosse só corpo mole e alma aberta.

E eu vejo tudo.

E não há raiva, nem ciúme. Só a certeza de ter presenciado algo real. Cru. Profundo.

O menino gozou dentro dela.

Mas o que ela deu depois foi mais.

Ela deu colo.

A casa está em silêncio outra vez.

João já foi. Saiu calado, leve, de mãos dadas com o próprio corpo recém-descoberto. Rebecca o acompanhou até a porta, deu um beijo doce na testa dele e ficou parada ali por alguns minutos depois que ele se foi. Respirando fundo. Sentindo a noite.

Agora ela volta.

Me encontra no sofá, ainda sentado, ainda tocado por tudo o que presenciei. Ela se aproxima devagar, só de camiseta, pernas nuas, pele quente. Senta ao meu lado com um suspiro longo, encosta a cabeça no meu ombro.

Ficamos assim por um instante. Só silêncio.

Então ela fala. Baixo, tranquila, como quem se abre sem pedir licença:

— Ele é tão fofo, amor...

Faço que sim com a cabeça. Sei que é verdade. Vi.

— Foi tão bonito o jeito como ele gozou em mim. Me abraçou. Tava tremendo... parecia um menino mesmo. Um menino bom. Coração limpo.

Ela sorri, olhando pro nada.

— Eu gosto dele. Gosto de estar com ele. De guiar. De cuidar. É um prazer diferente. Um lugar doce em mim.

Pausa.

Ela vira o rosto pra mim agora. E os olhos mudam. Ainda há ternura — mas junto dela, vem algo mais. Algo aceso, urgente. Algo que pulsa no fundo da carne.

— Mas, amor... — ela diz, firme, sem culpa — eu tô precisando de outra coisa agora.

— O quê?

Ela não hesita.

— De um macho. Urgente.

Me encara com intensidade.

— Eu preciso do Vinícius hoje.

Não é desejo comum. É necessidade. Como fome. Como sede. Como falta de ar.

— Eu dei tudo pro João... fui abrigo. Fui céu. Mas agora... agora eu preciso ser fodida. Preciso ser tomada. Rasgada. Preciso que alguém me jogue na parede, me chame de vadia e me faça esquecer o próprio nome.

A respiração dela se acelera. Os olhos brilham de tesão bruto. E eu entendo. É outra camada nela. Outra face. E ela está gritando por Vinícius.

— Vai chamar ele pra vir? — pergunto, sem ironia.

Rebecca sorri. Morde o lábio. Pega o celular.

— Não. Eu vou até ele.

Beija minha boca.

— Me espera acordado.

E sobe para trocar de roupa.

Ouço o som dos passos no piso de cima. O abrir do armário. O zíper de uma bolsa. Um salto batendo no chão do quarto. O som da transformação.

E então ela desce.

Devagar.

Degrau por degrau.

Rebecca não é mais a mulher de camiseta larga e pele suada que acolheu João no colo. Não é mais a professora carinhosa que guiou o menino até o gozo.

Ela agora é outra.

Vestida como vadia. E com orgulho.

Um vestido preto colado ao corpo, curto, com um decote que desafia qualquer senso de pudor. Salto alto. Batom vermelho. Cabelo solto, ainda levemente úmido, caindo sobre os ombros. O perfume é outro — pesado, doce, indecente. E os olhos... os olhos brilham de antecipação.

Ela não olha pra mim de imediato.

Pega a bolsa. Checa o celular. Sorri para a tela. É ele. Vinícius.

Quando finalmente me encara, faz isso com a postura de uma mulher decidida. Não pede permissão. Não explica. Apenas confirma o que já sei.

— Vou agora.

Assinto. Não há nada a dizer.

Mas dentro de mim, algo se quebra — e se reconfigura.

Porque eu sinto. No corpo inteiro.

Hoje, dois homens a cometem.

João a penetrou com doçura, com espanto, com reverência. Gozo novo, ingênuo, chorado. Ele a teve como um santuário.

Mas agora... agora ela vai ser comida como uma vadia.

Vinícius vai tomá-la de pé. Vai morder sua nuca. Vai meter fundo com as mãos firmes em sua cintura, chamando-a de sua. Vai arregaçar o vestido e rasgar a alma. Vai gozar nela com brutalidade e rir depois, enquanto ela treme.

E eu?

Eu sou os olhos que viram os dois.

O menino que chorou dentro dela.

E o macho que a fará gritar.

Hoje, Rebecca é a mulher que eu ajudei a nascer. E agora ela pertence ao mundo — e a esses dois.

E mesmo assim, no fundo, ela é minha.

Porque só eu assisto tudo.

Só eu entendo tudo.

E é exatamente aí que mora o meu prazer.

Ela está diante de mim, pronta. Vestida como uma vadia elegante — salto alto, vestido curto colado no corpo, batom vermelho vivo, os seios moldando o tecido como se gritassem por liberdade.

Pego fôlego e pergunto, sem disfarçar o peso na voz:

— Onde vai ser?

Ela nem hesita. Me olha nos olhos, com um sorriso lento, e diz:

— No tatame.

O silêncio pesa.

— Na academia dele? — insisto.

Ela faz que sim com a cabeça, firme.

— Ele quer lá. Disse que sonhou comigo de quatro, com a cara no chão emborrachado, os gemidos ecoando nas paredes. Disse que quer me fazer gozar naquele lugar onde todo mundo sua e sangra. Onde ele treina. Onde ele domina.

Ela faz uma pausa. Passa a língua nos lábios. O sorriso cresce.

— E eu... eu quero lá também.

Eu abaixo o olhar, como se tentasse absorver tudo. A imagem dela sendo comida por Vinícius naquele tatame não me deixa em paz. A cena inteira se desenha sozinha: ela de salto, ajoelhada sobre os tatames, com a bunda empinada, o vestido arregaçado, a voz presa na garganta enquanto ele a segura pelo pescoço e a fode como um animal.

Ela vê minha reação e se aproxima. Se inclina. Sussurra no meu ouvido:

— Você viu o João me abraçando depois de gozar... agora eu quero que você imagine o Vinícius me batendo na cara enquanto eu engulo a porra dele.

Fico imóvel.

Ela beija minha bochecha. Pega a chave. Sai.

E eu fico ali, sozinho, com o som da porta se fechando.

Sabendo que o mesmo corpo que acolheu o menino, agora vai ser tomado pelo lutador.

No tatame.

E tudo em mim estremece com essa certeza.

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Comentários

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Quem gosta de ficar com os restos essa vida é maravilhosa, mas mesmo o conto sendo muito bom eu estou fora.

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Sem querer me meter na história, mas seria muito maneiro se a Becca sentisse o que marido sente.

Se ele arrumasse uma amante, se dissesse pra ela que tá apaixonado, se falasse das transas e etc.

Qual a reação da Becca? Caberia ao autor descrever, que já faz bem sendo o marido.

Fica uma pontinha de desigualdade na relação quando só ela escapa e não tem dúvidas e medo de perder.

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