Com Você Descobri o Amor-5

Um conto erótico de AYOON
Categoria: Gay
Contém 1340 palavras
Data: 22/08/2025 17:10:22

Dantas recuou alguns passos, mantendo Elijah a seu lado, mas garantindo que o jovem ainda estivesse à vista dos capangas. Cada gesto era calculado para parecer natural, como se o interesse real fosse apenas o objeto da compra — o garoto — e não qualquer suspeita sobre Jonas ou seu cartel.

— Vamos, garoto — disse Dantas, a voz baixa, autoritária, enquanto conduz uma aproximação calma em direção à saída. — Não há tempo a perder.

Jonas observava atentamente, cada músculo tenso, os capangas se posicionando de forma instintiva para proteger o “produto”. Mas Dantas não acelerava o passo, não demonstrava ansiedade; cada movimento era deliberado, transmitindo segurança e controle. Era a imagem de um comprador poderoso e decidido.

Elijah sentiu o frio do corredor e a luz mais fraca, mas o simples fato de estar ao lado de Dantas lhe dava um alívio silencioso. Ele ainda era vulnerável, mas a presença firme do homem à sua frente transformava a tensão em algo suportável, quase como uma barreira invisível contra qualquer ameaça imediata.

Ao se aproximarem da saída, Dantas virou-se ligeiramente, lançando um olhar frio e calculista para Jonas:

— Lembre-se, tudo o que ocorreu aqui fica entre nós. Qualquer desvio pode ser… problemático.

Jonas engoliu em seco, percebendo o peso implícito da ameaça. Por trás do disfarce de comprador, Dantas deixava claro que estava no controle da situação, e qualquer erro seria seu. O sorriso forçado de Jonas se manteve, mas os olhos demonstravam cautela.

Dantas, com Elijah ainda próximo, atravessou a porta, sentindo a brisa fria da rua como um alívio silencioso. Cada passo fora da boate era medido, garantindo que os capangas vissem apenas o que ele queria que vissem: um comprador satisfeito, ainda interessado no “produto”.

Ao se afastarem da entrada, Dantas finalmente respirou fundo, mantendo a postura firme, mas permitindo-se um leve relaxamento. Ele sabia que a parte mais perigosa havia passado — pelo menos por enquanto. Elijah, ainda atordoado, olhou para ele, os olhos azuis refletindo uma mistura de medo e confiança recém-descoberta.

Dantas conduziu Elijah até um carro discreto, evitando qualquer olhar curioso. O silêncio entre eles não era desconfortável; cada um absorvia o peso do momento, mas Elijah sentia, mesmo sem compreender completamente, que estava seguro ao lado de Dantas.

— Precisamos manter a aparência — disse Dantas, a voz baixa, controlada — Jonas ainda tem olhos e ouvidos em todo lugar. Ele não pode desconfiar de nada.

Chegaram a um prédio discreto, em um bairro que não despertaria atenção. Dantas entrou com calma, segurando a chave com firmeza. O apartamento que escolheu era elegante, mas comum, suficiente para sustentar o disfarce de um cliente interessado em ostentar seu “interesse” pelo jovem. Cada detalhe foi pensado: móveis de aparência luxuosa, mas nada que chamasse atenção além do necessário.

Elijah observava cada canto, curioso e

apreensivo, mas não ousava questionar. O homem à sua frente exalava autoridade silenciosa; qualquer dúvida parecia desaparecer diante da firmeza de Dantas.

Dantas finalmente se recostou em uma poltrona, respirando fundo, mas mantendo os olhos sempre atentos à porta e à janela. Cada detalhe havia sido checado, cada possível ponto de vulnerabilidade avaliado. Aos poucos, a rigidez de seu corpo parecia relaxar, mas a mente continuava alerta, calculando riscos e antecipando movimentos.

Elijah, por outro lado, permanecia no centro da sala, imóvel, o corpo tenso e a mente girando em círculos. O silêncio pesado pesava sobre ele como se cada segundo pudesse revelar algo que ele ainda não compreendia. Por que ele havia sido “comprado”? Por que aquele homem estranho, forte e imponente, agora se comportava como seu protetor, enquanto outros o viam como mercadoria?

Dantas percebeu a hesitação do jovem e, com a voz firme, mas baixa, para não quebrar o disfarce, disse:

— Há um quarto à esquerda. Tome um banho. Vou providenciar comida e algumas roupas.

Elijah engoliu em seco, sentindo a mistura de alívio e confusão. Cada passo que dava em direção ao quarto era pesado, como se estivesse atravessando um território desconhecido, tentando entender o motivo de ter sido “comprado” por alguém que, ao mesmo tempo, parecia querer protegê-lo.

Enquanto Elijah desaparecia pelo corredor, Dantas recostou-se mais na poltrona, mantendo a postura calma e controlada. Por dentro, porém, sua mente já corria a mil: ele precisava manter o disfarce, garantir que Jonas continuasse acreditando em sua fachada de comprador, e ainda observar cada detalhe do apartamento e do comportamento do jovem.

O silêncio que se instalou na sala parecia ainda mais carregado, um lembrete de que, mesmo longe dos olhos de Jonas, cada movimento de Elijah e cada respiração de Dantas poderiam significar a diferença entre sucesso e desastre.

Já no quarto, Elijah entrou para o banho. O cheiro de sabonete e água quente lhe trazia um estranho conforto, e o calor da água começava a relaxar a tensão de seu corpo. Mas, ao tocar sua pele molhada, a dor dos hematomas ainda se fazia presente, lembrando-o de que nada do que ocorrera era apenas um pesadelo distante.

Dantas, do lado de fora, havia providenciado comida e preparado algumas roupas para Elijah. Ele se aproximou da porta, observando pela fresta o jovem imóvel sob o chuveiro. As costas magras de Elijah estavam marcadas por hematomas que nem ele mesmo conseguia contar, cada mancha azulada ou roxa um lembrete silencioso de abusos e sofrimento.

O olhar de Dantas demorou-se sobre cada marca, misturando preocupação e frieza calculada. Ele não podia se permitir demonstrar fragilidade ali, nem quebrar o disfarce que mantinha diante de Jonas. Ainda assim, cada detalhe revelava uma história que ele precisava proteger — e que agora, silenciosamente, ele começava a cuidar.

Elijah saiu do banho enrolado na toalha, a pele ainda molhada e aquecida, sentindo o perfume doce do sabonete misturar-se ao calor que subia pelo corpo. Cada movimento era consciente; cada músculo doía pelos hematomas, mas algo na presença de Dantas fazia seu coração disparar.

Quando se virou para pegar as roupas cuidadosamente preparadas sobre a cama, Elijah percebeu algo que o fez engasgar com a própria respiração. Pela fresta da porta, Dantas estava parado, imóvel, os olhos fixos nele.

— O… o que você está fazendo aí? — gaguejou Elijah, a inocência misturada ao choque estampada no rosto. — Eu… eu pensei que você tinha saído!

Dantas ergueu uma sobrancelha, sério, mas havia um leve toque de humor contido nos cantos da boca. — Estou… checando se tudo está em ordem. — Sua voz baixa carregava autoridade, mas também aquele efeito inquietante que fazia Elijah corar.

Dantas deu um passo à frente, aproximando-se com calma, mas sem tirar os olhos dele.

Dando um passo à frente, com o olhar percorrendo cada centímetro do corpo molhado de Elijah, com a postura firme e calculada tornando-se quase predatória

Dantas deixou o quarto de Elijah e se acomodou à mesa, os dedos entrelaçados, observando a sala com atenção quase predatória.

Elijah saiu do quarto vestido com um moletom cinza claro e uma camisa bege, os cabelos ainda úmidos e o corpo tenso. Foi direto à mesa, os olhos baixos, como se o chão fosse o único amigo naquele momento.

O medo e o passado continuavam sendo seus maiores carrascos, e, como sempre, em silêncio, Elijah agarrou o prato à sua frente. De cabeça baixa, serviu a comida e, com mãos trêmulas, estendeu o prato na direção de Dantas.

Logo em seguida, serviu-se de uma pequena porção de arroz, evitando contato visual, e, quase em um gesto automático, virou-se e foi se sentar no chão da cozinha, o corpo ainda contraído pelo nervosismo.

Dantas observava Elijah no chão, com o corpo encolhido, desviando o olhar e quase se escondendo no próprio silêncio. Um aperto inesperado surgiu no peito de Dantas, algo que fazia a respiração ficar pesada e a mente, sempre calculista e feroz, hesitar.

Como alguém podia agir assim? — pensou, com uma mistura de incredulidade e preocupação. Pior ainda: como alguém era tratado dessa forma? Cada gesto contido de Elijah, cada hesitação em mover-se ou olhar para ele, carregava uma história que Dantas ainda não conhecia, mas que, de algum modo, já começava a sentir reverberar dentro de si.

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