O CONDOMÍNIO - HELENA 2

Um conto erótico de Carlos Contista
Categoria: Heterossexual
Contém 1163 palavras
Data: 22/08/2025 12:29:51
Última revisão: 22/08/2025 12:40:20

História em capítulos encadeados. É importante, e mais gostoso, ler na sequência ...

- Helena, eu chamava, dando pequenas tapinhas em suas faces, Helena, trouxe um café para ti. Helena, acorda, Helena, Lena, Lena, acorda Lena.

- Hã, hã, o ... que foi, o que ... houve, hã?

- Não houve nada, Lena, apenas relaxaste todas as tuas dores num momento só e desligou tua energia. Nessa hora, eu estava te segurando para não cair no chão. Te trouxe nos braços para a cama e te cobri. Fiz um café e vim te acordar para tomá-lo, comigo.

Ela sentou na cama apoiada em diversas almofadas e tomamos um café revigorante.

- Agora, descanse e durma. Amanhã será outro dia e temos muito trabalho pela frente.

Cheguei à 8:00 em ponto na casa da Lena. Bati na porta, como costume, e abri com a minha chave. Fui na cozinha, e subi até o quarto dela para ver se tudo estava bem. Ela havia saído. Trabalhei normalmente até receber uma mensagem dela no meu WhatsApp dizendo que saiu por sentir-se abalada por seu comportamento de ontem e estava com vergonha de mim. Onde estás? foi minha resposta, teclando no celular. Tomando café, no café do Porto, na orla, ela respondeu por escrito. Teclei “então, fica aí que vou te buscar”. E fui, no Jaguar E-Type que foi do Max e ganhei de presente da Fernanda Jussara (ver O FEMINICÍDIO 8 – A grande venda, a causa de tudo) e estacionei roncando bem na frente do Café do Porto, chamando a atenção de todo o mundo que estava lá. Desci do carro e me dirigi à mesa onde a Helena estava.

- Sobrou um cafezinho para mim, Lena, ou tomaste tudo?

- Pergunta pro garçom, falou sorrindo, acho que ele sabe melhor do que eu.

- Um expresso puro, duplo, e uma esfiha aberta de legumes, falei ao garçom, respondendo sua pergunta.

- De quem é esse carro, Carlos?

- Meu.

- Teu? Meu marido de aluguel tem um Jaguar novinho? Eu achei que eu tinha um grande carro mas vi que estava redondamente enganada. Teu carro faz o meu sentir vergonha de existir!

- A mesma vergonha que tens de me ver?

Ela calou porque o garçom chegava com meu pedido.

Enquanto eu tomava meu café, Lena tentava se justificar, explicar sua retração e vergonha, receio de me ver e ser repreendida por ter bebido demais.

- Eu bebi junto contigo, disse-lhe, mas eu não estava sob pressão como tu, com dores escondidas que não queres dizer de maneira alguma. O que te derrubou não foi a bebida: foi tua dor, disse, ao terminar meu café. Vamos? Onde está teu carro?

- É aquele branco ali, apontando para um Jeep Compass estacionado quase ao lado do meu.

- Me dê as chaves da Compass, pedi, e estendi-lhe a chave do Jaguar. Vamos para casa.

- Eu vou de Jaguar? Perguntou, estupefata.

- Sim, não queres dirigí-lo? Enlouqueceu, abriu um sorriso de orelha a orelha, e disse:

- Claro!

Entrou no carro e saiu roncando na frente, cantando pneus. Fomos direto para a casa dela, passar as coisas a limpo e trabalhar, porque havia muita coisa a ser feita e tínhamos que aproveitar o tempo seco para trabalhar as paredes e o jardim.

Depois de trabalhar o dia inteiro, convidei-a para um happy-hour na sacada da frente. Sentamos lá bebendo um Spritz Aperol e conversando fiado, sem compromisso. Ela elogiou o meu carro e disse que nunca mais queria dirigir o dela. Queria trocar comigo! Eu disse que não podia, que tinha sido um presente de uma amiga da Clara, por um serviço realizado com sucesso.

- Um presente? Ganhaste um Jaguar por um serviço? Mentira, não acredito. Podias aumentar um pouquinho qualquer estória mas exageraste na mentira! Tu tá metido com tráfico de drogas?

- Nunca, esbravejei eu. Acreditas na Clara? Pergunta pra ela ...

Ela ligou na hora e disse para a Clara que estava decepcionada comigo porque eu estava mentindo para ela, que eu tinha ganho um Jaguar novíssimo de uma amiga dela por ter feito um trabalho. Para surpresa dela, Clara confirmou tudo o que eu havia dito sobre o presente da Fernanda pelas vendas das empresas: mais de onze milhões de euros, em moeda. Se não estivesse sentada, bem apoiada, teria caído. Aumentou sua confiança, ponto para mim. O movimento na rua já aumentava e decidimos mudar para o terraço de fundos onde poderíamos ficar mais à vontade. Lena resolveu tomar uma ducha rápida e eu fui buscar a caixa de som e programei umas músicas suaves, relaxantes.

- Posso pegar um Blue? bati na porta do banheiro e perguntei a ela.

- Claro que pode, serve um para mim, também, que já estou saindo do banho.

Ela foi para o terraço secando os cabelos com uma toalha branca; vestia uma quimono longo de seda preta japonesa preso com uma faixa larga vermelha que dava duas ou três voltas em sua cintura. Helena é uma mulher bonita; vestida daquele jeito, era o que eu chamo de “pedaço de mau caminho”. Entrou, sentou e começou a bebericar comigo enquanto secava os cabelos com um secador. Bebemos umas três ou quatro doses, cada um, e a garrafa estava prestes a secar. Tive que contar um pouco da história do Jaguar, recebido como prêmio pela venda das empresas com extremo sucesso. Gastei um pouco de tempo nessa narrativa, desde a morte do Max (ex dono do Jaguar) até a venda realizada para o chinês, enquanto ela secava os cabelos; omiti, porém, as atividade eróticas e todas as mulheres envolvidas em todos os episódios da série O FEMINICÍDIO. Não falei, também, da garrafa de Blue contaminada com veneno que causou a morte do Max e que ainda estava lá em casa, fora do bar, é claro.

- Gostei de dançar, depois de tanto tempo, quero dançar de novo, dança comigo?

- My pleasure, madame. E a enlacei pela cintura e fomos rodando pelo terraço ao som suave de Ray Conniff e orquestra.

Dançamos 2 ou 3 músicas lentas e ela pediu um rock mais rápido. Depois, perguntou se eu sabia dançar twist.

- Até o chão, respondi, se fores comigo.

- Então põe Chubbi Checker na caixa, e afrouxou a faixa do quimono para poder dobrar bem os joelhos e abaixar junto comigo.

E dançamos até cair no chão, ofegantes, cansados e dando gargalhadas por nossa performance ridícula dançando. Mas, foi bom, muito bom. Levantei-me e dei as mãos a ela para se levantar, com o quimono já aberto, e a trouxe para junto do meu corpo. O beijo foi inevitável, não havia como escapar, nenhuma outra ação selaria essa parceria com tanta beleza e ternura, com tanto carinho; nada geraria tanta vontade de viver nessa mulher, reviver o que a vida lhe proporcionou de agradável e feliz e de conviver com outras pessoas (comigo), do que esse beijo cálido, gentil, romântico e recheado de segundas, terceiras e últimas intenções.

Ela separou-se de mim, agradeceu a música e a companhia e me disse para encerrar o trabalho, por hoje.

Acho que avancei o sinal!

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