Minha esposa Maha virou atriz (5)

Um conto erótico de Sabrino (Por Leon Medrado)
Categoria: Heterossexual
Contém 4287 palavras
Data: 21/08/2025 22:41:35

Parte 5.

Da série: Maha – esposa e atriz

O orgasmo intenso da Shakira agarrando as minhas nádegas e forçando meu corpo contra o ventre dela, suas pernas cruzadas na minha cintura, me mantiveram colado em seu corpo, enquanto os beijos desesperados dela sugavam minha língua. Ao perceber que ela estava para entrar em orgasmo nos próximos segundos, pensei se retardava aquilo, ou se prosseguia. Mas, não tinha como parar mais. Ela não me soltava e tremia toda, gozando tão forte que eu sentia jatos de squirt dela esguichando em minha virilha. Aquilo me fez perder completamente o controle, e quase eu gozei também como um louco. A sorte é que eu tenho um comportamento bem distinto quando estou fazendo sexo com alguém que não seja a Maha.

Não sei qual é o gatilho psicológico que me dispara um tesão incontrolável, quando sinto a Maha tarada gozando comigo. Fico alucinado e gozo sempre de forma intensa. Com minha esposa, eu pareço um jovem em fase inicial da prática do sexo, e tenho muito tesão. Quase a ponto de ser rápido demais. Mas ao praticar sexo com outra mulher, eu consigo ter um distanciamento afetivo tal que me permite controlar o gozo e segurar o pau duro por muito tempo. Excitado sempre, mas sem chegar logo ao orgasmo.

Eu consegui me concentrar e reter o meu gozo, enquanto ouvia a Shakira gemendo, e me apertando como se quisesse que eu entrasse de corpo inteiro dentro dela. Esperei que ela fosse relaxando gradativamente, e sua respiração se normalizasse, e quando ela estava quase recuperada, retomei os movimentos, enfiando e recuando o pau na xoxotinha apertada dela, com calma, enquanto falava no ouvido dela que era a mulher mais quente e apertadinha que eu pude conhecer, e que a bocetinha dela era alucinantemente gostosa e eu queria ficar ali fodendo a noite inteira.

Funcionou, ela era sinestésica e auditiva, e gostava de ser estimulada. Eu havia percebido isso ao longo daquele dia, vendo suas reações para o que falávamos, e seus toques em meu corpo.

Aquilo era uma forma de me dar pistas de como ser mais prazeroso para ela. Lentamente ela foi se excitando novamente, me acariciando, mexendo na minha nuca, gemendo e acariciando meu cabelo.

Eu beijava, falava no ouvido, suspirava no pescoço dela, deixando-a toda arrepiada, e dizia que estava alucinado de tanto tesão. A morena foi ficando novamente tomada por uma volúpia enorme. Então, foi a hora de colocá-la de quatro sobre a cama, e chegar por trás, lambendo sua xana e o rego do cuzinho. A morena uivou de prazer.

Trabalhei com a língua naquele beijo grego por mais de um minuto, ouvindo a morena agarrada nos lençóis, gemer e pedir que eu a fodesse novamente com força. Encostei a pica na xoxota e fui enfiando fundo, puxando-a pelas ancas. Ela parecia uma potranca no cio, rebolava e exclamava:

— Ahhh... safado! Tesudo! Gostoso! Isso, vai me fode com tudo...

Fui aumentando gradualmente o impulso da enterrada, ficava dentro um instante e depois recuava, para enterrar de novo, até no fundo. A cada enfiada, ela soltava um gemido de prazer, e eu falava que ela era uma delícia alucinante. Fui acelerando um pouco mais as enterradas por uns dois minutos seguidos, até que ela começou a pedir desesperada:

— Vai! Isso, vai! Soca, soca, soca, isso! Eu voouuuu de novoooo, vemmmm!

A voz grave e rouca com que ela gemia era muito gostosa e eu acelerei mais, durante quase mais um minuto, fodendo firme, dando uns tapas na bunda dela, que não segurou mais e entrou e novo orgasmo, alucinada:

— Maldito, tesudo, safado! Que delícia!

Eu estava precisando ouvir aquilo, e ver aquela mulher deliciosa, sendo satisfeita plenamente. Não era uma conquista amorosa, era apenas um momento de sexo delicioso, que eu me permiti com ela.

Então, aproveitando que ela estava toda mole e relaxada, encaixei meu pau na entrada do cuzinho, e ela gemeu:

— Ah… safado, vai com calma.

— Você quer? – Perguntei.

— Quero, estou com muito tesão, que não acaba. – Ele falou assoprado, num suspiro de desejo.

Fui enterrando meu pau com calma, naquele rabinho que eu já havia lambuzado e chupado para deixá-la louca de vontade. E fodi aquele rabo maravilhoso por mais uns cinco minutos, enquanto ele se tocava na xoxotinha pedindo que eu fodesse com tudo.

Eu fui metendo com ritmo, até que ela se masturbasse intensamente e voltasse a gozar, jorrando um novo squirt sobre a cama.

Esperei que ela relaxasse, perdendo as contrações de prazer e fui retirando a pica lentamente. Então, tombamos sobre a cama, lado a lado, ofegantes.

E foi exatamente naquela hora que tive o pensamento que fez eu me colocar na posição da Maha. “E se ela também tivesse sentido necessidade ou vontade de variar, de se divertir, de ter um prazer diferente? Qual a diferença do que eu fiz e o que ela poderia fazer?”

Foi naquele momento que eu entendi muito mais daquela questão do posicionamento liberal. Mas não pude ficar perdido naquelas divagações, pois a Shakira, estava recuperada e se virou e ficando de joelhos na minha frente, me abraçou e nos beijamos. Ela falou no meu ouvido:

— Obrigada! Fazia tempo que eu não fazia sexo tão gostoso. Tão satisfatório.

Nós ficamos deitados sobre a cama, ela meio deitada sobre o meu peito, trocando carícias. Ela disse:

— Você é um homem que eu gostaria de conhecer mais. Posso até me apaixonar.

Eu sorri, sinceramente agradecido, e disse:

— A recíproca é verdadeira.

— Mas, eu duvido que você esteja livre, desimpedido. – Ela falou.

Fiquei olhando para ela, pensando no que dizer. Ela completou:

— Eu duvido que uma mulher ia deixar um homem como você solto, sobrando sem um compromisso. Não sei nada da sua vida, mas aposto que é casado ou tem algumas namoradas permanentes.

Resolvi dizer:

— Sou casado, com uma mulher, linda como tu, mas que é totalmente liberal, e decidiu que é assim que ela prefere. Então, temos as mesmas condições de liberdade.

— Essa mulher é louca. Isso sim. Se tiver espaço eu quero uma carona nas suas opções de liberdade. – Shakira falou sorrindo.

Eu achei graça. Disse:

— Acabou de conquistar uma vaga permanente. E é única. Não tem mais ninguém.

A Shakira me abraçou forte, beijou e ficamos namorando, desfrutando daquele momento íntimo delicioso. Eu pensei que poderia gostar daquela morena sem ter que deixar de gostar da Maha.

A reflexão, me transportou para o velho discurso do amor romântico, e da falácia que gira em torno da utopia criada sobre a questão das almas gêmeas. Que só se pode gostar de uma pessoa. Eu era apaixonado na Maha e sabia o valor dela na minha vida, grande parceira e mulher sincera e direta, que gostava de mim de verdade, como eu também gostava dela. Mesmo assim, aquilo não impediu que as circunstâncias alheias à nossa vontade, nos tivessem lavado para uma situação em que fomos forçados a “provar” de outras experiências, num primeiro momento, estritamente sexuais, mas nada impedia que houvesse um desdobramento, e nós dois pudéssemos gostar de outras pessoas além da nossa relação de casal. Sim, dava algum ciúme pensar que a Maha pudesse se apaixonar também pelo Gênio, uma outra pessoa bem diferente de mim, e que ela gostasse dos dois. Mas, tinha que reconhecer que aquilo era uma possibilidade real, e não havia impedimento nenhum que isso pudesse ocorrer. Do mesmo modo que eu poderia também me apaixonar por aquela moreninha quente, e graciosa, da bocetinha vermelha e os peitos bicudinhos, um sorriso alvo e encantador de propaganda de pasta dental, e um jeitinho todo carinhoso e sedutor, sem nenhuma frescura. E não deixaria de gostar da minha esposa.

A Shakira notou que eu estava meio pensativo e perguntou:

— Oi? É de Marte? Onde foi parar aquele homem gostoso que estava namorando comigo agorinha mesmo?

Eu sorri, lhe dei um beijo, e disse:

— Estava pensando que eu posso perfeitamente me apaixonar por ti. Uma gostosinha toda carinhosa que eu conheci hoje mesmo. E me conquistou logo de primeira.

— Você é safado! Sabe o que falar na hora certa e no jeito certo. Isso é apaixonante mesmo.

— Eu sou publicitário, estudei comunicação e marketing, trabalho com isso, e você tem que tomar cuidado, pois se tem alguém que sabe dizer a coisa certa na hora exata, para convencer alguém, sou eu. Um mentiroso profissional. – Respondi.

— Eu disse que prefiro os homens alegres, inteligentes e bem-humorados, e você é assim. Acho que a paixão pode ser recíproca. – Ela respondeu.

Eu dei risada e disse:

— Quer namorar comigo? Vou perguntar para a minha mulher se ela aceita que eu possa namorar contigo.

— Eu disse que você e safado! Olha só o que está me dizendo.

Expliquei:

— Eu estava justamente pensando que é uma grande mentira essa história de “viveram um para o outro” e “juntos até que a morte os separe”, e sei lá mais o quê... que só se pode gostar de uma pessoa de cada vez. Isso nos foi empurrado para que aceitássemos como regra. Estou apaixonado por você desde que a conheci, e não deixei de gostar da minha esposa. E ela talvez esteja morrendo de paixão por outro, sem deixar de gostar de mim.

Shakira me deu um beijo, e falou baixinho:

— Não sei por ela, mas por mim já estou gostando muito.

Naquele clima de harmonia e entendimento nós ficamos nos acariciando e acabamos tendo mais uma rodada muito intensa de sexo. A moreninha despiu a camisinha do meu pau e ficou acariciando, suavemente, sentindo ele crescer e quando já estava duro, se abaixou ali na cama e começou a lamber minha virilha, o saco e depois a pica, provocando com a pontinha da língua a base da cabeça, bem onde fica o cabresto da rola. A safada sabia exatamente onde era o ponto mais sensível, o “clitóris” da rola, e eu cheguei a gemer com aquelas linguadas. Depois ela mostrou a sua habilidade de fazer um boquete, provando que não era iniciante, dava aula de sexo oral para quem quer que fosse.

Esteve ali chupando por mais de cinco minutos, e eu me esforçando para segurar o clímax, até que não aquentando mais, com a pica quase toda enfiada na garganta dela, avisei que eu ia gozar. Ela continuou chupando, e apertando de leve os meus bagos, me levando a um orgasmo estratosférico. Soltei um monte de jatos de porra que ela deu um jeito de receber em sua boca, e conseguiu engolir quase tudo.

Depois, ainda lambeu o meu cacete e sorriu, dizendo que não tinha coisa melhor do que receber uma gozada na boca, de um pau que a fez gozar tanto.

A safada era inteligente e esperta também.

Estávamos ali num clima bem gostoso, namorando por uns dez minutos já, quando finalmente vi o meu telefone vibrar e acender a luz da tela. Pedi licença, fui olhar, e era a Maha.

“Amor, tá bem acompanhado hein?”

“Safadinho! Vai voltar hoje?”

“Cheguei em casa, pensando que a gente ia fazer alguma coisa.”

Eu olhei a hora e marcava 9h15. Olhei para a Shakira e ela disse:

— Tudo bem. Ela tem prioridade. Eu já aproveitei bem, hoje. Não sou egoísta. Quando puder, volte, que eu quero mais.

Mais uma prova de que a baianinha era mesmo ponta firme. Eu dei um abraço muito apertado nela, um beijo gostoso, e falei:

— Ganhou meu coração. Vou voltar sim. Mas hoje preciso ir. Depois eu conto os motivos.

— Tudo bem. – Ela disse fazendo um carinho no meu rosto. Trocamos os números de telefone.

Mandei uma mensagem para a Maha:

“Estou voltando. Já eu chego”.

Eu disse para a moreninha:

— Vou pegar um Uber e mandarei uma mensagem para o Melga, avisando que depois nos vemos. Desculpe sair assim, mas é um dia importante.

Vesti a roupa e ela me acompanhou até na porta da suíte. Ainda nos beijamos bem gostoso antes que eu saísse. Desci no elevador já discando a mensagem para o sócio. Chamei o Uber e quando o carro chegou, embarquei e disparei a mensagem:

“Parça, a Mah chegou em casa. Foi um dia ótimo, as baianinhas são deliciosas. Estou voltando de Uber. Nos falamos depois. Valeu a força.”

De Ipanema até o meu prédio no início do Flamengo, num sábado quase dez da noite, com a Zona Sul bem movimentada, levei uns 40 minutos. Durante o trajeto, avisei a Mah que estava no trajeto e que ela me esperasse de banho tomado, e linda que a gente ia sair para jantar.

Quando cheguei em casa já passava de dez da noite. Maha estava toda arrumadinha, com um vestido azul marinho “Soleia” de alcinhas nos ombros, com babado e bainha sólida, bem curto, no meio das coxas, e sandálias pretas de salto. Maquiada e cabelo escovado, toda perfumada.

Dei um beijo nela e corri para tomar um banho. Ela chegou na porta do banheiro e disse:

— Toma banho e se lava muito bem para tirar esse cheiro de quenga.

Dei risada dela falando aquilo, pois de fato a Maha deve ter sentido o perfume da Shakira ainda no meu cabelo ou corpo. Tomei meu banho bem rápido. Até me enxugar, vestir uma cueca slip preta, calça cargo preta de brim, uma camisa de microfibra e manga comprida dobrada cor de chumbo, e calçar sapatênis, foram mais vinte minutos. Penteei o cabelo, joguei um perfume da Hugo Boss, e estava pronto. A vantagem de ser homem é que não precisamos de maquiagem, e nem demoramos para escolher o que vestir. Pegamos o carro e saímos.

Decidi ir ao restaurante Arab, da Lagoa Rodrigo de Freitas, que é muito bem frequentado e acho uma ótima opção, especialmente para ir à noite. A Maha adora, pois as pastas são muito apetitosas, e é perfeito para um clima romântico. Toquei o S.U.V. pela praia de Botafogo e depois subi a rua São Clemente até sair no Humaitá, em direção à Lagoa Rodrigo de Freitas. No trajeto, logo que partimos a Maha perguntou:

— Então, como foi o teu dia?

Eu sabia que ela estava muito curiosa para saber de tudo, e incomodada também porque eu não perguntei nada. Resolvi dificultar um pouco o jogo e disse:

— Foi ótimo. Logo que acordei, perto das dez da manhã, o Melga ligou e me chamou para a praia. Me pegou de moto. A propósito, achei o café pronto, torradas, e o seu bilhete, obrigado. Fico satisfeito que tenha decidido permanecer no curso.

— É, foi importante, temos pouco tempo para ensaiar e muito por decorar. – Ela disse.

Ficamos novamente em silêncio e ela cutucou:

— Mas, conta aí. Tu estava com umas garotas na foto. Quem eram?

— Duas irmãs, parece que são modelos, baianas, que o Melga conheceu ontem à noite, num evento. E marcou com elas na praia.

Fiquei novamente calado, dirigindo, e ela não aguentou:

— Vai contar mais, ou tenho que arrancar aos poucos?

Dei risada e disse:

— Ah, um belo dia de praia, cerveja, petiscos, Ipanema estava bem lotada, aquele agito do Posto 9. As garotas são novinhas, muito bonitas, chamavam a atenção, não conhecem quase ninguém, estão aqui pela agência há pouco tempo. As duas muito simpáticas como a maioria das baianas. O Melga já se sentiu o tiozão das duas.

Parei de falar e estava saindo do Humaitá em direção à Lagoa. Mas como o restaurante fica na Margem do lado da Av. Borges de Medeiros, segui pela Av. Jardim Botânico, para depois virar à esquerda.

A Maha cutucou:

— Então, conte mais.

Eu não queria revelar o que eu tinha feito, antes da gente jantar, pois queria estar em clima românico durante o jantar. Falei metendo outra história no meio.

— Foi um dia bem relaxante. Aproveitei enquanto as duas moças não chegavam para trocar uma ideia com o Melga.

Fiz uma pausa rápida:

— Ele me aconselhou te deixar à vontade, fazer o curso e não me preocupar. Será bom para ti e me alivia também. Sabe que ele tem cabeça muito aberta, e completamente liberal. Disse que eu estava me angustiando à toa.

Funcionou. Sem perceber a Maha entrou na história:

— Viu? Você ficou angustiado à toa. E me angustiou também.

— O importante é que eu fui sincero, transparente, e disse o que eu sentia. – Falei.

Maha argumentou:

— Mas tu ficou vendo coisa que não havia, e nos acusou de safadeza, quando estamos num processo sério que é difícil de adaptação, para nós também.

Fiquei um pouco calado, porque estávamos já perto do restaurante, que fica depois do Clube Naval Piraquê. Eu me mantive calado até estacionar, e antes de sair do carro, falei:

— O Melga me disse que eu estava inseguro, por ciúme e por medo do que pode acontecer. Mas, ele afirmou que é inevitável. Se você está mesmo a fim de seguir a carreira, e levar a sério, eu tenho que entender e aceitar, pois haverá muita situação bastante arrojada, que vai exigir de ti, e que vai mexer muito comigo se eu ficar com um pensamento restritivo e contrário.

Maha sorriu mais satisfeita e virada para mim concordou:

— Ele tem razão. É experiente. Eu fiquei com muito medo de você não entender isso.

Naquela hora, aproveitando que estávamos descendo do carro, eu dei a volta para ajudá-la a sair e fechar a porta. Então falei baixinho:

— O pior é que ele me disse que ser corno será inevitável. Para eu não me iludir. Vai ter uma hora, que não será pelos desafios do teatro, nem por safadeza, mas a convivência em grupo, as horas juntos, a representação de papéis, a intimidade, pode criar algum envolvimento emocional e afetivo entre as pessoas, e pode acontecer de dar vontade de fazer sexo. É muito comum.

Maha parou de andar e ficou me olhando admirada. Eu continuei:

— Ele quis me preparar para entender isso. Na sua cabeça liberal, nada disso afeta a nossa relação, mas vai depender de eu me condicionar, e aceitar isso como natural também.

Maha continuava intrigada e perguntou:

— Tu está jogando verde? Foi isso que tentou fazer? Quer saber se aconteceu alguma coisa?

— Não, estou apenas contando o que ele me disse. Fiquei pensando nisso o tempo todo. Sei que ele pode ter razão, pode acontecer, e estou trabalhando para não deixar que isso me afete. Eu gosto muito de ti, e não quero que nada estrague a nossa vida.

Percebi que a Maha ficou um pouco tensa, mas disfarçou. Fomos para o restaurante e nos acomodamos, numa mesa de frente para a linda vista da lagoa, refletindo as luzes dos prédios em suas águas. Eu chamei o garçom, ficamos um pouco entretidos com o cardápio, a finalmente, escolhemos o que iríamos comer. Pedimos o prato de duas kaftas com homus tahine, pão sírio, e mais quatro quibes fritos. A porção dá para duas pessoas. Quando garçom se afastou, chegaram as duas caipirinhas que havíamos pedido antes como drinque inicial. Fizemos um brinde, parecíamos contentes, descontraídos, mas eu sentia a Maha um pouco mais tensa. Mas, eu queria que fosse ela que começasse a conversa.

Assim que ficamos sem ninguém por perto, e Maha disse:

— Olha, eu quero falar com você sobre essas questões que você tem levantado, sobre o meu curso, mas não sei se aqui neste momento é o lugar e a hora de ter essa conversa.

E senti um frio na barriga. Por mais que eu tivesse me preparado naquele dia, para meu encontro com a Maha, não fazia a menor ideia até onde aquilo poderia ir. Mas, por outro lado, eu que antes estivera com um medo enorme do que ela e o Gênio poderiam fazer ou ter feito, naquele momento sabia que eu também tinha feito coisas que foram além do nosso limite originalmente estabelecido. Resolvi apostar numa boa conversa ao jantar, e disse:

— Querida, tudo que você tiver que falar comigo, deve falar. Eu mudei de ideia hoje. Eu disse que não queria saber dos detalhes do que acontece no teu curso, mas eu quero saber tudo que tu tenha para dizer e queira me contar. Estou interessado em tudo.

— O que te fez mudar assim? – Maha perguntou.

Expliquei:

— O Melga me falou para jogar limpo contigo, e pedir que tu não faça nada escondido, que sempre fale tudo para mim, tenha confiança e sinceridade, pois não devo pagar de corno enganado. É horrível. Devo assumir que prefiro pagar de corno liberal, assumido. Estabelecer uma parceria verdadeira. É mais seguro e transparente, e devo te deixar aproveitar enquanto pode.

A Maha deu um gole na bebida, passou os dedos na borda do copo, pensativa, tomou fôlego e resolveu dizer.

— Olha, eu falo sério quando digo que tudo o que fazemos no curso, é sério, voltado para a preparação nossa como atores, nos desinibir, e perdermos os preconceitos. O Gênio também tem sido respeitador, e mesmo com muita intimidade e gozador como ele é, ele não foi abusado nem desrespeitoso contigo, nem comigo.

— Muito bem. Eu fico satisfeito. – Disse suspirando mais aliviado. Depois falei:

— Mas, tem um mas... que você ainda não disse. E eu sinto que está incomodando.

Maha deu um gole na caipirinha, e respirou, tomando fôlego para falar.

— É, tem um mas... Eu estava muito contente para te contar, mas depois da nossa discussão, fiquei insegura. É o seguinte. Fui convidada para integrar, com alguns colegas do curso, uma montagem experimental, de uma peça escrita por uma das professoras. É uma peça muito arrojada, envolve nudez, cenas eróticas, e simulação de sexo.

Ela parou e ficou esperando que eu falasse algo. Eu disse:

— Não mudou muito do cenário que já falamos. Só acelerou mais.

— Sim, mas eu vou fazer par, como lhe disse, com o Gênio. – Ela completou.

— Bom, era esperado, não era? Não estavam ensaiando um sketch? – Perguntei.

Eu mantinha a calma, bebericando a caipirinha, esperando para saber o que é que estava incomodando a Maha.

— Sim, foi depois desses exercícios que surgiu a ideia de nos convidarem. E hoje ensaiamos um pouco. Aliás, ensaiamos muito, o dia todo, decorando o texto. E agora eu fiquei pensando no que o Melga disse. Sim, a repetição, a representação em parceria, a convivência, aliadas ao clima de erotismo, acabam por envolver a gente.

Ela me olhava bem firme, querendo ler as minhas reações. E eu buscava manter a calma, para que ela pudesse se abrir. Mas minha pele estava arrepiada, e meu corpo tenso. Estava à espera de que a minha mulher contasse que deu, ou que estava com vontade de dar para o meu amigo.

Eu nada disse, fiquei esperando que ela falasse. Maha deu outro gole, suspirou:

— Você tinha razão. Nós ficamos com muito tesão. O Gênio é um ser sexual e eu também. Já faz alguns dias que estávamos nos controlando, evitando, nenhum dos dois queria admitir. Achávamos que não iríamos nos envolver. Mas, hoje, no ensaio, ficou muito evidente. Nosso desejo está enorme.

Eu senti a minha pele se arrepiar, meu coração se acelerou, minha respiração ficou ofegante. Fiz um esforço enorme para me manter tranquilo. Só consegui dizer:

— Então...

— Conversamos eu e o Gênio, depois do ensaio. Não aconteceu nada, estávamos muito excitados, mas sabemos que será impossível resistir, vai acontecer. E eu queria lhe dizer isso, confessar o desejo que apareceu. O Gênio não quer fazer nada que possa estragar nossa amizade. Ele está mais assustado do que eu. Eu te amo, sei que é um desejo físico, mas, não podemos seguir adiante sem te deixar ao par. E se não resolvermos isso, o curso e tudo mais perde o sentido.

Durante todo o tempo daquela conversa, eu consegui manter a calma, mesmo com o coração batendo na garganta. Notei que a Maha tinha as mãos trêmulas. Segurei nas duas mãos dela, e falei:

— Maha, eu temia que isso podia acontecer, mas hoje, perdi completamente esse medo. Sei que te adoro, e mesmo sentindo um pouco de ciúme, acho que teremos mesmo que passar por isso. É a prova definitiva para a nossa relação. Não acho que tu fazer sexo com outro, com o meu consentimento, mesmo que seja com o meu melhor amigo, possa ser motivo para nos separar ou abalar. Não arranca pedaço, como dizem. Vou continuar te adorando. Mas, mesmo que exista esse risco, temos que ter a coragem de passar por isso.

Notei uma expressão mais aliviada e satisfeita nela, que retirou as mãos das minhas e me segurou nas faces. Ele se inclinou e me beijou afetuosamente:

— Eu te amo, amor. Não tem nada que temer.

Eu disse:

— Então, me diga, com toda as letras. Você está cheia de desejo de fazer sexo com o Gênio?

— Sim, estou. Desculpe. – Ela falou.

Meu corpo parecia uma usina atômica em acidente nuclear, tudo descontrolado, sentia um calor e uma pressão enorme em meu peito, e meu pau estava duro, excitado, sem que eu soubesse o motivo. Eu pedi:

— Quero que fale o que deseja:

— Eu quero te pedir para me deixar ficar uma noite de sexo com o Gênio. Tem que ser logo. Precisamos nos livrar desse desejo que vem crescendo e atrapalhando tudo. Não sinto amor por ele, sinto uma forte atração sexual e o desejo de matar essa vontade.

Finalmente ela disse, confessou, e pareceu aliviada. Eu estava bastante abalado emocionalmente, mas graças à experiência que tivera na tarde, com a Shakira, entendia perfeitamente tudo, e minha cabeça havia sofrido uma grande transformação. Buscando fôlego e palavras, eu já ia responder, quando chegou o garçom trazendo nossa comida.

A interrupção, cortou um pouco o estado de emoção em que eu me encontrava, e consegui respirar. Falei baixinho:

— Já vamos resolver isso…

Continua na parte 6.

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Comentários

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Boa boa.. acho que ele deve deixar mesmo. E depois enviar as mão na cara do ‘amigo traira’. Mas eu minha opinião apenas.

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