Segredos do Coração - Superando o Passado. Epílogo 1.

Um conto erótico de Ménage Literário
Categoria: Heterossexual
Contém 8244 palavras
Data: 21/08/2025 14:18:32

Parte 43: “Visões Paralelas”

O quarto de Daniela estava mergulhado em uma atmosfera carregada, com apenas a luz fraca de um abajur iluminando os rostos dos três. A tensão causada pelos acontecimentos do dia pesava no ar, mas não era o tipo de tensão que precisava ser aliviada com palavras ou desabafos. Não, Daniela sabia exatamente como queria liberar toda aquela energia acumulada. Ela estava sentada na beira da cama, com um sorriso malicioso nos lábios, enquanto seus dois colegas de faculdade, Cláudio e Rodolfo, trocavam olhares hesitantes.

— Então, meninos … — Ela começou cruzando as pernas devagar, deixando a barra do vestido subir um pouco mais na coxa. — … Acho que vocês, assim como eu, estão precisando desestressar. E eu estou exatamente no clima para ajudar.

Cláudio engoliu seco, os olhos fixos nas pernas dela, enquanto Rodolfo tentava manter a compostura, mas falhava miseravelmente ao ajustar o jeans apertado. Daniela sabia que tinha controle sobre eles. E adorava isso.

Ela levantou-se lentamente, andando até eles com passos calculados. Os olhos dos dois homens seguiam cada movimento, como se estivessem hipnotizados. Parando bem na frente de Rodolfo, ela colocou uma mão em seu peito, sentindo o coração acelerado sob a camiseta.

— Você está tão tenso, gatinho. — Sussurrou, os dedos deslizando para baixo, até a cintura dele.

Rodolfo soltou um gemido baixo, os olhos fechando por um instante. Ela se aproximou mais, o calor do corpo dele quase a queimando.

— Relaxa. Me deixa cuidar de você. As provas de hoje foram exaustivas.

Mas não era só Rodolfo quem ela queria. Virou-se então para Cláudio, que estava parado, claramente se sentindo deixado de lado. Com um olhar cheio de provocação, ela o puxou pelo colarinho da camisa, trazendo-o para perto.

— E você, Cláudio? Vai ficar só olhando? — Ela provocou, com os lábios próximos ao ouvido dele.

Ele tremeu, as mãos agarrando a cintura dela como se fosse a única coisa que o mantinha em pé. Daniela riu baixo, um som que saía como uma promessa. Ela estava no controle, e eles estavam completamente à mercê dela.

Naquele momento, ela decidiu que não ia mais perder tempo. Empurrou os dois para a cama, assistindo enquanto eles caíam de costas, com olhos cheios de desejo e submissão. Ela adorava vê-los assim.

Sentou-se sobre as coxas de Rodolfo, os joelhos pressionando as laterais do corpo dele, enquanto as mãos dela descansavam no peito de Cláudio, que estava ao lado. Ela podia sentir o calor dos dois homens subindo, misturando-se ao seu.

— Vamos começar. — Daniela decretou, antes de fechar a distância entre seus lábios e os de Rodolfo.

O beijo foi profundo, cheio de intenção, e ele respondeu imediatamente, as mãos agarrando os quadris dela como se fossem a sua salvação.

Sem perder tempo, as mãos de Daniela encontraram a braguilha de Cláudio, abrindo-a com movimentos intencionais. Ele soltou um gemido alto quando ela começou a acariciá-lo através da cueca já úmida. Ela estava certa: eles precisavam daquilo tanto quanto ela.

Daniela retirou o vestido lentamente, revelando o sutiã de renda preta que cobria os seios. Ambos os homens estavam fascinados, os olhos fixos nela como se fosse a única coisa que existisse no mundo.

— Quem será o primeiro? — Provocou, com os lábios curvados em um sorriso sedutor enquanto as pontas dos dedos deslizavam pela pele de Rodolfo e Cláudio, alternadamente.

Os dois responderam ao mesmo tempo, quase como se estivessem competindo. Perfeito! Daniela adorava ter que escolher.

Ela decidiu começar por Rodolfo. Sentou-se sobre ele novamente, mas dessa vez posicionou-se diretamente sobre o pau já duro, ainda coberto pelas roupas. Cedendo à vontade, ele levantou os quadris, esfregando-se contra ela, gemendo baixo.

— Vai me foder gostoso? Como das outras vezes? — Ela perguntou, inclinando-se para frente, os lábios roçando o pescoço dele. — Então me mostra o que você tem.

Rodolfo agiu instantaneamente. Suas mãos foram para a cintura dela em um movimento único, direto, abaixando a calcinha lentamente enquanto ela levantava os quadris para ajudá-lo. Ele chegava a tremer de desejo. Colocou o preservativo em segundos.

Cláudio se contorcia ao lado deles, as mãos agarrando os lençóis enquanto observava a cena com olhos cheios de ciúme e desejo. Daniela percebeu e virou-se para ele com um sorriso astuto.

— Não se preocupe … — Ela disse, com a voz cheia de promessas. — Você será o próximo.

Mas não era só isso. Ela queria os dois, ao mesmo tempo. Quando finalmente sentiu Rodolfo entrando nela, levou a mão até Cláudio, guiando o pau dele até sua boca. Ele entendeu imediatamente.

Os gemidos dos dois homens encheram o quarto enquanto ela movia os quadris sobre Rodolfo, ao mesmo tempo que sugava Cláudio com uma intensidade que o deixou quase sem fôlego. Ela estava no controle, ditando o ritmo e comandando os dois homens como um maestro em uma sinfonia que só ela conhecia.

Daniela podia sentir tudo: o calor de Rodolfo dentro dela, o pau pulsante de Cláudio em sua boca e a sensação de poder que vinha da dominância.

Daniela tirou o pau de Cláudio da boca com um estalo suave, seu olhar fixo nos olhos dele enquanto se levantava lentamente de Rodolfo. Ela se virou para o outro homem, os lábios ainda úmidos e brilhantes, e sussurrou:

— Sua vez, Cláudio. Quero te sentir dentro de mim. — O tom dela era uma mistura de ordem e provocação, enquanto entregava a camisinha para ele.

E ele não hesitou. Com um movimento fluido, ela se ajoelhou na cama, apresentando-se para ele de quatro, suas curvas perfeitamente expostas. Cláudio olhou para Rodolfo, um sorriso malicioso se formando nos lábios, antes de se posicionar atrás dela.

Daniela arqueou as costas, arrebitando bem a bunda para ele, enquanto sua mão alcançava Rodolfo, puxando-o para mais perto.

— Tira a camisinha, deixa eu te chupar. — Ela disse, manhosa.

Antes de atender ao desejo dela, Rodolfo não resistiu e começou a bater em suas bochechas com a pica dura.

— Você é uma putinha muito gostosa, sabia? Uma pena que já estamos indo para o último semestre. Vou sentir falta das nossas brincadeiras …

Daniela o interrompeu:

— Papo broxante … ainda temos um semestre inteiro para foder. Pensa pelo lado positivo …

Cláudio entrou nela com suavidade, encerrando os lamentos de Rodolfo. Mas a suavidade rapidamente se transformou em fúria controlada. Cada movimento dele fazia Daniela gemer, seu corpo tremendo com a intensidade da penetração. Ela balançava os quadris em sincronia com ele, a pele deles batendo em um ritmo que ecoava pelo quarto.

— Isso mesmo, seu puto … Hummm … mais forte … mais rápido … — Ela ordenou, com a voz rouca de prazer.

Rodolfo não conseguiu resistir à visão dos dois. Ele se ajoelhou na frente dela, seu pau pulsando enquanto ele o segurava. Daniela abriu a boca, esperando por ele. Quando ele enfiou nela, ela o envolveu com os lábios, sugando com uma força que quase o fez perder o equilíbrio.

— Caralho, Dani … — Ele gemeu, seus dedos se enterrando nos cabelos dela, enquanto era levado ao limite.

Daniela estava no controle total, seus sentidos inundados pelas sensações de ambos os homens. Ela podia sentir cada centímetro de Cláudio dentro dela, assim como cada movimento do pau de Rodolfo em sua boca. A mistura de prazer e poder era intoxicante, e ela se entregava completamente, saboreando cada momento.

Os três estavam em uma sintonia perfeita, seus corpos se movendo em um ritmo que parecia ter sido criado apenas para eles. Os sons de gemidos e batidas de pele enchiam o quarto, criando uma sinfonia de prazer que nenhum deles queria que terminasse.

Daniela estava no centro de tudo, dominando os dois homens com facilidade. Ela sentia o poder correndo por suas veias, a sensação de controle absoluto que só aumentava seu prazer. Cada movimento dela era calculado, cada som que ela fazia era projetado para levar os dois ao limite.

Cláudio estava perdido nela, seus quadris batendo contra as nádegas dela com uma intensidade crescente. Ele podia sentir a xoxotinha ordenhando o pau, a musculatura frenética de prazer, apertando a pica, cada contração levando-o mais perto do clímax.

— Dani … eu não vou aguentar muito mais … — Ele avisou, sua voz tremendo com o prazer crescente.

Mas Daniela não estava pronta para deixá-lo ir. Ela tirou o pau de Rodolfo da boca, virando a cabeça para olhar para Cláudio.

— Aguenta mais um pouco … vai … eu ainda não tô pronta. — Ela pediu. — Eu quero mais.

Rodolfo não perdeu tempo, fazendo sinal para Cláudio abrir espaço, agarrando os ombros dela, ajudando-a a se sentar enquanto entrava nela por baixo. Daniela gritou de prazer, sua cabeça inclinada para trás enquanto ela sentia Rodolfo a invadindo novamente.

— Isso … isso mesmo … Ahhhh … — Ela gemeu alto, suas mãos apoiadas no peito dele, enquanto começava a mover os quadris.

Daniela respirava fundo, sentindo o suor escorrer pelas costas enquanto seus quadris se moviam com precisão sobre Rodolfo. Ele era forte, firme, e ela adorava a forma como ele a seguia, como se estivesse tentando provar algo. Mas, naquele momento, ela queria mais. Muito mais.

Um pequeno sorriso malicioso apareceu em seus lábios enquanto ela parou de repente, deixando os dois homens suspensos em um momento de frustração doce.

— E se … — Ela começou olhando alternadamente para Cláudio e Rodolfo. — Vocês dois se beijassem enquanto me fodem?

Cláudio arregalou os olhos, sua boca se abrindo em choque, enquanto Rodolfo soltou uma risada incrédula.

— Você tá brincando, né, Dani? — Rodolfo falou, sua voz carregada de incredulidade.

Cláudio balançou a cabeça rapidamente, ruborizando.

— Tá de sacanagem, né? Só pode …

Daniela riu baixinho, sua mão acariciando o rosto de Cláudio, a outra apoiada no peito de Rodolfo.

— Aham … claro que era brincadeira. — Sua voz saiu suave, mas provocante. — Agora vocês dois vão ter que me castigar por ter sugerido algo tão … inapropriado.

Rodolfo trocou um olhar com Cláudio, havia cumplicidade entre eles.

— Castigar, é? — Rodolfo perguntou, sua voz ganhando um tom mais sério.

Cláudio hesitou por um momento, mas então seus olhos escureceram de desejo. Ele assentiu devagar, e Rodolfo sorriu, seu rosto assumindo uma expressão predatória.

Antes que Daniela pudesse reagir, Rodolfo pegou a cintura dela com força, virando-a de costas e pressionando seu rosto contra o colchão. Ela soltou um gemido de surpresa, mas não teve tempo para protestar antes que Cláudio se ajoelhasse na frente dela, agarrando seus pulsos e prendendo-os atrás das costas.

— Ah, então é assim que vai ser? — Daniela perguntou, com a voz tremendo de excitação. — Querem me ensinar uma lição?

— Exatamente. — Rodolfo respondeu, sua mão deslizando pelas costas dela até alcançar suas nádegas. Ele apertou com força, fazendo Daniela soltar um gemido baixo. — Você gosta de controlar tudo, né? Mas agora não.

Cláudio curvou-se sobre ela, sua boca quente encontrando a nuca de Daniela enquanto ele a mantinha imóvel.

— Você vai sentir o que é ser devorada. — Ele sussurrou em seu ouvido, com a voz rouca de desejo.

Daniela tremeu, sentindo um calor intenso se espalhar por seu corpo. Rodolfo não perdeu tempo. Suas mãos exploraram o corpo dela avidamente, passando pelas curvas que ele sabia que ela se orgulhava tanto. Ele agarrou as coxas dela, abrindo-as ainda mais, antes que sua boca encontrasse o grelinho inchado de tesão. Daniela gritou, seus quadris se contorcendo involuntariamente enquanto a língua de Rodolfo traçava círculos lentos em seu clitóris.

— Ah, meu Deus! Assim mesmo … eu mereço … — Ela gemeu, seu rosto enterrado no travesseiro enquanto as ondas de prazer a inundavam.

Cláudio soltou seus pulsos, mas apenas para mover as mãos para os seios dela. Ele apertou os mamilos com firmeza, sentindo-os endurecer sob seus dedos.

— Você gosta disso, né, putinha? — Ele perguntou, provocando. — Gosta de ser submissa de vez em quando também.

Daniela não conseguiu responder, sua mente estava embaçada pelo prazer intenso que os dois estavam provocando nela. Rodolfo aumentou a velocidade de sua língua, seus dedos entrando nela com movimentos firmes.

— Eu … eu … — Daniela tentou falar, mas as palavras se perderam em um longo gemido quando Cláudio mordeu suavemente seu pescoço.

De repente, Rodolfo parou e se afastou dela, deixando Daniela suspensa no limite do prazer. Ela abriu os olhos, confusa e desesperada.

— Por quê … por que você parou? — Ela perguntou, frustrada, sua voz trêmula.

Rodolfo sorriu maliciosamente, trocando um olhar com Cláudio.

— Porque agora é a minha vez. — Ele respondeu, colocando-se atrás dela e alinhando seu corpo contra o dela.

Rodolfo aproveitou o momento para se posicionar na frente dela, seu pau duro tremendo na linha de visão dela.

— Chupa! — Ele ordenou, dominante.

Daniela obedeceu sem pensar, abrindo a boca e envolvendo a pica com seus lábios. Ela sentiu o gosto salgado em sua língua, enquanto começava a chupar com vontade. Cláudio a penetrou sem demora, estocando com força, com ritmo, sem parar.

— É isso que você merece, safada. — Ele provocou, segurando seus quadris com força. — Eu sei que você adora.

Ela estava completamente preenchida, seu corpo vibrando com as sensações intensas. O movimento rítmico de Cláudio dentro dela combinado com a pressão da língua dela no pau de Rodolfo, a levava ao céu e ao inferno ao mesmo tempo. Ela podia sentir o calor crescente em seu núcleo, cada músculo se contorcendo em antecipação.

Cláudio puxou seu cabelo gentilmente, forçando-a a olhar para cima enquanto ele acelerava o ritmo.

— Você é boa demais nisso. — Ele elogiou. — Goza pra gente …

O pedido dele foi suficiente para fazer com que a xoxota entrasse em frenesi, ordenhando o pau de Cláudio ainda mais forte. Ele deu um gemido baixo, aumentando seu ritmo enquanto sentia que ela estava perto do limite.

— Vai, Dani. — Ele incentivou, suas mãos apertando a cintura dela com força. — Deixa eu te sentir … goza pra mim.

Ela não conseguiu mais segurar. Com um grito abafado, sugando e lambendo o pau de Rodolfo, Daniela chegou ao orgasmo em ondas intermináveis de prazer. Seu corpo se contorceu incontrolavelmente, suas pernas tremendo enquanto ela sucumbia à intensidade da sensação.

— Ahhhh … caralho … que delícia …

Cláudio continuou a socar dentro dela, prolongando seu orgasmo até que ele também não conseguiu mais se segurar. Com um rugido baixo, ele explodiu dentro dela, seu fluido quente preenchendo-a completamente a camisinha. Ela podia sentir o calor da porra quente em sua mucosa vaginal.

— Puta que pariu, mulher … você é a melhor. — Cláudio praticamente se jogou ao lado dela.

Rodolfo puxou seu pau da boca dela pouco antes de chegar ao ponto sem volta, optando por gozar em seu rosto, ao invés da boca. O líquido quente jorrou sobre sua pele, adicionando uma nova camada de pecado à cena já caótica.

Daniela estava sem fôlego, o corpo sensível depois do turbilhão de sensações. Ela olhou para os dois homens acima dela, seus olhos brilhando com uma mistura de satisfação e desafio.

— Então … — ela começou, com a voz fraca, mas ainda carregada de provocação. — Quem vai limpar isso tudo?

— Eu é que não vou ser … — Carolina assistia a cena encostada no batente da porta, protegida pela penumbra daquela área do quarto.

Daniela conhecia bem a amiga e companheira de quarto, e não se assustou ao vê-la ali.

— Desculpa por não ter te chamado, amiga. — Disse Daniela. — Mas eu já prometi ao meu irmão que vou apresentá-lo a você. Seja paciente.

Sorrindo, Carolina veio se sentar na beirada da cama.

— Relaxa, amiga. Eu já estou enjoada desse dois aí … preciso de carne nova. — Carolina, brincando, provocou os amigos.

— Olha quem fala … fica se achando, não … você já se sentou muito nessa pica aqui. E gosta. — Cláudio não deixou passar.

Rodolfo se juntou ao amigo.

— Seu passado te condena, safada. E outra, ainda faltam seis meses para o Diego voltar. Quem, além de nós, consegue abaixar esse fogo que você tem?

Os quatro amigos riram juntos. Aquele era o mundo deles, desde o segundo ano da faculdade.

As risadas ainda ecoavam pelo quarto quando Daniela, sem fôlego, tombou de lado, puxando o lençol sobre o corpo. Carolina pegou o celular da amiga para colocar música, mas a tela se acendeu com uma chamada recebida.

— Ih, Dani … seu pai está ligando. — Carolina avisou, já entregando o celular para a amiga.

— Mas no meio da semana? Será que aconteceu alguma coisa? — Daniela murmurou, preocupada. — Fiquem quietos, meu pai é careta. Se ele soubesse o que acontece aqui … não quero pensar numa coisa dessas …

— Oi, pai! — Ajeitando o cabelo e respirando fundo, ainda tentando disfarçar o calor no corpo. Daniela finalmente atendeu.

Do outro lado da linha, a voz de Celo não trazia a energia habitual. Estava cansada, pesada.

— Dani … eu não queria ligar agora, mas preciso que você saiba. A sua mãe não está bem.

O riso morreu nos lábios de Daniela. Ela se endireitou na cama, ganhando a atenção imediata dos três amigos.

— Como assim, não está bem? O que aconteceu?

Celo suspirou, demorando alguns segundos para continuar.

— Não é nada físico, filha. É … complicado. Eu precisei sair de casa. As coisas entre a sua mãe e eu, ficaram … confusas. E eu não sei com lidar com isso sozinho.

Celo respirou fundo, e continuou:

— Você está no final do semestre, tem uns dias de férias pela frente. Você poderia voltar pra casa, cuidar da sua mãe?

Daniela agarrou o lençol contra o peito, sentindo um aperto estranho no estômago. O silêncio dos amigos atrás dela só reforçava o peso do momento.

— Vocês brigaram? De novo? — A voz dela saiu baixa, como se temesse a resposta.

— É mais do que isso. — A voz de Celo vacilou. — Eu não quero que você se preocupe demais, mas também não posso fingir que está tudo bem. A gente sempre foi uma família unida, Dani, e agora eu sinto que … — Ele parou, respirou fundo. — Eu preciso que você seja forte pela sua mãe, que cuide dela.

Um nó se formou na garganta de Daniela.

— Claro que vou, pai. Eu estou aqui. A gente vai dar um jeito.

— Eu sei que sim. — A voz dele suavizou, quase um alívio. — Te amo, filha. Da primeira vez, eu apenas sumi, deixando todos preocupados. Não quero que isso se repita. Cuida da sua mãe.

— Tudo bem, pai. Não concordo com o que você está fazendo, mas também te amo. Tô indo pra casa.

A ligação terminou, e Daniela ficou olhando para o celular ainda iluminado na mão. Carolina se aproximou, pousando a mão em seu ombro.

— Amiga … o que houve?

Daniela fechou os olhos por um instante, respirou fundo e deixou escapar, quase num sussurro:

— Meus pais … não estão bem. Papai saiu de casa.

O quarto, que minutos antes parecia cheio de risos e provocações, mergulhou num silêncio respeitoso, pesado.

Daniela respirou fundo quando desligou a ligação com o pai. As palavras dele ecoavam na mente, carregadas de um peso que ela não conseguia ignorar: “sua mãe não está bem … eu precisei sair de casa … as coisas entre nós estão confusas”.

Sentindo o clima de diversão morrer, Cláudio e Rodolfo, atenciosos, perguntaram se Dani precisava de alguma coisa. Uma carona, companhia … independente do que fosse, eles estavam ali por ela. Eram mais do que apenas amigos e amantes, eram um grupo unido, fechado, que cuidavam um do outro.

Com o coração apertado, Dani tomou um banho, se arrumou, ajeitou uma pequena mala apressada e, sem querer perder tempo, comunicou à direção da faculdade que se ausentaria por alguns dias para lidar com assuntos familiares, e embarcou no primeiro ônibus rumo à sua cidade natal.

O caminho pareceu interminável. Entre uma curva e outra, flashes das últimas semanas passavam pela mente: as risadas com os amigos, a intensidade da vida acadêmica, a liberdade. Tudo parecia tão distante diante da gravidade que a aguardava em casa.

Quando finalmente atravessou a porta de entrada, a cena a atingiu como um soco no estômago. A casa estava silenciosa, carregada de uma tristeza quase palpável. No quarto, encontrou Mari deitada, apática, com o olhar perdido no teto. O rosto da mãe estava inchado, os olhos vermelhos de tanto chorar. Era como se toda a energia tivesse se esvaído, deixando apenas um corpo cansado e uma alma machucada.

— Mãe … — Daniela chamou, a voz embargada.

Aproximou-se devagar, sentando-se na beirada da cama. Mari apenas desviou os olhos, forçando um sorriso frágil que não enganava a filha.

— Eu tô aqui agora, tá? — Daniela acariciou os cabelos da mãe, ajeitando a franja marcada pela característica mecha branca. — Você não vai passar por isso sozinha.

Aos poucos, Daniela começou a assumir o papel de cuidadora. Preparava pequenas refeições, mesmo que Mari quase não tocasse nelas. Arrumava a casa, deixava o ambiente mais claro, abria as janelas para que o ar fresco entrasse. Mais do que isso, tentava arrancar da mãe qualquer reação — nem que fosse um olhar menos vazio, um breve suspiro de alívio.

No fundo, Daniela sentia uma mistura cruel de raiva e tristeza. Raiva do pai por ter deixado a mãe, mesmo sabendo de toda a fragilidade dela. Tristeza por ver Mari naquele estado, tão diferente da mulher forte e intensa que sempre foi sua inspiração. Mas ela sabia que, naquele momento, não adiantava julgar: precisava, antes de tudo, estar presente. E assim os dias começaram a se arrastar.

Nos primeiros dias de volta para casa, Daniela tentou manter-se focada em cuidar da mãe. Comida, remédios, companhia, mas a rotina também lhe deu a chance de observar e ouvir coisas que antes não teria percebido.

Certa tarde, ao atravessar o corredor, Daniela parou instintivamente diante da porta entreaberta do escritório. Dentro, Mari conversava com Luciana, sua amiga e terapeuta. A voz da mãe estava frágil, mas carregada de verdade.

— Eu não entendo … — Mari suspirou, apoiando o rosto nas mãos. — Estávamos nos entendendo. Eu senti que, pela primeira vez em muito tempo, Celo e eu estávamos juntos de verdade. Então, por que ele foi embora?

Luciana, paciente, deixou-a desabafar. Mari respirou fundo e, de repente, como se abrisse uma represa, as palavras começaram a fluir.

— Não foi a primeira vez, Lu… você lembra da primeira separação. Aquele dia em que ele me flagrou com o Paul. Ele não gritou, não brigou … ele só foi embora. Fugiu de mim, da gente, de tudo. — A voz dela embargou. — Eu achei que nunca mais o veria. Foram os meses mais longos da minha vida.

Mari esfregou os olhos úmidos, tentando se recompor, mas não conseguia segurar as lembranças.

— Se não fossem o Paul e a Anna, eu não sei o que teria acontecido. Foram eles que o encontraram, lembra? Que me disseram onde ele estava. Eu tentava parecer forte pros meus filhos, fingia que estava no controle, mas eu via nos olhos deles … eles estavam preocupados, só disfarçavam. — Ela engoliu em seco. — Daniela se fechava no quarto, Diego tentava fazer piada pra me distrair… e eu fingia que acreditava.

Luciana se aproximou, mas não interrompeu. Mari agora falava em soluços contidos.

— Eu me senti tão sozinha, Lu … tão desesperada. Foram três meses em que eu pensei: acabou, ele não volta. Eu dormia com o celular na mão, esperando qualquer ligação, e cada silêncio doía como uma faca.

Ela respirou fundo, e então olhou pela janela, como se buscasse forças em algum ponto distante.

— E agora … agora eu estou tentando de novo. Mas é diferente. Tenho a Dani aqui comigo. — A voz suavizou, ganhando um fio de esperança. — Só de ver ela entrando no quarto, trazendo um copo d’água, me puxando pra levantar da cama … eu consigo não desabar de vez. Mesmo que às vezes a depressão venha como um peso insuportável, mesmo que eu me sinta horrível por chorar na frente dela, por mostrar que sou fraca.

Mari apoiou a testa no braço da poltrona e murmurou, quase num sussurro:

— Eu não queria que ela visse a mãe assim. Mas, de certa forma, é isso que tem me mantido viva.

Daniela, do lado de fora, encostada na parede, sentiu o coração se apertar. Pela primeira vez, compreendeu a extensão do vazio da mãe — e também a força silenciosa que, de alguma maneira, ainda a mantinha de pé.

— Aqueles três meses em que ele sumiu … — Mari prosseguiu, a voz embargada — foram os piores dias da minha vida. Quando ele voltou, eu pensei que tudo estava diferente. E estava, por um tempo. Mas aí … agora resolveu ir embora novamente.

Mari se calou por alguns segundos, até soltar um riso nervoso, quase um soluço.

— Eu me arrependo, Lu. Me arrependo de ter deixado aquilo acontecer, mesmo que fosse um pedido do próprio Celo. Eu fui burra, machuquei meu marido … Eu já conhecia o roteiro. Já vivi essa vida antes … e achei que agora seria diferente. Mas o final foi igual. Ele foi embora. E eu fiquei sozinha.

Do lado de fora, Daniela, ainda encostada na parede, engoliu seco. As palavras da mãe atravessaram-na como facas afiadas.

— Eu não sei o que deu em mim, Lu … — Mari continuou, sem saber que a filha ouvia tudo do corredor. — Estávamos felizes, nos divertindo … estar com o Paul e a Anna parecia certo, até que … você sabe … eu me deixei levar, me entreguei ao Paul …

Luciana apenas ouvia, sem interromper, sabia que Mari precisava colocar tudo para fora.

— Eu achei, Lu … eu tinha certeza de que o Celo e a Anna estavam fazendo o mesmo que eu e o Paul … nós tínhamos combinado, ele entrou com a Anna para o outro quarto … — Os soluços e as fungadas dividiam a narração com as palavras de Mari. — Acordar na manhã seguinte e não encontrar o Celo em lugar nenhum foi o momento mais aterrorizante da minha vida.

Daniela conseguiu completar o quebra-cabeça. Não era a primeira vez que passavam por aquilo. Mas na primeira vez que Celo sumiu, foi sem dar notícias. Mari sofreu sozinha, calada, sem ninguém ao seu lado. Agora, pelo menos, o pai avisou, pediu ajuda para a mãe. E, mais do que tudo, agora ela estava ali. Assim como Luciana. Até mesmo Diego, a distância, mais ligando todos os dias para falar com a mãe.

Ela fechou os olhos por um instante, refletindo. Sua própria vida acadêmica estava marcada por experiências de poliamor, noites em que se entregava a múltiplas conexões sem culpa. Ela conhecia a adrenalina, mas também a fragilidade escondida debaixo dela. Entendia melhor do que gostaria o dilema da mãe: perdida entre desejo e arrependimento.

Ela suspirou fundo, afastando-se devagar da porta antes que fosse percebida. Voltou para o quarto e se jogou na cama, com o olhar fixo no teto, pensando. Daniela enxergava claramente a dimensão da dor que rondava sua família. E sentiu, em silêncio, que estava prestes a carregar um fardo maior do que imaginava.

Os dias sem o pai em casa pareciam intermináveis. Para Daniela, era como se cada manhã fosse mais fria do que a anterior. Do lado de fora, a impressão era de que Celo curtia a vida: fotos casuais em redes sociais, histórias que chegavam até ela, e principalmente os boatos de que ele aparecia com uma mulher diferente a cada semana. Era duro imaginar que o homem que ela sempre viu como referência estava tentando se anestesiar daquela forma.

Ela jamais esqueceria daquela noite em especial. Estava no bar com a mãe e Luciana, tentando distrair, um pouco, a mãe. A música tocava alto, o riso das duas amigas soava como uma tentativa desesperada de escapar da dor — até que a porta se abriu e Celo entrou. Daniela gelou. Ele não estava sozinho.

Caminhava confiante, com uma mulher que parecia conhecer bem, tamanha a química entre os dois. Eles não ficaram muito, apenas trocaram algumas palavras no balcão e saíram juntos, deixando atrás de si um silêncio incômodo que engoliu a mesa das três. Mari tentou disfarçar, Luciana tentou mudar de assunto, mas Daniela sentiu na pele o que era ver o próprio lar escorregar pelos dedos.

E então, quase que de repente, tudo mudou. Celo pareceu acordar. O homem que estava se afundando em fugas se recompôs, e foi quando Jonas surgiu. Daniela nunca engoliu aquele sujeito. Algo nele cheirava a interesse, a manipulação. Os modos eram educados demais, o sorriso falso demais, a atenção para com sua mãe exagerada demais. Ela percebia que Mari queria acreditar na gentileza dele, talvez por carência, talvez por precisar de um apoio. Mas Daniela enxergava além: Jonas não era parte da solução — era mais um problema.

Ver o pai retornar, perceber a energia entre ele e Mari renascer, foi como testemunhar um milagre doméstico. Daniela sabia que a presença de Jonas tinha sido o empurrão final para que Celo retomasse o lugar que sempre fora dele. Mas, mesmo no alívio de ver os pais reconstruindo o que parecia perdido, uma certeza latejava dentro dela: Jonas nunca foi, e jamais seria, de confiança.

Daniela também guardava uma lembrança especial daquele fim de semana na praia, quando ela e Diego armaram para que os pais estivessem juntos. Foi quase um sequestro emocional: inventaram desculpas, arrumaram a mala de Mari às pressas, insistiram para que Celo largasse o trabalho e simplesmente fosse. No fundo, os dois irmãos sabiam que não havia mais nada a fazer além de colocá-los frente a frente, longe das distrações e mágoas do cotidiano.

E naqueles dias, Daniela viu com os próprios olhos o que sempre suspeitou: os pais eram feitos um para o outro. A maneira como Mari e Celo se olhavam entre conversas despretensiosas, como caminhavam lado a lado na areia, como riam de coisas bobas, deixava claro que a chama ainda estava lá — apenas encoberta pelo peso das feridas recentes. Daniela percebeu que o reatar do casamento não era uma possibilidade distante, mas apenas uma questão de tempo. Bastava que ambos baixassem as defesas.

{…}

A casa estava silenciosa naquela noite. Mari e Celo tinham saído juntos para mais um de seus “dias de encontro”. Na sala, Daniela estava jogada no sofá, o celular em mãos, enquanto Diego vinha da cozinha com um copo de suco.

— Você vai ficar aqui, até quando? — Ele perguntou, se sentando na poltrona ao lado. — Já pensou em voltar de vez pra faculdade?

Daniela ergueu os olhos devagar, um sorriso quase irônico nos lábios.

— Já reativei a matrícula, sabia? Entrei em contato na semana passada. As aulas começam daqui a umas duas, três semanas.

Diego arqueou as sobrancelhas, surpreso.

— Sério? Você não comentou nada …

— Queria ter certeza antes de falar. — Daniela suspirou, passando a mão pelos cabelos. — Tranquei o último semestre para cuidar da mamãe, e … bem, foi pesado. Mas agora acho que consigo.

— Ainda bem. — Diego relaxou no sofá. — Não gostei de te ver naquela formatura sem você estar se formando. Parecia que você estava assistindo a vida dos outros, andar, e a sua parada. Era a sua turma, afinal.

Daniela sorriu, relembrando o sábado anterior, a alegria estampada no rosto dos amigos.

— É, eu também senti isso. Mas logo volto ao ritmo.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos, encarando o irmão com um olhar de malícia.

— Agora, falando em “ritmo” … você sabia que a Carolina não parou mais de falar de você desde o dia em que vocês se conheceram?

Diego quase se engasgou com o suco.

— O quê? Ah, para com isso, Dani …

— É sério! — Ela deu uma risadinha provocadora. — Você ficou de queixo caído quando ela apareceu, eu vi. E olha … se você quiser, eu posso dar uma de cupido ... É só você assumir logo, porque do jeito que ela fala, já tá mais do que na cara.

— Você tá inventando … — Diego tentou disfarçar, mas estava corado.

Daniela se esticou no sofá, divertida.

— Tá bom, acredita no que quiser. Só não reclama depois, quando aquela “carne for pra outro churrasco”.

Diego balançou a cabeça, rindo, apesar da provocação, enquanto Daniela voltava a mexer no celular, satisfeita por ter plantado a semente.

Diego pigarreou, meio sem jeito, olhando para a irmã que ainda sorria das provocações anteriores.

— Dani … o papai conversou comigo, disse que a mãe já tinha falado com você … o que você acha … — A voz dele saiu baixa, quase constrangida. — De eles serem … você sabe … um casal liberal.

Daniela franziu a testa, divertida.

— O que eu acho? — Ela se inclinou no sofá, apoiando o cotovelo no braço da poltrona. — Eu acho que puxei a eles.

Diego arregalou os olhos.

— Como assim?

— Sem pudores, Diego. — Ela deu de ombros, naturalmente. — Eu também sou adepta desse estilo de vida.

Diego ficou boquiaberto, sem reação.

— Você tá brincando …

Daniela riu, balançando a cabeça.

— Os tempos mudaram, maninho. As pessoas traem, enganam, dão desculpas … Eu não quero viver assim, na desconfiança. Prefiro ser honesta. Se eu tenho desejos, eu quero encontrar alguém que compartilhe deles comigo. Sem mentira, sem máscara.

Ela pensou melhor e se corrigiu:

— Bom … nem todas as pessoas, né? Mas a maioria é hipócrita.

Diego passou a mão no rosto, ainda atônito.

— Eu … eu não sei nem o que dizer …

Daniela aproveitou a brecha e lançou mais uma provocação:

— E tem mais. A Carolina também é adepta. Então … já sabe, né?

O rosto de Diego ficou vermelho na hora. Ele tentou protestar, mas nenhuma palavra saía. Vendo o irmão perdido, Dani suavizou o tom, pousando a mão no braço dele.

— Calma, não tô dizendo que ela não toparia mudar. Quem sabe, se for um amor verdadeiro, e você for esse homem certinho, tradicional … conhecendo bem a minha amiga, eu tenho certeza de que ela largaria esse estilo de vida pra viver um amor de verdade com você.

Diego ficou em silêncio por alguns segundos, respirando fundo. Finalmente, conseguiu falar:

— Dani … eu respeito a sua escolha, respeito a do papai e da mamãe, também. Mas … eu não acho que esse seja um estilo de vida que eu queira viver. Me desculpa, mas acho que eu sou careta mesmo.

Daniela sorriu, sincera dessa vez.

— E tá tudo bem ser careta. O que importa é ser feliz de verdade. Viver sem arrependimentos.

{…}

O barzinho estava cheio, mas aconchegante, com música ao vivo num tom suave ao fundo e mesas de madeira iluminadas por luz baixa. Assim que Daniela e Diego entraram, foram recebidos pelos acenos de Cláudio e Rodolfo, já instalados com copos pela metade. Ao lado deles, Carolina sorriu de orelha a orelha ao ver Diego chegando com a irmã.

— Olha só quem veio! — Carolina se levantou, os olhos brilhando, e abraçou Daniela com entusiasmo, mas logo sua atenção deslizou, quase sem disfarçar, para Diego.

Daniela, provocadora como sempre, fez questão de aumentar o tom da apresentação:

— Mano, esses são o Cláudio e o Rodolfo. — Ela sorriu maliciosa. — Lembra daquela conversa sobre estilo de vida? Então … estou vivendo intensamente.

Diego bagunçou o cabelo da irmã, fingindo impaciência.

— Sua nojenta. Eu lá quero saber disso! — Disse, rindo, antes de cumprimentar os rapazes com um aperto de mão firme.

Carolina observava a cena, divertida, e quando Diego se voltou para ela, os dois trocaram um olhar que acabou sendo mais longo do que deveria. Ela sorriu para ele, mexendo no cabelo como quem não queria nada, e o convidou a se sentar ao lado dela.

Conforme a noite avançava, a dinâmica se tornava clara. Daniela estava no seu elemento, dividindo a atenção provocante entre Cláudio e Rodolfo, rindo alto, tocando ora no braço de um, ora no ombro do outro, sempre com um olhar atrevido.

Enquanto isso, Carolina se dedicava quase inteiramente a Diego. Cada vez que falava com ele, sua mão roçava de leve no braço dele, o corpo inclinava-se para mais perto, como se o mundo ao redor fosse um ruído distante. Em certo momento, ao ajeitar os cabelos, ela puxou sutilmente o decote do vestido, chamando a atenção — e conseguiu, já que Diego desviou o olhar rápido, mas não sem antes engolir em seco.

Daniela, claro, percebeu tudo. Observava de rabo de olho e sorria satisfeita. “Cupido” era um apelido que lhe caía bem.

Diego, por mais que tivesse ouvido da irmã sobre o estilo de vida livre daquele grupo, não conseguia disfarçar: estava fascinado por Carolina. Havia algo nela que ia além da provocação; era como se o sorriso e os gestos dela falassem diretamente com ele.

Todos se divertiram e um grupo novo, composto de duas mulheres e um rapaz, ocupou a mesa vizinha. Daniela conhecia uma das garotas e não demorou para que o grupo aumentasse. As duas mesas se uniram com naturalidade. Risadas, copos de cerveja tilintando e olhares cruzados de curiosidade. Rodolfo e Cláudio logo se entrosaram com as garotas que estavam no grupo vizinho e, parecendo que todos eram liberais, ninguém parecia incomodado. Pelo contrário, a mistura só deixou o ambiente mais vivo.

Daniela, provocante como sempre, brincava com os amigos, mas seus olhos começaram a parar mais vezes sobre o rosto do recém-chegado: Matheus. Alto, sorriso fácil, conversa boa. Não demorou para os dois trocarem algumas palavras, e dali um diálogo se prolongou quase naturalmente, como se o bar inteiro tivesse sumido.

Carolina, atenta, se divertia observando a cena. Ela cutucou Diego de leve, inclinando-se para comentar baixinho:

— Olha só o olho da sua irmã … — Ela riu, maliciosa. — Tá brilhando mais intensamente. Acho que ela gostou desse tal de Matheus.

Diego acompanhou o olhar e viu Daniela rindo de algo que o rapaz acabara de dizer, jogando os cabelos para trás, completamente entregue à conversa.

— É … parece que sim — Murmurou ele, entre divertido e protetor.

A noite seguiu animada: Carolina e Diego cada vez mais próximos, trocando gestos sutis e olhares cúmplices; Rodolfo e Cláudio entretidos com suas novas companhias; e Daniela, de repente, com a atenção toda voltada para Matheus. Era claro para todos, que ali surgia algo que poderia render mais do que apenas uma noite.

Daniela, sempre animada, puxou o irmão e Carolina pelas mãos.

— Vem, Diego, quero ver se esse corpinho ainda tem ritmo! Anda, Carol.

Diego riu, meio sem jeito, mas não resistiu. No instante em que pisaram na pista de dança, surpreendeu a todos. Seus movimentos eram firmes, seguros, e o gingado natural fez até Cláudio e Rodolfo soltarem um assovio de aprovação.

— Mas olha só! — Carolina abriu os braços, rindo. — Quem diria, hein? Que seu irmão escondia esse talento todo!

Diego apenas deu de ombros, sem parar de acompanhar a batida.

— Cresci cercado por música, Carol. Dançar sempre foi natural em casa.

Daniela completou:

— Ele é até melhor do que eu.

Carolina, que observava com um sorriso encantado, não resistiu.

— A Dani comentou comigo que o pai de vocês é um músico amador de primeira.

— É verdade. — Diego assentiu, com orgulho. — Se você aceitar o convite, pode conferir com os próprios olhos. Vem na próxima reunião de família. Vai ter roda de violão, sempre tem.

O olhar de Carolina brilhou, surpresa e feliz com a naturalidade do convite. Antes que pudesse responder, a música mudou. O ritmo acelerado deu lugar a uma canção lenta, romântica, e Diego aproveitou a deixa. Aproximou-se, envolvendo Carolina pela cintura, com firmeza.

Carolina apoiou as mãos no ombro dele, permitindo-se ser conduzida. Os dois se olharam por um instante que pareceu se alongar no tempo, como se a pista inteira tivesse desaparecido, restando apenas o compasso suave e a respiração entrecortada.

Quando o rosto dele se inclinou, ela não desviou. O beijo aconteceu sem pressa, mas intenso, natural, como se fosse inevitável desde o momento em que se viram.

Daniela, dançando com Matheus, a poucos metros, ao notar a cena, sorriu satisfeita. Mais uma flecha certeira de seu cupido particular.

— Cerveja? Carolina perguntou, quando a música terminou.

Mas o tom de voz não era uma pergunta. Era um convite. Ou talvez uma ordem. Diego hesitou por um segundo, mas apenas um.

— Acho que sim. — Ele respondeu, e com um gesto rápido, pediu outra garrafa para ela.

Os minutos seguintes foram um turbilhão: palavras trocadas, olhares prolongados, risadas compartilhadas. E então, quase sem perceber, eles estavam no corredor que levava ao banheiro, a música abafada pelas paredes grossas. Carolina olhou para trás, sorrindo, e, ousada, puxou Diego pelo braço.

— Entra. — Ela disse, e ele não pensou duas vezes.

O banheiro era pequeno, iluminado por uma luz fraca que refletia no espelho embaçado. Ela fechou a porta atrás deles e girou a chave antes de encostar nele, seus corpos colidindo com uma força que tirou o fôlego de ambos. As mãos dela já estavam nas costas dele, puxando a camisa para fora do cinto, enquanto seus lábios se encontravam em um beijo que era fogo puro.

Diego respondeu com a mesma intensidade, suas mãos explorando o corpo dela como se estivessem com pressa de descobrir cada curva, cada detalhe. Ele sentiu o calor dela mesmo através da roupa, a pele macia debaixo dos dedos, e o cheiro de seu perfume, doce e picante ao mesmo tempo.

Carolina afastou-se apenas o suficiente para levantar o vestido. O sutiã preto que ela usava destacava os seios firmes, e Diego não resistiu. Ele levou as mãos para eles, apertando suavemente, sentindo os mamilos duros contra as palmas. Ela arqueou as costas, um gemido escapando dos lábios enquanto ele se inclinava para chupá-los através do tecido.

— Assim … que gostoso … — Ela sussurrou, os dedos dele entrelaçados nos cabelos dela, puxando-os suavemente enquanto ele continuava a explorá-la.

Mas ela não estava disposta a esperar muito mais. Com movimentos rápidos e precisos, Carolina desabotoou o jeans dele e puxou a calça para baixo junto com a cueca. A ereção estava evidente, dura e pulsante. Agachando-se ligeiramente, ela envolveu o pau dele com a boca, a língua correndo pela circunferência antes de sugar com uma pressão que fez ele gemer alto.

— Caralho! — Ele murmurou, os joelhos quase cedendo sob a sensação.

As mãos dela estavam em suas coxas, segurando firme enquanto ela aumentava o ritmo, sugando e lambendo com uma habilidade que o deixou sem palavras. Mas ele sabia que não iria durar muito assim.

Com um movimento brusco, ele a levantou, colocando-a em cima da pia enquanto seus lábios se encontravam novamente em um beijo voraz. Ele apenas afastou a calcinha, revelando a virilha molhada e pronta para ele. Não houve preliminares. Não havia necessidade. E quase não houve tempo para colocar a proteção.

Ele entrou nela com um único impulso, sentindo o calor apertado envolvendo-o completamente. Carolina gritou de prazer, as unhas cravando-se nas costas dele enquanto ele começava a se mover, cada estocada mais forte que a anterior.

— Mais … — Ela implorou, os quadris dela se movendo em sincronia com os dele.

Ele obedeceu, o ritmo aumentando até que o som dos corpos se batendo ecoava no pequeno espaço.

Os gemidos dela eram um cântico que o guiava, até que finalmente veio o clímax, tremendo e intenso. Ele a segurou firme enquanto o orgasmo tomava conta dela, sentindo o corpo convulsionar, em ondas de prazer que pareciam infinitas.

— Outra cerveja? — Ela perguntou.

Diego hesitou por um momento, ainda sentindo o eco do orgasmo pulsando no corpo dela. A pergunta de Carolina ecoou em sua mente como um convite irresistível. Ele olhou para ela, seus olhos escuros encontrando os dela, e viu a mesma fome que ele sentia.

— Não. — Ele respondeu, a voz rouca e cheia de desejo. — Eu ainda não terminei com você.

Carolina riu baixinho, um som que reverberou no espaço apertado do banheiro.

— Então me pega por trás. — Ela sussurrou, virando-se de costas para ele e apoiando as mãos na parede fria.

Ele respirou fundo, sentindo o sangue correr mais forte para o membro ainda duro. Não havia tempo para pensar, apenas para agir. Ele se aproximou dela, suas mãos largas agarrando os quadris dela com firmeza. A pele dela era quente, macia, e ele não conseguiu resistir à tentação de deslizar os dedos pelas curvas dela, explorando cada centímetro antes de alinhar-se com ela.

— Está pronta? — Ele perguntou, a voz carregada de uma urgência que era impossível disfarçar.

— Pra você, sempre. — Ela respondeu, arqueando as costas e empurrando o quadril para trás, convidando-o a entrar.

Com um movimento fluido, ele a penetrou novamente, um gemido escapando de ambos os lábios ao mesmo tempo. O aperto dela era incrível, envolvendo-o como uma luva quente e úmida que parecia feita sob medida. Ele parou por um momento, apenas sentindo o prazer que ela proporcionava, antes de começar a se mover.

Seus quadris bateram contra os dela com uma força implacável, cada empurrão levando-os mais fundo no abismo do prazer. As mãos dela se agarravam à parede, os dedos se contorcendo enquanto ele a fodia sem piedade. O som dos corpos batendo um no outro enchia o pequeno espaço, misturado com os gemidos altos e incontroláveis dela.

— Assim mesmo … Ahhhh …. — Ela gritou, a voz abafada pelo esforço. — Mais forte … mais rápido … Ahhhh …

Ele obedeceu, aumentando o ritmo até que a parede tremesse com a força dos seus movimentos. Ela sentiu as pernas tremendo, mas não parou, continuando a empurrar o quadril para trás para encontrar cada uma das estocadas dele. A tensão estava crescendo dentro dele, uma sensação de calor que começava nas pontas dos dedos e se espalhava por todo o corpo.

— Carolina … — Ele gemeu. — Eu não vou aguentar …

— Não segura … deixa vir … Ahhhh ... eu também … de novo …. — Ela ordenou, virando a cabeça para olhar para ele, os olhos brilhando com uma mistura de desejo e desafio.

Essas palavras foram o estopim que eles precisavam. Com um rugido abafado, ele chegou ao clímax, o corpo tremendo enquanto o prazer explodia dentro dela. Ele a segurou firmemente, enterrando-se nela até o último segundo, sentindo as contrações da xoxota ao redor do seu membro enquanto ela também atingia o orgasmo.

Eles ficaram assim por um momento, os corpos colados um ao outro, a respiração pesada e irregular. Diego encostou a testa nas costas dela, sentindo o suor escorrer pelos seus corpos.

— Ainda quer aquela cerveja? — Ela perguntou, a voz rouca e cheia de humor.

Ele riu, uma risada baixa e gutural.

— Acho que vou precisar de algo mais forte depois disso.

Carolina riu também, virando-se para encará-lo. Seus olhos estavam brilhantes, o rosto corado de prazer.

— Podemos continuar bebendo … mais tarde.

Ele olhou para ela, sentindo o desejo crescer novamente dentro dele.

— Mais tarde?

Ela sorriu, os lábios curvados em um arco malicioso.

— Ou agora mesmo.

{…}

Daniela nunca esqueceria aquele dia. Estava tudo muito simples, mas carregado de afeto. Amigos próximos, a família reunida, risadas ecoando pela sala. Quando o bolo já tinha sido cortado, Celo pediu silêncio. A filha percebeu que a respiração dele estava acelerada, e só então notou que ele levava uma pequena caixinha no bolso.

Diego olhou para a irmã, e ambos entenderam ao mesmo tempo.

— Não … — Daniela sussurrou, com as mãos na boca, como se fosse ela a ser pedida em casamento.

Quando Celo se ajoelhou diante de Mari, os olhos marejados de emoção, os gêmeos sentiram o coração disparar.

— Mari, meu amor … — A voz dele saiu firme, mas carregada de emoção. — A vida nos levou por caminhos que eu nunca poderia imaginar. A gente errou, acertou, caiu e se levantou, mas em todos esses momentos, uma coisa nunca mudou: você é a mulher que eu escolhi e continuo escolhendo todos os dias. Hoje, diante da nossa família e dos nossos amigos, eu quero renovar essa escolha. Casa comigo … de novo?

Daniela apertou o braço do irmão, emocionada. Diego, que raramente se deixava levar pela sensibilidade, enxugou discretamente uma lágrima que insistia em cair.

Daniela correu e a abraçou por trás, segurando-a como se pudesse conter aquela mistura de emoções.

— É claro que eu aceito! — Disse Mari, finalmente, quase sem voz, chorando descontroladamente.

Alguns meses depois, a cena se repetia, mas agora em um cenário ainda mais especial: a pequena capela iluminada pelo sol da tarde. Daniela se emocionou ao ver a mãe entrando, deslumbrante, no vestido de noiva feito sob medida, e o pai elegante, mas visivelmente nervoso, ajustando a gravata a cada dois minutos.

— Olha só eles … — Diego murmurou, com um sorriso discreto. — Parece até o começo de um filme.

Daniela assentiu, sentindo um nó na garganta. Era como se todos os anos de altos e baixos, as dores e cicatrizes, se dissolvessem diante da imagem dos dois, prontos para dizer “sim” novamente.

Celo leu seus votos com a voz embargada, prometendo ser melhor, prometendo nunca mais fugir, prometendo amar sem reservas. Daniela pensou que nunca tinha visto o pai tão vulnerável e tão forte ao mesmo tempo.

Mas foi Mari quem transformou aquele momento em algo inesquecível. Ao invés de ler as palavras que preparara, ela pegou um pequeno envelope. Olhou nos olhos de Celo e revelou:

— Meu amor … eu também renovo os meus votos, e prometo seguir ao seu lado por todos os dias da minha vida. Prometo que continuaremos sendo parceiros, cúmplices e melhores amigos. E prometo que, a partir de hoje, vamos começar uma nova aventura.

Ela abriu o envelope, revelando a imagem de um ultrassom, entregou a ele, e sorrindo entre lágrimas, completou:

— Estamos grávidos. De novo. Gêmeos.

Por um segundo, o silêncio tomou conta da capela. E então, como se fosse ensaiado, o lugar inteiro explodiu em gritos, aplausos e lágrimas.

Daniela riu e chorou ao mesmo tempo, abraçando Diego, que gargalhava incrédulo.

— Mais dois, Dani … nossa família nunca vai parar de crescer.

Ela apenas apoiou a cabeça no ombro dele e respondeu, com a voz embargada:

— E ainda bem. Eles se merecem, Diego. Sempre se mereceram.

Felizes, Diego e Daniela foram até o altar para abraçar os pais.

Os sinos da capela tocaram ao fundo, como se selassem aquele capítulo. Para Daniela e Diego, ficou claro: a história da família podia ter sido marcada por erros, quedas e afastamentos, mas, no fim, era feita de reencontros. De amor puro, genuíno, que resistiu a todos os testes que a vida impôs.

Fim!!?

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Foto de perfil de Ménage LiterárioMénage LiterárioContos: 79Seguidores: 347Seguindo: 37Mensagem Três autoras apaixonadas por literatura erótica. Duas liberais, e uma mente aberta, que adora ver o parquinho pegando fogo.

Comentários

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Muito bem pensado.

Já sinto falta das aventuras e desventuras dos personagens.

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Só para não deixar outros personagens esquecidos !!!

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