...CONTINUANDO:
O dia na praia havia sido intenso. Vanessa e Marcão circularam juntos como um casal comum — riram, conversaram, almoçaram à beira-mar e se refrescaram nas águas quentes do litoral carioca. Aos olhos de qualquer um, eram marido e mulher curtindo o verão como tantos outros.
Lucas e Pedro, por sua vez, preferiram se afastar do casal. Ficaram longe do hotel, numa parte mais tranquila da orla. Lucas tentou acalmar Pedro, que ainda estava visivelmente desconfortável com toda a situação. Mas o mar tem seus encantos, e o calor do sol logo ajudou a dissolver parte daquela tensão. Pedro se soltou aos poucos, e os dois aproveitaram a tarde como dois jovens deveriam fazer — mergulhando, rindo e deixando a água salgada lavar os conflitos da noite anterior.
Quando o sol começou a descer no horizonte, tingindo o céu de tons dourados e laranjas, os dois retornaram à suíte do hotel. Pedro foi o primeiro a notar as malas ali. Por um instante, considerou ir embora. O impulso veio forte, mas ele o conteve. Criar mais um atrito agora só pioraria tudo.
Lucas foi direto para o banho. Pedro o seguiu pouco depois, lavando o sal e a areia do corpo, tentando também lavar as incertezas que ainda o incomodavam. A fome apertava — haviam comido só um lanche leve num quiosque, e o estômago agora começava a reclamar.
Lucas pegou o celular e mandou uma mensagem para Vanessa, dizendo que estavam pensando em sair para comer algo. A resposta veio rápido: ela estava subindo e achou ótima ideia, poderiam sair juntos.
Pouco depois, a porta se abriu.
Vanessa entrou primeiro, usando um biquíni tão minúsculo que parecia mais decorativo do que funcional. Cobria o essencial — e olhe lá. Sua pele dourada brilhava com os últimos reflexos do sol, e as marquinhas deixadas pela pequena peça só acentuavam a beleza crua e natural do seu corpo. Os garotos mal conseguiram disfarçar o impacto. Os olhos se fixaram naquela visão como se o tempo tivesse desacelerado.
Mas logo atrás dela, veio Marcão.
Lucas sentiu um calor inesperado subir pelo corpo, não vindo do sol, mas da tensão. Engoliu seco. Pedro ficou imóvel.
Marcão entrou em silêncio, ignorando completamente os dois garotos. Olhou ao redor da suíte, como se comparasse aquele espaço com o quarto modesto onde estava hospedado. E sim, era visível — a suíte de Vanessa era mais ampla, mais refinada, com uma vista de tirar o fôlego. A brisa quente da tarde atravessava o ambiente, trazendo consigo o cheiro salgado do mar.
Vanessa percebeu de imediato o pânico estampado nos rostos dos dois. E com o mesmo tom calmo e seguro de quem tem tudo sob controle, disse:
— Calma, meninos... Já falei que está tudo bem. Trouxe o Marcão aqui para conversar com vocês. Pessoalmente.
Lucas e Pedro se entreolharam, visivelmente desconcertados. Instintivamente abaixaram a cabeça, como se fitar aquela mulher à frente do marido fosse algum tipo de sacrilégio.
Mas Vanessa não ligava. Na verdade, aquilo a excitava.
Ela se aproximou de Lucas, deu-lhe um selinho atrevido e, sem cerimônia, passou a mão por cima do short dele, sentindo a forma da rola sob o tecido. Repetiu o gesto com Pedro, com a mesma naturalidade. Era como se dissesse sem palavras: “Vocês ainda são meus.”
— Vou tomar um banho... Mas hoje à noite quero vocês bem duros, prontos pra me satisfazer de verdade. — disse, com um sorriso malicioso, ignorando a presença do marido, antes de caminhar até o banheiro e trancar a porta atrás de si.
O clima no quarto mudou.
Agora, eram apenas Marcão e os garotos. O homem se aproximou com seu porte imponente e musculoso e colocou suas mãos enormes no ombro dos dois garotos. Não era um gesto violento, mas também não havia delicadeza. Era firme. Seco. Inquestionável.
Mesmo que quisessem se esquivar, não teriam forças para resistir. Era como se ele pudesse arrastá-los até o inferno com uma só mão.
Pedro tremeu. Marcão percebeu. E aquilo o agradou.
"É bom que trema mesmo, seu filho da puta..." pensou. Ele não queria machucar ninguém, mas não fazia questão de parecer inofensivo. Gostava da presença que impunha. Gostava do medo.
Enquanto isso, no banheiro, Vanessa deixou cair as tiras do biquíni e ligou o chuveiro. A água quente escorria por seu corpo bronzeado. Ela estava confiante no seu plano. Agora era a vez de Marcão demonstrar sua parte — trazer credibilidade ao jogo. Colocar as cartas na mesa.
Na sala da suíte, o ar ainda carregava o frescor da brisa marinha misturado com a tensão silenciosa entre os três homens. Marcão, com sua presença imponente, fez questão de quebrar o silêncio:
— Fiquem tranquilos... Eu não vou fazer nada com vocês.
Sua voz era firme, mas serena. Ainda assim, cada palavra parecia pesar o dobro vinda daquele corpanzil. Ele caminhou até o bar do quarto e pegou uma garrafa de whisky. Alcançou três copos, adicionou gelo em cada um e serviu doses generosas. Raramente bebia — álcool, para ele, era sabotagem muscular — mas naquela noite, uma dose era necessária. Não pela bebida em si, mas pelo simbolismo: um pacto entre homens.
Pedro segurou o copo com certo receio, como se aquilo fosse um teste. Lucas, mais acostumado à tensão velada que envolvia aquele casal, virou o primeiro gole. Sentiu a ardência do álcool descendo pela garganta, como se cada gota o preparasse para o que viria a seguir.
Marcão umedeceu os lábios com a bebida antes de começar a falar. A voz era grave, pausada.
— Eu já fiz muita merda com a Vanessa... — confessou, sem rodeios. — E o que ela está fazendo agora... é justo. Um troco, sim, mas também algo que ela quer. E eu... aceito.
Houve um breve silêncio. Marcão tomou mais um gole e continuou:
— Não vou mentir. Saber que minha mulher é desejada... me excita. É estranho, talvez, mas é real.
Ele não disse claramente que gostava de ser corno. Não precisava. O subtexto era mais do que evidente, e os garotos captaram o recado com clareza.
Sem pressa, Marcão esvaziou o copo e o preencheu novamente, assim como o de Lucas. Seus olhos então se voltaram para os dois com intensidade.
— Eu tenho duas exigências. Só duas. E espero que entendam bem... porque se não cumprirem, aí sim a coisa muda de figura. — Sua voz ficou mais seca, mais afiada. — A primeira: vocês vão fazer o melhor de vocês pra satisfazer a Vanessa. Nada de meia-bomba ou frescura. Se ela quer, vocês entregam. Tudo. A segunda: quando voltarmos pra capital, nunca, eu disse nunca, falem sobre isso com ninguém. Nem entre vocês. Se esse assunto vazar... a gente vai ter um problema real.
Pedro assentiu com um leve aceno de cabeça, sem encontrar coragem pra dizer qualquer palavra. Ainda assustado, mas ciente da gravidade do pacto.
Lucas, por sua vez, ergueu o copo num gesto quase cerimonial.
— Eu me comprometo a fazer o melhor de mim pra satisfazer a sua esposa. Do jeito que ela quiser.
Tomou a dose de whisky como quem sela um contrato. Marcão sorriu de canto, sentiu um pouco de ciúmes e ao mesmo tempo raiva, mas se controlou. Se aproximou e deu um tapa leve no ombro do rapaz, gesto de aprovação, mas com um toque de domínio.
O som do chuveiro cessou e logo a porta do banheiro se abriu.
Vanessa apareceu, deslumbrante em sua simplicidade. Os cabelos ainda molhados caíam pelas costas, o perfume adocicado do shampoo se espalhava pela sala. Envolta apenas por uma toalha branca que se colava ao corpo úmido, carregava nas mãos uma loção pós-bronzeamento.
— E então, já conversaram? — perguntou com a voz suave, mas os olhos fixos em Pedro, o mais inseguro.
— Sim — respondeu ele, ainda um pouco tímido, tomando finalmente seu primeiro gole de whisky.
— Que bom, meus amores... Que bom — disse Vanessa, sorrindo com doçura, mas com malícia evidente no olhar.
Deu alguns passos à frente, e sem hesitar, deixou a toalha deslizar pelo corpo até cair aos seus pés, revelando sua nudez dourada, provocante e com as marquinhas sexy que o pequeno biquíni haviam deixado. O gesto não foi acidental. Foi uma afirmação.
— Para mostrar que estamos todos falando sério... Marcão vai demonstrar sua boa fé.
A sala silenciou de novo, mas agora não por medo — e sim por desejo.
Vanessa estava nua. Três homens a observavam. E naquela suíte à beira-mar, ninguém mais estava no comando. Exceto o desejo.
...CONTINUA...