Meu anjo (1/5)

Um conto erótico de Gabriel
Categoria: Gay
Contém 1062 palavras
Data: 31/07/2025 14:51:57

Oi, Anjo.

Eu sempre achei estranho escrever um diário, mas confesso que ter você me ajudou bastante a colocar as idéias no lugar. Mas não vou te chamar de “diário”, você será meu “anjo”, assim como eu sou chamado por meu amigo.

Hoje eu preciso falar com você.

Eu sei que parece ridículo conversar com um caderno, mas você é o único que me ouve sem me julgar… e eu preciso contar isso pra alguém.

Todo mundo diz que eu sou um cara do bem, sabia? Que sou confiável, amigo pra todas as horas. O Victor sempre fala isso. Ele me apresenta pros outros e diz:

“Esse é o Gabriel, meu anjo da guarda.”

E eu rio, meio sem graça. Porque, olha, se ele soubesse o que passa na minha cabeça…

Lembra que eu te contei do Victor, meu melhor amigo da faculdade?

A gente se conheceu num dia péssimo, quando eu tava pronto pra largar tudo. Ele chegou do nada e disse:

— Tá com cara de quem vai desistir de tudo. Bora beber?

E pronto. Entrou na minha vida sem pedir licença e nunca mais saiu.

Viramos inseparáveis, Anjo. Dividimos miojo salgado, ressacas, karaokês e até uns beijos bêbados em festa — coisa de amigo demais, sabe? A gente sempre disse que era só amizade. E é mesmo.

Pois é. Aí ontem ele me manda mensagem:

"Te apresento o meu boy hoje."

E eu curioso, né?! Claro que fui. Pizzaria de sempre, nossa mesma mesa.

Mas, Anjo… quando ele chegou, tudo mudou.

— Esse aqui é o Vinni — disse Victor, segurando a mão do cara, com os olhos brilhando. — Meu namorado.

Vinni.

Só o nome já me deu um arrepio. Mas o que me pegou foi o rosto dele.

Moreno, traços fortes, olhos escuros que olham fundo. Ele parecia tão calmo, tão seguro… e o sorriso, meu Deus. Calmo, quase preguiçoso. Mas foi o olhar que me atravessou. Ele me olhou por um segundo a mais que o normal. E eu senti uma coisa estranha no estômago. Pensei que era fome. Não era.

Apertei a mão dele:

— Gabriel.

Ele sorriu daquele jeito que dá vontade de guardar pra si:

— Vinni. Eu já ouvi falar muito de você.

— Espero que não tudo.

E o Victor já cortou com uma gargalhada:

— Ele sabe até das vezes que tu mijou na varanda depois da tequila.

Ai, Anjo… eu quis enfiar a cara na pizza.

— Foi uma vez só! E eu tava bêbado demais!

— Justamente. Foi bonito. — Victor piscou.

A gente riu. A conversa rolou fácil. Pedimos a pizza de calabresa com borda recheada. Victor contando as nossas histórias, exagerando tudo como sempre. E o Vinni… rindo. Mas não era só o riso. Era o jeito que ele me olhava. Como se… como se eu fosse interessante de verdade.

Às vezes ele lambia os lábios devagar demais. Passava os dedos na borda do copo, distraído. Eu juro, Anjo, eu imaginei aqueles dedos em mim. Aquela língua também. A boca suja de molho, depois suja de mim. E eu ali, rindo das piadas, mas com o pau querendo acordar dentro da cueca.

Quando o Victor levantou pra ir ao banheiro, a pizzaria inteira pareceu sumir. Ficamos só eu e ele.

— Vocês dois têm uma conexão bonita — disse ele, limpando os dedos no guardanapo.

— A gente viveu muita coisa juntos...

— Ele fala muito de você. Às vezes até demais. — Ele deu aquele sorriso de canto que eu não vou esquecer.

— Isso é bom ou ruim? Não vai ficar com ciúmes, por favor.

— Ainda tô decidindo.

Aquele silêncio… pesado. Cheio de coisa que a gente não podia dizer. Eu senti meu pau enrijecer na hora que ele falou:

— Você tem um jeito curioso.

Quase gelei, Anjo. Se o Victor demorasse mais um minuto, eu não sei o que teria acontecido. Mas ele voltou sorrindo, jogando balinhas de hortelã nos copos:

— Isso muda vidas. Experimenta.

A gente riu. Eu ri, aliviado com sua chegada.

A noite terminou com abraços rápidos. Mas o do Vinni… ah, Anjo… ele demorou só um segundo a mais. A mão dele nas minhas costas ficou ali, quente, firme. Fui pra casa com a cabeça latejando e o corpo pegando fogo.

Tentei me distrair. Liguei a TV. Tomei banho frio. Mas a imagem dele não saía da minha cabeça. O jeito como ele lambia o polegar depois de segurar a pizza. O jeito como ele me olhava quando o Victor falava. Aquela tensão muda.

Eu tentei resistir, Anjo… mas a mão foi sozinha pro meu pau. Já tava duro só de pensar nele.

Fechei os olhos. E aí tudo veio:

A boca dele no meu pescoço.

O peso do corpo dele sobre o meu.

A barba raspando na minha barriga.

Ele me chamando de safado enquanto me chupava.

Eu tava deitado de lado, só de cueca, e não consegui tirar o Vinni da cabeça. Senti o lençol frio na pele quente, e a cada movimento eu gemia baixinho, mordendo o lábio pra não fazer barulho.

Você acredita que eu tremia, Anjo?

As coxas esticadas, os pés arqueando… parecia que meu corpo inteiro queria ele ali comigo.

O calor subiu rápido, uma onda que começou no ventre e tomou tudo.

E aí veio… rápido, quente, forte.

O gozo espirrou no meu peito, na barriga, cada jato me fazendo tremer inteiro.

Fiquei deitado, respirando pesado, sentindo o cheiro da minha porra. Por uns segundos, eu só fiquei olhando pro teto, suado, com a mão melada.

O corpo relaxou. Mas só por alguns segundos.

Porque aí… veio a culpa.

Abri os olhos. A TV ainda ligada, mas eu só ouvia meu coração.

O cheiro do meu próprio gozo parecia me acusar.

Eu gozei pensando no Vinni.

No namorado do meu melhor amigo.

Corri pro banheiro. Lavei o corpo, lavei o rosto com água gelada, tentando apagar a vergonha. Mas não saiu.

Olhei no espelho e vi o que eu não queria admitir:

Desejo proibido.

E eu… tava perdido.

Victor confiava em mim. Me chamava de anjo.

E eu tava aqui, pensando no namorado dele como se fosse meu.

Voltei pra cama limpo por fora, mas não por dentro.

Deitei enrolado no lençol, e a culpa deitou do meu lado, me abraçando, com a certeza que eu tinha que ficar longe de Vinni.

E foi isso, Anjo.

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