GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ [51] ~ CARLOS... PARTE 2

Um conto erótico de Lucas
Categoria: Gay
Contém 4123 palavras
Data: 02/07/2025 14:16:47

Pela manhã tive uma surpresa ao ser acordado pelo Carlos. Abri os olhos lentamente, ainda meio sonolento, e a primeira coisa que vi foi aquele rosto lindo me observando. Ele me olhou com aquele olhar carinhoso que me derretia por dentro, abriu um sorriso que iluminou todo o quarto e estava com uma bandeja de café da manhã nas mãos.

— Bom dia, meu amor — disse ele, com aquela voz rouca de quem acabou de acordar, mas com um tom doce que fez meu coração acelerar.

— Carlos... você preparou tudo isso? — perguntei, me sentando na cama e passando as mãos pelos cabelos bagunçados.

— Claro que sim. Você merece começar o dia sendo mimado — respondeu ele, colocando cuidadosamente a bandeja sobre a cama.

Eu olhei para a bandeja e fiquei impressionado. Havia pães franceses quentinhos, ainda fumegando, manteiga, geleia de morango artesanal, ovos mexidos perfeitamente dourados, fatias de queijo e presunto fresquinhos, suco de laranja espremido na hora, e uma xícara de café que exalava um aroma divino. Tudo estava disposto de forma delicada, com uma pequena flor silvestre que ele deve ter colhido no jardim decorando o lado da bandeja.

— Carlos, isso está perfeito — falei, emocionado com tanto carinho. — Você acordou que horas pra preparar tudo isso?

— Não importa — disse ele, se sentando ao meu lado na cama. — O que importa é ver seu sorriso agora.

Ele pegou um pedaço de pão, passou manteiga e geleia, e chegou perto da minha boca:

— Abre a boca — disse ele, brincalhão.

— Você vai me dar na boca? — ri, mas abri a boca mesmo assim.

— Hoje você não vai fazer nada. Só vai ser mimado por mim.

O sabor do pão doce se misturou com o gosto do beijo que ele me deu logo em seguida. Era impossível não me apaixonar ainda mais por esse homem. Cada gesto dele, cada cuidado, cada olhar... tudo conspirava para que eu me perdesse completamente nele.

— Esse café está uma delícia — comentei, tomando um gole. — Onde você aprendeu a fazer ovos mexidos assim, igual de hotel?

— Minha mãe me ensinou. Ela sempre dizia que a comida feita com amor fica mais gostosa.

— Então esse deve ser o ovo mexido mais gostoso do mundo — falei, e vi as bochechas dele corarem um pouco.

Nós comemos juntos, ele sempre me oferecendo pedaços na boca, me dando beijinhos entre uma garfada e outra. O Thanos apareceu na porta do quarto, com aquela cara de "eu também quero carinho", e o Carlos riu:

— Opa, parece que alguém também quer café da manhã na cama.

— Thanos, vem cá, meu bebê — chamei, e o Thanos pulou na cama, todo animado.

Carlos pegou um pedacinho de presunto e ofereceu para o Thanos, que aceitou todo feliz, abanando o rabo e lambendo a mão do Carlos em agradecimento.

— Ele te ama quase tanto quanto eu — disse Carlos, fazendo carinho atrás da orelha do Thanos.

— Quase tanto? — provoquei.

— Bom, talvez um pouquinho menos — ele riu e me deu outro beijo.

Depois do café, Carlos recolheu a bandeja e disse:

— Agora você vai tomar um banho relaxante naquela banheira de hidromassagem, enquanto eu preparo o almoço.

— Carlos, você não precisa fazer tudo isso...

— Eu quero fazer. Eu quero cuidar de você, Lucas. Me deixa te amar do meu jeito.

E como eu poderia negar? Aquelas palavras me tocaram de uma forma que eu nem sabia explicar. Fui para o banheiro, liguei a hidromassagem e mergulhei na água morna. Era relaxante, mas ao mesmo tempo eu ficava pensando no Carlos lá embaixo, preparando almoço para mim. Como eu tinha tanta sorte?

Enquanto eu relaxava na banheira, podia ouvir os sons vindos da cozinha - o barulho das panelas, o som do liquidificador, e de vez em quando a voz do Carlos conversando com o Thanos. Até de longe, ele conseguia me fazer sorrir.

Saí do banho renovado e desci as escadas vestindo apenas uma cueca box branca. Carlos estava na cozinha, concentrado no fogão, de cueca box preta e o um avental, o cheiro que vinha de lá era incrível.

— Que cheiro bom é esse? — perguntei, me aproximando dele por trás e envolvendo sua cintura com meus braços.

— Estou fazendo aquele risotto de camarão que você disse que queria experimentar.

— Você lembrou...

— Eu lembro de tudo que você fala, Lucas — disse ele, se virando nos meus braços e me dando um beijo suave.

— Carlos, posso te ajudar?

— Não precisa. Só fica aí me fazendo companhia. Ou melhor, vai brincar com o Thanos no jardim. Ele tá querendo atenção.

Saí para o jardim e realmente o Thanos estava lá, com uma bolinha na boca, me esperando. Começamos a brincar de buscar a bola, e ele corria pelo gramado todo animado. Era uma manhã linda na serra, com o sol filtrado pelas árvores e uma brisa suave que tornava tudo ainda mais perfeito.

— Vai buscar, Thanos! — gritei, jogando a bola para longe.

Ele disparou atrás da bola, com aquela alegria contagiante dos golden retrievers. Quando trouxe de volta, todo ofegante e feliz, eu fiz carinho nele:

— Você tá gostando da serra, né, meu bebê? Tá todo mundo que você ama aqui.

Como se entendesse, ele abanou o rabo ainda mais forte e lambeu meu rosto.

Fiquei brincando com o Thanos por mais um tempo, até que Carlos apareceu na varanda:

— Almoço tá pronto, meu amor!

Entrei na casa e encontrei a mesa posta com o mesmo capricho do café da manhã. O risotto estava perfeito, cremoso na medida certa, com camarões suculentos. Carlos havia preparado também uma salada verde e aberto uma garrafa de vinho branco.

— Carlos, isso tá incrível — falei, experimentando o risotto. — Você tá me mimando demais.

— Você merece ser mimado todos os dias da sua vida — disse ele, tomando um gole do vinho.

— Por que você é tão perfeito? — perguntei, olhando nos olhos dele.

— Eu não sou perfeito, Lucas. Eu só te amo muito e quero te fazer feliz.

— Você me faz feliz. Mais feliz do que eu imaginava que fosse possível ser.

Durante o almoço, conversamos sobre tudo - sobre nossos sonhos, nossos planos para o futuro, sobre como estava sendo bom estarmos ali, só nós dois. Carlos contou histórias da infância dele naquela casa, de quando vinha passar férias com os avós, e eu podia ver o brilho nos olhos dele ao relembrar.

— Minha avó costumava fazer bolos na cozinha lá embaixo, e eu ficava pedindo pra lamber a tigela — contou ele, rindo.

— Imagino você pequeno, todo melado de massa de bolo.

— Minha mãe dizia que eu era impossível na cozinha. Sempre queria ajudar, mas acabava sujando mais do que ajudando.

— Algumas coisas nunca mudam — brinquei, lembrando de como ele tinha me impedido de ajudar na cozinha.

— Ei! — ele riu e jogou um pedacinho de pão em mim.

Depois do almoço, fomos para a sala e nos deitamos no sofá, eu com a cabeça no colo dele. Carlos passava os dedos pelos meus cabelos enquanto conversávamos baixinho. O Thanos se acomodou no tapete ao nosso lado, todo relaxado.

— Lucas — disse Carlos, com uma voz mais séria.

— Hmm? — murmurei, quase cochilando com o carinho nos cabelos.

— Eu quero que você saiba que esses momentos com você são os melhores da minha vida.

Abri os olhos e olhei para ele. Havia uma intensidade no olhar dele que me fez sentar.

— Carlos...

— Não, deixa eu falar — ele pegou minhas mãos. — Eu sei que a gente é novo, que tem muita coisa pela frente, mas eu nunca me senti assim com ninguém. Você me completa de um jeito que eu nem sabia que era possível.

Senti meus olhos se encherem de lágrimas. Como ele conseguia sempre falar exatamente o que eu precisava ouvir?

— Eu também me sinto assim — respondi, apertando as mãos dele. — Carlos, eu te amo tanto que às vezes chega a doer no peito.

Ele sorriu e se aproximou, me beijando com uma ternura que me desarma completamente. Era um beijo lento, profundo, cheio de promessas e sentimentos. Quando nos separamos, ficamos ali, testas coladas, só nos olhando.

— Vem cá — sussurrou ele, me puxando para mais perto.

E ali, no sofá da sala, com a luz suave da tarde entrando pelas janelas e o Thanos dormindo ao nosso lado, nós nos amamos com uma calma e uma intensidade que eu nunca havia experimentado. Não havia pressa, não havia urgência - apenas nós dois, descobrindo cada centímetro um do outro, sussurrando palavras de amor entre beijos e carícias.

Carlos me tocava como se eu fosse feito de porcelana, com uma reverência que me fazia sentir precioso. E ao mesmo tempo, havia uma paixão ali que queimava devagar, como as brasas da lareira na noite anterior.

Quando finalmente relaxamos nos braços um do outro, suados e saciados, eu sabia que aquele momento ficaria guardado na minha memória para sempre. Carlos desenhava círculos invisíveis nas minhas costas com os dedos, e eu podia sentir os batimentos do coração dele acalmando aos poucos.

— Eu podia ficar aqui para sempre — murmurei contra o peito dele.

— Eu também — respondeu ele, beijando o topo da minha cabeça.

O resto da tarde passou como um sonho. Nós caminhamos pelo jardim, com o Thanos correndo na nossa frente, explorando cada cantinho daquela propriedade linda. Carlos me mostrou a horta onde sua avó plantava temperos, a árvore onde ele costumava subir quando criança, o mirante de onde se podia ver toda a cidade lá embaixo.

— É lindo aqui — comentei, admirando a vista.

— Fica ainda mais lindo com você aqui — disse ele, me abraçando por trás.

Quando o sol começou a se pôr, Carlos sugeriu:

— Que tal a gente jantar fora hoje? Conheço um lugar especial aqui na serra.

— Onde?

— É uma surpresa. Vai gostar, prometo.

Nos arrumamos com capricho. Carlos vestiu uma camisa social azul clara que realçava os olhos dele, e eu coloquei uma camisa branca e uma calça social. Deixamos o Thanos com bastante água e comida, e ele parecia entender que íamos sair, se acomodando na sua caminha com um brinquedo.

— A gente volta logo, meu bebê — disse Carlos para o Thanos, fazendo carinho nele.

— Ele vai ficar bem? — perguntei, preocupado.

— Vai sim. Ele já conhece a casa, e não vai fazer bagunça.

Saímos de carro e Carlos dirigiu por umas estradas da serra que eu não conhecia. A paisagem era deslumbrante - montanhas cobertas de vegetação, pequenas cachoeiras que podíamos avistar da estrada, e aquele ar puro que só se respira na serra.

— Estamos chegando — disse Carlos, entrando numa estradinha de terra.

Quando chegamos ao destino, fiquei impressionado. Era um restaurante chamado Pedro da Sapo, literalmente construído sobre uma pedra gigante. A estrutura de madeira e vidro se integrava perfeitamente à rocha, e havia pequenas luzes espalhadas por todo o ambiente, criando uma atmosfera mágica e romântica.

— Carlos, esse lugar é incrível! — exclamei, saindo do carro.

— Eu sabia que você ia gostar. É um dos lugares mais especiais da serra.

Fomos recebidos por um garçom simpático que nos levou até uma mesa na varanda, de onde se tinha uma vista espetacular do vale iluminado pelas luzes da cidade. Velas flutuavam em pequenos recipientes de vidro sobre a mesa, e o som suave de uma música instrumental completava a atmosfera perfeita.

— Como você descobriu esse lugar? — perguntei, admirando o ambiente.

— Meu pai me trouxe aqui quando eu completei 16. Disse que era um lugar para ocasiões especiais.

— E essa é uma ocasião especial?

— Estar com você sempre é uma ocasião especial — respondeu ele, pegando minha mão sobre a mesa.

Pedimos o menu degustação do chef, com pratos da culinária local preparados com ingredientes frescos da região. Cada prato era uma obra de arte, e a conversa fluía naturalmente entre nós.

— Obrigado por esse dia perfeito — disse eu, tomando um gole do vinho.

— O dia ainda não acabou — respondeu Carlos, com aquele sorriso travesso.

— O que mais você preparou?

— Você vai descobrir quando chegar em casa.

O jantar se estendeu por horas. Conversamos sobre tudo, rimos, trocamos olhares apaixonados, e eu me pegava pensando em como era sortudo em ter encontrado alguém como o Carlos. Ele me fazia sentir especial, amado, completo.

Quando finalmente saímos do restaurante, já era tarde da noite. A volta para casa foi silenciosa, mas um silêncio gostoso, daqueles que não precisam ser preenchidos com palavras. Carlos dirigia com uma mão no volante e a outra entrelaçada com a minha.

— Hoje foi perfeito, Carlos — disse eu, quando estacionamos na garagem.

— Foi só o começo, meu amor. Temos a vida inteira pela frente.

E naquele momento, olhando para aquele homem incrível que havia entrado na minha vida e virado tudo de cabeça para baixo da melhor forma possível, eu soube que ele estava certo. Tínhamos a vida inteira pela frente, e eu queria passar cada segundo dela ao lado dele.

O amor que eu sentia pelo Carlos não era mais aquela paixão avassaladora e confusa que senti pelo Luke. Era algo mais maduro, mais profundo, mais verdadeiro. Era a certeza de ter encontrado minha pessoa, meu porto seguro, meu futuro.

E pela primeira vez na vida, eu não tinha medo do que estava por vir.

Assim que chegamos em casa, o Carlos me abraçou por trás, mordeu minha orelha é disse:

– Pela tarde a gente fez amor, agora quero fuder com você, meu sacaninha.

– Sou todo teu Carlos – Falei sussurrando e puxando ele para um beijo.

Começamos a nos beijar com aquela sede de desejo, com aquela vontade que tínhamos um pelo outro, nossas roupas foram sendo arrancadas uma a uma, até que ficamos somente de cueca, o Carlos me jogou no tapete da sala, e me beijou, eu já sentia seu pau duro, que já estava babando assim como o meu, o Carlos beijava minha boca, passava a lingua na minha orelha, chupava meu peitoral, lambia todo meu abdômen, e seguimos assim, um explorando o corpo do outro como se fosse a primeira vez, seus dedos passavam pelo corpo, pelo meu rosto, ele apertava meu pau olhando no fundo dos meus olhos, eu definitivamente estava entregue aquele homem, eu não pensava em nada, o mundo poderia esta se acabando que eu só tinha um pensamento, o Carlos. Ele arrancou nossas cuecas, segurou meu pau, e começou a me masturbar olhando no fundo dos meus olhos, eu relaxei os braços e fiquei só sentindo o seu toque, ele afastou minhas pernas, olhou bem pra mim e depois pro meu cú, e começou a meter, na posição frango assado, essa era uma das minhas posições favoritas, ali deitado no chão da sala, o Carlos pelado, e pronto para meter aquele pau em mim, a gente se olhou com fome e desejo e então ele começou a meter, foi entrando pouco a pouco e logo ele foi aumentando o ritmo, eu já não sentia mais dor, meu cú já estava com o formato do pau do Carlos, então entrava sem nenhum esforço, ou dor, ele aumentou as macetadas, e logo estávamos gemendo alto um para o outro, o Carlos me olhava, dava uns tapas na minha cara, me chamava de gostoso, que estava viciado em mim, que não se cansava de me foder, eu só gemia e respondia que ele era gostoso, que era pauzudo, pedia pra ele meter mais e mais, e assim ficamos transando, o Carlos me comeu de quatro, me comeu no sofá, na mesa, não tivemos limites, ele me fez gozar duas vezes, e ele gozou duas vezes uma dentro de mim, e outra na minha boca, onde engoli toda sua porra, ainda comi o Carlos quando fomos no deitar, normalmente eu era sempre o passivo, e eu gosto de ser o passivo, mas era gostoso meter no Carlos também, e eu sabia que ele gostava.

O sexo com o Carlos sempre era intenso, a gente ia de 8 a 80. Ou era muito romântico e calmo, ou era quente e avassalador, o que tornava tudo muito especial. Depois de toda a nossa maratona, finalmente a gente dormiu abraçado um com o outro. Aquele final de semana havia sido perfeito.

No domingo acordamos por igual, tomamos nosso café e aproveitamos os últimos momentos na serra.

– Quero voltar aqui mais vezes – falei enquanto tomava um suco na varanda, observando a paisagem que em breve deixaríamos para trás.

– Podemos vir sempre que você quiser – respondeu Carlos, se aproximando e passando os braços ao redor da minha cintura por trás.

– Foi muito bom esse final de semana com você, sem celular, sem o mundo externo. Tô te amando muito, Carlos. Obrigado por nunca ter desistido de mim.

– Também te amo muito. Eu nunca vou desistir de você. Quem acredita sempre alcança, já dizia aquela música – disse ele, beijando levemente meu pescoço.

– Sim, você me esperou. Mas eu acho que a gente está num momento em que devemos estar. Acho que a gente não teria dado tão certo se ainda fosse o tempo da escola.

— Devo concordar em partes – murmurou ele, pensativo, me virando para encará-lo.

– Mas não quero entrar em discussão. Só quero saber de te ter sempre. Você tá sendo o melhor namorado do mundo.

— Obrigado – disse o Carlos ficando vermelho, desviando o olhar timidamente.

— Uai, ficou com vergonha por quê? – perguntei, segurando seu rosto com as mãos para que me olhasse.

— Não estou acostumado com você me amando assim. É... é muito intenso.

— Pois pode se acostumar que agora as coisas mudaram. Quero você pra mim, quero só você. Ninguém mais nesse mundo importa.

— Obrigado por tudo – disse o Carlos se levantando e vindo até mim.

A gente se beijou, um beijo leve e calmo, carregado de promessas silenciosas. Depois ele me abraçou, um abraço apertado e demorado, que fez meu coração bater ainda mais rápido. Como pode o Carlos ser tão perfeito e tão especial? Por que eu nunca olhei para ele dessa maneira quando ele sempre esteve ali?

Ele sempre foi meu melhor amigo, foi meu parceiro em tantas coisas, e somente agora eu podia dizer que estava completamente apaixonado por ele. E sim, o Carlos iria me fazer feliz de alguma maneira. Só que eu sabia que depois de tanta calmaria, uma tempestade poderia surgir, afinal minha vida era uma novela, e essa tempestade iria chegar. Mas não vou me precipitar, cada coisa no seu devido tempo.

O resto da manhã foi tranquilo, ficamos conversando, rindo, relembrando os tempos da escola. Suas gargalhadas ecoavam pela casa vazia, misturando-se com as minhas, criando uma sinfonia de felicidade que eu queria guardar para sempre na memória.

Depois do almoço a gente voltou para Natal. Era uma viagem curta de 3h, durante o trajeto da volta, fomos ouvindo música, trocando beijos quando dava, e juras e mais juras de amor. As canções do rádio pareciam ter sido escolhidas especialmente para nós, cada letra fazendo sentido com o que estávamos vivendo.

Quando finalmente chegamos em casa, era final de tarde. O sol começava a se pôr, pintando o céu com tons alaranjados que se refletiam nos vidros das casas da nossa rua.

— Não queria que você fosse embora. Dorme aqui comigo hoje – falei, segurando sua mão antes que ele saísse do carro.

— E seu pai? – perguntou ele, hesitante, mas sem soltar minha mão.

— Não será a primeira vez que você dorme comigo, mas acredito que não teremos problemas. Meu pai precisa aceitar que eu sou gay. E que estou com você.

— Vou subir e a gente vê como está o clima na sua casa. Vou avisar aos meus pais que cheguei, e que vou pra casa mais tarde. Dependendo eu digo que vou dormir aqui.

Carlos subiu as escadas do meu prédio com aquela confiança que sempre o caracterizou, mas eu podia perceber um leve nervosismo em seus passos. Quando chegamos à porta, respirei fundo antes de abrir.

Meu pai Jorge e meu irmão Pedro estavam na sala assistindo futebol, como de costume nos domingos à tarde. O som do jogo preenchia o ambiente, misturado com os comentários animados dos dois.

— Oi, tio Jorge! Oi, Pedro! – cumprimentou Carlos com aquele sorriso cativante que sempre funcionava com a minha família.

— Carlos! Como foi a viagem? – perguntou meu pai, tirando os olhos da TV e sorrindo. Sempre gostou do Carlos.

— Foi ótima! A serra estava linda, a gente aproveitou bastante. .

— Que bom, menino. Vocês precisavam mesmo desse descanso – disse Pedro, fazendo um gesto para que Carlos se sentasse. – Vem cá, o jogo tá bom.

Carlos se acomodou no sofá ao lado do meu irmão, e eu fiquei observando a cena. Havia algo tão natural naquilo, como se ele realmente fizesse parte da família. Meu pai ofereceu uma cerveja, Pedro começou a explicar o que tinha acontecido no jogo até então, e Carlos ouvia tudo com interesse genuíno.

– Tio Jorge, se não for incômodo, eu queria dormir aqui hoje. Meus pais viajaram e a casa tá muito vazia – mentiu Carlos naturalmente.

– Claro, menino! Você sabe que sempre foi bem-vindo aqui. Considera essa casa sua também.

Ficaram ali conversando por mais uns vinte minutos, comentando sobre futebol, trabalho, e outras amenidades. Carlos tinha uma facilidade impressionante para conversar com qualquer pessoa, e minha família não era exceção. Ele os fazia rir, participava das discussões, e eu me sentia cada vez mais apaixonado vendo aquela naturalidade.

– Bom, eu vou pro meu quarto pra tomar um banho – anunciei finalmente. – Carlos, vem comigo, quero te mostrar umas fotos que tiramos.

– Vai lá, menino – disse meu pai. – Depois a gente janta todos juntos.

Fomos para o meu quarto em silêncio, mas assim que fechei a porta, Carlos me puxou contra ele, me beijando com uma intensidade que me deixou sem fôlego.

— Seu pai é incrível – murmurou contra meus lábios. – E seu irmão também. Eles me tratam como família.

— É porque você é família – respondi, afastando uma mecha de cabelo do seu rosto. – Sempre foi.

Passamos o resto da tarde no meu quarto, conversando baixinho, nos beijando. Carlos deitou na minha cama como se fosse a coisa mais natural do mundo, e eu me aninhei ao seu lado, sentindo o calor do seu corpo contra o meu.

— Preciso te contar uma coisa – sussurrou ele no meu ouvido, me fazendo arrepiar.

— O que?

— Eu te amo meu sacaninha

– Também te amo cabeção. – Falei dando um beijo no Carlos,

A noite chegou suavemente, e depois do jantar em família – onde Carlos conquistou ainda mais meu pai e meu irmão com suas histórias e piadas – voltamos para o meu quarto. Dessa vez, havia uma tensão diferente no ar, uma expectativa silenciosa.

Nos deitamos na minha cama, e Carlos me puxou para perto, me abraçando por trás. Ficamos assim, em silêncio, apenas curtindo a presença um do outro. Vez ou outra trocávamos carícias suaves, beijos no pescoço, sussurros carinhosos no ouvido. Precisávamos ficar quietos por causa da minha família, mas isso só tornava tudo mais intenso, mais íntimo.

– Te amo – murmurou ele contra minha nuca, e eu senti meu coração acelerar.

— Também te amo – respondi, entrelaçando nossos dedos.

Adormecemos assim, abraçados, com as respirações sincronizadas e os corações batendo no mesmo ritmo. Foi a melhor noite de sono que tive em muito tempo.

Acordei com o barulho familiar das patas do Thanos arranhando a porta do quarto. Era ainda muito cedo, o sol mal começava a nascer, pintando o quarto com uma luz dourada e suave.

– Acho que alguém quer passear – sussurrou Carlos no meu ouvido, me fazendo sorrir ainda sonolento.

— Ele sempre acorda cedo – murmurei, me virando para encará-lo. Seus cabelos estavam bagunçados do sono, e ele parecia ainda mais bonito assim, natural e relaxado.

— Eu levo ele pra passear. Você fica dormindo – disse ele, beijando minha testa carinhosamente.

— Tem certeza?

— Tenho. Quero que você descanse.

Carlos se levantou silenciosamente, se vestiu, e pegou a coleira do Thanos que estava em cima da cômoda. O cachorro ficou eufórico, balançando o rabo e praticamente dançando de alegria.

— Calma, Thanos. Vamos passear, mas devagar – disse Carlos, rindo baixinho da empolgação do animal.

Antes de sair, ele voltou até a cama e se inclinou sobre mim, me dando um beijo longo e doce que me fez derreter completamente.

— Te amo – disse ele, acariciando meu rosto.

— Também te amo – respondi, puxando-o para mais um beijo. – Obrigado pelo final de semana incrível. Foi perfeito.

— Foi só o começo – prometeu ele, com aquele sorriso que sempre me desarma. – Quando eu voltar, a gente toma café juntos.

— Tá bom. Cuidado na rua.

Ele saiu com o Thanos, e eu fiquei ali deitado, sorrindo sozinho e repassando cada momento daquele final de semana. Pela primeira vez em muito tempo, eu me sentia completo. Carlos tinha razão – aquilo era só o começo. E eu mal podia esperar para ver o que o futuro nos reservava.

Me aninhei no travesseiro que ainda guardava seu cheiro e fechei os olhos, deixando que o sono me levasse de volta, embalado pela certeza de que finalmente tinha encontrado meu lugar no mundo: nos braços do Carlos.

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Comentários

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Toda essa "lua de mel" é muito boa, mas não combina com Lucas, muito menos com Lukas.

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Fui lendo e pensando igual: que horas esse caldo vai entornar? Rarsrsrsrsrs

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Amigo eu acho que eles estão mudando! Estão em um novo tempo e um pouco mais maduro! E isso será mostrado nos próximos capítulos! Porém temos uma tempestade a caminho rsssss só oq tenho a dizer! Mas os sentimentos do Lucas eh real pelo carlos por agora, nesse momento! No futuro ainda não sei como será pq o carlos vai “magoar” o Lucas e ele vai “voltar” pro Luke! Daí sim vamos explorar Lucas e Luke de vdd

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