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No outro dia, sábado, acordo bem cedo. Estou curiosa com a reação da mamãe.
Para minha surpresa, eles agem normalmente, embora mamãe pareça um pouco mal-humorada, talvez por ressaca. Pedro arregou de ficar descamisado kk.
Me sento com ele à mesa enquanto mamãe está de costas na cozinha conjugada. Faço uma expressão interrogativa para ele, e ele dá de ombros. Será que ela bebeu tanto ontem que esqueceu?
Para fazer inveja ao Pedro, a abraço por trás. - Bom dia, mãe. Nem vi você chegando ontem. Foi bom o barzinho com a Amanda? – pergunto. Empino um pouco a bunda, sob meu short fininho de moletom.
- Bom dia filha, que milagre você aqui antes de meio-dia. Ontem foi ótimo, nos divertimos bastante. Só fala mais baixo que estou com dor de cabeça – ela me corta. Odeio quando reclamam que eu falo alto.
Meu irmão faz um ruído na garganta e tapa a boca com a mão, segurando o riso. Mostro o dedo do meio.
- E filha, aproveita esse milagre e desça o lixo para a garagem por favor?
Olho ultrajada para ela e depois para meu irmão, que sorri e faz um gesto de tapa sobre o punho fechado, indicando que eu me fodi. Pergunto porque eu, e ela diz que sempre é o meu irmão. Desço contrariada. Depois do que ele fez ontem, ela ainda o defende. Contudo, mais tarde, descobri que na verdade ela me fez sair para falar a sós com ele:
- Vou ser sintética, antes que sua irmã volte. O que ocorreu foi um erro e nunca mais se repetirá. Eu sei que na sua idade, principalmente nos homens, os hormônios estão quase transbordando pela pele. Então vou fingir que nada aconteceu. E me perdoe também pelo tapa.
- Mãe, você fala como se eu fosse o único que ficou excitado ontem... – Pedro arrisca.
- Pedro, não abuse da sorte...! E também acabou abracinho, beijinho, que agora eu sei suas reais intenções.
- Mãe, é evidente como você fica tensa quando eu te toco. E vai dizer que não ficou excitada ontem, quando pegou no meu pau...? – ele diz, ao mesmo tempo inclinando o corpo em direção a ela e ficando com o rosto bem próximo.
- Pedro! Que linguajar é esse com sua mãe?!
Antes que ela percebesse, porém, ele a pega desprevenida e força seus lábios contra os dela. Mamãe fica vermelha. Pedro consegue ouvir o tumtum do coração disparado dela.
Quando ele a solta, mamãe o olha com os lábios entreabertos, como se fosse falar, e toma fôlego, mas em vez de uma frase, de sua boca sai um suspiro. Pedro aproveita a abertura da boca e num arroubo de loucura a beija já enfiando a língua. Mamãe nao consegue mais esconder, sua respiração pesada refletindo o prazer indissimulável que sente, e acaba correspondendo ao beijo.
Contudo, esse surto de lascívia não dura muito. Eles se soltam às pressas quando eu chego. Encontro os dois nervosos e sem se encarar na cozinha. Mamãe parece que viu um fantasma. Só depois é que meu irmão me contou tudo.
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Mais tarde, quando checo meu celular, fico surpresa com novos prints da Amanda. Mamãe desabafa com ela sobre o que rolou ontem após chegar em casa e o beijo de hoje cedo. Diz à ela que fez uma loucura que vai se arrepender para o resto da vida. Amanda responde que não imaginou que ela seguiria seu conselho de deixar rolar tão rápido.
Mamãe explica que quis interromper a situação de ontem, mas no momento que o Pedro tirou o pênis para fora, foi como se tivesse perdido a força das pernas, não conseguia mais se levantar.
Amanda replica que ela não precisa se culpar tanto por um desejo natural. Ela é uma mulher de carne e osso, não uma máquina, e sente carência como todo mundo. Mamãe agradece as palavras de conforto e diz que as conversas com ela a aliviam muito.
Comenta também que estranhamente não se sente tão culpada quanto imaginou que sentiria, talvez por tudo que Amanda falou no bar.
Além disso, diz que no beijo nem teve tempo de pensar em recuar, pois quando percebeu estava absorta demais para sentir qualquer tipo de constrangimento. Só depois é que quis falar algo para ele, mas comigo aqui não teve tempo de dizer.
Por fim, Amanda pergunta se ela gostou do que aconteceu. Mamãe me choca ao dizer que se tocou na madrugada depois e teve um orgasmo como não tinha há séculos. E o beijo conseguiu ser melhor do que o que elas deram no bar. Após tanto tempo sem beijar, deu dois beijos de língua em menos de doze horas.
- E pegou em um pau! Kkkk – comenta Amanda. Mamãe manda o emoji da mulher decepcionada 🤦🏼♀️, se referindo a decepção consigo mesma.
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Estou estupefata. Nunca imaginei minha mãe falando sobre coisas como tesão e orgasmo. Estou até um pouco constrangida, admito. É minha mãe né... Parece que ela está realmente cedendo... Isso me faz perder um pouco da culpa que vinha sentindo com o lance das fotos.
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Mais tarde, escuto mamãe gritar o Pedro com raiva. Corro para ouvir.
Ela está com o celular dele em mãos. PQP. Meu coração erra uma batida. Sinto como se uma mão gelada percorresse minha espinha desde o cóccix até a nuca.
Alguns minutos depois, sem conseguir entender o que eles discutem baixinho, ouço a palavra que menos queria ouvir:
- CAMILA!
No susto, saio do quarto imediatamente e entrego que estava ouvindo atrás da porta.
Mamãe treme e tem uma expressão quase igual de quando flagrou eu e o Pedro na cama dele. Diz frases soltas, andando pela sala e lendo o celular dele.
- Camila, você…! Vocês dois já sabiam desde o início que Amanda me mandou nudes do Pedro…! Vocês tinham um grupo com ela para rir da minha cara...?
Meu Deus.
Ela nos olha com uma expressão de raiva que parece que vai nos bater a qualquer momento. Mas, enquanto fala, seu semblante vai mudando, até se tornar um misto de tristeza, vergonha e decepção.
De repente, a vejo chorando pela primeira vez. Isso parte meu coração de uma forma que não posso descrever. De uma só vez, sinto como se uma represa que continha minha culpa fosse destroçada, me inundando com esse sentimento doloroso. É como se o véu que não me deixava ver o quão podre fosse tudo isso repentinamente desaparecesse.
- O que vocês dois estão fazendo parados aí?! Sumam da minha frente! – ela grita imperiosa, em meio às lágrimas.
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Sinto um vazio inexplicável. Só quero ficar deitada no escuro, meu único alento nesses momentos.
Deixa eu explicar o que aconteceu minutos antes. O JUMENTO do meu irmão, que estava na sala jogando no celular, foi ao banheiro e deixou o celular desbloqueado no braço do sofá, carregando. Minha mãe passou pela sala e não pensou duas vezes em fuçar no celular dele. Não é a primeira vez que ela invade nossa privacidade, como já devem ter percebido. Na verdade nem sei o que significa essa palavra aqui em casa.
Ela encontrou na galeria nada menos que os nudes, mas sem o rosto cortado. O idiota não apagou as fotos da câmera. Mamãe teve a perspicácia de olhar a data em que foram tiradas e descobriu que são da mesma noite em que Amanda as compartilhou. Ou seja, que não são antigas de um suposto caso que eles tiveram, como Amanda quis que ela acreditasse.
Quando Pedro voltou, mamãe perguntou se ele armou toda essa questão das fotos com a Amanda. Meu irmão negou e disse que só soube que a babá enviou as fotos no outro dia. Mamãe não acreditou. E, para provar que é inocente, Pedro teve a brilhante ideia de mostrar nosso grupo, que de fato indica que Amanda pediu as fotos sem explicar o porquê antes. E foi nesse momento que mamãe gritou meu nome.
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Depois disso, ela não saiu mais do quarto, até o dia seguinte, domingo. Ela acordou tarde para seu padrão. Parecia pálida e com os olhos fundos. Limpou a casa, fez suas coisas, sem que nenhum de nós ousasse quebrar o silêncio. Mais tarde, ela se deitou bem mais cedo que de costume.
Hoje é segunda e feriado, mas eu preferia ir para a escola do que encará-la. Me sinto muito mal. Custo a criar coragem de sair da cama. Contudo, quando vou à cozinha, me surpreendo com mamãe com uma expressão bem-humorada. Como se tudo não passasse de uma ilusão, o sentimento ruim que eu senti até agora quase desaparece. Vocês não tem noção do alívio, embora isso não elimine totalmente a culpa que habita meu peito.
- Bom dia filha... Dormiu bem...?
- Dormi... – digo lacônica, ainda receosa. Depois disso não trocamos outras palavras por um tempo, mas sinto uma ponta de esperança.
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Se isso não bastasse, tenho uma notícia ainda melhor no final da manhã.
Amanda me manda no privado (mamãe excluiu o grupo, através do celular do Pedro) e diz que ela desabafou ontem sobre tudo que aconteceu aqui em casa. E, além disso, disse que se sente muito confusa com o desejo sexual que talvez sinta pelos filhos (filhos, no plural). Meu queixo vai ao chão.
Leio a mensagem várias vezes antes de conseguir responder. Como eu demoro muito, Amanda continua. – Ela pediu para eu não contar para vocês, mas estou falando só para você Camila. Não diga ainda para seu irmão. E ela marcou um café para conversarmos, na hora do almoço.
Após longa análise, finalmente respondo:
- Mulher… Ela realmente parecia bem humorada hoje cedo. Mas não esperava essa. Estou até agora sem acreditar na sua mensagem de “desejo sexual que talvez sinta pelos filhos”.
- Eu também estou chocada! Kkkk - Amanda responde, mandando em seguida uma figurinha engraçada, que indica que ela está “passada”.
Ela também envia a localização da cafeteria. - Nunca se sabe, né? Kkkkk – comenta, seguido de um emoji de caveira 💀.
Fico relendo e pensando na conversa até o momento que mamãe surge do quarto e avisa que vai sair. Pede para nós dois pedirmos um marmitex hoje. Meu irmão me olha intrigado e dou de ombros, sem contar a ele o destino dela. Contudo, digo para que não se preocupe.
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Mamãe volta horas depois. Nos cumprimenta sorridente. Minutos mais tarde, nos chama para uma conversa. Por alguma razão eu gelo, como se já tivesse intuindo. Ela nos encara por alguns segundos com um semblante frio, antes de falar.
- Como a Camila já sabe, pela “amiguinha” dela, hoje fui me encontrar com Amanda – ela diz. Essa ironia não me parece bom sinal.
- Por lá, finalmente revelei para Amanda "todo meu desejo incestuoso para com meus filhos", e ela quase chorou com essa revelação tão linda – prossegue. Ela fala com um deboche que nunca vi antes, pois é do tipo curta e grossa. Meu irmão parece tão em choque quanto eu.
- Não foi muito difícil arrancar dela o que eu realmente queria saber. Na verdade, eu refleti muito nas últimas horas desde que descobri a sujeira de vocês. Até que tive um insight: se Amanda estava de conluio com vocês, então o trabalho dela aqui em casa não deve ter valido de nada. Ou pior: ela os corrompeu ainda mais.
Pedro ensaia interromper, talvez para defender Amanda, mas mamãe o manda se calar.
- Deixa eu terminar. Como eu estava dizendo, eu tinha que ter certeza, por isso resolvi me encontrar com aquela traíra hoje. E foi só falar que estava pensando em dar para meus filhos que ela quase gozou na minha frente e contou tudo.
Caraca, nunca vi minha mãe com esse linguajar chulo. Coringou, e isso nem é algo engraçado.
- Ela contou o que eu já suspeitava: que vocês dois, ou melhor, vocês três, ficaram transando todos os dias quando eu estava fora.
Enquanto fala, mamãe retorce as mãos sobre a mesa. Penso que não foi todos os dias que fizemos, foi após uma semana, mas é melhor ficar calada. – Que cruz, Meu Deus...! – ela conclui com um grito, olhando para cima com afetação religiosa. – O tanto que eu rezo e ainda deve ser pouco!
- Amanda abriu tudo. Até como você Camila não resistiu quando viu o--... pênis do Pedro na sala... E relatou tudo isso como se fosse uma linda história de amor...! Usei o melhor do que aprendi no curso Wolf Maya, fingindo que estava achando tudo isso ótimo e super normal. Vou matar a Cleide do 12 por tê-la indicado...
- Pensando bem, acho que quase tudo que aconteceu foi culpa da Amanda. Vocês dois são muito jovens ainda, e eu falhei em não ter batido mais, quando eram crianças. Já quanto a Amanda… eu ter me--… tocado vendo aquelas fotos... e depois descobrir que eram do meu próprio filho… deixei ela falar como um demônio na minha orelha, quase me empurrando para que eu cometesse essa nojeira...
- Botei um monstro em minha casa... E em meio a tanto estresse, que só agora eu percebo a verdadeira culpada, acabei abusando do álcool tambem. Mas desse problema eu já resolvi.
Ela faz um gesto em direção à pia, onde há duas garrafas de vinho vazias junto à reciclagem.
- Espero seriamente que vocês não tenham mais nenhum contato com ela, ou farei com o celular de vocês o mesmo que eu fiz com o notebook dele – ela finaliza, se servindo da jarra de água. Ela chegou calma, mas foi ficando nervosa durante a fala, e agora bebe com mãos trêmulas. Pedro aproveita a pausa para falar:
- Mas mãe, você está dizendo que não quis aquele dia...? Que não me desejou?
Acho que ele também enlouqueceu. Ou perdeu o medo da morte. Mamãe, porém, responde com um tom de voz calmo:
- Não seja pretensioso... Tudo que ocorreu sexta foi, admito, também pela minha carência. Mas me entristeço só de pensar no que aconteceu.
Dizendo isso, se levanta e nos dá as costas. Pedro a olha angustiado. Contudo, ela se vira de novo:
- Ah, e eu já ia esquecendo – e olha para o Pedro: – Sem ser neste sábado, na próximo, você se mudará para o sítio do meu tio-avô no interior. Para aprender um pouco o que é pegar no batente. Já falei com ele e organizei tudo. Ele está mesmo precisando de mão-de-obra. Não vou mais sustentar marmanjo que eu mal vejo estudando.
- Mas, mãe..! E o vestibular?! E meus amigos, minha vida? – ele grita, desesperado.
- Lá tem faculdade também. Já até comprei as passagens de ônibus e não adianta espernear que já decidi. Agora para mim vocês não existem. São invisíveis. Simplesmente vou ignorar a existência de vocês nessa casa. Pelo menos até o Pedro ir embora – e se dirigindo a mim: - Você eu ainda tenho que sustentar mais um tempo, infelizmente. Mas quando acabar a escola, tchau.
- Fico tão preocupada com a segurança de vocês, se estão bem, e vocês enquanto isso maquinando com grupinho em segredo para debochar da minha cara...? – Ela dá uma gargalhada forçada de deboche, fingindo indiferença, antes de continuar: - Então a partir de agora, se quiserem comer, se virem. Podem até comer na rua ou no raio que os parta. Não faço mais nada. E não vou lavar mais um copo que não tenha sido eu quem sujou. E é bom a pia ficar sempre brilhando! Já faço o favor de emprestar MINHA pia e MEU sabão.
Dizendo isso, ela nos dá as costas novamente e vai para o quarto. Dez minutos depois, sai pela porta da frente trajada com roupas de ginástica.
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Não consigo sentir tristeza nem nada após esse atropelamento. Meu cérebro fica podre. Nos próximos dias, ela cumpre o que prometeu e nos trata como se fôssemos invisíveis.
Fico mais viciada que nunca nas redes sociais. Por um lado porque quero desligar a mente um pouco, e por outro porque ao nos ignorar ela também não está enchendo o saco por eu ficar muito tempo no celular.
É só por volta de quinta-feira que meu cérebro começa a pegar no tranco e entender o que aconteceu. Começo a ruminar tudo que rolou desde o fim de semana e o que foi dito. Fico obcecada. Repasso cada fala e cada resposta na minha mente, tentando fazer tudo criar sentido. Ao final do dia, chego a conclusão que preciso fazer alguma coisa.
Na manhã seguinte, me sento à mesa com o Pedro durante o café da manhã (no final ela acabou que continuou a fazer nosso café, embora sem trocar palavra conosco).
De repente, me vem um plano louco à mente. Na verdade, não sei se dá para chamar isso de plano. É mais uma atitude desesperada. Levo minha mão até a coxa desnuda dele sob o short curto e começo a acariciá-lo. Mamãe está de costas. Ele se assusta e sussurra: - O que você está fazendo?!
Com o coração a mil, me inclino em sua direção e lhe tasco um beijo na boca. Ele me fita com olhos arregalados, paralisado, e seu olhar vai para a direção de onde a mamãe está, às minhas costas e fora do meu campo de visão. Ignoro o medo e forço minha língua na boca dele, enquanto ele segue estático. O encaro. Sem precisar de palavras, ele lê meu olhar e me dá um voto de confiança, correspondendo ao beijo.
CRACK!!!
Assustada, me afasto de seu beijo. Com o coração saindo pela boca, olho na direção de onde veio o barulho. Mamãe está estática nos olhando, lívida. Sua mão ainda em forma de gancho no ar, como um boneco Playmobil, e à seus pés, no chão, os cacos de um copo que por pouco não lhe cortou. Tudo isso dura um breve instante, mas nunca esqueci dessa imagem.
De repente ela desperta e pega a “mini pá” da pia, sem nos olhar. Eu coloco os braços em volta do pescoço do Pedro e o beijo de novo, produzindo sons molhados de propósito. Ele corresponde com vontade. Mamãe continua fingindo que não nos vê, catando os cacos, mas percebo ela olhar de esguelha um par de vezes. Após descartar os cacos em uma vasilha de plástico, ela deixa a cozinha em silêncio.
Paro de beijá-lo, embora estivesse muito bom, e ele me pergunta por que fiz isso. Seu rosto é um misto de excitação e surpresa.
Espio e vejo que mamãe está na lavandeira. Então pego na mão dele e digo: “Vem comigo. Precisamos de uma reunião”. Fecho a porta do meu quarto e me sento com ele na cama. Só então reparo o quanto meu irmão parece abatido desde que recebeu o ultimato da mamãe.
- Nós precisamos fazer alguma coisa - digo. - A mamãe não pode te expulsar de casa assim, para morar com um parente que nós nem conhecemos.
- Mas o que podemos fazer? Já era... – ele diz, resignado.
- Eu andei pensando, e só cheguei a uma única opção: apostar tudo. Ela quase me enganou com seu papo aquele dia, mas agora de cabeça fria percebo que na verdade é ela quem está desesperada. Eu sei o que vi escondida na cozinha aquela noite, sei o tipo de olhar que ela lançou quando viu seu pau duro. E o jeito que ela ficava tensa quando você a encostava escancara a tensão sexual que existe entre vocês. Nós não estamos loucos.
- Mas o que você quer que eu faça? Que eu tente de novo...? Você acha que ela deixará eu encostar um dedo nela...?
- Não, nela não. Mas em mim, sim. Eu te beijei hoje porque queria testar se ela continuaria nos ignorando. Orgulhosa como é, não voltará atrás. E nós podemos nos aproveitar disso, para instigá-la...
- Você está dizendo para mesmo depois de tudo que aconteceu justamente por nos pegarmos, nós continuarmos fazendo isso?!
- Momentos desesperados pedem medidas desesperadas. E o lado bom dela não ter nos dado opções, é que agora só nos resta isso.
- Não sei, isso pode só piorar tudo...
- O que mais ela pode fazer?
- Ela pode acabar te expulsando também...
- Tanto melhor. Prefiro ser expulsa a viver sem você – digo, segurando suas grandes mãos. A frase foi brega, mas totalmente sincera. Quando me dou conta, estamos nos beijando de novo. Só então percebo o quanto senti falta do seu toque, do seu calor… fui muito otimista em pensar que poderia ficar longe dele.
- Posso pensar...? – ele pergunta após o beijo.
- Pode. Só não pensa demais. E não se preocupe comigo. De toda forma, se você sair eu fujo de casa.
- Te amo, mana...
- Te amo, Pedin.
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Mais tarde, Pedro confirma a adesão ao plano por mensagem no WhatsApp. Dessa forma, passamos a provocá-la em toda oportunidade que aparecia. Pedro passou a desfilar pela casa só de cueca, por vezes com o pau meia bomba. Ela não conseguiu esconder o espanto nas primeiras vezes que o viu assim.
Além disso, nós nos beijamos e nos agarramos sempre que ela estava por perto. Embora tentasse nos evitar ao máximo, sempre tinham momentos em que os encontros eram inevitáveis em nosso apartamento pequeno. Ela continuou fingindo não ver, mas sua tensão era patente. Quebrando um pouco o orgulho, se retirava quando entrávamos no mesmo ambiente.
Ainda na sexta do beijo na cozinha, ela saiu à noite. Amanda disse que não foi com ela. Será que mamãe conheceu alguém? Eu e meu irmão ficamos na expectativa para sua chegada, cada um no seu quarto. Pois as sextas à noite com birita na veia foram os dias que mamãe se deixou levar em outras ocasiões. Talvez meu irmão poderia tentar se aproximar... Contudo, para nossa frustração, ela chegou e foi direto para o próprio quarto.
Tenho a intuição de espiar pela fechadura. Eureka! Mal a distingo na penumbra do quarto, deitada na cama. Vejo apenas seu rosto iluminado pela luz do celular. Contudo, suas expressões entregam o que ela está fazendo debaixo do edredom.
Desde então, vejo mamãe fazer isso todas as noites antes de dormir. Teve um dia até que pensei tê-la ouvido sussurrar a palavra “filho”, mas Pedro não tem certeza se foi isso que ela disse.
Talvez estejamos tendo sucesso na primeira etapa do plano, que é instigá-la. Mas ela se masturbar com o consolo não nos ajudará em nada... E na verdade ainda não pensei nas próximas etapas. Talvez por dentro eu só quisesse uma desculpa para dar uns pegas no Pedro.
Quando começo a questionar a eficácia do plano, Pedro finalmente consegue arrancar uma reação direta dela. No domingo acordo assustada com um grito da mamãe no corredor.
Corro para ver o que está acontecendo, e vejo ela passar acelerada carregando um balaio de roupa suja do Pedro em mãos (ela continuou lavando nossas roupas. Ela disse em voz alta, como se estivesse falando sozinha, que nós “estragaríamos a máquina DELA”, fazendo questão de ressaltar que nada aqui é nosso).
Vou para o quarto dele, e o encontro sentado na cama, com o pau na mão para fora da bermuda. Balanço a cabeça para ele com fingida indignação e tampo a boca para não rir. “Não tenho culpa se ela não bate”, ele diz, rindo. Bato uma para ele, sentindo seu pau quente, e vou para meu quarto para dormir mais, pois era bem cedo.
Apesar dessa pequena vitória, o tempo está acabando e ainda não tivemos nenhum resultado. Pelo contrário, acho que o Pedro talvez estivesse certo de início e estamos ainda mais longe de convencermos mamãe de alguma coisa. Mas de início já não tínhamos chance mesmo, então estamos com a metade do dobro.
Nesse mesmo dia da punheta, tenho uma ideia: vigio para ver se ela não está perto, e então entro na sua suíte. Encontro o consolo no mesmo lugar que achamos daquela vez com Amanda. Pego e depois o escondo em meu quarto, debaixo de um taco solto do piso que uso de esconderijo para meu diário há anos.
À noite, escuto atrás da porta ela revirar suas coisas sobre a cômoda, antes de dormir, como se procurasse algo.
No dia seguinte, não pergunta sobre o sumiço do consolo, nem nos próximos. Pelo menos sei que suas noites ficarão um pouco mais difíceis agora.
Na terça, acontece algo surpreendente com uma ajudinha do destino. Isso porque sou a primeira a acordar na casa, enquanto tudo ainda está escuro. Passo pela sala, em direção à cozinha, para tomar um copo d’água e voltar para a cama, quando vejo que ela dormiu vendo TV no sofá. Fico tentada a acordá-la de propósito, de sacanagem, mas então tenho uma ideia melhor.
Me esgueiro até o quarto do Pedro e deixo um palmo da porta aberta. Acendo seu abajur e deslizo por cima dele na cama.
- Camila...? É você...? – ele diz ao acordar assustado.
Escalo seu corpo, bem maior que o meu, e lhe dou um selinho.
- Espera aí... – ele diz, tateando a gaveta do criado. Pega um spray para hálito e espirra três vezes. Gesticulo para ele espirrar na minha também, e então demos um beijo com gosto de menta.
- O que você está fazendo aqui...? – ele pergunta. – Você não está pensando em…! Não, mana, na frente da mamãe é demais...
- Relaxa mano, eu acabei de conferir que ela está no quarto dela e a porta está trancada. Se ela acordar, nós ouviremos... – minto. Apesar da melhora na timidez, ele me confessou antes, conversando sobre o plano, que não teria coragem de fazer nada mais “pesado” na frente da mamãe, pois morreria de vergonha. Eu também não estou à vontade com isso, mas o desespero é maior.
Recados: Capítulo novo na próxima semana. E outro capítulo bônus (além desse) se a vaquinha bater a meta até quinta-feira - 12h. 💫
Se curte a saga e pode, uma doação ajuda a manter isso vivo. Obrigada por ler! ❤️
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