Segunda-feira chegou como uma facada. Acordei com o peito apertado, o Vagner já arrumando a mala pra viajar, a cara de quem tava puto com o mundo. “Tô indo pra Sorocaba, Aline,” ele disse, sem me olhar, dobrando a camisa social. “Pede logo esse adiantamento pro meu pai, mas não deixa ele te humilhar.” Eu assenti, segurando a Sofia, que tava mamando na chupeta, os olhinhos ruivos ainda inchados de sono. “Tá bom, amor. Se cuida,” murmurei, mas por dentro eu tava tremendo. Pedir dinheiro pro Adalberto, depois de tudo que ele já tinha feito, era como pisar num ninho de cobras.
Deixei a Sofia na creche, aquele lugar chique que o Adalberto pagava, com brinquedos que pareciam de propaganda. A professora, uma moça de óculos, sorriu e disse que a Sofia tava se adaptando bem, mas eu mal escutei, pensando no imposto atrasado, nos 5 mil do conserto do carro do vizinho, no buraco que a gente tava metido. Peguei o Uber, o dinheiro que o Adalberto adiantou na semana passada ainda na bolsa, e cheguei na mansão dele com o coração na boca. O short jeans tava colado na bunda, a regata branca marcando o sutiã, o calor de São Paulo me fazendo suar antes mesmo de tocar a campainha.
A Dona Neide abriu o portão, mas tava com cara de quem não dormiu. “Seu Adalberto tá em reunião, Aline,” ela disse, bocejando. “Três juízes da cidade, amigos dele. Vão ficar até as 11. Pode esperar na cozinha.” Eu arregalei os olhos. “Juízes? Sério?” Ela assentiu, subindo pro quartinho onde dormia. “É, homens importantes. Só não faz barulho.” Fiquei ali, na cozinha, sentindo-me uma intrusa, o cheiro de café misturado com o perfume caro que pairava na casa. Pela porta entreaberta da sala, vi o Adalberto sentado numa poltrona de couro, de camisa social cinza, calça de linho, o relógio dourado brilhando. Do outro lado, três homens, todos brancos, uns 50, 60 anos, de terno e gravata, com aquele ar de quem manda na cidade. Um era careca, com óculos de armação fina, outro tinha cabelo grisalho penteado pra trás, e o terceiro, mais gordo, fumava um charuto, o que me fez franzir o nariz. Eles falavam baixo, sobre leis, processos, coisas que eu não entendia, mas o tom era sério, quase secreto.
O Adalberto me viu pela fresta e fez um sinal pra eu entrar. “Aline, traz um café pros meus amigos,” ele disse, a voz grave, com um sorriso que não explicava. Eu congelei, com vergonha, mas assenti, correndo pra pegar a bandeja. Enquanto servia, os juízes me olharam, não de um jeito grosseiro, mas... curioso, sabe? Como se eu fosse uma peça fora do lugar. O careca até sorriu, dizendo: “Obrigado, moça. Como é o nome?” Eu murmurei “Aline”, sentindo o rosto queimar, e saí rápido, ouvindo o Adalberto rir baixo, como se tivesse gostado da minha timidez.
Fiquei na cozinha, lavando copo que nem precisava, até a reunião acabar. Às 11, os juízes saíram, apertando a mão do Adalberto, falando de se encontrar de novo. O gordo do charuto me deu uma piscadela ao passar, e eu fingi não ver, com um nó no estômago. Quando o portão fechou, o Adalberto veio até a cozinha, soltando a gravata. “Desculpa a bagunça, Aline. Esses caras são velhos amigos, mas cansam,” ele disse, sentando na cadeira, as pernas abertas, o volume na calça marcando de leve.
“Tá de boa, Seu Adalberto,” respondi, mexendo no feijão que já tava no fogo. “Mas... posso falar com o senhor? É importante.” Ele levantou a sobrancelha, curioso. “Claro, senta aqui.” Eu hesitei, mas sentei na cadeira ao lado, o short jeans subindo um pouco, as coxas brancas contrastando com o couro escuro.Respirei fundo, sentindo o coração disparar. “É sobre o Vagner, Seu Adalberto. O carro dele deu perda total, e o vizinho tá cobrando 5 mil pelo conserto. E chegou uma carta do imposto da casa, 2 mil, atrasado. A gente tá ferrado, e... bom, eu queria pedir um adiantamento, se der.” Minha voz tremia, e eu baixei os olhos, com vergonha de parecer pedinte.
O Adalberto ficou quieto por um segundo, me olhando de um jeito que me fez engolir seco. “Nossa, Aline, é coisa séria,” ele disse, a voz calma, quase carinhosa. “Quanto dá tudo isso?” Eu fiz as contas na cabeça, nervosa. “Uns... 7 mil, acho. Mas qualquer ajuda já salva.” Ele se inclinou pra frente, a mão grande pousando no meu joelho, quente, firme. “Relaxa, Aline. Eu cuido disso. Pago o imposto, o conserto do vizinho, e ainda dou um carro pro Vagner trabalhar. Uma caminhonete L200, 2016, usada, mas em ótimas condições. Que tal?”
Eu arregalei os olhos, sem acreditar. “Sério? O senhor faria isso?” Ele sorriu, mas tinha algo no olhar, um brilho que me deu frio na barriga. “Faço, mas tem um preço. Tudo isso dá uns 90 mil reais. Se eu pagar, não consigo te dar salário até quitar a dívida. Você trabalha aqui, cozinha, faz companhia, e desconta aos poucos. Pode levar anos, mas é justo, não é?”
Meu mundo desabou. Noventa mil reais? Anos trabalhando de graça? Eu senti as lágrimas subirem, mas engoli, porque não tinha saída. O imposto, o carro, a creche da Sofia... a gente tava na merda, e o Adalberto era o único que podia salvar. “Tá, eu aceito,” murmurei, a voz falhando. Ele apertou meu joelho, a mão subindo um pouquinho na coxa. “Boa menina. Vou resolver hoje mesmo. Confia em mim.”
Naquela tarde, ele fez tudo. Ligou pra prefeitura, pagou o imposto. Transferiu os 5 mil pro vizinho. E, no fim do dia, uma caminhonete L200 preta, 2016, brilhando, parou na garagem da mansão. “Pro Vagner,” ele disse, me entregando as chaves. “Diz que é um presente.” Eu segurei as chaves, tremendo, sentindo que tinha vendido uma parte de mim mesma. Quando cheguei em casa na sexta, o Vagner tava lá, morto de cansado, a bolsa jogada no sofá. Contei tudo: o adiantamento, a dívida, a caminhonete. Ele ficou quieto, a cara fechada, mas quando viu a L200 estacionada na rua, os olhos brilharam. “Porra, Aline, é boa demais,” ele disse, passando a mão no capô, tentando não sorrir. Mas logo voltou a cara de puto. “E tu vai trabalhar de graça agora? Que merda é essa?”
Eu suspirei, sentada na cama, a Sofia dormindo no berço. “Amor, não tinha jeito. Ele pagou tudo, até a creche. Eu trabalho, quito a dívida, e logo a gente sai dessa.” O Vagner bufou, mas não discutiu. Por dentro, eu sabia que ele tava explodindo de alegria com a caminhonete, mas o orgulho não deixava admitir. “Tá, mas não deixa ele te tratar como escrava,” ele resmungou, deitando do meu lado.
Naquela noite, ele tentou me abraçar, mas eu tava tão tensa que fingi sono. Não parava de pensar no Adalberto, na mão na minha coxa, na dívida que parecia uma corrente. E, caralho, naquela proposta da piscina, o “extra” que ele ofereceu. Eu tava ferrada, e o pior é que uma parte de mim queria saber como seria. A semana seguinte foi um inferno. O Vagner viajou, como sempre, mas as vendas tavam ruins, e a comissão dele mal deu pros mantimentos. A luz tava atrasada de novo, o mercado tava vazio, e eu precisei comprar fralda pra Sofia com o restinho do dinheiro do Uber. Na mansão, o Adalberto tava mais próximo, sempre com um toque, um olhar, um comentário. “Você tá cansada, Aline. Precisa relaxar,” ele dizia, a mão roçando minha cintura enquanto eu lavava louça. Eu disfarçava, mas o tesão tava lá, misturado com medo e vergonha.
Na quinta, não aguentei. A geladeira em casa tava com um ovo e meio pacote de macarrão, e a Sofia precisava de leite. Fui pro Adalberto, tremendo, enquanto ele lia no escritório. “Seu Adalberto, posso falar com o senhor?” perguntei, parada na porta, o short jeans colado na pele. Ele tirou os óculos, sorrindo. “Claro, Aline. Senta.”
Eu sentei na poltrona, o couro gelado nas coxas. “Tô numa situação foda,” comecei, a voz baixa. “Tá faltando dinheiro em casa, pra comida, pro leite da Sofia. Eu... sei que tô devendo, mas lembro do que o senhor disse, sobre ajudar com um extra. Tipo, só com a boca, sabe? Algo simples. Quanto daria?” Meu rosto queimava, e eu não conseguia olhar pra ele.
O Adalberto se inclinou, os olhos brilhando. “Boa, Aline. Só com a boca? Posso te dar 70 reais por vez. Não é muito, mas ajuda, né?” Setenta reais. Uma micharia. Mas era o que eu precisava pra comprar leite, fralda, um pacote de arroz. Engoli o orgulho e assenti. “Tá, eu faço.”
Ele se levantou, trancando a porta do escritório. “Não, aqui não. Vamos pro quarto.” Meu estômago embrulhou, mas segui ele, subindo a escada, o coração batendo tão forte que parecia que ia explodir. O quarto era o mesmo onde ele dormia com a Clara, com uma cama king, cortinas pesadas, e um cheiro de madeira e perfume. “Tira a roupa,” ele disse, casual, como se pedisse um café. Eu hesitei, mas tirei a regata e o short, ficando de calcinha preta e sutiã branco, as sardas brilhando na pele branca. O Adalberto tirou a camisa, a calça, a cueca, e, meu Deus, eu quase caí pra trás. O pau dele era enorme, uns 25 centímetros, quase o dobro do Vagner, grosso como meu pulso, com veias pulsando, a cabeça escura brilhando. Era maior que qualquer coisa que eu já tinha visto, mesmo nos pornôs que assisti escondido. Meu estômago embrulhou, um misto de medo e tesão que me fez tremer.
“Vem, Aline,” ele disse, sentando na beira da cama, o pau apontando pro teto. Eu me ajoelhei, o chão frio sob os joelhos, e segurei ele com as duas mãos, mal conseguindo fechar os dedos. Era quente, pesado, pulsando. “Caralho,” murmurei, sem querer, e ele riu baixo. “Vai, menina. Mostra o que sabe fazer.”
Levei a boca até a cabeça, mas era grande demais, mal cabia. Forcei, a língua roçando a pele salgada, o gosto forte me dando um arrepio. Tentei abocanhar, mas meus lábios esticaram, a mandíbula doendo, e eu só conseguia a ponta. “Porra, é grande,” gemi, ofegante, e ele riu de novo, a mão na minha nuca, guiando. “Devagar, Aline. Você aprende.”
Eu chupei como dava, lambendo a cabeça, o tronco, as mãos subindo e descendo, o tesão crescendo, minha calcinha molhada traindo tudo. Nunca tinha sentido algo assim, aquele pau enorme me dominando, me fazendo esquecer o Vagner, a culpa, tudo. O Adalberto gemia baixo, “Boa, puta,” e eu, caralho, gostei de ouvir. Fui mais fundo, engasgando, lágrimas nos olhos, o cabelo ruivo caindo no rosto.
Quando ele gozou, foi como uma enxurrada. Jatos grossos, quentes, enchendo minha boca, e eu tentei engolir, mas era muito. Escorreu pelo queixo, pingando no pescoço, nos seios, sujando o sutiã. Eu tossi, ofegante, o gosto salgado na língua, o corpo tremendo de tesão e vergonha. Ele riu, limpando o pau na minha bochecha. “Boa, Aline. Você é boa mesmo.” Ele pegou a carteira, tirou uma nota de 70 reais, e jogou na cama. “Toma. Mereceu,” disse, vestindo a cueca, como se nada tivesse acontecido. Eu peguei o dinheiro, as mãos tremendo, o gozo dele ainda grudado no meu peito. “Obrigada,” murmurei, sem olhar pra ele, vestindo o short e a regata, o sutiã molhado colando na pele.
Saí do quarto, fui pro banheiro, e me olhei no espelho. O cabelo bagunçado, o rosto vermelho, o pescoço e os seios sujos. Lavei tudo, sentindo as lágrimas subirem, mas também um prazer que não explicava. “Que porra eu fiz?” sussurrei, pensando no Vagner, na Sofia, na dívida. Mas a imagem daquele pau, o peso na minha boca, o tesão que ainda pulsava, não saía da cabeça.
Na sexta, quando o Vagner voltou, ele tava todo bobo com a L200, falando de como ia ajudar nas viagens. “Tô pensando em pintar ela, Aline. Tô muito foda,” ele disse, rindo. Eu sorri, escondendo os 70 reais na bolsa, comprando leite, fralda, um pacote de arroz. Mas, à noite, enquanto ele dormia, deitei no sofá, o ombro apertado, e chorei baixo. Tinha traído meu marido por 70 reais. E, caralho, eu sabia que ia fazer de novo.