O precoce XXIII

Um conto erótico de Fiapo
Categoria: Heterossexual
Contém 645 palavras
Data: 17/06/2025 11:59:42

📖 Capítulo 23 – Alianças e Sussurros

O aroma do almoço se espalhava pela casa como convite e celebração. A mesa, cuidadosamente posta por Clara e Júlia, refletia a delicadeza da ocasião. Marcos ajudava nos últimos ajustes, visivelmente nervoso, mexendo nos talheres como se estivessem fora do lugar — mesmo estando perfeitos.

— Relaxa, coelhinho — Clara disse, sorrindo, ajeitando a gola da camisa dele. — Hoje não é sobre explicações. É sobre presença. A nossa nova vida começa com um brinde.

Júlia, com um vestido leve que marcava discretamente a nova curva de sua barriga, colocava flores frescas no centro da mesa. Seus olhos dançavam entre ansiedade e ternura.

Os convidados eram poucos: pais, irmãos e uma ou duas amigas próximas. Ninguém sabia ainda do “detalhe” que transformaria aquele almoço em algo mais simbólico do que imaginavam.

Durante a refeição, entre conversas leves e risadas tímidas, foi Clara quem conduziu o momento:

— Queremos compartilhar algo importante com vocês — disse, erguendo a taça. — O que nos une aqui não é só a comida... é o afeto. E ele mudou de forma.

As pessoas se entreolharam.

— Júlia faz parte da nossa família — Clara continuou, segurando a mão dela com firmeza. — Não só como amiga, ou babá. Mas como parte viva do que somos. Estamos construindo juntos... um novo tipo de amor.

Marcos respirou fundo. O silêncio se instalou por um segundo, logo quebrado por um brinde tímido, mas respeitoso.

Júlia, com os olhos marejados, disse apenas:

— Eu estou onde sempre quis estar.

Na sessão seguinte com Luísa, a terapeuta os esperava com um sorriso de quem já sabia.

— Bem-vindos ao estágio do espelho fluido — disse. — Aqui, não há mais papéis fixos. Só reflexos. E vocês estão prontos para criar novos rituais, baseados não no que a sociedade espera, mas no que sentem, respeitando os limites uns dos outros.

Ela colocou sobre a mesa três pequenas caixas, envoltas em tecido vermelho.

— Um presente simbólico — explicou. — Dentro, há alianças de ressignificação. Vocês decidem quando e como usá-las.

À noite, Clara preparou tudo com um cuidado cerimonial. O quarto estava à meia-luz. Velas perfumadas queimavam devagar. Sobre a cama, duas das caixas de Luísa estavam abertas. Alianças repousavam sobre cetim.

— Hoje não há cerimônia... mas há entrega — disse Clara, olhando para Júlia. — Duas noivas, uma noite.

Júlia, envolta em renda e pele, parecia uma promessa de primavera. Sua respiração se acelerava à medida que Clara se aproximava, segurando suas mãos com firmeza.

Marcos as observava, tenso, quase paralisado entre excitação e reverência.

Clara então sussurrou no ouvido de Júlia, com um sorriso malicioso:

— Esta noite... é sobre abrir caminhos. Dois. E talvez... convencer o nosso coelhinho a abrir o dele também.

Júlia riu com o rosto vermelho, mas não recuou. Havia um brilho novo em seus olhos — não de menina assustada, mas de mulher curiosa.

— E se ele disser não? — ela provocou, encarando Marcos de forma desafiadora.

Clara se aproximou dele, encostando os lábios em sua nuca.

— Ele pode dizer não... — sussurrou, mordiscando levemente a pele — ...mas vai querer dizer sim.

Marcos soltou um suspiro pesado, lutando contra o calor crescente que tomava seu corpo. Suas mãos tremiam levemente. Júlia notou, e o acariciou com delicadeza.

— Está tudo bem — disse, com voz doce. — Você também está nascendo de novo aqui.

Horas depois, o quarto ainda guardava o perfume da entrega. Clara deitada de um lado, Júlia do outro, ambas com olhares sonhadores. No centro, Marcos, de olhos fechados e sorriso bobo no rosto.

O silêncio foi quebrado apenas por Júlia, sussurrando com humor:

— Pode estourar o champanhe... eu senti o céu abrir.

Clara riu, deslizando a mão pelas costas de Marcos até apertar suas nádegas com firmeza, provocando um pequeno espasmo no rapaz.

— Acho que ele ainda tem mais para dar — murmurou, rindo. — Ou talvez... mais para abrir.

Marcos arregalou os olhos. Júlia soltou uma gargalhada divertida. A noite não prometia descanso — apenas novos começos.

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