O precoce XX

Um conto erótico de Fiapo
Categoria: Heterossexual
Contém 526 palavras
Data: 17/06/2025 08:57:14
Última revisão: 17/06/2025 09:00:36

📖 Capítulo 20 – A Travessia

Na noite anterior, Clara se aproximou do quarto de Júlia em silêncio. Levava nas mãos uma pequena caixa envolta em laço de cetim cor de vinho. Não bateu à porta. Apenas a deixou sobre a cama, com um bilhete manuscrito cuidadosamente dobrado.

"Para o seu primeiro voo. Você não está sozinha."

Júlia abriu devagar. Lá dentro, um conjunto de lingerie que parecia mais uma declaração do que uma peça íntima. Não havia vulgaridade, apenas intenção — como se dissesse: “Você é desejada, mas também é quem deseja.”

No quarto principal, Marcos arrumava os lençóis com mãos trêmulas. Ele não sabia exatamente o que esperar — mas Clara sabia. Ela sempre soube conduzir os silêncios.

Quando Júlia entrou, não houve palavras. Apenas olhares.

Vestia a lingerie. A renda vinho contrastava com sua pele, e sua expressão misturava firmeza com vulnerabilidade. Ela estava pronta não por estar segura, mas por ter escolhido confiar.

Clara se aproximou, ajeitou uma mecha do cabelo de Júlia atrás da orelha e a conduziu até Marcos.

— Hoje não há pressa. Só presença — sussurrou.

Júlia estendeu a mão. Marcos aceitou. A troca de energia entre os dois era quase visível, como se fios invisíveis os conectassem.

O primeiro toque foi tímido. Mas depois se transformou — como música que encontra seu tom. Clara recuou, mas permaneceu por perto. Não como espectadora, mas como presença guia.

Entre beijos delicados, movimentos atentos e respirações entrecortadas, Júlia foi conduzida com respeito. Marcos esperava cada sinal, cada gesto. E ela respondia, como quem dança uma coreografia íntima escrita no próprio corpo.

No auge da entrega, Júlia arqueou o corpo e gritou, com um sorriso entre os dentes:

— SIM... SIM! — como se afirmasse a si mesma diante do mundo.

E, ofegante, olhou para Marcos com olhos rasos d’água e completou, rindo:

— Pode estourar o champanhe...

Clara, com um sorriso misterioso, se aproximou por trás de Marcos. Seus dedos deslizaram de forma precisa e cuidadosa, como se soubesse exatamente o ponto onde o controle cede lugar à entrega. Clara massageou com o dedo. Foi simbólico, mas certeiro — um gesto discreto, e ao mesmo tempo cheio de intenção.

Marcos tremeu, os olhos se fecharam por reflexo. O corpo respondeu com espasmos suaves, e Júlia, ainda recebendo-o, estremeceu junto.

O momento foi selado como uma celebração íntima. Clara, sussurrando ao ouvido de Marcos, apenas disse:

— Agora sim... bastante espuma para brindar a nossa nova fase.

Mais tarde, o quarto ainda carregava um perfume quente de intimidade.

Júlia estava encolhida no colo de Clara, com os olhos fechados e a respiração serena. Marcos, sentado aos pés da cama, passava os dedos sobre os lençóis como quem redesenha a própria história.

— Eu me sinto outra — disse Júlia, quase num sussurro.

— Você é a mesma — respondeu Clara, com ternura. — Só que agora... inteira.

Na cozinha, naquela madrugada, os três compartilharam morangos com mel e goles de espumante. Não brindaram com taças, mas com olhares.

Clara segurava as mãos de ambos. O silêncio entre eles não era ausência de som — era presença de sentido.

— Hoje não há tarefa — ela disse. — Só gratidão.

E os três, naquela mesa, entenderam que algo tinha mudado para sempre.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Fiapo a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil de brazzya

🔥 💋 💦 Agora dá pra tirar a roupa de qualquer uma e ver tudo ➤ Afpo.eu/ekuza

0 0